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Transcrição:

CONJUNTOS COMERCIAIS E REGENERAÇÃO DE ÁREAS URBANAS CENTRAIS: O CASO DAS CIDADES DE AVEIRO E VIANA DO CASTELO João FERMISSON Novembro 2010 FICHA UM ESQUEMA DE CARACTERIZAÇÃO DE ANÁLISE DOS EMPREENDIMENTOS Inauguração Características dos Empreendimentos Conceito arquitectónico e urbanístico Mix funcional Emprego gerado Condução Política do Processo Posicionamento dos Stakeholders Impacte Local dos Empreendimentos Objectivos de regeneração urbana Preparação, avaliação e comunicação do processo Negociação de contrapartidas Agentes económicos City-users/ Consumidores Impactes positivos Impactes negativos 1

CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDIMENTOS: FÓRUM F AVEIRO CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDIMENTOS: FÓRUM F AVEIRO 2

CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDIMENTOS: ESTAÇÃO VIANA CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDIMENTOS: ESTAÇÃO VIANA 3

CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDIMENTOS Promotor Inauguração Fórum Aveiro Multi Development Set 1998 Estação Viana Sonae Sierra Nov 2003 Área Bruta Locável(ABL) 17.500 m 2 18.556 m 2 Nºde pisos 2 3 Nº de lojas 86 107 Volume de emprego (estimativa) s.d. 800 Afluência diária (estimativa) 30.000 20.000 Lugares de estacionamento 1.080 600 Componente residencial Sim (51 fogos) Sim (s.d.) CONDUÇÃO POLÍTICA DO PROCESSO Objectivos de regeneração urbana: Ambos os projectos foram entendidos como uma oportunidade de regeneração urbana e de revitalização comercial das áreas centrais de Aveiro e Viana do Castelo Aveiro: implantação numa bolsa informal de estacionamento à superfície Viana do Castelo: implantação em plena estação ferroviária (que acolheu também a central de camionagem) Preparação, avaliação e comunicação do processo: Ambos os projectos foram acompanhados de estudos, concursos e processos de participação conduzidos pelas respectivas Autarquias Em Viana do Castelo o processo éapelidado de pouco transparente, uma vez que o projecto triplicou em relação à dimensão originalmente prevista Negociação de contrapartidas: Ambos os projectos implicaram contrapartidas relevantes por parte dos respectivos promotores ao nível financeiro e material Grande parte (a maioria?) dessas contrapartidas foram dirigidas para intervenções na zona de implantação (p.ex. central de camionagem e espaço cultural, no caso de Viana do Castelo) 4

POSICIONAMENTO DOS STAKEHOLDERS As reacções a ambos os empreendimentos manifestaram-se sobretudo na fase inicial do processo (i.e. após comunicação da possibilidade/intenção de construção dos empreendimentos) As reacções em apreço foram maioritariamente protagonizadas por agentes ligados ao aparelho comercial já instalado: oposição generalizada a partir da percepção de impactes extremamente negativos sobre a sua actividade As reacções de outro tipo de agentes são bastante mais difusas (com excepção das forças políticas locais) por falta de organização colectiva e visibilidade externa No caso dos city-users/consumidores parece existir um suporte implícito aos novos empreendimentos, embora pouco formalizado e sobretudo visível após a sua entrada em funcionamento IMPACTE LOCAL DOS EMPREENDIMENTOS Principais impactes positivos: Aumento, diversificação e qualificação da oferta comercial de ambas as cidades Criação de emprego Reforço da capacidade local de atracção de consumidores Requalificação urbana (incluindo envolvente dos empreendimentos) Indução de processos de modernização do aparelho comercial pré-existente Principais impactes negativos: Agravamento das condições de sobrevivência das actividades com maiores défices de modernização (conducentes, no limite, ao seu encerramento) Migração de estabelecimentos (normalmente lojas de marca ) para o interior dos empreendimentos Contentorização dos (novos) fluxos de consumidores (i.e. efeito-ilha ) 5

PRINCIPAIS LIÇÕES E ILAÇÕES A RETIRAR A intenção de implantação de conjuntos comerciais em meio urbano é sempre geradora de receios, tensões e conflitos, exigindo: Enquadramento, fundamentação e avaliação de novos empreendimentos Estratégia de comunicação e participação junto de stakeholders relevantes A implantação de conjuntos comerciais em áreas urbanas centrais parece confirmar-se a posteriori como: Uma âncora fundamental no reforço da sua centralidade e atractividade Uma opção muitas vezes preferível à sua localização em áreas urbanas periféricas Um veículo indutor de processos de modernização do comércio dito tradicional É forçoso reconhecer que existem impactes negativos sobre uma parte relevante do aparelho comercial já instalado (ainda que os mesmos dependam em boa medida da capacidade de adaptação dos seus protagonistas) A atracção de investimentos deste tipo é gerador de contrapartidas muito relevantes para promover e financiar processos de regeneração urbana: Contrapartidas financeiras Investimento físico (espaço público, acessibilidades, equipamentos, etc.) Etc. 6