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Transcrição:

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.705.399 - RJ (2017/0271512-9) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADO AGRAVADO : MINISTRO NEFI CORDEIRO : JULIO CESAR DA CONCEICAO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EMENTA PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIAS DE FATO NO ÂMBITO DE RELAÇÕES DOMÉSTICAS. APLICAÇÃO DE PENA DE MULTA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 17 DA LEI 11.340/06. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa art. 17 da Lei 11.340/2006. 2. Agravo regimental improvido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Maria Thereza de Assis Moura, Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 19 de abril de 2018(Data do Julgamento) MINISTRO NEFI CORDEIRO Relator Documento: 1701845 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/05/2018 Página 1 de 6

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.705.399 - RJ (2017/0271512-9) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADO AGRAVADO : MINISTRO NEFI CORDEIRO : JULIO CESAR DA CONCEICAO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO NEFI CORDEIRO (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto em face de decisão que deu provimento ao recurso especial para afastar a aplicação da pena isolada de multa, restabelecendo a sentença. Sustenta o agravante que não houve a substituição da pena privativa de liberdade por pena pecuniária, mas apenas a aplicação isolada da pena pecuniária prevista no art. 21 do Decreto-Lei 3.688/41, por concluir o julgador pela suficiência da reprimenda. Ressalta que embora a Lei 11.340/06 vede a fixação isolada da pena de multa nos casos de violência doméstica, não afasta essa possibilidade quando prevista, referida pena, alternativamente pela norma penal incriminadora. Pugna pela reconsideração da decisão agravada, ou pela apreciação do recurso pela Sexta Turma. O agravado apresentou impugnação ao recurso às fls. 287/288, manifestando-se o Ministério Público Federal às fls. 292/300. É o relatório. Documento: 1701845 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/05/2018 Página 2 de 6

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.705.399 - RJ (2017/0271512-9) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO NEFI CORDEIRO (Relator): A decisão agravada está fundamentada nos seguintes termos (fls. 266/268): Trata-se de recurso especial interposto em face de acórdão assim ementado: APELAÇÃO. Violência Doméstica. Artigo 21, caput, do Decreto-lei nº 3.688/41, c/c artigo 61, II, f, do Código Penal, nos moldes da Lei nº 11.340/06. Agente que, no dia 24 de outubro de 2015, por volta das 18:40h, no Rua João Batista, nº 44, Centro, Barra do Piraí/RJ, consciente e voluntariamente, praticou vias de fato contra a vítima Deisilane Cristina dos Santos Camargo, sua ex-namorada, na medida em que a agrediu, desferindo-lhe um soco no queixo. Condenação. RECURSO DEFENSIVO. Absolvição. Insuficiência de provas. Afastamento da agravante do artigo 61, II, f, do Código Penal. Gratuidade de justiça. 1. A existência e a autoria da contravenção penal de vias de fato restaram devidamente comprovadas, especialmente pela prova oral, notadamente as declarações da vítima, firmes e seguras em relatar as agressões sofridas, de modo que se inviabiliza a absolvição. Como já firmado em nossa Jurisprudência, a palavra da vítima reveste-se de crucial importância nos crimes ocorridos em um contexto de violência doméstica e familiar (HC 318.976/STJ), vez que, em regra, ocorrem na clandestinidade, portanto, sem a presença de outras pessoas, que não os envolvidos. 2. Afastamento da agravante do artigo 61, II, f, do Código Penal, que não impera, em razão de não se tratar de elementar da infração penal de vias de fato, pelo que devidamente reconhecida pelo Juízo a quo na dosimetria da pena, tendo em vista a prática de violência doméstica contra a mulher. 3. Se todas as circunstâncias judiciais são favoráveis ao condenado, impõe-se a aplicação de, somente, a pena de multa prevista para o tipo penal. 4. Gratuidade de justiça cuja competência para análise é do Juízo da Execução, tendo sido imposta corretamente, a teor do artigo 804, do Código de Processo Penal, c/c verbete nº 74, da Súmula deste Egrégio Tribunal. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Sustenta o recorrente violação do art. 17, da Lei 11.340/2006, ao argumento de ser vedada a aplicação isolada da pena de prestação Documento: 1701845 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/05/2018 Página 3 de 6

pecuniária, multa ou congênere, no caso de violência doméstica e familiar conta a mulher. Requer, assim, a reforma do acórdão recorrido, para que seja restabelecida a sentença. Contra-arrazoado e admitido na origem, manifestou-se o Ministério Público Federal pelo provimento do recurso. É o relatório. Decido. Consta dos autos que o recorrido foi condenado à pena de 17 dias de detenção pela prática da contravenção penal prevista no art. 21, do Decreto-Lei 3.688/41, c/c art. 61, II, f, do Código Penal, na forma da Lei 11.340/06, em regime aberto, tendo o Tribunal de Justiça dado parcial provimento à apelação da defesa, para afastar a pena privativa de liberdade e aplicar somente a pena de multa, manifestando-se, nos seguintes termos (fl. 127): Entretanto, considerando que todas as circunstâncias judiciais foram consideradas, na sentença, favoráveis ao ora apelante, impunha-se a aplicação de, somente, a pena de multa alternativa prevista para o tipo penal em análise, porque mais favorável ao réu, razão pela qual fixo apenas de multa equivalente a 10 DM, que aumentada de 1/6 pela agravante acima citada resulta em 11 DM. O entendimento firmado pelo Tribunal a quo, entretanto, está em dissonância com o desta Corte, que veda a aplicação de pena pecuniária, em se tratando de violência doméstica ou familiar, contra a mulher: o legislador vedou toda e qualquer hipótese de aplicação isolada de pena de multa ou de outra prestação pecuniária, independentemente de ser substitutiva ou não, nos casos de violência doméstica. Ao editar referida norma, objetivou impedir que a integridade da mulher fosse trocada por dinheiro (REsp 1.626.556/RJ, REL. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA) em observância, pois, ao disposto no art. 17 da Lei 11.340/2006, que afasta a possibilidade de imposição isolada da multa nos casos de violência doméstica, in verbis: Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. Ainda nesses termos: PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. APLICAÇÃO AUTÔNOMA DA PENA DE MULTA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 17 DA LEI N. 11.340/2006. Esta Corte entende no sentido de que "[q]uando o delito envolver violência doméstica, não é possível a aplicação exclusiva da pena de multa, cestas básicas ou prestação pecuniária" (AgRg no REsp n. 1.669.722/SP, Sexta Turma, Relª. Minª. Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 31/8/2017). Documento: 1701845 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/05/2018 Página 4 de 6

Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1676725/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19/09/2017, DJe 11/10/2017) PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. OFENSA AO ART. 212, P. Ú., DO CPP. FORMULAÇÃO DE PERGUNTAS PELO JULGADOR. POSSIBILIDADE. NULIDADE RELATIVA. NÃO DEMONSTRAÇÃO DO PREJUÍZO. RETIRADA DO RÉU DA SALA DE AUDIÊNCIA. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO EXCLUSIVA DA PENA DE MULTA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 17 DA LEI N. 11.340/2006. CONTINUIDADE DELITIVA. MATÉRIA NÃO ANALISADA NOS PRESENTES AUTOS. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. [...] 4. Quando o delito envolver violência doméstica, não é possível a aplicação exclusiva da pena de multa, cestas básicas ou prestação pecuniária. [...] 6. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1669722/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 31/08/2017) Ante o exposto, com fundamento no art. 932 do Código de Processo Civil e art. 3º do Código de Processo Penal, dou provimento ao recurso especial para afastar a aplicação da pena isolada de multa, restabelecendo, pois, a sentença. Publique-se. Intimem-se. A despeito das razões apresentadas, o agravante não trouxe argumentos capazes de reformar a decisão agravada. Embora o art. 21 da Lei das Contravenções Penais preveja a pena de multa, alternativamente à prisão, tal cominação não se aplica às hipóteses em que a agressão ocorrer no âmbito da violência doméstica, conforme previsão legal expressa em lei específica: É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa (art. 17 da Lei 11.340/2006). Desse modo, mantenho a decisão por seus próprios fundamentos. Ante o exposto, voto pelo improvimento do agravo regimental. Documento: 1701845 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/05/2018 Página 5 de 6

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEXTA TURMA Número Registro: 2017/0271512-9 AgRg no REsp 1.705.399 / RJ MATÉRIA CRIMINAL Números Origem: 00015773420168190006 201725401369 PAUTA: 19/04/2018 JULGADO: 19/04/2018 Relator Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. MOACIR MENDES SOUSA Secretário Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA AUTUAÇÃO RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RECORRIDO : JULIO CESAR DA CONCEICAO ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ASSUNTO: DIREITO PENAL - Contravenções Penais AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : JULIO CESAR DA CONCEICAO ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Maria Thereza de Assis Moura, Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: 1701845 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/05/2018 Página 6 de 6