PRIMEIRO RELATÓRIO PARA BOLSA DE GRADUAÇÃO

Documentos relacionados
RELATÓRIO FINAL DE BOLSA DE GRADUAÇÃO

PRIMEIRO RELATÓRIO PARCIAL DE BOLSA DE GRADUAÇÃO

RELATÓRIO PARCIAL DE AUXÍLIO À PESQUISA Período 02/05/2016 a 02/11/2016

RELATÓRIO FINAL DE BOLSA DE GRADUAÇÃO

RELATÓRIO PARCIAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

RELATÓRIO PARCIAL DE AUXÍLIO DE PESQUISA

RELATÓRIO PARCIAL DE AUXÍLIO À PESQUISA Período 02/01 a 02/05/2016

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE EVENTO

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE EVENTO. Nome do Evento: III Dia de Campo de Inverno Sistemas Integrados de Produção Agropecuária em Terras Baixas

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE EVENTO. Nome do Evento: II Dia de Campo de Verão Sistemas Integrados de Produção Agropecuária em Terras Baixas

Sistemas de ILPF no Bioma Pampa. Jamir Luís Silva da Silva, Embrapa Clima Temperado

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS AGROPECUÁRIOS DE BAIXO CARBONO. Cimélio Bayer Depto Solos/Fagro/UFRGS

Sistema Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária em Mato Grosso do Sul


AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA- PESCA E AQUICULTURA FUNDAÇÃO AGRISUS RELATÓRIO PARCIAL-01/10/2016

Manejo de Precisão: Rotação de Culturas. Engº Agrº Dr. Antônio Luis Santi

O manejo da matéria orgânica esta adequado visando a sustentabilidade dos sistemas de produção? Julio Franchini Henrique Debiasi

Sistemas de Cultivo e Rotação de Culturas para o Algodoeiro do Oeste da Bahia. Julio Cesar Bogiani Pesquisador da Embrapa Algodão

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

Quantidade de resíduos vegetais. Espécies vegetais, e sistemas de cultivos.

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO MISTOS: GRÃOS, CULTURA DE COBERTURA E PECUÁRIA,

VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA DE PRODUÇÃO SOJA- MILHO SAFRINHA 1.INTRODUÇÃO

Temática Integração lavoura-pecuária-floresta

INTEGRAÇÃO LAVOURA- Prof. Dr. Gelci Carlos Lupatini. UNESP Campus Experimental de Dracena 8200

CONSORCIO DE MILHO COM BRACHIARIA BRINZANTHA

MANEJO DE NUTRIENTES NO ALGODOEIRO Solos de Goiás

Recria Intensiva em sistemas de ILP(F).

FERTILIDADE E MANEJO DE SOLOS. Prof. Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal

DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE PALHA DE MILHO, AVEIA E NABO FORRAGEIRO EM SISTEMA CONVENCIONAL E PLANTIO DIRETO

DESEMPENHO DA SOJA CULTIVADA SOB SISTEMA DE SULCO/CAMALHÃO EM ÁREA DE ARROZ IRRIGADO NA REGIÃO DA CAMPANHA/RS

Fundação de Apoio e Pesquisa e Desenvolvimento Integrado Rio Verde

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais Curso de Zootecnia Disciplina de Manejo e fertilidade do Solo ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Banco do Brasil e o Agronegócio. Fevereiro 2012

O SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA NO CERRADO: SUPERANDO AS DIFICULDADES

ESTRATEGIAS DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA (ILP) NA REGIÃO SUL DO BRASIL. IVONEI SANDRO LIBRELOTTO

MANEJO DA PASTAGEM DE INVERNO AFETANDO FITOMASSA REMANESCENTE, COBERTURA DO SOLO, PLANTAS DANINHAS E RENDIMENTO DE CULTURAS 1.

Oportunidades de Otimização do Sistema com Produção Animal

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PARTICIPAÇÃO EM EVENTO RESUMO DA PARTICIPAÇÃO

Gessi Ceccon, Luís Armando Zago Machado, (2) (2) (3) Luiz Alberto Staut, Edvaldo Sagrilo, Danieli Pieretti Nunes e (3) Josiane Aparecida Mariani

MANEJO DO SOLO EM SISTEMA DE ILPF

Análise do Custo de produção por hectare de Milho Safra 2016/17

Centro de Ciências Agrárias Dom Pedrito Curso de Zootecnia. Forrageiras II. ILP Integração Lavoura- Pecuária

Correção da acidez subsuperficial no plantio direto pela aplicação de calcário na superfície e uso de plantas de cobertura e adubação verde

MILHO PARA SILAGEM E SEU EFEITO SOBRE O MANEJO DO SOLO. Dr. Rodrigo Pizzani

Avaliação de cobertura de solo em sistemas intensivos de cultivo 1

GESTÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA VISANDO SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO E USO EFICIENTE DE NUTRIENTES. Cimélio Bayer Manejo de Solos - UFRGS

Consórcio Milho-Braquiária

DINÂMICA DO POTÁSSIO NO SISTEMA SOJA-MILHO EM ÁREA DE ALTA PRODUTIVIDADE EM SORRISO-MT.

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

DISPONIBILIDADE DE MACRONUTRIENTES EM LATOSSOLO APÓS O USO DE ADUBAÇÃO VERDE

MANEJO DA PASTAGEM ANUAL DE INVERNO AFETANDO A EMERGÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO EM SUCESSÃO 1. INTRODUÇÃO

ATIVIDADES ECONÔMICAS NO ESPAÇO RURAL

¹ Bacharelando em Agronomia DCA/IFMG/Bambuí ² Prof. DSc. Forrragicultura e Pastagens Orientador DCA/IFMG/ Bambuí

Resumo Expandido. Título da Pesquisa: UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA NA FERTILIZAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS DO GÊNERO BRACHIÁRIA

ISSN do Livro de Resumos:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

NOTA TÉCNICA O BENEFÍCIO DO CAPIM NA PRODUÇÃO DE GRÃOS

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

Principais problemas da pecuária na Amazônia

Ocorrência de artrópodes em área recuperada com o Sistema de Integração Lavoura- Pecuária 1. Paulo A. Viana 2 e Maria C. M.

Agropecuária. Estimativas Emissões GEE

No contexto da integração lavoura-pecuária, a ciclagem

Corretivos Adubos e Adubações. Prof. ELOIR MISSIO

MICHELLE TRAETE SABUNDJIAN

Atributos químicos do solo sob diferentes tipos de vegetação na Unidade Universitária de Aquidauana, MS

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

Como hacer mas eficiente la mejora en el uso del N

Manejo de solo e de plantas de cobertura. Madalena Boeni

FORUM PERMANENTE DE MONITORAMENTO DE TEMPO E CLIMA PARA A AGRICULTURA DO RS. Reunião de 10 de janeiro de 2000

ROTAÇÃO DE CULTURAS - PRÁTICA AGRÍCOLA BUSCA ALTERNAR MESMA ÁREA, DFRENTES CULTURAS SEQUÊMCIAS, CONFORME PLANO PRÉVIO DEFINIDO.

INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA NO NORTE DO PARANÁ

Henrique Pereira dos Santos 1 ; Renato Serena Fontaneli 2 ; Silvio Tulio Spera 3 & Jane Rodrigues de Assis Machado 4

Emissão de GEEs em Sistemas Integrados.

Alternativas para o estabelecimento de pastagens e/ou melhoramento de pastagens

SILAGEM DE CEREAIS FORRAGEIROS

Relatório Técnico Parcial de Projeto - PROCESSO AGRISUS N 1151/13

A Integração Lavoura-Pecuária no contexto dos campos sul-brasileiros: a visão da Embrapa Pecuária Sul

MANEJO DE RESTOS CULTURAIS DE MILHO PARA PLANTIO DIRETO DE TRIGO. Resumo

PRODUÇÃO DE GRÃOS E DECOMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS CULTURAIS DE MILHO E SOJA EM FUNÇÃO DAS PLANTAS DE COBERTURA

PRODUÇÃO DE CULTIVARES DE AZEVÉM NO EXTREMO OESTE CATARINENSE. Palavras-chave: Lolium multiflorum L., Produção de leite, Pastagem de inverno.

Clique para editar o título mestre

Decomposição da biomassa da braquiária e fonte de N no consórcio com cafeeiro

Balanço de nutrientes em sistemas de produção soja-milho* Equipe Fundação MT Leandro Zancanaro

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

RECOMENDAÇÃO DE CULTIVARES CULTIVOS CONSORCIADOS 08/04/2013

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA. Alvadi Antonio Balbinot Junior Julio Franchini Henrique Debiasi Engenheiros Agrônomos, pesquisadores da Embrapa Soja

Espécies Vegetais para Cobertura de Solo no Cerrado de Mato Grosso

CEP , Aquidauana, MS. 3 UNESP Ilha Solteira, Rua 3, nº 100, CEP , Ilha Solteira, SP.

VIABILIDADE ECONÔMICA DO ALGODÃO NO SISTEMA DE PRODUÇÃO ATUAL E ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA A CULTURA

Produção e Composição Bromatológica de Cultivares de Milho para Silagem

Desempenho do Consórcio Milho-braquiária: Populações de Plantas e Modalidades de Semeadura de Urochloa brizantha cv. Piatã

VALORES DE FÓSFORO, CÁLCIO, MAGNÉSIO, OBTIDO NA PLANTA DO MILHO SEM ESPIGAS EM CONSÓRCIO COM FORRAGEIRAS 1.

VAGNER DO NASCIMENTO. UNESP / Ilha Solteira (SP)

Manejo de plantas de cobertura para sistemas agrícolas de alta produtividade

Cobertura do solo e ocorrência de plantas daninhas em área com diferentes rotações entre soja, milho, pastagem e Sistema Santa-fé

Agronego cio ALTERNATIVAS PARA MANTER E AMPLIAR A COMPETITIVIDADE DO AGRONEGÓCIO GAÚCHO

Transcrição:

PRIMEIRO RELATÓRIO PARA BOLSA DE GRADUAÇÃO Projeto Agrisus No:723/6 Título da Pesquisa: SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA PARA A SUSTENTABILIDADE ORIZÍCOLA EM TERRAS BAIXAS NO RIO GRANDE DO SUL Interessado (Coordenador do Projeto): IBANOR ANGHINONI Bolsista de Graduação: THAIANE JESKE Instituição: Departamento de Solos Faculdade de Agronolmia/UFRGS Tel: 5 3308 6043 E:mail: ibanghi@ufrgs.br Local da Pesquisa: No campo: Fazenda Corticeiras, Cristal RS Em laboratório: Pesquisa em Química e Fertilidade do Solos Faculdade de Agronomia/UFRGS Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 4.800,00 Vigência do Projeto: 0/04/205 a 3/03/206 Relatório Parcial: Período de 0/04 a 30/09/205. RELATÓRIO PARCIAL DA PESQUISA: 0/04 a 30/9/206.. INTRODUÇÃO O foco principal do projeto está na formatação, para o ambiente de terras baixas, de sistemas integrados de produção agropecuária, tendo em vista a sustentabilidade, no médio e longo prazo, das atividades agropecuárias na metade Sul do RS. Atualmente, o meio rural nessa região do Estado é excessivamente dependente da cadeia produtiva do arroz e, portanto, de alto risco, pela volatilidade dos preços pagos ao produtor nos últimos anos. A orizicultura gaúcha ocupa hoje,2 milhão de hectares, o que representa 63% da produção nacional do cereal e gera mais de 200 mil empregos diretos e indiretos. A principal questão prática desse projeto visa combater a crescente descapitalização dos produtores de arroz no Estado, pelo esgotamento das fontes de financiamento a juros baixos para a produção agrícola e pecuária e sua comercialização. O binômio de produção arroz irrigado-pecuária extensiva é pouco diverso e de alto risco, também determinado pela dominância do sistema de arrendamento, gerando receita única para os parceiros: carne ao proprietário e arroz ao arrendatário. Por outro lado, a principal questão científica deste trabalho é a oportunidade de explorar sinergismos e propriedades emergentes, frutos de interações nos compartimentos solo-planta-animal-atmosfera de áreas que integram atividades de produção agrícola e pecuária continuadas, no tempo. Assim, ao longo do trabalho e no contexto da multi-inter-disciplinaridade, são desenvolvidas diversas ações nas temáticas que envolvem o manejo de plantas forrageiras, a produção e o comportamento animal, o manejo e a produção de grãos, características e propriedades do solo e rendimento do sistema, com o gerenciamento dos pesquisadores envolvidos

2. MATERIAIS & MÉTODOS O trabalho em tela é de natureza público-privada, envolvendo a UFRGS, o IRGA, a Embrapa Pecuária Sul (Bagé RS) e Terras Baixas (Pelotas RS), a Fazenda Corticeiras o Serviço de Inteligência no Agronegócio (SIA) e a Empresa Integrar Gestão e Inovação Agropecuária e se refere a uma plataforma de pesquisa que foi iniciada em março de 203, no município de Cristal RS, distante de 60 km de Porto Alegre. Trata-se de um trabalho de longa duração (até junho de 2023) em uma área de 8 hectares e aborda sistemas de produção agrícola (arroz irrigado, soja e milho) e pecuária (bovinos de corte) em pastejo de inverno (azevém e/ou trevo branco + cornichão) e de verão (campo de sucessão e capim sudão). Os sistemas em estudo envolvem as variáveis diversidade e intensidade de modo a representar modelos de produção para os diferentes cenários nas terras baixas no Rio Grande do Sul, tendo o arroz como a cultura de referência. Os seguintes sistemas de produção são utilizados:. Sistema padrão (arroz-pousio); 2. Sucessão rápida, com baixa diversidade, 3. Rotação rápida, com moderada diversidade; 4. Rotação lenta, com alta diversidade; e 5. Rotação lenta, com baixa diversidade, conforme apresentado na Figura, do Projeto anteriormente enviado. A pesquisa desenvolvida pela bolsista está relacionada ao Estudo 4. Ciclagem de nutrientes nos sistemas integrados de produção, do Projeto em tela. Os objetivos deste estudo são: a) quantificar a quantidade de nutrientes que ciclam em cada ciclo de cultivo nos diferentes sistemas integrados produção agropecuária; e b) avaliar a taxa de liberação de nutrientes dos resíduos do pastejo e das culturas de verão para as pastagens cultivadas em sucessão e vice-versa. As atividades da bolsista, conforme descrito nos Relatório Mensais, foram desenvolvidas dentro do Programa de Atividades contidos na solicitação da bolsa e constaram de: a) Acompanhamento do desenvolvimento e colheita dos cultivos comerciais (arroz/soja/milho) e da pastagem de verão (capim sudão e campo de sucessão) e do pastejo animal; b) Coleta do esterco e dos cultivos de verão para preparação dos sacos de decomposição (Litter bags), com posterior manipulação e secagem em laboratório; d) Coleta de amostras de solo e sua preparação e análises química para conhecer a evolução da fertilidade ao longo do tempo; e d) Distribuição dos sacos de decomposição na instalação das pastagem de inverno com posterior coleta periódica durante o ciclo de pastejo, para posterior coleta ao longo do tempo visando a sua decomposição e liberação dos nutrientes para o ciclo seguinte. Como atividades adicionais ao que consta no Cronograma de Atividades, a bolsista se envolveu na análise e interpretação dos dados do ciclo anterior de pastejo (inverno de 205), ao mesmo tempo que acompanhava os trabalhos em realização nos demais estudos.. 3. ESULTADOS PARCIAIS E SUA DISCUSSÃO As culturas de verão (safra 205/6), que não foram pastejadas (Sistema ) apresentaram a menor produção total de matéria seca total e residual ao longo do ciclo de cultivos de inverno. Já, os cultivos azevém solteiro de inverno pastejado antecedido de arroz apresentou maior produção total de biomassa vegetal em relação ao Sistema, porém menor do que os sistemas que tiveram cultura antecedente de soja-arroz e capim sudão arroz, ambos compostos de azevém em consorciação com trevo e cornichão (Sistemas 3 e 4), sendo estes menores do que o sistema em pastejo no inverno e verão em campo de sucessão (Sistema 5). Entretanto, os resíduos remanescentes dos Sistemas a 4 foram semelhantes, porém menores do que o Sistema 5 (Figura ).

Figura. Produção total e residual dos cultivos de verão nos diferentes sistemas de produção em terras baixas em 205/6. Embora sejam contabilizados o aporte de esterco dos animais nos sistemas em que são pastejados (S2 a S5), o aporte total de resíduo da parte aérea foi maior quando foi inserido o cultivo do arroz (S2, S3 e S4). Sendo assim, os sistemas de pastagem anual que não apresentavam a perenização, apresentaram quantidade de resíduo vegetal no final do inverno variando entre 0,7 e,5 t ha -, os quais são comparados ao manejo do pastejo intensivo nas terras altas. Os menores valores de produção de biomassa total no inverno em monocultivo de arroz seguido de pousio e com revolvimento de solo (S), resultam em pouca cobertura vegetal, o que aliado à desestruturação do solo pelo revolvimento, principalmente no inverno que concentra as maiores precipitações, são fatores determinantes para a erosão e potencializar as perdas de solo e de nutrientes. Em relação a cinética do processo de decomposição, em todos os sistemas, o resíduo das coberturas de inverno (resteva, azevém e azevém + trevo branco) apresentaram um padrão semelhante com uma rápida decomposição inicial seguida de uma mais lenta (Figura ). Aos 26 dias do início da decomposição dos sacos colocados no campo, a MSR era de 26, 25, 9 e 44 % para os Sistemas, 2, 3 e 4, respectivamente. Este resultado não representa o que se esperava, uma vez que o Sistema 4 inclui consórcio de azevém e trevo branco (Figura ). No entanto, a cultura sucessora no Sistema 4 naquela safra foi a soja, e os demais foram cultivados com arroz irrigado. Além do compartimento lábil não ser influenciado pela hipóxia (arroz irrigado), principalmente em fase inicial, a lâmina de água solubiliza os compostos dessa fração e os lixivia com maior facilidade. Isso fez com que

essa fração diminui mais rapidamente nos resíduos colocados nas parcelas cultivadas com arroz irrigado. Ainda que houvesse diferença no compartimento lábil, aos 47 dias, a MSR foi semelhante (média 5 %) em todos os sistemas (Figura 2). 20 MS remanescente (%) 00 80 60 40 20 S - Resteva S2 - Azevém S3 - Azevém S4 - Azevém + Trevo branco 0 0 20 40 60 80 00 20 40 60 Tempo (dias) Figura 2. Matéria seca remanescente de diferentes pastagens hibernais em cultivos de verão em sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) em terras baixas. Os cultivos foram: S- Arroz; S2- Arroz; S3- Arroz; S4- Soja, em terras baixas, na safra 204/205. Os dados de concentração de nutrientes nos sacos de decomposição, que descrevem a taxa de liberação de nutrientes no tempo desse ciclo foram analisados, mas ainda não consolidados. Os teores dos nutrientes analisados nas culturas do ciclo de verão safra 205/6 (Tabela ) variaram, como era de se esperar, com a espécie e a parte analisada. Esses dados aliados à quantidade de biomassa residual desses cultivos determinam a quantidade potencial da ciclagem desses nutrientes (Tabela 2).

Tabela. Matéria seca e quantidades de nutrientes cultivos de verão em sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) em terras baixas na safra 205/6 Sistema Cultivo Material C N P K Ca Mg ----------------------- kg Mg - ----------------------- S Arroz PA 437 4,9 0,9 8,2 3,0,3 Casca 46 3,0 0,5 2,2 0,5 0,6 Grão 406 0,6 3,8,7 0,0,9 S2 Arroz PA 442 5,0, 9,2 2,7,3 Casca 378 2,9 0,7 2,2 0,4 0,6 Grão 409,3 3,9,7 0,0,9 S3 Soja Folha 439 25,0 2,2 9,7 4,4 4,6 Pedicelo 409 7,4,8 2,4 3, 5,0 Haste+vagem 434 5,3 0,8 5,7 5,8 5,0 Grão 507 58,3 6,3 9,2 2,2 3,0 S4 Milho PA 424 4, 0,7,3,3,4 Grão 432 5,4 4, 4,2 0,0,5 Papuã PA 402 8,6,9 20,2 2,3 3,7 S5 Vegetação esp. PA 397 0,8 2,5 3,7 2,0 2,2 Sistemas: S. Monocultivo de arroz-pousio (testemunha, com preparo de solo); S2. SIPA arroz-gado de corte; S3. SIPA em rotação soja/arroz gado de corte; S4. SIPA, em rotação pastagem cultivada/soja gado de corte; S5. Pastagem cultivada e pastagem natural. Sistema 2 a 5 em semeadura direta.

As quantidades de nutrientes acumuladas nos resíduos das culturas de verão (safra 205/6) são variáveis entre os sistemas, com as espécies componentes e com a parte da planta considerada (Figura 2). Tabela 2. Matéria seca e quantidades de nutrientes nos resíduos das culturas em sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) em terras baixas Sistema Cultivo Parte planta MS residual C N P K Ca Mg Mg há - ------------------------ kg ha - ------------------------ S Arroz PA 5,2a 2283 26 4,8 95,3 5,9 6,9 Casca,88 783 6 0,9 4,2,0, Grão 6,98 2837 74 26,5,7 0, 3, S2 Arroz PA 6,43 2842 32 7, 23,4 7, 8,6 Casca 2,04 770 6,4 4,6 0,8,3 Grão 7,57 3098 86 29,7 2,7 0,0 4,5 S3 Soja Folha 0,9 402 23 2,0 8,9 3, 4,2 Pedicelo 0,49 200 4 0,9 6, 6,4 2,4 Haste+vagem 2,69 69 4 2,3 5,2 5,6 3,4 Grão 3,46 753 202 2,7 66,5 7,5 0,4 S4 Milho PA 3,93 664 6 2,6 44,2 5,0 5,5 Grão 4,92 228 76 20,4 20,9 0,0 7,6 Papuã PA 6,9 2777 60 2,9 39,5 6,0 25,4 S5 Vegetação esp. PA 4,0 630 44 0,3 56,2 8,3 8,9 Sistemas: S. Monocultivo de arroz-pousio (testemunha, com preparo de solo); S2. SIPA arroz-gado de corte; S3. SIPA em rotação soja/arroz gado de corte; S4. SIPA, em rotação pastagem cultivada/soja gado de corte; S5. Pastagem cultivada e pastagem natural. Sistema 2 a 5 em semeadura direta. A taxa de decomposição dos resíduos depende de sua composição em carbono e nitrogênio (expressa pela relação C:N) e dos teores de lignina, hemicelulose e celulose (expresso pelo índice ligno-celulósico), que são muito variáveis entre os resíduos das culturas de primavera/verão (205/6) (Tabela 3), que vão determinar a cinética de liberação dos nutrientes. Tabela 3. Características dos resíduos das culturas em sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) em terras baixas na safra 205/206 Siste mas Parte aérea Car bono Nitro gênio Relação C:N Lig nina Hemicelulose Celu lose Índice lignocelulósico ------- g kg - -------- -------------- % ----------------------,2 Arroz 438 4.5 04 4 26 38 0.0 3 Soja (folha) 439 25.0 8 2 5 4 0.45 3 Soja (haste+vagem) 434 5.3 82 4 9 4 0.25 4 milho 424 4.0 06 4 38 36 0.0 5 Campo de sucessão 398 0.8 37 5 36 28 0.4 Índice lignocelulósico = lignina / (lignina / celulose). O resíduo da soja (folha e haste + vagem) apresentou cinética do processo de decomposição diferenciada, sendo mais rápida no começo, seguida de uma mais lenta (Figura 3). Além da fração lábil da haste+vagem tenha sido menor nesse compartimento, a taxa de

decomposição dessa fração foi também menor que a da folha (Tabela 3). No entanto, a folha senesceu e caiu em torno de 30 dias antes da colheita e apresentou um tempo de meia vida de somente 22 dias para o compartimento lábil. Isto ressalta a importância do sistema planta-colhe, diminuindo o período entre o cultivo e a pastagem sucessiva. Embora a folha da soja apresente um alto índice lignocelulósico (LCI) (Tabela 3), o N não é limitante, pois a fração lábil é rapidamente decomposta e o C imobilizado temporariamente pelos microrganismos. A fabácea apresenta alta eficiência de uso do carbono pelos microrganismos, incorporando-o à matéria orgânica do solo. Já o arroz apresenta relação C/N da parte aérea maior que a da soja (Tabela 3), necessitando maior quantidade de N para decompor o resíduo. 20 MS remanescente (%) 00 80 60 40 Arroz (S) Arroz (S2) Arroz (S3) Soja C+V (S4) Soja Folha (S4) 20 0 0 50 00 50 200 250 Tempo (dias) Figura 3. Matéria seca remanescente de diferentes cultivos de verão em pastagem hibernal, em sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA), em terras baixas em 205. As pastagens de inverno foram: S- Resteva do arroz com revolvimento do solo; S2 Azevém (Az); S3 Az; S4 Az+trevo branco (TB); S5 Az+TB+cornichão. Os sitemas S2, S3, S4 e S5 em pastejo. Tabela 4. Parâmetros dos modelos ajustados (simples e duplo) aos valores medidos de matéria seca remanescente, constantes de decomposição (ka e kb) e tempo de meia vida (t/2) de cada compartimento e valores de R 2 em cada sistema em sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) em terras baixas Matéria seca remanescente (MSR) t/2 Sistema Cultivo Biomassa Comp. A ka kb A 00-A R 2 % ----- dia - ----- ----- dias ----- Arroz Parte aérea (PA) 99. a (2) 0.003 c 220 a 0.93 2 Arroz PA 99.5 a 0.004 c 56 b 0.99 3 Arroz PA 98. a 0.005 c 46 b 0.99 4 Soja Haste + vagem 29.6 b 0.075 a 0.003 9 c 27 0.99 5 Soja Folha 65.0 c 0.032 b 0.00 22 c 495 0.96 MSR = A e (-kat) + (00-A) nos tratamentos 4 e 5; MSR = A e (-kat) + (00-A) e (-kbt) nos tratamentos e 2. 2 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey, p<0,05).

O processo de obtenção dos dados está dentro das expectativas, mas ainda são parciais. Isto, porque se trata de um experimento de longa duração, com Sistemas de Produção que envolvem os fatores intensidade e diversidade de cultivos, representando cenário de produção agrícola em terras baixas. Para isso, este estudo objetiva avaliar a taxa de decomposição e de liberação de nutrientes dos resíduos do pastejo e das culturas comerciais, assim como determinar a influência desses sistemas na ciclagem e no balanço de nutrientes dos ciclos de cultivos e pastejo em terras baixas, cujo primeiro ciclo está sendo encerrado no ciclo primavera-verão 206/7. 3. CONCLUSÕES Os objetivos finais do presente trabalho (Estudo 4. Ciclagem de nutrientes nos sistemas integrados de produção) é determinar a quantidade de resíduos das culturas nos cinco sistemas de produção e a cinética de liberação de vários nutrientes (C, N, P, K, Ca e Mg) que somente serão obtidos ao final de dois ciclos completos outono-inverno e primavera-verão que se encerram em maio do corrente ano. A partir desses dados poder-se-á determinar a quantidade de nutrientes contidos nos resíduos que vão ser liberados para a próxima safra e que não são detectados nas análises de solo. 4. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS As dificuldades encontradas se referem ao pouco conhecimento e prática de cultivar espécies de sequeiro em solos de terras baixas, caracterizados pela má drenagem, especialmente em anos de chuvas abundantes (Fenômeno de El Niño), como ocorreu na safra 205/6 e, apesar das previsões de ocorrência de La Niña para o presente ciclo (206/7), as chuvas tem sido abundantes e criando muitas dificuldades, especialmente no manejo da palha em altas quantidades, como é o caso da pastagem de outono inverno (mormente azevém) no período outono-inverno e de arroz, no período primavera-verão. Em 23/0/207 Ibanor Anghinoni Coordenador