Estudo comparativo entre bases de



Documentos relacionados
s:

MANUAL PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO ANEXO I RENAVAM - VEÍCULOS IMPORTADOS

Conteúdo. 18. Trator De Rodas Trator Esteiras Trator Misto... 13

Inventário de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores do Estado do Rio de Janeiro

Utilização de óleo diesel e emissões de CO 2 por veículos rodoviários pesados

RELATÓRIO DA FROTA DE VEÍCULOS ATÉ 2013

RESOLUÇÃO Nº 14/98 (com as alterações das Resoluções nº 87/99, nº 228/07, nº 259/07 e nº 279/08)

Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Geral 2012

PORTARIA N º 96, DE 28 DE JULHO DE 2015.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

RESOLUÇÃO Nº 157, DE 22 DE ABRIL DE 2004

Estimativa de emissões de poluentes e GEE em frotas: Aplicação Prática.

IPVA. Art Compete aos Estados e ao


ILMO. SR. SUPERINTENDENTE DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS DA AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES ANTT.

Denatran adia fiscalização de novos extintores para início de abril

Clique para editar o estilo do título mestre

PROJETO DE LEI N.º 761, DE 2011 (Do Sr. Padre Ton)

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

O maior portfólio de serviços logísticos do Brasil. Impacto da Idade Média da Frota de Veículos no Brasil

Resolução CONAMA nº 252, de 01 de fevereiro de 1999

A importância da eficiência energética para redução de consumo de combustíveis e emissões no transporte de cargas e passageiros

Condições Gerais - Assistência Motocicleta

SEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia Av Luiz Viana Filho, 435-4ª avenida, 2º andar CAB CEP Salvador - Bahia Tel.

I Respeitar as classificações de veículos previstas na Tabela constante no Anexo I desta Resolução;

RESOLUÇÃO Nº 291, DE 29 DE AGOSTO DE 2008 (com as alterações da Resolução nº 369/10 e Portaria Denatran nº 279/10)

RESOLUÇÃO Nº 201/06 LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Bruno Maiolli Razera 1 ; Paulo Giovani Basane 2 ; Renan Vinicius Serbay Rodrigues 3 ; José Hilton Bernardino de Araújo

RESPOSTA TÉCNICA. Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto caminhões e ônibus

Câmara dos Deputados. Audiência Pública da Comissão Especial sobre o PL 1013-A/11 (motores a diesel para veiculos leves) Alfred Szwarc

NUMERO N 1 INTRODUCAO

Pesquisa sobre bens a serem ativados Contabilizados no Ativo Imobilizado

COAGULANTE QUÍMICO SULFATO DE ALUMÍNIO PARA O TRATAMENTO DO EFLUENTE ORIGINADO DA LAVAGEM DE VEÍCULOS

RESOLUÇÃO Nº 027/2016. O Secretário Municipal de Transportes, no uso das suas atribuições legais, e

ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DE GESTÃO E PLANEJAMENTO SUPERINTENDENCIA DE SUPRIMENTOS E LOGÍSTICA GERÊNCIA DE FROTAS

Balanço Energético Nacional Manual do Sistema de Coleta de Dados para o BEN 2012

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA IM-SP:

PROGRAMA DE INSPEÇÃO VEICULAR AMBIENTAL DA PREFEITURA DE SÃO PAULO. Marcio Schettino

HOME AGENDA DO TRC LEGISLAÇÃO PEDÁGIO PISOS SALARIAIS INDICADORES AET CLASSIFICADOS CONTATO

ANÁLISE DO PADRÃO DE POLO GERADOR DE VIAGENS EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR NO INTERIOR DO NORDESTE

NOTA CEMEC 07/2015 FATORES DA DECISÃO DE INVESTIR DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS UM MODELO SIMPLES

RHLC - Principais alterações introduzidas pelo DL 138/2012

INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS POR VEÍCULOS AUTOMOTORES RODOVIÁRIOS DE CAMPO GRANDE/MS

Allan Kardec Duailibe Diretor

As avaliações sobre a evolução e o comportamento dos valores das

MANUAL DO USUÁRIO EXTERNO. Principais Objetivos do Sistema de Gerenciamento de Autorização Especial de Trânsito SIAET

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36

ALFREDO CARLOS ORPHÃO LOBO Presidente do Inmetro em Exercício

Resolução CONAMA nº 18, de 06/05/86 - Institui em caráter nacional o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE.

Um seguro de responsabilidade civil contra danos pessoais obrigatório, criado há 37 anos por Lei Federal (Lei n o 6.194/74).

ATUAÇÃO DA METROLOGIA LEGAL NO CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR POR VEÍCULOS AUTOMOTORES

Graduada de Ciência Sociais; Rua General Jardim, 522 CEP Vila Buarque São Paulo/SP; (11)

ESCLARECIMENTOS SOBRE A LEI DA BALANÇA

APRESENTAÇÃO SUMÁRIO BOLETIM MENSAL DOS COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS

Princípios da nova visão de Mobilidade Urbana Mobilidade Sustentável

Sala da Comissão, em de de Deputado Edinho Bez Relator

NOTA CEMEC 05/2015 INVESTIMENTO E RECESSÃO NA ECONOMIA BRASILEIRA : 2015: UMA ANÁLISE SETORIAL

Resultados do teste com o ônibus elétrico na cidade do Rio de Janeiro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Preço do etanol tem queda nas principais cidades de Santa Catarina

Nota Técnica n o 128 /SAB. Rio de Janeiro, 29 de abril de 2014

BRevê: uma metodologia objetiva de cálculo de emissões para a frota de veículos brasileira. Diana Maria Cancelli Nelson Luís Dias Lemma/UFPR

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DEGRADADA POR EFLUENTE INDUSTRIAL

PED ABC Novembro 2015

Termos e Condições dos Tours e Locações

9º ENTEC Encontro de Tecnologia: 23 a 28 de novembro de 2015

Munícipios de Santa Catarina apresentam queda nos preços da gasolina no mês de agosto de 2014

São Paulo, Outubro de André Luís Ferreira Carmen Araujo David Tsai

A ANP e a Resolução CONAMA 315/2002 Waldyr Luiz Ribeiro Gallo Assessor de Diretor - ANP

Projeto de Reaproveitamento de Resíduos de Óleo Vegetal e Criação da linha Rota dos Restaurantes

RESOLUÇÃO Nº 157, DE 22 DE ABRIL DE 2004 (com as alterações das Resoluções nº 223/07; nº 272/08 e nº 333/09)

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Especificação Técnica para Aquisição e Locação de Veículos, no âmbito da Administração Estadual

Plano de Negócios

PNEUS REFORMADOS AUTOMOTIVO e EMPRESAS DE REFORMAS DE PNEUS. Portarias Inmetro 227/2006, 272/2008, 444/2010 e 019/2012

Empilhadeiras. Orientação: Fernando Gabriel Eguia Pereira Soares

Os rumos dos investimentos. da infraestrutura. 17 nov 2006

n.º 1 A taxa de 23% passou para 21% Mantêm-se sem alteração as restantes taxas

Legislação de Trânsito

Índice. Orçamento 2016 APRESENTAÇÃO

Resolução 363/2010 (processo administrativo autuação)

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS Fedato Esportes Consultoria em Ciências do Esporte

DIVERSOS. I veículo de porte médio:

CÂMARA MUNICIPAL DE MANAUS DIRETORIA LEGISLATIVA

LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997

O Impacto de Padrões Avançados para Combustíveis e Veículos na Mortalidade Prematura e Emissões: Brasil no Contexto Global

CATEGORIA: Pôster Eixo Temático - Tecnologias

FROTA DE VEÍCULOS LEVES (milhões de veículos) PENETRAÇÃO DE VEÍCULOS (% população) IPIRANGA VOLUME DE VENDAS (mil m³) IPIRANGA EBITDA (R$ milhões)

ANEXO - I - MODELO DE CERTIFICADO DE REGISTRO

COMENTÁRIO DE DESEMPENHO

CHILE. 2. Classificação de veículos : 2.1. Veículos Leves Veículos Médios Veículos Pesados

Obras concluídas e licenciadas com decréscimo menos acentuado

Panorama do Mercado Brasileiro. Richard Nicolas De Jardin

ATIVO IMOBILIZADO

UTILIZADORES DE REDUTORES DE VAZÃO NA REDUÇÃO DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

SAÍDA DO MERCADO DE TRABALHO: QUAL É A IDADE?

IAS 38 Ativos Intangíveis

Meia Maratona Estrada Real 2014 e prova de 10Km

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Transcrição:

Diretoria de Engenharia e Qualidade Ambiental Departamento de Apoio Operacional Divisão de Emissões Veiculares Setor de Avaliação de Emissões Veiculares Estudo comparativo entre bases de Estudo comparativo entre bases de dados de frota do Estado de São Paulo para o cálculo das estimativas de emissões veiculares GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE CETESB COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

SILMARA REGINA DA SILVA MARCELO PEREIRA BALES Estudo comparativo entre bases de dados de frota do Estado de São Paulo para o cálculo das estimativas de emissões veiculares SÃO PAULO OUTUBRO/2014 CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo Av. Profº Frederico Hermann Júnior, 345 Alto de Pinheiros CEP 05459-900 São Paulo/SP

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABRACICLO ANFAVEA ANP ANTT CETESB DETRAN-SP IBAMA IEMA MMA PETROBRÁS PBT PBTC PROCONVE PRODESP Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Agência Nacional de Transportes Terrestres Companhia Ambiental do Estado de São Paulo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Instituto de energia e Meio Ambiente Ministério do Meio Ambiente Petróleo Brasileiro S/A Peso Bruto Total Peso Bruto Total Combinado Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1- Curvas de sobrevivência das categorias de veículos 8 Gráfico 2 - Comparativo entre as frotas de automóveis fornecidas pela ANFAVEAe DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 12 Gráfico 3 - Comparativo entre as frotas de comerciais leves do ciclo Otto fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 13 Gráfico 4 - Comparativo entre as frotas de comerciais leves movidos a diesel fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 14 Gráfico 5 - Comparativo entre as frotas de caminhões fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 15 Gráfico 6 - Comparativo entre as frotas de ônibus fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 16 Gráfico 7 - Comparativo entre as frotas de motocicletas fornecidas pela ABRACICLO e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 17 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição das categorias de veículos 7 Tabela 2 Composição das categorias de veículos base: ANFAVEA 10 Tabela 3 Composição das categorias de veículos base: DETRAN/SP 11

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 6 2 OBJETIVO 8 3 METODOLOGIA 9 3.1 DESCRIÇÃO DAS BASES DE DADOS 10 4 ANÁLISE DOS DADOS 12 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 17 REFERÊNCIAS 19

RESUMO O Ministério de Meio Ambiente instituiu um Grupo de Trabalho que publicou, em janeiro de 2011, o 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários. Uma das variáveis de um inventário de emissões veiculares é a composição da frota circulante da região estudada. Para subsidiar esse grupo a CETESB realizou, em setembro de 2012, um estudo comparativo entre, os dados de novos licenciamentos fornecidos pela ANFAVEA e ABRACICLO, os dados da frota circulante e os dados da frota licenciada do Estado de São Paulo. Este relatório apresenta essas comparações por categoria de veículos e conclui que existem diferenças que são de difícil identificação e a necessidade de homogeneização na definição das diversas categorias de veículos. Conclui ainda que é necessário revisar as curvas de sobrevivência e a metodologia para o cálculo da frota circulante. Palavras-chave: inventário de emissões, frota, emissões veiculares

1 INTRODUÇÃO O Ministério do Meio Ambiente instituiu um Grupo de Trabalho composto, além do próprio Ministério (MMA), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRÁS) e o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). Esse grupo de trabalho desenvolveu a metodologia e publicou, em janeiro de 2011, o 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários 1. Desde 2012 a CETESB publica o Relatório de Emissões Veiculares no Estado de São Paulo 2 e utiliza a mesma metodologia publicada no 1º Inventário Nacional 1. Para esse inventário é utilizada, entre outras variáveis, a estimativa da frota circulante da região estudada. Frota circulante é o conjunto de veículos que se espera estar circulando, não sendo necessariamente o que consta nos registros dos órgãos de trânsito. Neste relatório, a frota circulante será apresentada, separadamente, por categoria e combustível utilizado. A Tabela 1 apresenta as categorias utilizadas em 2012. 6

Tabela 1 - Distribuição das categorias de veículos utilizadas em 2012. Categorias Motor/Combustível Definição Automóveis Veículos Comerciais Leves Otto Otto Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Diesel Veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade para até oito pessoas, inclusive o condutor Veículo automotor destinado ao transporte de pessoas ou carga, com peso bruto de até 3.500 kg Motocicletas Otto Gasolina C Flex Fuel Veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car, dirigido em posição montada Caminhões Leves (3,5 t < PBT * < 10 t) Caminhões Médios (10 t < PBT < 15 t) Caminhões Pesados (PBT > 15 t) Diesel Veículo automotor destinado ao transporte de carga, com carroçaria, e PBT superior a 3.500 kg Ônibus Urbanos Ônibus Rodoviários Diesel Veículo automotor de transporte coletivo *PBT - peso bruto total A frota circulante é calculada aplicando-se a curva de sobrevivência 2, que é uma função que, para cada idade e categoria de veículos, apresenta a taxa de retirada de circulação em virtude de acidentes com perda total, furtos sem recuperação, desmonte, abandono, etc. O gráfico 1 mostra as curvas de sobrevivência para veículos com idade até quarenta anos, por categoria. 7

Gráfico 1- Curvas de sobrevivência das categorias de veículos Observa-se no gráfico 1 como cada categoria possui comportamento diferenciado. Destaca-se a categoria motocicletas pela menor taxa de sobrevivência e os caminhões pela maior taxa ao longo de 40 anos. 2 - OBJETIVO O objetivo deste relatório é verificar a consistência dos dados de frota circulante obtidos a partir da aplicação da taxas de sobrevivência sobre o número de veículos novos licenciados e que será utilizada para estimativa de inventário de emissões. 8

3 - METODOLOGIA Para a composição da frota circulante do Estado de São Paulo, a CETESB utiliza os dados de veículos novos licenciados fornecidos pela ANFAVEA 3 para os automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus e da ABRACICLO 4 para as motocicletas, aplicando-se as curvas de sobrevivência. A CETESB recebe trimestralmente, por meio de um contrato com a PRODESP - Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, responsável pelo processamento dos dados do DETRAN-SP, as informações sobre a frota registrada no estado. Essa frota é o conjunto de veículos que foram licenciados em algum momento no Estado e constam como existentes. Normalmente a quantidade de veículos registrada é maior que a circulante, pois muitos veículos deixam de circular e não sofrem o processo de baixa em seu registro 2. Por intermédio de uma solicitação específica à PRODESP, a CETESB recebeu em julho de 2012 os dados da frota licenciada (base: dezembro de 2011), que compreendia o período de 1981 a 2011. A frota licenciada é o conjunto de veículos que estão com a documentação e impostos regularizados e, portanto, entende-se que estão em circulação 2. Comparou-se a base de dados de novos licenciamentos fornecidos pela ANFAVEA em janeiro de 2012, sem aplicação das curvas de sobrevivência, a base de dados da frota licenciada do Estado de São Paulo que foi recebida em 2012 e a base de dados da frota circulante, calculada com a aplicação das curvas de sobrevivência 2 segundo a metodologia de inventário. 9

3.1. DESCRIÇÃO DAS BASES DE DADOS A ANFAVEA utiliza critérios próprios para definir os modelos de veículos que compõem cada categoria. A tabela 2 apresenta as descrições que compõem as categorias utilizadas neste relatório. Tabela 2 - Composição das categorias de veículos base: ANFAVEA. CATEGORIA DESCRIÇÃO EXEMPLOS Automóveis Comercial Leve Veículo automotor projetado, equipado e destinado ao transporte de pessoas e sua bagagem e/ou carga com capacidade para até nove pessoas, inclusive o condutor. sedan, hatch, cupê, minivan, station wagon e conversível sedan, hatch, cupê, minivan, station wagon e conversível Vans (transporte de passageiros), Furgões (veículo para Veículo projetado, equipado e caracterizado para transporte de carga com compartimento fechado e com PBT transporte comercial simultâneo ou alternativo de pessoas de até 3,5 t), Utilitários Esportivos, Picapes (veículo para e carga, com Peso Bruto Total (PBT) de até 3,5 t. ou transporte de carga com compartimento aberto e com PBT de especialmente projetado para permitir também uso fora até 3,5 t), Jipes/Utilitários (para diversas aplicações, fora-deestrada), Crossover (derivados dos utilitários esportivos, de estrada possuem plataforma mais elevada do que os automóveis e tração nas quatro rodas) Semileve (PBT > 3,5 t < 6 t, Leves PBT >= 6 t < 10) Médio (PBT >= 10 t < 15 t) Caminhões Veículo destinado ao transporte de carga com PBT maior que 3,5 toneladas Semipesado (Caminhão-chassi: PBT >= 15 t e CMT <= 45 t e Caminhão-trator: PBT >= 15 t e PBTC < 40 t) Pesado (Caminhão-chassi PBT >= 15 t e CMT > 45 t e Caminhãotrator PBT >= 15 t e PBTC >= 40 t) Ônibus Veículo destinado ao transporte de passageiros com capacidade para mais de 20 pessoas, exclusive o condutor Urbano ou Rodoviário Fonte: ANFAVEA 5 A base fornecida pelo DETRAN/SP é enviada codificada e para composição de cada categoria foram utilizados os códigos específicos. A tabela 3 apresenta as descrições que compõem as categorias utilizadas neste relatório. 10

Tabela 3 Composição das categorias de veículos base: DETRAN/SP. CATEGORIA CÓDIGO/DESCRIÇÃO Automóveis 06 (automóvel) Comercial Leve 13 (camioneta), 23 (caminhonete), 25 (utilitários) e 07 (micro-ônibus). Caminhões 14 (caminhão) e 17 (caminhão trator) Ônibus 08 (ônibus) Motocicletas 2 (ciclomotor), 3 (motoneta), 4 (motocicleta), 5 (triciclo) e 21 (quadriciclo) A categoria comercial leve não possui uma definição única com relação aos veículos que a compõe. Além das definições utilizadas pela ANFAVEA e das adotadas para a definição da base recebida pelo DETRAN, existe ainda uma descrita pelo PROCONVE 6, que são as mesmas utilizadas pela CETESB para o cálculo do fator de emissão de poluentes, outra variável que compõe o inventário de emissões veiculares. Segundo os critérios do PROCONVE, os utilitários esportivos podem ser classificados como comerciais leves ou leves e ainda os veículos de carga, derivados de veículos leves são classificados como leves. Neste estudo, as categorias caminhões e ônibus serão apresentadas sem as subdivisões, pois não foi possível identificar na base recebida pelo DETRAN/SP as características necessárias para essa divisão. 11

4 ANÁLISES DOS DADOS Os gráficos, a seguir, apresentam a comparação realizada neste estudo separadamente pelas categorias: automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas. Pelo comportamento da curva de sobrevivência (gráfico 1), espera-se que no início da série, onde estão os veículos mais antigos, exista um maior distanciamento entre as curvas da frota circulante, licenciada e a dos novos licenciamentos fornecidos pela ANFAVEA, pois a taxa de sobrevivência é menor e se espera que taxa de evasão do licenciamento seja maior. Nas frotas mais novas, uma maior aproximação pois a curva de sobrevivência é mais alta e se espera que a evasão do licenciamento seja menor. O gráfico 2 apresenta a comparação entre as três bases para os automóveis. Gráfico 2 - Comparativo entre as frotas de automóveis fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011. 1.000.000 900.000 800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 Novos licenciamentos Anfavea Frota Circulante - CETESB Frota Licenciada Detran - base julho/2012 12

No gráfico 2 observa-se que há um comportamento atípico da curva da frota licenciada. Entre 1989 e 1992 a curva não segue o padrão da curva de venda de veículos novos. Outro ponto a ser observado ocorre em 1999 onde as posições das curvas que representam a frota circulante e a frota licenciada se invertem. Essas diferenças também são observadas em 2010 e 2011 e podem ser explicadas pelas transferências interestaduais que não puderam ser identificadas neste estudo. Essas diferenças podem ocorrer quando um veículo obtém seu primeiro registro em um estado, e nele será contabilizado na base da ANFAVEA, e efetua a transferência da documentação para outro estado. No caso da frota circulante menor que a licenciada, observado no início da série, pode ser devido à taxa de sobrevivência estar muito baixa. O gráfico 3 apresenta a comparação entre as frotas de comerciais leves do ciclo Otto. Gráfico 3 - Comparativo entre as frotas de comerciais leves do ciclo Otto fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Novos licenciamentos Anfavea Frota Circulante - CETESB Frota Licenciada Detran - base julho/2012 13

Observa-se no gráfico 3 que o comportamento das três frotas é praticamente a mesma. Algumas diferenças podem ocorrer pela diferença na classificação dos veículos como comercial leve, conforme observado anteriormente. Nota-se que a frota licenciada em 2010 e 2011 está maior que os novos licenciamentos, o que pode demonstrar transferências entre os estados. O gráfico 4 apresenta a comparação entre as frotas de comerciais leves movidos a diesel. Gráfico 4 - Comparativo entre as frotas de comerciais leves Diesel fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Novos licenciamentos Anfavea Frota Licenciada Detran Frota Circulante - CETESB No caso dos veículos comerciais leves movidos a diesel (gráfico 4), observa-se uma inconsistência no comportamento das curvas, principalmente até 2002. A partir de 2002, observa-se que as frotas possuem um comportamento semelhante, porém a frota circulante é maior que a licenciada. Essa diferença pode ser atribuída às diferenças entre as classificações de veículos nessa categoria. Por exemplo, a ANFAVEA inclui nessa categoria as vans de 14

passageiros, que podem ter sido classificadas como micro-ônibus pelo DETRAN. Existem também os veículos do tipo crossover que podem ter sido classificados como automóveis. Além disso, é esperado que a frota circulante inclua veículos que circulam sem estar licenciados. O gráfico 5 apresenta a comparação entre as frotas para os caminhões. Gráfico 5 - Comparativo entre as frotas de caminhões fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011. 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Novos licenciamentos Anfavea Frota Circulante - CETESB Frota Licenciada Detran - base julho/2012 Nota-se que em toda a série a frota circulante está menor que a licenciada, o que pode ser explicado pela taxa de sobrevivência muito baixa. Observa-se também algumas diferenças significativas entre a frota licenciada e os novos licenciamentos em 1982/1983 e 1990/1991, o que pode ser atribuído às transferências interestaduais. 15

O gráfico 6 apresenta a comparação entre as frotas para a categoria ônibus. Gráfico 6 - Comparativo entre as frotas de ônibus fornecidas pela ANFAVEA e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011. 12500 10000 7500 5000 2500 0 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Novos licenciamentos Anfavea Frota Circulante - CETESB Frota Licenciada Detran - base julho/2012 Observa-se em alguns anos da série, que a frota licenciada está menor que a circulante, provavelmente devido à curva de sobrevivência. Observa-se também que, a partir de 2005, a frota licenciada é maior que a frota circulante e que o licenciamento de novos veículos. Atribui-se esse comportamento ao fenômeno das transferências interestaduais ou a inconsistências cadastrais na base de dados. O gráfico 7 apresenta a comparação entre as frotas para a categoria motocicletas. 16

Gráfico 7 - Comparativo entre as frotas de motocicletas fornecidas pela ABRACICLO e DETRAN/SP e frota circulante CETESB, entre 1981 e 2011. 400.000 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Novos Licenciamentos Abraciclo Frota Circulante - CETESB Frota Licenciada Detran - base julho/2012 Para as motos observou-se que, provavelmente, a curva de sobrevivência utilizada pelo 1º Inventário Nacional 1 e CETESB 2, fornecida pela ABRACICLO, foi calculada considerando os veículos licenciados. 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Existem diferenças nas diversas categorias que podem ser explicadas pelas transferências interestaduais que não puderam ser identificadas neste estudo. Para comprovar o fenômeno, há necessidade de analisar a base de dados federal dos veículos licenciados. É necessário definir ou mesmo homogeneizar a composição de cada categoria independente da origem do dado, tanto para o cálculo da frota quanto para o fator de emissão. 17

Conforme observado em diversas categorias, as curvas de sobrevivência aparentam estar acentuada demais para os veículos mais antigos. Assim, há necessidade de revisão dessas curvas que impactam diretamente nas estimativas de emissão. Todos esses fatores apontam para a necessidade da revisão da metodologia de cálculo para a frota circulante. 18

REFERÊNCIAS 1. Ministério do Meio Ambiente. 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários Relatório Final. [Brasília- DF]:[s.n.], 2011. 2. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB. Emissões Veiculares no Estado de São Paulo - 2011. São Paulo, 2012. 3. Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - ANFAVEA. Anuário da Indústria Automobilística Brasileira. Edição 2012. Disponível em <http:\\anfavea.com.br\anuario.html> Acesso em 20/01/2012. 4. Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares - ABRACICLO. Anuário da Indústria Brasileira de Motociclos 2012. Disponível em <http:\\abraciclo.com.br> Acesso em 16/03/2012. 5. EDUARDO LOPEZ. Categoria de Veículos. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <eduardo@anfavea.com.br> 04/11/2014. 6. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. Programa de controle da poluição do ar por veículos automotores PROCONVE/PROMOT/IBAMA. 3ª ed. Brasília, 2011. 19