A IMPORTANCIA DO PESO SILABICO NA DESCRIC;AO DE PROCESSOS FONOL6GICOS



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Transcrição:

A IMPORTANCIA DO PESO SILABICO NA DESCRIC;AO DE PROCESSOS FONOL6GICOS LUCIANI ESlER TENANI (UNICAMP) ABSTRACT: This paper is concerned with the notion of syllabic weight, as discussed in Metrical Phonology by B. Hayes (1985). Its argued that the weight of syllables is relevant for some phonologycal processes in Portugueses, such as stress location and reduction of diphthongs. KEY WORDS: Peso sil4bico, Acento, Ditongo.. Nos estudos recentes sobre ritmo (Massini-Cagliari, 1993) e sobre processos fonol6gicos que envolve.ql acento e (:litongo tem-se usado 0 conceito de peso sil4bico para descrever e explicar esses processos em portugu!s (Cagliari, 1993c). Neste trabalho, sed abordado 0 conceito de peso sil4bico e como este 6 tratado em diferentes abordagens te6ricas, dando-se especial atenyao ao tratamento feito pela Fonologia Metrica. Atrav6s da an4lise de dados do Portug~, buscar-se-11, tambbn, tratar de processo fono16gicos, tais como a localizayao do acento em ftens lexicais, e a reduyao ou nao de ditongos. Tern sido concenso entre os pesqui,sadores que enfocamqs estudos sobre ditongo e acento em Portugues que a noyll.o de peso sil4bico 6 litil para descrever e explicar esses processos fono16gicos, mostrando, assim, que a lingua portuguesa 6 sensfvel ao peso das sfiabas. Para saber qual 0 peso de uma sfiaba, isto 6, se ela 6 leve ou pesada, se faz necessl1rio saber se a rima de uma determinada sflaba 6 ramificada ou nao. Em urn modelo como de Hayes (1985), uma ~ t ~ quando possui a rima raroificada mil ~,~. 14 a sfi.ab.ag 6 aquela que JJ1ll =n a rima ramificada de nenhurna forma possuindo apenas urn nlicleo simples. Por defmiyll.o, 0 onset das sfiabas - ramificado ou nll.o-naopesa, ou seja, 0 onset nao 6 relevante nos processos fono16gicos que sao sensfveis Aquantidade.

Hogg & McCully (1987) e Goldsmith (1990) ~m a mesma abordagem de Hay~..{198S). Dentro deste modelo, as sfiabas leves ~m apenas urn segmento na rima, enqu'a1ftoque as sfiabas PQSa4as possuem, necessariamente, dois segmentos. A no~lio de peso silabico ou de quantidade (Goldsmith, 1990) e importante para a defini~lio fonotatica dos segmentos das lfnguas, para a f~lio da escala de sonoridade (Rogg & McCully, 1987), e para a especifica~lio de processos fono16gicos, principalmente, os relacionados com acento, ditongo, segmentos geminados ou longos. o presente trabalho tem por objetivo tratar da relevlulcia da no~lio de peso silabico para a analise do acento e dos ditongos do Portugues. Nlio se pretende esgotar, nem tratar em detalhes as regras de acento em Portugu~s, nem a natureza fono16gica dos ditongos. Consideraremos esses fenomenos apenas sob 0 domfnio do peso silabico. 2.1. Acento o acento em Portugu~s tem sido analisado em trabalhos que se baseiam, principalmente, em considera~oes de natureza morfol6gicas e pros6dica (Mateus, 1983). Poucos levam em conta 0 peso das sfiabas (Cagliari, 1993c). As regras de acento dizem, por exemplo, que 0 acento em portugues eai na Ultima sfiaba do radical nos nomes, e na Ultima sflaba do tema (radical+vogal temitica) nos verbos (Mateus,1983). A regra -apresentada em (1)- proposta por Mateus (1975, 1983) reflete "0 que M de mais tfpico na lingua com rela~ao II atribui~lio de acento em palavras." (Cagliari, 1993a). (1) Regra de Acento do Portu~s: ACENTUE A ULTIMA SfLABA DO RADICAL. Em Cagliari (1993c), slio formuladas regras para 0 acento que fazem referencia ao peso da sfiaba. Um bom exemplo e a regra apresentada em (2). (2) "Quando forem especificados os segmentos fonol6gicos dos {tens lexicais, algumas palavras terlio, na forma subjacente, duas vogais iguais ramifica4as Q1l ~ na Ultima sfiaba. Bxemplo:;.j;afee, sofaa, av66, avm, irin.u, etc. Estas palavras receberlio uma regra de acento nesta sfiaba e logo ap6s as duas vogais geminadas se fundem." (Cagliari, 1993c) (grifos meus) Considerando que urna sfiaba e pesada se possui ramifica~lio na rima ou no nucleo, as palavras como "cafe, sofa, irmli" etc, recebem 0 acento nesta sfiaba em razlio destas terem 0 nueleo ramificado. Isto significa que 0 acento cai em urna sfiaba pesada. Em Portugues as sfiabas acentuadas SaDsempre fonetieamente longas (Massini-Cagliari, 1992).

Assim sendo, pode se dizer que palavras como "medico, cllmara, perola" tem 0 acento na antepenultima sfiaba pelo fato de possufrem ~ ramificado. Oeste modo, a sfiaba, POI ser pesada, reeebe 0 acento em qualquer urn dos tres lugares permitidos pela lfngua para se atribuir 0 acento: Ultima, penultima, antepenultima posicao na palavra, dando preferencia Aramifica~ao que estiver mais Adireita na palavra. Levando em conta 0 tipo de ramifi.ca~ao, temos urn primeiro grupo de palavras (grupo 1) que recebem acento na sfiaba que tiver 1l.~ rarnjficado.em.l1uas. YQi.ais. ~. Essas sfiabas com ramificacao no mlcleo tern como caracterfstica nao sofrerem processos fonol6gicos como 0 de reducao ou queda, fato que tambem se observa nos ditongos pesados do grupo 1 que sera tratado adiante no Item B sobre ditongos. o segundo grupo de palavras (grupo 2) difere do primeiro por ter a rima (e nao o mlcleo) ramificada.em ~ t ~ sendo que a coda pode ser preenchida por uma das consoantes: IL, R, S, Nt (Cagliari, 1993a: 13). Como a lfngua e sensivel, tambem, a ramificacl10 da rima, temos, como para 0 grupo 1, a atribuicl10 do acento na sfiaba que forramificada em micleo e coda, como ocorre com palavras em (3). Entretanto, existem urn grupo de palavras, como exemplificadas em (4), que nao seguem essa regra. Apesar de possufrem a sfiaba ramificada, recebem acento na sfiaba anterior a sfiaba pesada. Este grupo tambem se constitue em excecl10 quando aplicada urna regra como (1), que embora bastante abrangente, nao da contadessas palavras. (4) lapis, fris, tenis, Mnus, Onus, pires, tunel, m6vel, f6rtil, facil, agh, util, jovem, nuvem, hffem, album, imagem,clinon, fmpar, carater, eter, Einteressante notar que estas palavras podem perder a consoante da coda (fach - faci; nuvem - nuvi; lapis - lapi), ap6s a aplicacao da regra de acento, seguindo, assim, a regra tradicional da I1'ngua. Grupo 1 Nt1cleo ramificado o I (J R N C V V [] [] [] fee Ex. cafe, sfiaba Grupo2 Rima Ramificada o (J I R N C C V C [] [] [] pas Ex. hotel, pasta

2.2. Ditongo Em Portu~, existem dois tipos de ditongos que, segundo Bisol (1991), "se configuram de acordo com a estrutura silabica".para a autora, existem ditongos do tipo biposicionais (como em (3a)), que nao sofrem redu~ao, e "ditongos de urna s6 posi~l1o no esqueleto pros6dico" (como em (3b)), que tendem a se reduzir, ou seja, tendem a ser substitufdos por monotongos. 3(a) R X X [] [] Ex.: boi, pai, ceu 3(b) R X [] [] Ex.: caixa, faixa Tratando dos mesmos dados, mas utilizando a no~ao de Peso SilAbico,pode-se interpretar 0 ditongo ~ como sendo aquele que possue ~ ramificado, enquanto que 0 ditongo m t representado atravt8 da ramij'ica&iloaa rima em nucleo e coda. Oeste modo, temos urn primeiro grupo de ditongos (ver fig. 1, grupo 1) que tem 0 ~ ramificado em duas vogais. Estes sao tidos como ditongos pesados, que nao sofrem red~ao pot possufrem duas posi~6es no ~ da sfiaba, posi~ao esta tida como a mais proeminente, ou seja, posi~ao saliente para a atribui~ao da regra de acento. Assim, como a lingua t sensfvel a ramific~ao do nucleo, 0 acento ocorre na sfiaba pesada, isto e, na sfiaba com 0 ntlcleoramificado. o segundo grupo de ditongos (ver fig. 2, grupo 2) e formado pelos chamados ditongos decrescentes que tem rima ramificada em nucleo e coda, sendoque a coda t preetichida pot urn glide. Como a regra de acentu~ao t sens{vela r~ca~aoda rima, (e nao apenas do nucleo) 0 acento em palavras como "caixa, cadeira" inci~:na"sfiaba que possui 0 ditongo. Este grupo de ditongos tern como caracterfstica ser passivel de, redu~ao (0 ditongo passa a vogal simples, como: feira- fera), 0 que nos leva a dizei que a coda, nestes casos, solie urn corte deixando, assirn, a rima de ser ramificada ap6s a aplica~o da regra de acento. Comparando este grupo com 0 grupo 1, os ditongos do grupo 1, que tern ~ ramificado. recebem acento pot serem pesadose nao sofrem redulfao, ja os ditongos do' grtlpo2, que tern' tiuli"rlullificag.a, tambtm recebem, acento pot serem pesados, ~, sofrem red~o;' Jf partir desta consldera~ao, parece que se pode dizer que 0 portugues 6 uhla lingua rlws sens{vela ramifi.c~o'do nucleo do que da rima.," Bntretanto, urn grilpo de palavras, como"j6quei, volei, podcl", que possuem urn ditongo decrescente recebem acento na sfiaba anterior aquela que possue 0 ditongo. Esse grupo de palavras tem como caracterlstica ser de origem inglesa e, por este motivo, foge a regra tradicional de acentoda lingua portuguesa: constituindo, assim, urn grupo de excc\fl1oque tern, neste caso, 0 acento marcado '110 ltxico. E interessante notar que estas palavras, como as demais desse grupo, podem se reduzir, eriando formas como "j6que, vole,pone" etc, passando, assim, a seguir a regra geral da Ungua(regra 1).

o Ultimo gropo de (litongos orais (ver fig I, gropo 3) t constituldo pelos chamados ditongos crescentes que tern 0 a.lhk ligado ao wwa da sfiaba. ficando, assim:,onl1cleosem ramific~lo, apenas com uma vogii. Como a Ifngua nl(o t senslvel ~ ramific~l(o do onset, 0 acento t atribuldo segundo a regra default da lfngua. Os ditongos nasais formam urn. gropo especial (ver fig. I, gropo 4) por possulrem tanto 0 ~T3IDificado (em duas vogais), quanto a Dlamjficada com a coda preenchida por uma sonorante nasal nl(o plenamente especificada (Bisol, 1991). Assim, com dupla ramific~lo (uma na rima. outra no nl1cleo),este gropo de ditongos t ~. Como aconteee com os ditongos orais do gropo I, eles nlo softem redu~lo por possufrem duas posi~oesno ~ da sfiaba, e recebem acento na sfiabapesada. Entretanto, como ocorre com 0 gropo 2, existem algumas palavras,como "6rglo, 6rtIo" que, embora possuam a sfiaba pesada (ramifi~lo na rima e no m1cleo), nlo recebem acento nesta sfiaba. Estas palavras constituem-se, deste modo, em exc~(ses que tem 0 acento' marcado no Itxico. E interessante observarque estas palavras podem softer red~l(o (6rglo - 6rgo; 6rf10-6rfo) ap6s a aplic~lo da regra de acento, seguindo, assim, 0 padrl(o geral da lfngua. A partir da an41ise proposta para os dados do portugues no ltern anterior, chega-se ~ conclusao de que a lfngua portuguesa t senslvel aopeso sil4bico. Para a atribui~lo do acento, t relevante tanto a ramifica~lo da rima em nlicleo e coda. quanta a ramifica~llo do m1cleoem duas vogais. Mas a llngua fat distin~llo entre a ramific~ao da lima e do m1dcq, quando ocorrem processos fono16gicos como 0 de redu~o de ditongos, mostrando que a ramifica~o do deleo t "mais pesada" do que a ramifie~ao da rima, embora sejam relevantes os dois tipos de ramifica~o para a atribui~llo do acento. ORUPOI Ditongo Decresc. Nl1eleoRam. Nlo se reduzem (J 0 R N C V V (] [] [] p a i GRUPO2 ORUPO3 ORUPO4 Ditongo Decresc.Ditongo Cresc. Ditongo Nasal Rima Ram. Onset Ram. Rima e Nl1cleoRam. Sofrem r~lo NAose reduzem Nlo se reduzem (J (J (J 0 R 0 R 0 R N C N N C C V 01 C 01 V C V V Nas. [] [] [] [] [] (] [] [] [] [ J c a i d i a m a e N

Ex. caixa, feira cadeira, vfllei Ex. obs~uio, m~a, continua Ex. ~e, feijilo, corayl1o,maml1o BISOL, L (1991)"0 clitongo em PortuguS,s" id.mlraun. (1992) "Aspectos dafonologiaatu81"indel,.7'a, vola, No 2. SP. CAGIlAlU, L. C. (1993&)"Regra de Feedback", manuscrito.. (1993b) "Alguns Aspectos de urn Bstudo sabre Acento", IIllUlUSCrito.. (1993c) "Em busca de Regras de Acento para 0 PortuguSs", manmaito. GOLDSMITH,J. Po. (1990) Auto8egmental tmd Metrical Phonology. Oxford: Bull Bl~en...' -.' ',"\..,'".', I ~ HOGG, R. &; McCUlLY, C. B. (1987) Metriall f1uhldlogy: a coiirnlkjol. Cambridge: Cambridae University Press. MASSINI-CAGUARI, G. (1992) Menlo e Ritmo. Sio Paulo: Ed. Contexto.. (1993) ''0, parimetros do ritmo do PortuguSs vistos pela fonalogia mctrica" inxxli Anais de Seminmos do GEL. Riberio Preto. c' MAT1WS. M. H. M. (1983) "0. Acento de PalaVIa em PortupSa: UJU Nova ~' ill: Bolmm u FitoloPJ., No~,pp.ZH-2i9.