XXVI Seminário de Extensão Universitária da Região Sul TENDÊNCIA HISTÓRICA DAS VISITAS DOMICILIARES A EGRESSOS DE INTOXICAÇÃO, MARINGÁ-PR, 1992-2004.



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Transcrição:

TENDÊNCIA HISTÓRICA DAS VISITAS DOMICILIARES A EGRESSOS DE INTOXICAÇÃO, MARINGÁ-PR, 1992-2004. Área temática: Saúde Magda Lúcia Félix de Oliveira (Coordenadora do Projeto) Érika Okuda Tavares¹, Rachel Dalquano¹, Priscila de Oliveira Azevedo¹, Kelle Juliana Davidoski¹, Carlos Henrique Doce Pazin¹, Magda Lúcia Félix de Oliveira 2 Palavras-chave: assistência domiciliar; família; intoxicação. Resumo O presente trabalho tem como objetivo apresentar a tendência histórica das visitas domiciliares (VD) realizadas por projeto de extensão universitária, desenvolvido no Centro de Controle de Intoxicações (CCI) e articulado no Programa de Visita Domiciliar ao Intoxicado (PROVIDI) nos anos de 1992 a 2004, sendo levantadas as variáveis: efetividade das visitas; município de residência da família visitada; sexo e idade do cliente; agente causal e circunstância da intoxicação. O projeto conta com participação de acadêmicos de Enfermagem e de Psicologia, e supervisão de técnicos do CCI. Introdução A família tem sido responsável, ao longo dos anos, em promover a saúde e o bem-estar de seus membros desempenhando atividades de proteção, segurança, e cuidados específicos nos momentos de doença (VIEIRA, 2003). A visita domiciliar, segundo Arantes (1997), é uma atividade de assistência à saúde exercida junto ao indivíduo, à família e à comunidade. Seu objetivo é contribuir para a efetivação das premissas de promoção de saúde definidas pela Organização Mundial de Saúde, e adotadas também, pelo Sistema Único de Saúde. Esta atividade é preconizada e defendida por profissionais da área de Enfermagem, indicada e reconhecida como estratégia para o trabalho na comunidade, pois pode despertar na população a preocupação para as questões de sua saúde, orientá-la na articulação com outros serviços para a resolução de seus problemas e fornecer-lhe subsídios educativos para torná-la independente. Além disso, Padilha et al. (1994) afirmam que a VD oportuniza ao visitador conhecer os demais membros da família, o contexto em que a família vive e os recursos da comunidade. A VD oferece ainda situações reais de ensino, pesquisa e extensão. ¹ Curso de Graduação em enfermagem, Universidade Estadual de Maringá (UEM) 2 Doutora em Saúde Coletiva, docente do Departamento de Enfermagem e Coordenadora do Centro de Controle de Intoxicações (CCI), UEM. E-mail: mlfoliveira@uem.br

Em relação ao grupo populacional específico atendido pelo Centro de Controle de Intoxicações do Hospital Universitário Regional de Maringá, pessoas intoxicadas são freqüentemente atendidas em unidades de urgência e de internação hospitalar, inclusive em unidades de tratamento intensivo. O abuso de drogas e a tentativa de suicídio são as razões mais comuns e possuem pior prognóstico do que intoxicações acidentais, mais comuns em crianças (ALEIXO et al., 2003). A partir de 1992, por meio de projeto de extensão universitária, o Centro de Controle de Intoxicações (CCI), tem desenvolvido o Programa de Visita Domiciliar ao Intoxicado (PROVIDI), com o propósito de dar continuidade à assistência prestada a indivíduos atendidos por este Serviço e prevenir novos episódios de intoxicação na família. O Programa conta com participação de acadêmicos de cursos de Graduação de Enfermagem e de Psicologia, e supervisão de enfermeira e psicóloga atuantes no CCI. O presente trabalho pretende apresentar a tendência histórica das VD realizadas pelo PROVIDI desde a sua criação até o ano de 2004, totalizando 13 anos de visitas realizadas. Material e Métodos A população alvo deste estudo compreendeu pessoas egressas de intoxicação e suas famílias, a partir de casos notificados e atendidos pelos estagiários plantonistas do Centro de Controle de Intoxicações (CCI). Foi utilizada como fonte de dados a Ficha de Visita Domiciliar, preenchida para todas as VD agendadas no período estudado e arquivadas no CCI. Foi elaborado um formulário de coleta de dados, onde foram compiladas as seguintes variáveis: efetividade das visitas; município de residência da família visitada; sexo e idade do cliente; agente causal e circunstância da intoxicação. Resultados e Discussão No período de 1992 a 2004, foram agendadas 1846 VD, com média mensal de 11,8 e média anual de 142 VD.(Gráfico 1). No ano de 1994, optou-se por realizar VD na zona rural, para egressos de intoxicação por agrotóxicos, sendo realizadas em locais de difícil acesso e distante da cidade sede do Programa, justificando o baixo número de visitas agendadas neste ano. Por outro lado, em setembro de 2001 iniciou-se uma greve na Universidade Estadual de Maringá, que se alongou até março de 2002, reduzindo, também, o número de visitas neste período. Do total de visitas agendadas foram efetivadas 1083 (58,6%). Os principais motivos da não efetivação da VD são: tempo chuvoso no dia agendado, indisponibilidade de transporte para o deslocamento ao domicílio, endereço incorreto do cliente registrado

na ficha de Ocorrência Toxicológica do CCI, ausência de pessoas na residência no dia da visita. 200 150 164 128 137 132 138 188 163 136 149 174 170 100 107 50 60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 *Os números de 1 a 13 correspondem aos anos de 1992 a 2004, nesta ordem. Gráfico 1 - Visitas domiciliares agendadas, PROVIDI, CCI/HUM, 1992-2004. As VD concentraram-se principalmente em quatro municípios da área metropolitana de Maringá, mas a maioria foi realizada na cidade de Maringá (78%). Isto se justifica pelo fato de Maringá ser a cidade com maior número de habitantes e ser a cidade sede do PROVIDI, facilitando o acesso da equipe visitadora às famílias. (Gráfico 2) Doutor Camargo 2% MUNICÍPIO Ignorado 3% Outros 1% Paiçandu 4% Sarandi 12% Maringá 78% Gráfico 2 - Município de residência das famílias visitadas pelo PROVIDI, CCI/HUM, 1992-2004. Quanto ao sexo dos clientes atendidos pelo PROVIDI, 54% (n=993) eram do sexo feminino. A maioria das visitas agendadas foram para a faixa etária de 1 a 4 anos, o que corrobora os dados do SINITOX que indicam a faixa etária mais vulnerável às intoxicações para os menores de 5 anos (BRASIL, 2004). (Gráfico 3)

300 250 200 150 10 0 50 0 <01 01 a 04 05 a 09 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 >60 Ignorado 1992-1995 1996-1999 2000-2004 Gráfico 3 - Faixa etária dos clientes atendidos no PROVIDI, CCI/HUM, 1992-2004. Dentre as circunstâncias das intoxicações das VD agendadas, a maioria foi acidental, que inclui acidente individual, ambiental e coletivo. A intoxicação por medicamentos, representou 41,7% das visitas agendadas nos 13 anos do PROVIDI. Na zona urbana, a intoxicação por medicamento é predominante, enquanto que na zona rural predominam acidentes com animais e agrotóxicos. Isto se deve à acessibilidade e disponibilidade aos produtos, fáceis de manusear e estocados em locais de fácil acesso, bem como à automedicação como prática medicalizante da sociedade. As ocorrências de tentativa de suicídio na zona urbana são predominantemente causadas por medicamento. (Tabela 1) Tabela 1 - Agente causal da intoxicação de clientes atendidos pelo PROVIDI, CCI/HUM, 1992-2004. AGENTE CAUSAL 1992-1995 1996-1999 2000-2004 Medicamento 197 267 306 Produto Químico Industrial 70 75 91 Agrotóxico 67 23 21 Praguicida Doméstico 39 27 57 Saneante 34 61 83 Animal 26 67 163 Planta 25 25 46 Combinação de Agentes 11 7 13 Droga de Abuso* 3 7 6 Ignorado 17 6 6 TOTAL 489 565 792 *Inclui álcool e outras drogas

Conclusões No período do estudo foram agendadas 1846 VD, sendo efetivadas 1083 (58,6%). A maioria das visitas foram para a faixa etária de 1 a 4 anos. Os principais agentes causais dos acidentes toxicológicos agendados para VD foram medicamentos, acidente por animal, produto químico industrial e saneantes. A circunstância predominante para os casos visitados foi acidental. A VD possibilitou à equipe de saúde e à Enfermagem em particular, oportunidade ímpar de promover uma assistência voltada para que o cliente e a família desenvolvam o seu auto-cuidado de acordo com a sua própria realidade, bem como os torna mais independentes do serviço de saúde. Referências ALEIXO, E. C. S. et al. Família e acidentes toxicológicos. Rev. Ciência Cuidado e Saúde. v.2, supl., Maringá, 2003. ARANTES, E. R. S. et al. Educação em saúde através da visita domiciliar a egressos de intoxicações, CCI-Maringá, 1996. Fórum de Extensão da UEM, 1997. BRASIL. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX).Estatística anual de casos de intoxicação e envenenamento 2002. Rio de Janeiro: CICT / FIOCRUZ, 2004. PADILHA, M. I. C. S. et al. Visita domiciliar: uma alternativa assistencial. Revista de Enfermagem UERJ, v. 2, n. 1, p. 83-90, maio, 1994. VIEIRA, L.J.E.S. Intoxicação na família. Rev. Ciência Cuidado e Saúde, v.2, supl., Maringá 2003.