PADROES ENTONACIONAIS DO PORTUGU~S E DO ESPANHOL: ESTUDO CONTRASTIVO E INSTRUMENTAL



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Transcrição:

PADROES ENTONACIONAIS DO PORTUGU~S E DO ESPANHOL: ESTUDO CONTRASTIVO E INSTRUMENTAL ABSTRACT: This paper presents an instrumental analysis of some Portuguese intonation patterns contrasting them with their equivalent Spanish ones, in other to emphasize the similarities and differences between some pitch contours in these two sister languages. The instrumental analyses were made in the C.S.L. - Department of Linguistics, FCL, UNESPIAssis. Este trabalho consiste na apresenta~iio de urn breve estudo, onde siio analisados instrumental e contrastivamente alguns padroes entonacionais do portuguss e do espanhol, para fins pedag6gicos. Nosso objetivo e observar as semelhan~as e diferen~as entre a entoa~iio destas duas lfnguas e ressaltar a importancia desta compreensiio no ensino-aprendizagem destas lfnguas como 14 - ou seja, do portugues para hispano-falantes e do espanhol para lusofalantes. 0 contraste entre estas lfnguas irmiis se faz necesslirio, uma vez que, sendo tiio semelhantes, a mesma proximidade pode causar (nos casos em que essa proximidade niio exista) alguns problemas de interferencia e, conseqiientemente, dificuldades ou impropriedades que prejudicam 0 born desempenho na segunda lfngua. o estudo contrastivo dos enunciados e realizado com 0 auxi1io do Laborat6rio de Fonetica da Faculdade de Ciencias e Letras de Assis (Computerized Speech Lab, da Kay Elemetrics) que permite anaiises bastante precisas dos fen6menos pros6dicos como o da entoa~iio. Acreditamos com Cagliari (1992: 12) que: "Jd e hora de considerarmos que uma Ungua niio e constitufda apenas de sequ ncias de vogais e consoantes; jd e hora de perceber que, sobre estas vogais e consoantes, sobre as sflabas por elas constitufdas pairam fenljmenos 'musicais' que t m uma importdncia capital na estrutura dessa lfngua". A Pros6dia, segundo a visao funcionalista, e a parte da Fonologia que estuda os prosodemas ou supra-segmentos, ou seja, e 0 estudo dos elementos f6nicos sempre

presentes no enunciado que t8m, portanto, valor comunicativo nao pela simples presen~a, mas pelas suas modalidades. Os prosodemas silo, portanto, formas pertinentes, porem niio sao analisaveis em conjuntos.de tra~os simultaneos e sucessivos; eles superpoem-se aos fonemas e, desta forma, nao ocupam uma posi~iio particular (Martin, 1985). Do ponto de vista funcional distinguem-se em Pros6dia: acento, entoa~ao, dura~ao e tons (nas Hnguas que os tiverem). A entoa~ao e 0 supra-segmento ou prosodema responsavel pela melodia da fala. Segundo Martinet (1970: 84), a entoa~ao e:... 0 que sobeja da curva mel6dica. uma vez abstrafdos acentuais. " os tons e os!en{jmenos A Fonetica Acustica Instrumental da subsfdios mais precisos para 0 estudo dos fen6menos pros6dicos, dentre eles, a entoa~ao. Em termos acusticos, entao, podemos definir a entoa~ao pelas varia~oes de freqii8ncia (n6mero de vibra~oes por unidade de tempo) do tom fundamental, em cada segmento ao longo do enunciado. As fun~oes da entoa~ao, segundo Quilis (1981), encontram-se em tr8s nfveis: lingiifstico (fun~oes distintiva, integradora e demarcativa), sociolingiifstico e expressivo. No nfvel lingiifstico, a fun~iio mais importante da entoa~ao e a distintiva, que se manifesta nos movimentos descendente ou ascendente da freqii8ncia do tom fundamental na oposi~iio que existe entre a or~iio declarativa e a ora~iio interrogativa: 0 enunciado declarativo termina com fundamental descendente (sentido completo); e 0 interrogativo termina com fundamental ascendente (sentido incompleto; espera-se uma resposta). Esta fun~ao distintiva pode neutralizar-se em alguns contextos: a presen~a de urn pronome interrogativo (interrogativa "pronominal" ou "relativa"), tanto em portugu8s como em espanhol, supre a fun~ao da entoa~ao (que passa a ser redundante) e o contorno mel6dico final, entiio, passa a ser descendente. A fun~ao integradora corresponde a capacidade que a entoa~ao tern de transformar as palavras em enunciados marcados duplamente por sua forma gramatical e por sua entoa~ao; e a fun~iio que integra as palavras para formar uma ora~iio. A demarcativa e a que delimita os enunciados e segmenta 0 continuum do discurso em urn determinado numero de unidades, por razoes fisiol6gicas e de compreensiio da mensagem. Pode ser distintiva: 1. "Juan pregunta quien viene." 2. "Juan pregunta: l.quien vienet 3. "Juan: pregunta quien viene." e nao distintiva: "lunes, mieorcoles y viemes" (Quilis, 1981). A entoa~iio no nfvel sociolingiifstico comunica dois tipos de informa~ao: a relacionada com 0 indivfduo (idade, sexo, temperamento, carater) e a relacionada com as caracterfsticas do grupo (origem geognifica, meio social, grau de cultura...). E no nfvel expressivo onde se encontra a principal fun~ao da entoa~iio para alguns autores (Martinet, Bolinger, Hoyos-Andrade). Para Hoyos-Andrade (1972: 46-47):

... su principal juncion es la de ser el vehfculo de los fonemas comunicdndoles a estos, ademds de la carga significativa que Ie es propia, toda una serie de matices afectivos que manifiestan el estado anfmico del hablante y suscitan distintas reacciones por parte del oyente. " Navarro Tomas (1948), aponta tres "tipos" de entoa~ao para 0 espanhol: entoa~ao enunciativa, entoa~ao interrogativa e entoa~ao volitiva. Nossa analise contrastiva, neste breve estudo, basear-se-a nesta "tipologia". Para 0 desenvolvimento deste breve estudo, utilizamos, partindo da "tipologia" de Navarro Tomas, apenas alguns enunciados interrogativos que, embora nao sejam suficientes para uma analise mais completa, podem revelar alguns contrastes entre as Hnguas ja mencionadas, bem como mostrar a utilidade e praticidade (do programa utilizado - Computerized Speech Lab), para este fim. E importante salientar que para se obter uma analise entonacional mais pr6xima da realidade lingillstica, seria necessano a utiliza~ao de urn corpus maior (com vanos informantes, observando-se tambem as variaveis) e "recolhido" da faia espontanea. No entanto, cremos que, para esta breve comunica~lio, estes simples enunciados slio representativos como ilustra~lio de alguns contrastes. As ora~oes interrogativas tern, tanto em portugues como em espanhol, duas modalidades: interrogativas "absolutas" (aquelas que nlio possuem partfcula interrogativa: perguntas que exigem respostas de sim ou nlio) e interrogativas "relativas" ou "pronominais" (aquelas que possuem partfcula interrogativa). As interrogativas "absolutas" em espanhol caracterizam-se por finaiiza~lio com fundamental ascendente (fig.1, 2 e 3). Em portugues, ha dois modelos de entoa~ao para as "absolutas": quando a ultima sflaba e uma oxftona nlio ditongada, a finaliza~ao caracteriza-se por urn tom final ascendente (fig.2); se a ultima sflaba for oxftona com ditongo (fig. I) ou for atona (fig.3), a finaliza~lio caracteriza-se por urn tom final descendente. Observem-se os contomos entonacionais:

....... ~.. ' ~oo~ ~.. ::... :: ': : ' ~ t. t,., N Ṇ, «7:,~«~~ 8.898 TiM. (seo),1.428 9.898 TiMe (seo) 11.983 C)SPG 1.22878( 8) OD)SPG 8).,. ~. 8.880 Ii- ~ ~ ill........ \..~....... U.UUU TiMe (seo) U.934 U.UUU

........ Com rela~ao as "absolutas", podemos observar, entao, que 0 contraste entre as duas Ifnguas, se da principalmente nas interrogativas em que a ultima sflaba ou e atona ou e oxftona ditongada (como nas figuras 1 e 3). Nesses casos 0 tom final desce em portugu8s ao passo que sobe em espanhol. Quanto as "relativas", embora nao haja espa~o aqui para ilustra~oes, podemos afirmar que, nao ha grandes contrastes: tanto em portugu8s como em espanhol, estas interrogativas (quando desprovidas de valores expressivos) caracterizam-se por fundamental descendente, pois af a partfcula interrogativa supre a fun~ao da entoa~ilo. Com este breve estudo pudemos observar que hli, de fato, algumas diferen~as importantes que devem ser destacadas no processo de ensino - aprendizagem, tanto do portugu8s para hispano-falantes como do espanhol para luso-falantes. Silo estas diferen~as que causam dificuldades, porque podem gerar interferencias quando da aprendizagem da ~. Estas interfer8ncias, por sua vez, podem ate mesmo prejudicar 0 "born" desempenho e a comunic~ao na Ifngua estrangeira. Af estaria, entio, a razilo' de se observar mais atentamente os fen6menos pros6dicos (nilo somente a entoa~ilo), pois silo eles que garantem, como urn pano de fundo, melhores condi~oes de comunica~ilo.

RESUMO: Esta comunicafiio consiste num breve estudo contrastivo e instrumental de alguns padrljes entonacionais do portugues e do espanho~ e tem como objetivo revelar algumas semelhanfas ou diferenfas entre estas Unguas irmiis, no que se refere ao campo da entoafiio. Para tanto, foi utilizado 0 C.S.L, da FeL, UNESP/ Assis. 557 CAGLIARI. G. M. (1992). Acento e Ritmo. Silo Paulo: Contexto. (Co!. Repensando a LIngua Portuguesa). HOYOS-ANDRADE. R. E. (1972). La entonacion del castellano. Madrid: Universidad Central de Madrid. (Resurno da Tesis Doctoral). MARTIN. P. (1985). A Descri~ilo Fonol6gica. La Linguistique. Paris, 21: 159-175. MARTINET. A. (1970). Elementos de LingU{stica Geral. 2. ed. Lisboa: Sa da Costa. QUILlS. A. (1988). Estudio Cornparativo entre la Entonaci6n Portuguesa (de Brasil) y la Espanola. Revista de Filologfa Espanola. Torno LXVIII. fasclculos 1 e 2. Madrid.. (1981). Fonetica Acustica de la Lengua Espanola. Madrid: Gredos. TOMAs. N. T. (1966). Manual de Entonacion Espanola. 3. ed. Mexico: Colecci6n Malaga. S. A.