Poluição Ambiental e Saúde Infantil: a Vulnerabilidade do período Intra-Uterino Nelson Gouveia Depto. de Medicina Preventiva Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo
EVIDÊNCIAS DE EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR NA SAÚDE Efeitos na saúde já medidos mortalidade (todas idades e idosos) mortalidade infantil mortalidade neonatal Bronquite - crônica e aguda casos novos de asma hospitalações respiratórias hospitalações cardiovasculares atendimentos emergência para asma doença respiratória baixa doença respiratória alta falta de ar simtomas respiratórios dias com atividade restrita dias de trabalho perdido Efeitos na saúde suspeitos indução da asma efeitos no desenv. do feto e da criança aumento da responsividade brônquica doença resp. crônica (não brônquite) câncer câncer de pulmão efeitos comportamentais (dificuldade de aprendizado) desordens neurológicas exacerbação de alergias alteração nos mecanismos de defesa dano nas células respiratórias alterações morfológicas no pulmão arritmia cardíaca diminuição no tempo de início de angina
Poluição do Ar Pirâmide dos efeitos na saúde Mortalidade Hospitalização Visitas de emergência (PS) Visitas médicas Redução da atividade física Uso de medicação Sintomas respiratórios Alteração na função pulmonar Efeitos sub-clínicos gravidade do efeito Proporção da população afetada
Poluição do ar e desfechos da gravidez prematuridade anomalias congênitas outros indicatores peso ao nascer Melhor preditor da saúde infantil Crianças com BPN tem maiores taxas de doenças quando adultos
Média anual de PM 10, São Paulo, Brasil, 1981-2000 100 75 PM µg/m 3 50 25 0 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Frota de veículos e crescimento da população, São Paulo, 1980-2000 frota (10 6 ) 6 5 10,5 pop (10 6 ) 10 4 9,5 3 9 2 8,5 1 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 8 frota pop cada 100,000 veículos 20 µg/m³ PM 10 2 ppm CO
Objetivo: Examinar a associação entre exposição à poluição do ar durante a gravidez e o peso ao nascer e a prematuridade, em São Paulo, Brasil
Métodos: Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) Mãe: idade, instrução, local de residência, paridade Gravidez: n o de consultas pré-natal, tipo de gravidez, duração da gestação em semanas Nascimento/criança: data, local, tipo de parto, Apgar, peso ao nascer, sexo Poluição do Ar: SO 2, PM 10, NO 2, CO, O 3.
Estações de monitoramento de qualidade do ar Distritos excluídos
Definição da exposição- BPN Baseada na: data de nascimento idade gestacional (37-41) - termo 1 o Tri 2 o Tri 3 o Tri Tempo nascimento
Definição da exposição - Prematuridade a) 1 o trimestre b) últimas 4 semanas (antes de 37 a ) c) entre a 28 a -31 a semana nascimento Tempo
Análise: BPN : Gestações simples, a termo (>= 37 semanas) excluir <1,000 gr e >5,000 gr Peso ao nascer: contínua X binária (< 2,500 gr) Regressão Linear ou Logística MAG Prematuridade: Gestação simples, >28 semanas, parto normal Regressão Logística
Média do peso ao nascer (DP), proporção de baixo peso (1.000g-2.500g), odds ratios ajustado (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) para baixo peso ao nascer, para gestações simples e a termo, São Paulo, Brasil, 1997 n o. Missing (%) Média (DP) Baixo peso ao nascer (%) OR* (95% CI) Todos nascidos vivos 179,460 3,186 (464) 5.0 Sexo: Masculino 91,793 29 3,244 (472) 4.4 1.0 Feminino 87,638 (0.02%) 3,125 (448) 5.7 1.36 (1.28-1.44) Idade gestacional em semanas: 37-41 176,991 3,185 (464) 5.1 1.79 (1.30-2.46) 42 + 2,469 3,266 (495) 3.9 1.0 Idade da mãe: < 19 30,112 3,125 (449) 6.0 1.07 (0.98-1.18) 20-24 51,729 3,175 (450) 4.9 0.94 (0.86-1.02) 25-29 47,462 231 3,212 (461) 4.4 1 30-34 32,789 (0.13%) 3,217 (476) 4.6 1.17 (1.06-1.28) 35-39 13,979 3,192 (502) 5.9 1.40 (1.25-1.58) 40+ 3,158 3,182 (525) 7.0 1.54 (1.25-1.91) Continua...
... continuação n o. Missing (%) Média (SD) BPN (%) OR* (95% CI) Instrução da Mãe < 1 2,589 3,172 (511) 6.9 1.86 (1.50-2.32) 1-4 67,652 3,183 (473) 5.4 1.42 (1.25-1.62) 4-8 34,081 30,856 3,181 (468) 5.4 1.50 (1.32-1.72) 8-11 29,541 (17.2%) 3,194 (449) 4.3 1.32 (1.15-1.51) 12 + 14,741 3,202 (429) 3.3 1.0 Consultas de pré-natal: nenhuma 3,917 3,064 (493) 9.9 2.36 (2.08-2.68) até 6 49,145 59,119 3,176 (471) 5.5 1.25 (1.17-1.33) 6 + 67,279 (32.9%) 3,205 (452) 4.2 1.0 Primeira gravidez 53,318 53,018 3,153 (452) 5.4 1.32 (1.23-1.41) Segunda ao mais 73,124 (29.5%) 3,215 (474) 4.8 1.0 Parto normal 85,310 878 3,142 (455) 5.8 1.28 (1.20 1.36) Cesareana+forceps 93,272 (0.5%) 3,225 (469) 4.3 1.0 BPN= baixo peso ao nascer *OR ajustado para var. da tabela
Alteração no peso ao nascer (em gr) para um aumento de 10 µg/m 3 na exposição aos poluentes (1 ppm para CO) em cada trimestre da gravidez. Resultados da regressão linear Trimestre 1º 2º 3º (IC 95%) poluente Mudança no peso ao nascer PM 10-13.7 (-27.0 to -0.4) SO 2-24.2 (-55.5 to 7.1) NO 2-7.0 (-14.3 to 0.3) CO -23.1 (-41.3 to -4.9) O 3-1.6 (-12.8 to 9.5) PM 10-4.4 (-18.9 to 10.1) SO 2 33.7 (1.6 to 65.8) NO 2 0.3 (-8.6 to 9.2) CO 3.2 (-18.2 to 24.5) O 3-0.1 (-11.9 to 11.7) PM 10 14.6 (0.0 to 29.2) SO 2 9.7 (-25.6 to 44.9) NO 2 3.6 (-6.6 to 13.7) CO 1.9 (-18.2 to 22.0) O 3-3.0 (-15.4 to 9.4)
Resultados: Duração da gestação (semanas) < 22 N 72 % 0.02 22 27 1,315 0.39 28 36 16,912 5.02 37 41 315,162 93.51 42 + 3,578 1.06 total 337,039 100.00
Risco Relativo (IC 95%) de prematuridade, para uma variação de 1 µg/m 3 na exposição média (1 ppm para CO) materna entre a 28-31 semana da gravidez, São Paulo, 1998-2000 Poluente RR IC 95% PM10 1,009 (1,007-1,011) SO2 1,029 (1,023-1,035) CO 1,047 (1,004-1,092) NO2 0,996 (0,994-0,997) O3 1,006 (1,004-1,007)
Conclusões: BPN : exposição materna (1 o tri) redução do PN PM 10 (-13.7g) e CO (-23g) 1 o ou 3 o Trimestre? Prematuridade : CO e PM 10 efeito protetor do NO 2? definição da exposição importância em Saúde Pública
Poluição do AR < 2.500 g Peso ao nascer