DE FERREIRA DO ALENTEJO ENQUADRAMENTO TERRITORIAL ABRIL 2010 2.4.1 ACESSIBILIDADES 2.4.1.1 REDE VIÁRIA 2.4.1.2 TRANSPORTES RODOVIÁRIOS 2.4.2 SISTEMA URBANO 2.4.3 INDICADORES DE PLANEAMENTO 2.4 REDES ESTRTURANTES
ABRIL 2010 Em termos de inserção inter-regional, o Alentejo tem um posicionamento de charneira e de grande proximidade ao Arco Metropolitano de Lisboa e ao Arco Metropolitano do Algarve. Simultaneamente, em termos transfronteiriços, há um forte relacionamento com as regiões da Extremadura e da Andaluzia, com especial destaque para a atractividade e polarização da cidade de Badajoz. A contextualização territorial dos centros urbanos transmite-lhes dinâmicas e capacidades de afirmação urbana muito diferenciadas regionalmente do Relatório Fundamental do PROT Alentejo. 2.4.1 ACESSIBILIDADES Nesta análise toma-se como referência o modelo territorial de acessibilidades e de conectividade previsto no PROT do Alentejo, resultante da interacção de três sistemas de infra-estruturas de acessibilidades e conectividade: - o sistema das infra-estruturas terrestres, estabelecendo os principais corredores e eixos de acessibilidades terrestres e integrando as componentes rodoviárias e ferroviárias, - o sistema de infra-estruturas aeroportuárias - o sistema de infra-estruturas portuárias. Ferreira do Alentejo apenas beneficia directamente do sub-sistema rodoviário, mas, indirectamente, tem acesso a infra-estruturas ferroviárias (Ermidas do Sado, Beja e Cuba) e portuárias (Sines), assim como, no futuro, aeroportuárias através do Aeroporto de Beja. 2.4.1
Fig 2.4.2 Acessibilidades actuais fonte: PROT Alentejo 2.4.1.1 REDE VIÁRIA Em relação ao período em que foi elaborado o PDM de Ferreira do Alentejo, assistiu-se ao desenvolvimento das infra-estruturas viárias que servem o Alentejo, em geral, e o Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, em particular, esbatendo fronteiras entre os municípios e, sobretudo, entre as áreas urbanas. Em termos viários, o Concelho de Ferreira do Alentejo é uma encruzilhada de vias que lhe conferem grande centralidade, sendo atravessado actualmente por dois Itinerários Principais: - IP1 (vindo pelo Litoral do Norte do País continua por Lisboa, Grândola, Faro), permitindo a ligação de Ferreira do Alentejo à Área Metropolitana de Lisboa e ao Algarve. 2.4.2
- IP 8 (Sines, Santiago do Cacem, Ferreira do Alentejo, Beja, Serpa, Vila Verde de Ficalho na fronteira com Espanha), que no futuro será uma via rápida com quatro faixas de rodagem, que atravessará o Alentejo, fazendo a ligação a pólos importantes como Sines, Beja e à Andaluzia. Fig 2.2 O Concelho de Ferreira e o PRN 2000 Normalmente focalizadas naqueles no IP8 e no IP2, sem dúvida determinantes para o desenvolvimento de Ferreira do Alentejo, os estudos estratégicos esquecem, por vezes, a importância do atravessamento do Concelho, no sentido Norte Sul, pela EN. 2. Com efeito, a EN2 não só permite ligações regionais com Montemor-o-Novo e Aljustrel, mas também, no futuro, a ligação ao eixo Sines Évora Babajoz, uma vez que esteja concluido o IC33, cujos estdudos em curso apontam para uma deslocação do seu traçado para sul, aproximando-o ou, mesmo, interceptando o Concelho, ao qual ficará ligado através de um nó a norte de Odivelas. Nesta perspectiva, a EN 2 ganha, a nível concelhio, uma nova importância, fundamental para o seu desenvolvimento, já que coloca, com maior ou menor proximidade, Ferreira do Alentejo no cruzamento do eixo Sines Beja Andaluzia com o Eixo Sines Évora Badajoz. 2.4.3
Por outro lado, através de um conjunto de Estradas nacionais e municipais, Ferreira do Alentejo conecta-se facilmente com os Concelhos vizinhos, completando o sistema definido pelos IP2, IP8 e IC33/EN2, acentuando a sua centralidade no contexto do Baixo Alentejo. Fig 2.4.3 - relações Intermunicipais a partir de Ferreira do Alentejo Para sul, através da EN2, o sistema rodoviário fundamental descrito atrás conecta-se com Aljustrel e Castro Verde, enquanto para poente, através da EN 121, mantem-se a ligação histórica com Santiago do Cacém, estabelecendo importantes conectividades locais entre Canhestros, Ermidas e Abela, e para Nordeste e Norte o Concelho liga-se a Cuba, Alvito e Montemor-o-Novo. Concluindo, em termos de acessibilidades viárias, aliando a centralidade geográfica e posição de charneira no contexto regional à melhoria já registada nas acessibilidades e à melhoria ainda esperada com a execução do IP 8 e do IC 33, o Concelho de Ferreira do Alentejo apresenta diversas vantagens locativas e comparativas, bastante atractivas para o investidor e capazes de vertebrar e impulsionar o desenvolvimento um pouco por todo o território. 2.4.4
2.4.1.2 TRANSPORTES RODOVIÁRIOS Na região que se analisa, Beja, Santiago do Cacém e Grândola constituem interfaces de acesso a serviços rodoviários expresso, com ligações a praticamente todo o país. Ferreira do Alentejo é servida diariamente por duas ligações expresso a Setúbal e Lisboa e a Beja e Vila Verde de Ficalho, serviço que é reforçado ao fim de semana. Por outro lado, Ferreira do Alentejo encontra-se ainda ligada por serviços diários de transporte rodoviário intermunicipal a Beja, Aljustrel, Santiago do Cacém e Sines cuja frequência, já de si escassa, é fortemente penalizada no período de verão, já que priveligia o transporte de estudantes. A exemplo do que se passa pelo País, não se pode deixar de assinalar a progressiva degradação do serviço de transportes rodoviários em Ferreira do Alentejo, seja através da redução do número de ligações (no caso de Sines, de duas ligações diárias outrora existentes para uma única), a quase inexistência aos fins de semana e no verão e o desaparecimento de um conjunto de ligações intermunicipais importantes (Cuba ou Grândola, neste último caso reduzida aos serviços expresso sem paragens nas localidades intermédias). Por outro lado, não existe qualquer ligação coordenada, em termos de horários, aos Caminhos de Ferro que poderia ser efectuada aos Intercidades na estação de Grândola. 2.4.2 SISTEMA URBANO A estrutura urbana regional enquadra-se num território rural extenso e de fraca densidade de ocupação social e económica, constituindo o sistema fundamental de organização territorial e de sustentação da coesão territorial (PROT do Alentejo). O sistema urbano da sub-região do Baixo Alentejo, eminentemente multipolar e concentrado, centra-se em Beja, única cidade da sub-região com mais de 20 000 habitantes, enquanto o Alentejo Litoral centra-se na cidade tripartida de Sines/Santiago do Cacem/Santo André. A potencialidade deste Subsistema em termos resulta da sua fronteira com o último anel da Área Metropolitana de Lisboa e de acolher importantes projectos essenciais para o desenvolvimento regional o complexo industrial e portuário de Sines e, espera-se, o aeroporto de Beja, interligados através do IP8. 2.4.5
Fig. 2.4.3 Sistema Urbano Fonte: PROT Alentejo Trata-se de um sistema relativamente débil, dadas as escassas relações da capital de distrito com as sedes de concelho que, por sua vez, também não possuem grande capacidade de polarização para além dos respectivos territórios municipais, seja devida à fraca densidade populacional, seja devido às maiores distâncias entre elas, seja ainda devido a factores estruturantes como sejam a escassez do povoamento ou a ausencia de funções polarizadoras ao nível dos equipamentos, do comércio ou da actividade industrial. Os estudos efectuados mostram, efectivamente, uma grande polarização exercida por Beja que se estende praticamente para toda a Sub-região com excepção dos Concelhos do Distrito de Setúbal, orientados para esta cidade. 2.4.6
Não obstante os índices de desenvolvimento económico e de crescimento demográfico e urbanos atingidos, a influência do triângulo Sines/Santiago do Cacém/Santo André pouco ultrapassa os limites dos dois Concelhos. Fig. 2.4.4 Polarização do sistema urbano Fonte: PROT Alentejo Ferreira do Alentejo localizada sobre o eixo Sines-Beja, apresenta fortes relações de complementaridade com Beja, indissociáveis de qualquer política urbanística que se pretenda desenvolver, e mais fracas com o polo Sines/Santiago do Cacem/Santo André. Não obstante o bom sistema rodoviário, são débeis as relações de interdependncia com os restantes Concelhos vizinhos, não produzindo Ferreira do Alentejo qualquer efeito polarizador para além das suas fronteiras. 2.4.7
Em conclusão, no sistema urbano do Baixo Alentejo, Ferreira do Alentejo é um Centro concelhio, que não atinge influência supra-municipal, o que reflecte as suas relações de dependência e de complementaridade funcional com os centros urbanos de maior centralidade, com maior força para Beja. 2.4.3 INDICADORES DE PLANEAMENTO Junto ao INE recolheram-se um conjunto de indicadores interessantes de avaliação dos usos do solo calculados a partir do zonamento dos PDMs em vigor (indicadores actualizados em 2007): - Usos urbanos, área em hectares das zonas designadas nos PDMs como urbano, urbano e urbanizável, urbanizável, comércio e serviços, comércio e serviços existentes, comércio e serviços propostos, edificação dispersa - Usos para equipamentos e parques urbanos, área em hectares afecta a estes usos no PDMs - Usos industriais, área em hectares da zonas assim delimitadas nos PDMs - Usos para turismo, área em hectares afecta a este uso nos PDMs. Embora com as devidas reservas devido à diferença de critérios seguidas em cada Plano na delimitação das Classes e Categorias de Espaço, ressalta da análise destes indicadores em relação a Ferreira do Alentejo: - a relativa prudencia na delimitação de espaços urbanos (282.19 m2/hab.) - a boa relação entre áreas destinadas a equipamentos e parques urbanos (62.2 m2/hab.) - a menor previsão de espaços industriais (38,01 m2/hab. e a ausencia de espaços para turismo. Naturalmente, Sines é o Concelho que apresenta maior área e capitação de espaços industriais, seguido de Aljustrel (efeito do complexo mineiro), enquanto os Concelhos do litoral, com relevância para Grandola (efeito da extensão de costa e de Troia) apresentam maiores valores para o turismo, totalmente ausente na maioria dos Concelhos interiores. 2.4.8
Usos Urbanos ha Usos Industriai s ha Usos Equipame ntos e Parques ha Usos Turísticos ha Quadro 2.4.1 Indicadores de Planeamento Área m2 Usos Urbanos por habitante Área m2 Usos Industriai s por habitante Área m2 Equip.s e Parques por habitante Área m2 Usos Turísticos por habitante Alcácer do sal 629 85 13 375 454,45 61,41 9,39 270,93 Grandola 688 107 449 928 471,17 73,28 307,49 635,53 Odemira 993 11 97 58 386,25 4,28 37,73 22,56 Santiago Cacém 1226 241 68 78 403,44 79,31 22,38 25,67 Sines 343 2304 0 367 254,72 1710,98 0,00 272,54 Aljustrel 387 706 49 0 380,79 694,68 48,21 0,00 Almodovar 444 232 62 0 565,97 295,73 79,03 0,00 Alvito 95 38 25 112 357,41 142,96 94,06 421,37 Barrancos 92 8 0 0 493,83 42,94 0,00 0,00 Beja 564 957 145 0 160,98 273,16 41,39 0,00 Castro Verde 518 0 0 0 683,56 0,00 0,00 0,00 Cuba 179 33 0 6 369,76 68,17 0,00 12,39 Ferreira Alentejo 245 33 54 0 282,19 38,01 62,20 0,00 Mértola 572 25 71 8 691,32 30,22 85,81 9,67 Moura 640 47 1 0 390,67 28,69 0,61 0,00 Ourique 237 36 59 0 397,38 60,36 98,93 0,00 Serpa 782 64 1 0 479,55 39,25 0,61 0,00 Vidigueira 244 30 0 0 404,58 49,74 0,00 0,00 Fonte: INE As figuras seguintes que se apresentam sem comentários, devido à diferença de critérios que podem estar por detrás do zonamento dos diversos PDMs e ausência de informação complementar que permita uma melhor interpretação, visualizam a distribuição espacial destes indicadores. 2.4.9
Fig. 2.4.5 Áreas de espaços para usos Urbanos/habitante, m2 fonte INE 2.4.10
Fig. 2.4.6 Áreas de espaços para usos Industriais/habitante, m2 fonte: INE 2.4.11
Fig. 2.4.7 Áreas de espaços para Equipamentos e Parques/habitante, m2 fonte: INE 2.4.12
Fig. 2.4.8 Áreas de espaços para usos turísticos/habitante, m2 fonte: INE 2.4.13