Lídia Furtado Vieira * Nascimento: 28/10/1947 Falecimento: 24/12/2012 Quem nos conta a história de Lídia é seu filho Vilson, que define a mãe como uma mulher guerreira, exemplo de fibra e coragem. Lídia nasceu no interior de Sinimbu em 1947, uma das filhas de Ernesto Furtado Vieira e Frauzina de Oliveira, que além dela tiveram mais sete filhos. Desde a infância Lídia precisou trabalhar muito. Seus pais plantavam fumo, e ela ajudava no plantio, capina e colheita do mesmo. Também plantavam todos os produtos que garantiam a alimentação e a sobrevivência da família. Em uma época em que a escassez de recursos era muito grande, e a economia permanecia instável. Junto dos pais e dos irmãos, Lídia sempre se esforçou muito para ter uma vida melhor. Trabalhava arduamente, fazendo sol ou chuva, para conseguir melhorar de vida. Estudou pouco, apenas até a terceira série, que cursou na pequena escola que havia na região onde morava na época, interior de Sinimbu. Apesar
do pouco estudo era muito inteligente, ensinou aos filhos tudo o que sabem, deu a eles o melhor que conseguiu, principalmente a honestidade e a integridade de caráter. Trabalhou na agricultura até o momento em que, convencida pelo filho, mudou-se para Santa Cruz do Sul, onde passou a trabalhar como safrista em várias fumageiras da cidade, como a Meridional, Dimon e Souza Cruz. Lídia com as amigas da fumageira. Na imagem, Lídia no canto esquerdo da foto. Lídia no canto direito da foto, durante um intervalo de trabalho.
Se casou com José Maria da Silveira e teve quatro filhos, são eles: José Romário Silveira, Maria Traud Silveira, Rainoldo Furtado Vieira e Élio Furtado Vieira. Os filhos foram sua felicidade. Porém o casamento teve também muitos percalços e Lídia e José se separaram. Mais tarde Lídia conheceu um novo amor, Armindo Lang, com quem teve outro filho: Vilson Furtado Vieira. Foi Vilson que trouxe a mãe para Santa Cruz do Sul, com o intuito de melhorar a situação da família e as condições de vida da mesma. Lídia também teve a grande felicidade de ter quatro netos: Angela, Henrique, Antônia e Ana Flávia. Embora não tenha conseguido ver seu ultimo neto nascer. Os momentos mais importantes da vida de Lídia certamente foram os nascimentos dos filhos e dos netos, os quais amava incondicionalmente, sempre os ensinando o caminho do bem, da justiça e da dignidade. Também gostava muito de frequentar a igreja nos dias de missa, pois era muito religiosa. E de ir às festas da comunidade, onde se divertia com as amigas e com os filhos e netos. Enfrentou muitas dificuldades, principalmente as dificuldades que eram impostas pela pobreza. Mas sempre lutou incansavelmente. Com a ajuda do filho melhoraram de vida, vindo morar em Santa Cruz do Sul e trabalhando dia a dia para comprar uma casa melhor e todas as coisas que precisavam para viver bem e com a dignidade que o ser humano merece.
Era uma mulher humilde e que buscava a felicidade nas coisas mais simples da vida. Não precisava de muito para se sentir feliz, apenas da família e das pessoas que gostava. Sua comida preferida era feijão com arroz, embora gostasse muito de cozinhar outras coisas para os filhos. Na foto, equipe de trabalho em uma das fumageiras. Lídia no canto direito da imagem, agachada. Foto tirada em uma das fumageiras que Lídia trabalhou. Na imagem, Lídia no canto direito atrás da esteira. Lídia era muito caseira. Gostava de ficar em casa cozinhando e fazendo faxina. Morava com o filho Vilson desde que veio para Santa Cruz do Sul.
Tinha uma ótima relação com a família, gostava de reunir os filhos e netos nos fins de semana para um almoço em família. Sempre foi uma mulher muito tranquila e brincalhona, exemplo de humildade e honestidade. Ensinou os filhos a nunca desistir da luta do dia a dia, a seguir com honestidade e caráter enfrentando todos os obstáculos. Infelizmente um câncer no pulmão prejudicou sua saúde, a deixando debilitada por bastante tempo. Mesmo com algo tão grave Lídia continuou lutando. Enfrentou três sessões de quimioterapia, perdendo o cabelo e emagrecendo muito devido aos fortes medicamentos. Lídia enfrentou mais este percalço da vida da mesma forma como enfrentara todos os outros, com força de vontade e determinação. Mas a doença foi mais forte e em 24 de dezembro de 2012 lhe tirou a vida. Restando aos filhos a lembrança do exemplo de vida e superação que Lídia foi. Seguindo seus conselhos e seus passos com coragem e sabedoria. Ficou a saudade desta grande mulher, que lutou sua vida toda, mas agora descansa em paz.
Compreender os propósitos de Deus muitas vezes pode ser uma tarefa bem difícil, principalmente quando a tristeza bate na nossa porta porque acabamos de perder um ente querido. Lágrimas passam pelos nossos olhos constantemente e o vazio da saudade aumenta o sofrimento severamente. Mas todas as vezes que esta saudade nos faz mais uma de suas visitas, não mais permitimos que a tristeza seja sua protagonista. Com corações mais confortados, dedicamos nosso tempo para relembrar os bons momentos que foram compartilhados com ela e como a presença de uma pessoa tão querida foi capaz de transformar tantas vidas abençoadas.