A ARGUMENTATIVIDADE NO GÊNERO ATA: OPERADORES ARGUMENTATIVOS E MODALIZADORES DISCURSIVOS.

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Transcrição:

2659 A ARGUMENTATIVIDADE NO GÊNERO ATA: OPERADORES ARGUMENTATIVOS E MODALIZADORES DISCURSIVOS. Silvana Lino Batista PIBIC/ CNPq/UFPB Erivaldo Pereira do Nascimento UFPB 1. Teoria da Argumentação Oswald Ducrot (1988) e seus colaboradores foram quem introduziram o conceito de argumentação inerente à língua humana, criando a Teoria da Argumentação na Língua. A Teoria da Argumentação na Língua não aceita a língua como um conjunto de estruturas e regras independentes. Para o autor a língua é um conjunto de frases que serve para construir discursos e o discurso é o encadeamento de enunciados. O uso da linguagem é essencialmente argumentativo e a argumentatividade está intrínseca à língua. Ducrot (1983, apud ESPÍNDOLA, 2004, p. 16) afirma que a língua possui, em sua gramática, mecanismos que permitem indicar a orientação argumentativa dos enunciados, são esses mecanismos que se costuma denominar marcas lingüísticas da enunciação ou argumentação. Convém distinguir enunciado de frase. Para Ducrot (1988, p.56) a frase é uma entidade teórica, é uma construção do lingüista que serve para explicar a infinidade de enunciados, o enunciado é uma das ocorrências da frase. Em seguida o autor cita a diferença entre sentido e significação. Sentido é o valor semântico do enunciado e significação, o valor da frase. O discurso, portanto, está composto por uma sucessão de enunciados. Ducrot (1988, p. 54) estabelece uma regra para determinar o que é um enunciado: se o segmento S 1 tem sentido somente a partir de um segmento S 2, então a seqüência S 1 + S 2 constitue o mesmo enunciado. Para Ducrot, o uso da linguagem é essencialmente argumentativo e a argumentatividade está intrínseca à língua. O autor afirma que a língua possui, em sua gramática, mecanismos que permitem indicar a orientação argumentativa dos enunciados. São esses mecanismos que se costuma denominar marcas lingüísticas da enunciação ou argumentação. Ducrot e colaboradores começaram a identificar e distinguir os valores argumentativos na língua e os conectores e operadores argumentativos passam a serem considerados como elementos lingüísticos que determinam e inserem a argumentação, na estrutura semântica da frase. Ducrot (apud KOCH, 2000) utiliza duas noções básicas para demonstrar como podem funcionar, argumentativamente os operadores argumentativos: as noções de escala argumentativa e classe argumentativa. A classe argumentativa é constituída de um conjunto de enunciados que podem igualmente servir de argumento para uma mesma conclusão, e a escala é quando dois ou mais enunciados se apresentam em gradação de força crescente (do mais forte para o mais fraco) no sentido de uma mesma conclusão. Koch (2000, p.30), a partir dos estudos que fez de Ducrot, apresenta vários tipos de operadores: a) Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão, Ducrot denomina de classe argumentativa. Ex: Carlos é o melhor concorrente, tem boa formação em direito, tem experiência no cargo e não se envolve em falcatrua. Arg. 1º tem boa formação em Direito Arg. 2º tem experiência no cargo Arg. 3º (e) não se envolve em Falcatrua classe argumentativa (Koch 2000, p.35) b) Operadores que introduzem dado argumento, deixando subentendida a existência de uma escala com outros argumentos mais fortes, Ducrot denomina de escala argumentativa.

2660 Ex: A festa da Universidade foi um sucesso, estiveram presentes todos os alunos, estiveram presentes vários professores e até esteve presente o Reitor da Universidade. Arg. 1º estiveram presentes todos os alunos Arg. 2º estiveram presentes vários professores Arg. 3º (até) esteve presente o Reitor da Universidade Poderia ser representada dessa forma: (arg. + forte) (Até) esteve presente o Reitor da Universidade Estiveram presentes vários professores Estiveram presentes todos os alunos escala argumentativa (Koch 2000, p.35) c) Operadores que introduzem uma conclusão relativamente a argumentos apresentados em enunciados anteriores: portanto, logo, por conseguinte, pois, em decorrência, conseqüentemente, etc. Ex: O custo de vida continua subindo; as condições de saúde do povo brasileiros são péssimas e a educação vai de mal a pior. Portanto não se pode dizer que o Brasil esteja prestes a se integrar no primeiro mundo. (Koch 2000, p.34) d) Os operadores que contrapõe argumentos orientados para conclusões contrárias são: mas (porém, contudo, todavia, no entanto, etc), embora (ainda que, posto que, apesar de que etc). Ex: A equipe da casa não jogou mal, mas o adversário foi melhor e mereceu ganhar o jogo. R A equipe da casa merecia ganhar. ÑR A equipe da casa não merecia ganhar. MAS P. a equipe da casa não jogou mal q. O adversário foi melhor (Koch, 2000, p.36) O conectivo mas, para Vogt e Ducrot (1980, apud NASCIMENTO e ESPÍNDOLA, 2003, p. 81) é um marcador de oposição que apresenta duas possíveis funções diferentes. A primeira função é de retificador e a segunda de operador argumentativo. Os autores denominaram o mas, com função retificadora de MasSN- de acordo com eles esse conector vem sempre depois de uma proposição negativa P = não P e introduz uma determinação q que substitui a determinação p negada ou p é atribuída ao interlocutor real ou virtual. Para Vogt e Ducrot o conectivo mas-pa, de função argumentativa, não exige necessariamente que a proposição anterior p seja negativa. Trata-se, portanto, de um indicador de polifonia, que introduz diferentes pontos de vista no enunciado, permitindo que o responsável por esse enunciado assuma diferentes posições com relação a esses pontos de vista. e) Operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a conclusões diferentes ou opostas: ou, então, quer, seja etc. Ex: Vamos juntos para a reunião. Ou você prefere se excluir e ficar aguardando os fatos. f) Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação relativamente ao enunciado anterior: porque, que, já que, pois, etc. Ex: Não fiques tristes que este mundo é todo teu, Tu és muito mais bonita que a Camélia que morreu. ( Jardineira ) (Koch 2000, p.35) g) Operadores que tem por função introduzir no enunciado conteúdos pressupostos: já, ainda, agora, etc. Ex: Paulo mora no Rio No enunciado não encerra nenhum pressuposto. Se, porém, eu disser Paulo ainda mora no Rio, ou Paulo já não mora no Rio, o conteúdo pressuposto é que Paulo não morava no Rio anteriormente. (Koch, 2000, p.37)

2661 h) Operador que se distribuem em escalas opostas, isto é, um deles funciona numa escala orientada para afirmação total, o outro, numa escala orientada para negação total: um pouco e pouco. Ex: Será que Ana vai passar no exame? Arg. 1 Ela estudou um pouco (tem possibilidade de passar) Arg. 2 Ela estudou pouco (provavelmente não passará) (Koch, 2000, p.38) Espíndola (1998, apud NASCIMENTO, 2005, p. 29) classifica os operadores argumentativos em três grupos, a saber: Conector Argumentativo - Os conectores argumentativos são elementos lingüísticos que articulam duas porções textuais. Um exemplo de conector argumentativo é o operador mas, de que tratamos anteriormente. Operador argumentativo no sentido estrito - Os operadores de sentido estrito são partículas lingüísticas que aplicadas a um enunciado indicam além dos topos, a força com que estes topos serão atualizados, ou seja indicam o princípio argumentativo e sua força no enunciado. Um exemplo de operador no sentido estrito é a palavra até, descrita anteriormente. Modificador - Os modificadores são elementos lingüísticos que possuem a função de modificar os predicados. São, portanto, nomes e verbos de uma língua que indicam o princípio argumentativo e a força como esse princípio é aplicado a uma determinada situação, pessoa ou fato. (NASCIMENTO, 2005, p. 29). Além dos operadores argumentativos, é importante ressaltar a existência dos marcadores de pressuposição que, segundo Koch (2000, p. 44), são elementos lingüísticos introdutores de pressupostos, entre os quais se podem citar verbos que indicam mudança ou permanência de estado, como ficar, começar a, passar a etc. Além desses, ainda existem os verbos denominados factivos, a exemplo de lamentar, lastimar, sentir etc. 2. Teoria da Modalização Cervoni (1989, apud NASCIMENTO, 2005 p.57) afirma que o termo modalidade implica a idéia de que uma análise semântica que permite distinguir, em um enunciado, um conteúdo proposicional (dito) de um ponto de vista do falante sobre esse conteúdo (modalidade). O autor classifica as modalidades lingüísticas em núcleo duro, o que é caracteristicamente modal, e modalidade impura, o que é parcialmente modal. Ingedore Koch (2000, p.72) afirma que, na estruturação do discurso, a relação entre os enunciadores é comumente projetada através de certas relações de modalidade e ainda acrescenta que o locutor manifesta suas intenções e atitudes diante do enunciado, através de diferentes atos ilocucionários de modalização. Castilho e Castilho definem modalização como o termo que expressa um julgamento do falante perante uma proposição (1993, p. 217). Castilho e Castilho classificam as modalizações em epistêmica, deôntica e afetiva. Modalização Epistêmica: É aquela que expressa uma avaliação sobre o valor de verdade e as condições de verdade da proposição.(castilho; CASTILHO, 1993.p.222) Subdivide-se em três classes: a) Os asseverativos: São os modalizadores que indicam que o falante considera verdadeiro o conteúdo da proposição. São asseverativos: a) afirmativos: realmente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, claro, certo, lógico, entre outros; b) negativos: de jeito nenhum, de forma alguma. b) Os quase-asseverativos: São os modalizadores que indicam que o falante considera o conteúdo da proposição quase certo. São quase-asseverativos: talvez, assim, possivelmente, provavelmente, eventualmente. c) Os delimitadores: São os modalizadores que estabelecem os limites dentro dos quais se deve aceitar o conteúdo. Alguns delimitadores são: quase, um tipo de, uma espécie de, biologicamente, tecnicamente etc. Modalização Deôntica: São os modalizadores que indicam que o falante considera o conteúdo de como um estado de coisas que deve, que precisa ocorrer obrigatoriamente. (CASTILHO; CASTILHO, 1993.p.222) São deônticos: obrigatoriamente, necessariamente, etc.

2662 Modalização Afetiva: Verbaliza as reações emotivas do falante em face do conteúdo proposicional, deixando de lado quaisquer considerações de caráter epistêmico ou deôntico. (Castilho e Castilho, 1993, p.223) Há dois tipos de modalizadores afetivos: os subjetivos que expressam uma predicação dupla, a do falante em face de P e a da própria proposição, como em felizmente, infelizmente, curiosamente, surpreendentemente, espantosamente; e os intersubjetivos que expressam uma predicação simples, assumida pelo falante em face do seu interlocutor, a propósito de P, como em sinceramente, francamente, lamentavelmente, estranhamente. Já Nascimento (2005, p.64) reformula esse terceiro tipo de modalização denominando-a de modalização avaliativa. Para ele mais do que revelar um sentimento ou emoção do locutor em função da proposição ou enunciado, esse tipo de modalização indica uma avaliação da proposição por parte do falante, emitindo um juízo de valor e indicando, ao mesmo tempo, como o falante quer que essa proposição seja lida. Adotamos, neste trabalho, a nomenclatura proposta por Nascimento (2005), considerando os modalizadores como epistêmicos, deônticos e avaliativos, ao mesmo tempo em que entendemos que há modalização quando ocorre uma avaliação anterior do falante sobre o conteúdo da proposição que ele vai veicular, sua escolha em afirmar, negar, ordenar, permitir, expressar a certeza ou a dúvida sobre qualquer conteúdo. 3. O gênero textual/discursivo ata Ata é um registro em que se relatam assuntos tratados em uma reunião, assembléia ou convenção. Para os manuais de redação, trata-se de um documento em que se escrevem resumidamente, mas com clareza, as ocorrências de uma reunião de pessoas para determinado fim. O texto deverá sintetizar claramente os fatos da reunião, escritos seguidamente sem rasuras, emendas ou entrelinhas. As abreviaturas devem ser evitadas e espaços em branco não são admitidos, escrevendo-se margem a margem, pois se trata de um documento (SABINO, 2004, p.63). Sabino (2004, p. 63) afirma que a ata deve ser um texto compacto, a transcrição pode ser feita à mão ou digitada e impressa. A forma de ata informatizada exige uma organização, pois as folhas impressas e assinadas serão arquivadas na empresa para posterior encadernação. Caso haja extravio de folhas, invalidará o livro: Das reuniões da seção, serão lavradas atas, paginadas em seqüência ininterrupta e, sendo aprovadas, receberão as assinaturas de todos os membros presentes. A ata de uma reunião será lida e aprovada na reunião seguinte, afirma o autor. Medeiros (2006, p. 210) destaca dois tipos de ata: a ordinária e a extraordinária. A ata ordinária é a que resulta de reuniões estabelecidas em estatutos, ou convocadas com regularidade. A ata extraordinária acontece fora de datas costumeiras previstas. Há um tipo de ata que se refere a atos rotineiros e cuja redação tem procedimento padronizado. Nesse caso, há um formulário a ser preenchido. A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua ausência, nomeia-se outro secretário designado para essa ocasião (MEDEIROS 2006, p. 210). O autor ainda destaca que a ata deve ser assinada pelos participantes da reunião em alguns casos pelo presidente ou secretário. Já Beltrão & Beltrão (2005, p. 129) afirmam que é recomendável determinar uma pessoa alheia aos assuntos a serem abordados, pois assim, ao tomar as anotações, poderá concentrar-se totalmente no que é exposto e não se prenderá emocionalmente porque quem estiver fortemente interessado pode facilmente ser tentado a incluir opiniões subjetivas no documento. Os manuais de redação, em sua totalidade, dão informações muito genéricas a respeito do gênero textual/discursivo ata. Não definem com precisão aspectos lingüístico-discursivos do gênero e se limitam a dar classificações ou normas a respeito da ortografia de certas palavras ou a respeito da utilização de certos elementos como margem, espaçamento etc. Por essa razão, essa pesquisa tenta trazer alguns aspectos semântico-discursivos presentes no gênero, a fim de contribuir para uma futura descrição do gênero.

2663 4. Os Operadores Argumentativos e os Modalizadores nas Atas As análises feitas a respeito da presença de modalizadores e operadores argumentativos nas atas descritas mostram de que maneira a argumentação constitui-se em uma estratégia no gênero ata. Essa estratégia é importante não só para verificar as intenções do locutor responsável pelo discurso, mas também determinar a própria caracterização desse gênero textual/discursivo. A investigação está em sua fase inicial, mas já foram constatados diferentes tipos de operadores argumentativos e os três tipos de modalização (epistêmica, deôntica e avaliativa), produzindo diferentes tipos de sentidos, nos textos. Dessa forma, já é possível verificar que a argumentação no gênero ata se processa, principalmente, para imprimir pontos de vista do locutor, a respeito do que está sendo enunciado. Selecionamos três atas, das 20 que compõe o corpus, para demonstrar como se dá a argumentação no gênero em estudo. Identificamos as atas pelo título que consta no próprio documento e transcrevemos trechos das mesmas para ilustrar os elementos argumentativos presentes no interior do texto. A identificação dos elementos se dará conforme legenda abaixo. Após a identificamos dos elementos, apresentamos uma análise breve dos conectores e modalizadores presentes e o seu funcionamento semântico-discursivo. Conector argumentativo Negrito Modalização Itálico Ata 1 Ata do Conselho Regional de Economia Trecho 1 O regulamento é claro no sentido de que é vetada a participação de trabalhos cujo orientador seja integrante da Comissão Julgadora, porém o mérito do aluno, pelo trabalho realizado, permanecia sendo reconhecido pelos organizadores do Prêmio Paraná. Graficamente representaríamos assim os argumentos: O regulamento é claro no sentido de que é vetada a participação de trabalhos cujo orientador seja integrante da Comissão julgadora. PORÉM O aluno não será premiado Conclusão r O mérito do aluno, pelo trabalho realizado, permanecia sendo reconhecido pelos organizadores do prêmio Paraná. O aluno será premiado Conclusão não-r Nesse trecho da ata, o locutor utiliza um operador porém, que contrapõe argumentos orientados para conclusões contrárias. Ao fazer isso, o locutor introduz em seu discurso um argumento possível (O regulamento é claro no sentido de que é vetada a participação de trabalhos cujo orientador seja integrante da Comissão julgadora), para uma conclusão r (o aluno não será premiado). Em seguida, apresenta um outro argumento (O mérito do aluno, pelo trabalho realizado, permanecia sendo reconhecido pelos organizadores do prêmio Paraná), que orienta para a conclusão não-r (o aluno será premiado). Observa-se, acima, como a presença desse operador argumentativo é indispensável para assinalar diferentes argumentos no discurso, que orientam para conclusões contrárias. Seguindo as instruções apresentadas por Ducrot, é possível perceber que o locutor apresenta um argumento primeiro para uma conclusão r, que será negada, quando o locutor apresenta o segundo argumento. Trata-se de um jogo argumentativo que vai imprimindo, no próprio texto, a presença da subjetividade, e do posicionamento do próprio locutor, que se apresenta como responsável pelo discurso. Esse tipo de operadores argumentativos é freqüente em outros trechos da mesma ata, como se podem perceber nos recortes abaixo. Trecho 2

2664 O presidente da Comissão de Tomadas de Contas explica aos presentes que a comissão está elaborando uma resolução para normatizar a execução financeira/orçamentária do Corecon- PR. Porém, esse trabalho ainda não foi concluído, assim o mesmo será abordado em reuniões plenárias futuras. Trecho 3 Em seguida o Delegado Paulo Sérgio Franzini faz um breve relato sobre a delegacia de sua região, embora o grande distanciamento da sede do Corecon-PR e pela Delegacia de Apucarana ser talvez a única que não está dentro de uma universidade, o trabalho apresenta algumas dificuldades, porém todas as demandas são atendidas de forma satisfatória. A modalização também é uma estratégia utilizada na ata descrita, conforme se pode perceber no trecho abaixo: Trecho 4 Finalmente, o Sr. Presidente agradece a presença dos Delegados e salienta que todas às observações foram anotadas e serão respondidas assim que possível. Nesse trecho do enunciado acima o locutor modaliza seu discurso utilizando as palavras assim que possível. Ao fazer isso o locutor não dá certeza de quando serão respondidas as observações anotadas pelo presidente, assinalando o não comprometimento com o dito. Portanto, há uma modalização epistêmica-quase asseverativa, já que o discurso não é apresentado no campo da certeza, mas no da possibilidade. O fenômeno da modalização é presente, também, nas atas de número dois e três, que compõe o nosso corpus de investigação, conforme demonstramos abaixo. Ata 2: - Ata da Décima quinta Reunião do Conselho da Escola Municipal de Ensino Fundamental Iracema Soares. Trecho 5 Uma vez que os mesmos apresentam produtos de melhor qualidade e menor preço. O repasse da verba do PNAE contribuirá para enriquecer a alimentação escolar e torná-la de melhor qualidade. Nada mais a tratar encerra-se a reunião em que estiveram presentes os seguintes membros. Nesse trecho da ata o locutor utiliza as palavras melhor qualidade e menor preço para avaliar a alimentação escolar. Ao fazer isso o locutor avalia a qualidade do produto, portanto temos uma modalização avaliativa, que incide sobre o conteúdo da proposição. Em outro momento do mesmo enunciado, o locutor utiliza as palavras melhor qualidade, corroborando com o que foi dito anteriormente (que a verba é necessária para uma boa alimentação escolar). Mais uma vez o locutor faz uso de uma modalização avaliativa. Ata 3: Ata de Reunião para Constituição da Unidade Executora, Instalação e posse dos dirigentes do Conselho da Unidade Executora. Trecho 6 Referente à fiscalização e acompanhamento das atividades pedagógicas, assim como utilizar os recursos do PDDE de acordo com a resolução do FNDE, apresentando as prestações de contas a Prefeitura Municipal, no prazo determinado pelo FNDE e reunindo o conselho para o acompanhamento das aquisições dos materiais de consumo e custeio, de acordo com a necessidade do colégio, manter os membros da comunidade escolar regularmente informados das atividades levadas a efeito, reunir-se regularmente de acordo com o Estatuto que segue devidamente aprovado pelo conselho na presente reunião. Nesse trecho, o locutor utiliza o termo necessidade para modalizar o enunciado manter os membros da comunidade informados É uma modalização deôntica, uma vez que expressa a necessidade de todos ficarem informados, caracterizando uma obrigatoriedade.

2665 Esse tipo de modalizadores é freqüente em outros trechos da mesma ata, como se pode perceber nos recortes abaixo: Trecho 7 Em seguida como não houvesse nada mais a acrescentar, mandou a senhora Presidente que se encerrasse a reunião. Eu Cristiane Araújo da Silva, Secretaria, lavrei a presente ata que após lida e achada conforme segue devidamente assinada e datada. Itapororoca/PB, quatorze de Julho de dois mil e cinco. Trecho 8 Na seqüência, o Sr. Presidente explica ao plenário que será iniciado o processo eleitoral e, conforme os Procedimentos Eleitorais enviados pelo COFECON, o plenário deve escolher 3 membros efetivos e 1 membro suplente para compor a Comissão Eleitoral do exercício de 2006. O Conselheiro Federal, Economista Edson Francisco Stein esclarece que a composição da comissão eleitoral descrita foi aprovada no último SINCE em Vitória-ES, assim as deliberações devem entrar em vigor somente a partir de 2007, logo a composição da comissão eleitoral deve ser composto por 5 membros, conforme regimento anterior. O fenômeno da modalização, conforme demonstram os trechos acima, assinala posicionamentos do locutor frente o dito. É mais uma prova da argumentatividade e da subjetividade inerentes ao gênero em estudo. Isso contradiz o que afirma os manuais de redação, ao sugerir objetividade, clareza e precisão na ata. Considerações Parciais Nas investigações das atas, observamos que o locutor utilizou estratégias argumentativas diversas para direcionar como o que estava sendo dito deveria ser lido. A primeira conclusão que já se pode tirar da investigação realizada, a respeito da ata, é que se trata de um gênero do discurso no qual a presença de operadores argumentativos e modalizadores discursivos denunciam a presença de argumentatividade e subjetividade. São, portanto, características semântico-argumentativas do próprio gênero. A respeito do corpus investigado, o que mais chamou atenção foi o aparecimento de modalizadores avaliativos nas atas investigadas. Justifica-se, argumentativamente, a presença de avaliativos como marcadores que ressaltam o envolvimento do locutor sempre emitindo juízo de valor, com relação ao dito. As investigações corroboram as proposições dos estudiosos consultados, mas acrescenta algo relevante, que é a possibilidade de perceber de maneira específica como os operadores e os modalizadores são utilizados por um locutor para imprimir argumentatividade em um gênero textual/discursivo. O gênero nos permitiu enxergar de maneira bastante explícita, como o locutor se vale da argumentação para interagir com seu interlocutor, determinando como quer que seu texto seja lido. Ainda nos permitiu refletir sobre a impossibilidade da neutralidade no relato. Ao relatar uma seção, transcrever decisões, relatos e pontos de vista, o locutor também vai imprimindo sua própria visão a respeito do que está sendo relatado. A escolha dos operadores e dos modalizadores mostra, denuncia não somente pontos de vista do locutor, mas assinala um modo como o locutor quer que o fato seja lido, por seus possíveis interlocutores. Referências BELTRÃO; Odacir, BELTRÃO Mariúsa. Correspondência Linguagem e Comunicação: Oficial, Empresarial, Particular. São Paulo: Atlas, 2005. 23º Ed. 5º Cap. p. 125-129) CASTILHO, A.T.; CASTILHO, C.M.M de. Advérbios Modalizadores. IN: ILARI, Rodolfo (org) Gramática do Português Falado. Vol. II: Níveis de Análise Lingüística. 2ª Edição. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993. CERVONI, Jean. A Enunciação. São Paulo: Ed. Ática S.A.,1989. DUCROT, Oswald. Polifonia y Argumentación: Conferencias del Seminario Teoria de la Argumentación y Análisis del Discurso. Cali: Universidad del Valle, 1988.

2666 ESPÍNDOLA, Lucienne Claudete. Retórica e Argumentação. In: SILVA, Joseli Maria da; ESPÍNDOLA, Luciene Claudete. (orgs). Argumentação na Língua: da pressuposição aos topoi. João Pessoa: Editora Universitária/ UFPB, 2004. KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Argumentação e Linguagem. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2002.. A Interação pela Linguagem. 5ª edição. São Paulo: Contexto, 2000. MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas de Comunicação criativa. 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. BELTRÃO, Odacir; BELTRÃO, Mariúsa. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. NASCIMENTO, Erivaldo Pereira do. Jogando com as vozes do outro: A Polifonia recurso modalizador-na notícia jornalística. João Pessoa: UFPB, 2005. (Tese de doutorado) NASCIMENTO, Erivaldo Pereira do; ESPÍNDOLA, Lucienne Claudete. Os Operadores Argumentativos na Sala de Aula: Uma análise do conectivo mas em gramáticas escolares. IN: Revista do GELNE, volume 5, nº 1 e 2 João Pessoa: Idéia, 2003. NASCIMENTO, Erivaldo Pereira do; SILVA, Jailma Maria da. A pressuposição: um recurso polifônico na carta pessoal. In: SILVA, Joseli Maria da; ESPÍNDOLA, Luciene Claudete. (orgs). Argumentação na Língua: da pressuposição aos topoi. João Pessoa: Editora Universitária/ UFPB, 2004.