TOXEMIA DE GESTAÇÃO EM OVELHAS

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Transcrição:

TOXEMIA DE GESTAÇÃO EM OVELHAS Ariane Dantas 1, Maria Fernanda Correia da Silva Carrega 2, Luiz Gustavo Bicas Barbosa 3 1 Doutoranda do Programa de Biotecnlogia Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Campus de Botucatu - Universidade Estadual Paulista (UNESP/FMVZ). dantas.vet@gmail.com 2 Mestre em Zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Campus de Botucatu - Universidade Estadual Paulista (UNESP/FMVZ) 3 Graduando do Curso de Zootecnia pela da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Campus de Botucatu - Universidade Estadual Paulista (UNESP/FMVZ) 1 INTRODUÇÃO A toxemia de gestação é uma enfermidade relativamente frequente nas criações de ovinos, principalmente em sistema intenso de criação e está relacionada a adoção de um manejo nutricional inadequado durante o período gestacional (OLFATI et al. 2013). A incidência dessa doença é maior em ovelhas com fetos múltiplos, devido a maior exigência energética desses animais, principalmente ao final gestação, onde o desenvolvimento do feto e da glândula mamária é mais acentuado (RADOSTITS, 2007). As causas da toxemia da gestação estão associadas tanto a subnutrição quanto a superalimentação dos animais e caracteriza-se por ser uma desordem metabólica energética e hormonal multifactorial, que resulta na hipoglicemia, cetose e acidose metabólica, com sintomatologia nervosa e digestiva (COSTA, SILVA et al., 2011). Assim, conhecer a forma de sua ocorrência é essencial para determinar medidas eficientes de profilaxia, visto que se trata de uma doença que provoca grandes prejuízos econômicos na ovinocultura, devido à morte materna e fetal (TURCI et al., 2012). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é descrever aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos, assim como meios de diagnósticos, tratamento, profilaxia e controle da toxemia da prenhez, através de revisão literária. 2 DESENVOLVIMENTO A toxemia da gestação é um a doença metabólica que ocorre em ruminantes em consequência da incapacidade do organismo em manter normalizado o metabolismo energético dos ácidos graxos durante períodos de aumento de sua utilização hepática (CORRÊA et al., 2010). A enfermidade tem maior incidência em ovelhas nas 2 a 4 últimas semanas de gestação,

sendo susceptíveis à doença tanto fêmeas obesas ou muito magras. Os fatores predisponentes a doença estão principalmente associados à alimentação, mas também podem ser inerentes ao animal ou ao ambiente. O fator nutricional pode estar relacionado ao manejo de sub ou superalimentação (CAL-PEREYRA et al., 2012). Na subnutrição, a redução do consumo de matéria seca ao final da gestação, leva as ovelhas a um quadro de balanço energético negativo. Essa diminuição da ingestão de alimentos deve-se principalmente ao menor volume do rúmen em razão do aumento do tamanho do útero associado a falhas no plano nutricional como menor quantidade e/ou qualidade ruim do alimento oferecido ao animal, mudanças bruscas na alimentação e até mesmo devido a maior produção de calor corporal pelos fetos (CAL-PEREYRA et al., 2012). Por outro lado, a superalimentação nos primeiros meses de gestação pode ocasionar posteriormente a redução da ingestão de matéria seca devido ao aumento excessivo da gordura corporal (CAL-PEREYRA et al., 2012). Os fatores relacionados ao próprio animal envolvem ovelhas gestantes com mais de um feto, devido ao aumento da demanda energética e grande tamanho do útero, alta carga parasitária, idade avançada das mães, má dentição e afecções podais também interferem negativamente, limitando o consumo de alimentos, podendo servir como agravante a enfermidade (RADOSTITS, 2007). Provavelmente, não há diferença entre as raças em relação à susceptibilidade a doença, acredita-se que ela possa estar mais relacionada às variações na taxa de fertilidade de cada raça e no sistema de manejo adotado nos rebanhos (RADOSTITS, 2007). Entre os fatores relacionados ao ambiente destacam-se as condições climáticas adversas, uma vez que impedem que o animal saia para pastejar e sem se alimentar pode ficar debilitado e mais susceptível à doença (ROOK, 2000). Na toxemia de gestação a quantidade de glicose no sangue é baixa, consequentemente a quantidade de ácidos graxos produzidos aumenta e esses são convertidos em corpos cetônicos que se acumulam na corrente sanguínea. Dessa forma, há uma sobreposição dos quadros de toxemia da gestação e cetose (HARMEYER; SCHLUMBOHM, 2006). Grande parte da sintomatologia apresentada pelas fêmeas com toxemia da gestação é devido ao quadro de hipoglicemia severa a que apresentam. As fêmeas exibem estado de

letargia, apatia, depressão, inapetência, decúbito e geralmente se separam do resto do rebanho (SMITH, 2006). Como sintomatologia nervosa pode-se observar quadros de cegueira, andar em círculos, incoordenação, olhar perdido, tremores e convulsões. Alguns animais ainda apresentam constipação, ranger dos dentes e distocia. O curso clínico pode variar entre 2-7 dias, sendo rápido nos animais obesos (ROOK, 2000). O diagnóstico clínico baseia-se na associação de informações obtidas na anamnese, nos achados laboratoriais e clínico patológicos característicos (SANTOS et al., 2011), sendo necessário realizar diagnóstico diferencial, para outras enfermidades como raiva, listeriose e doenças que podem acometer fêmeas no peri-parto, como a hipocalcemia (SMITH, 2006). Como tratamento recomenda-se a aplicação intravenosa de glicose para controlar a produção de cetonas pelo fígado, cianocobalamina (vitamina B12) e a biotina como adjuvantes para glicogênese. A normalização dos níveis de glicose e dos corpos cetônicos normalizará o apetite. O feto deve ser removido o mais rápido possível, sendo recomendado, para quadros mais graves a realização de uma cesariana (BROZOS; MAVROGIANNI; FTHENAKIS, 2011). Essa enfermidade em ovinos é altamente fatal, com letalidade de aproximadamente 100%, portanto, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais efeitva será a resposta ao tratamento, contudo, no caso dos animais que se encontram em decúbito e que já apresentam lesões neurológicas, essas são irreversíveis (CAL-PEREYRA et al., 2015). Segundo Gordan (2012) a prevenção de toxemia da prenhez requer a adoção de várias práticas, tais como a emprego de adequado manejo nutricional, controle do escore de condição corporal (2,75 a 3,25), desde da estação de monta, seguindo durante toda a gestação, fornecimento de feno de boa qualidade com a suplementação de concentrado em quantidade adequadas, evitar mudanças bruscas da alimentação, redução de qualquer fator estressante antes e durante o parto, além de monitoramento do parasitismo. 3 CONCLUSÕES A toxemia da gestação é um distúrbio metabólico frequentemente observado em ovelhas gestantes, principalmente no terço final da gestação e é causada pela deficiência do organismo em manter a homeostase energética, resultando em balanço energético negativo.

Portanto, a combinação de um manejo nutricional adequado acompanhado do monitoramento do escore de condição corporal durante a gestação representam as principais ações preventivas dessa doença. 4 REFERÊNCIAS BROZOS, C.; MAVROGIANNI, V.; FTHENAKIS, G. C. Treatment and control of per parturient metabolic diseases: Pregnancy toxemia, hypocalcaemia, hypomagnesaemia. Veterinary Clinics of North America - Food Animal Practice, v. 27, p. 105-113, 2011. CAL-PEREYRA, L. et al. Toxemia de la gestación en ovejas. Revisión. Ewe pregnanacy toxemia. Review. Revista Mexicana de Ciencias Pecuarias, v. 2, p. 247 264, 2012. CAL-PEREYRA, L. et al. Evaluation of three therapeutic alternatives for the early treatment of ovine pregnancy toxaemia. Irish Veterinary Journal, v. 25, p. 1-7, 2015. CORRÊA, M. N.; GONZÁLEZ, F. H. D.; SILVA, S. C. Transtornos Metabólicos nos Animais Domésticos. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária. 2010, 520p. COSTA, R. L. D.; SILVA, A. E. Toxemia da prenhez em ovelhas. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia- PUBVET, v. 5, p. 1-12, 2011. GORDAN, E. D. Ewe and flock health overview. Proceedings of the 18th Annual Dairy Sheep Association of North America Symposium. p. 50-63, 2012. HARMEYER, J.; SCHLUMBOHM, C. Pregnancy impairs ketone body disposal in late gestating ewes: Implications for onset of pregnancy toxaemia. Research in Veterinary Science, v. 2, p. 254-64, 2006. OLFATI, A.; MOGHADDAM, G.; BAKHTIARI, M. Diagnosis, Treatment and Prevention of Pregnancy Toxemia in Ewes. International journal of Advanced Biological and Biomedical Research, v. 1, p. 1452-1456, 2013. RADOSTITS, O. M. Clínica Veterinária - um tratado de doenças em bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 1737p. ROOK, J. S. Pregnancy toxemia of ewes, does, and beef cows. Veterinary Clinics of North American: Food Animal Practice, Maryland Heights, p. 293-317, 2000. SANTOS, F. C. O. et al. Indicadores bioquímicos e hormonais de casos naturais de toxemia da prenhez em ovelhas. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 11, p. 974-980, 2011. SMITH, B. P. Medicina interna de grandes animais. 3. ed. Barueri: Manole, 2006. p. 811-814. TURCI, R. C. et al. Toxemia da prenhez relacionada à gestação múltipla patológica em ovelha.

Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, v. 8, p. 1607-1613, 2012.