Paulo Justiniano Ribeiro Junior

Documentos relacionados
1. Exemplos Básicos de dados espaciais. 2. Terminologia para estatística espacial. 3. Modelos e problemas em estatística espacial

Tópicos de Estatística Espacial Geoestatística

Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Departamento de Epidemiologia. Estatística espacial. Áreas

INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA ESPACIAL. Prof. Anderson Rodrigo da Silva

UTILIZAÇÃO DE GEOESTATÍSTICA PARA O ESTUDO DO ATRIBUTO COBRE NO SOLO. Gabriel Tambarussi Avancini 1 RESUMO

Introdução Variograma Modelos básicos de correlação espacial Modelação Interpolação espacial & Simulação. Geoestatística.

LABORATÓRIO Nº 1. Análise de Padrões de Distribuição de Pontos

Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Departamento de Epidemiologia. Estatística espacial. Padrão Pontual

Prof: Felipe C. V. dos Santos

Interpolação. Interpolação. Padrões de amostragem. Autocorrelação. Padrões de amostragem. Padrões de amostragem

SER-301: ANÁLISE ESPACIAL DE DADOS GEOGRÁFICOS

Modelagem de dados espaciais

Laboratório Nº 5. A geoestatística permite descrever a continuidade espacial, a qual é uma característica

Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais. Fernando Chague

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE. Divisão de Processamento de Imagens - DPI

MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS BASEADOS EM MODELOS, APLICADOS A DADOS COMPOSICIONAIS NA CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS

MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS BASEADOS EM MODELOS, APLICADOS A DADOS COMPOSICIONAIS NA CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA. Estatística aplicada a hidrologia. Prof.

ARTIGO 2. KRIGAGEM E INVERSO DO QUADRADO DA DISTÂNCIA PARA INTERPOLAÇÃO DOS PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE CHUVAS INTENSAS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Análise de Dados Longitudinais Aula

LABORATÓRIO 5 ANÁLISE ESPACIAL DE DADOS GEOGRÁFICOS

Análise de Dados Categóricos

Modelando Variabilidade Espacial da Compactação do Solo:

ESTIMATIVA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA NA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA

Incerteza local e incerteza espacial SIMULAÇÃO

RESOLUÇÃO Nº 01/2016

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO SER-300 Introdução ao Geoprocessamento

Análise espacial da espécie Prosopis juliflora consorciada com o Cenchrus ciliaris L. no bioma caatinga. 0.1 Introdução. 0.2 Material e métodos

ANÁLISE ESPACIAL DE DADOS GEOGRÁFICOS. Permite mensurar propriedades e relacionamentos considerando a localização espacial do fenômeno

RESENHA 1. Aluno: Rodrigo de Almeida Muniz Doutorando: Engenharia de Sistemas Agrícolas

Uso da inferência bayesiana para obtenção de mapas de probabilidades para o Trimestre Chuvoso no Estado da Paraíba

Tópicos de Estatística Espacial Pontos

Referência Banco de dados FioCruz Doc LAB1_GEO.doc. Autor Eduardo C. G. Camargo Versão 1.0 Data DEZ / Revisão Versão Data

Trabalho final da disciplina de Introdução ao Geoprocessamento (SER-300)

Aula 22/10/2018 José Luiz Padilha 22 de outubro de 2018

Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456. Tema 9 -Métodos estatísticos aplicados à hidrologia ANO 2016

Laboratório 5 Analise Espacial de Dados Geográficos Geoestatística Linear

INTRODUÇÃO À ANÁLISE GEOESTATÍSTICA

Geoestatística Para as Ciências da Terra e do Ambiente - 3ª ed.

O uso de técnicas geoestatísticas na espacialização da argila do solo

Incerteza local e incerteza espacial SIMULAÇÃO

Sumário. CAPÍTULO 1 Conceitos preliminares 1. CAPÍTULO 2 Descrição de dados: análise monovariada 47

Modelos de regressão para dados correlacionados. Cibele Russo

ANÁLISE COMPARATIVA DA ESPACIALIZAÇÃO DO RISCO CLIMÁTICO PELA MÉDIA PONDERADA, KRIGEAGEM ORDINÁRIA E KRIGEAGEM POR INDICAÇÃO

Autor Eduardo C. G. Camargo Versão 1.0 Data DEZ / 2000

INCORPORARAÇÃO DA GEOESTATÍSTICA A PREVISÕES DE ESCOLHA MODAL

Processos Pontuais Aplicados ao Estudo da Distribuição Espacial de Enfermidades na Área Urbana da Cidade de Rio Claro, SP

Autocorrelação Espacial. Sistemas de Informação Geográfica II. Estatística espacial MAUP. Estatísticas espaciais. Estatística espacial

Disciplina SER 300 Introdução ao Geoprocessamento Relatório - Laboratório 5 : Geoestatística Linear

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Divisão de Sensoriamento Remoto. Geoprocessamento. Relatório do Laboratório 5: Geoestatistica Linear

Análise de Dados Longitudinais Aula

Laboratório 5 Geoestatística Linear. Disciplina. Introdução ao Geoprocessamento SER 300. Prof. Antonio Miguel Vieira Monteiro

Análise da variação espacial do teor de argila sobre a Fazenda Canchim.

Análise de variância para experimentos com dependência espacial entre parcelas: abordagem autoregressiva e Geoestatística

Cartografia Digital e Geoprocessamento

ANÁLISE GEOESTATÍSTICA: UMA INTRODUÇÃO. Célia Regina Grego

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 9

Interpolação. Dr. Marcos Figueiredo

ANÁLISE ESPACIAL DE DADOS GEOGRÁFICOS. Permite mensurar propriedades e relacionamentos considerando a localização espacial do fenômeno

Modelagem Numérica de Terreno. Carlos Alberto Felgueiras

SER Introdução ao Geoprocessamento. Relatório sobre o Laboratório 5

Modelos Lineares Generalizados - Verificação do Ajuste do Modelo

Alguns Aspectos Espaciais da Modelagem de Observações Provenientes das Áreas de SaúdeedoMeioAmbiente

Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins

Modelos para dados de contagem

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Medidas Territoriais: Bairro, Distrito, Zona, Interdistrital, Intradistrital, Intermunicipal e outros Recortes do Espaço Urbano

ANÁLISES DE DIFERENTES AMOSTRAGENS NO APRIMORAMENTO DE ESTIMATIVAS DE MODELAGEM GEOESTATÍSTICA NA DEMANDA POR TRANSPORTES

Anexo 1 - Revisões de Teoria das Probabilidades e Processos Estocásticos

MOQ-13 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA. Professor: Rodrigo A. Scarpel

18/05/2010. # Modelagem numérica do terreno (MNT) # Métodos de interpolação de dados numéricos

CURSO A DISTÂNCIA DE GEOESTATÍSTICA

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Técnicas computacionais em probabilidade e estatística II

Inferência Estatistica

USO DE TÉCNICAS GEOESTATÍSTICAS PARA O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE RESGATE DE FLORA EM ÁREAS DE SUPRESSÃO

UD 3 ANÁLISE ESPACIAL

3 Filtro de Kalman Discreto

GEOPROCESSAMENTO NAS CIÊNCIAS AMBIENTAIS

3 Modelos para o Cálculo de IBNR

Análise de dados em Geociências

Associação entre duas variáveis

Aula 2 Uma breve revisão sobre modelos lineares

Análise de Risco dos Teores de Ferro em Planos de Lavra Mensais e Anual de uma Mina em Operação

Capítulo 3: Elementos de Estatística e Probabilidades aplicados à Hidrologia

A Metodologia de Box & Jenkins

Variável dependente Variável independente Coeficiente de regressão Relação causa-efeito

Estatística: Aplicação ao Sensoriamento Remoto SER ANO Avaliação de Classificação

Análise de Dados Longitudinais Modelos de Regressão - Perspecitva Histórica

ANÁLISE DO PADRÃO ESPACIAL DA MORTALIDADE INFANTIL UTILIZANDO GEOESTATÍSTICA ANALYSIS OF SPATIAL PATTERN OF INFANT MORTALITY USING GEOSTATISTICS

Teoria das Filas aplicadas a Sistemas Computacionais. Aula 08

Modelagem geoestatística para predizer o volume de madeira em povoamentos clonais de Eucalyptus sp. Uma abordagem bayesiana.

VARIABILIDADE ESPACIAL DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NO SOLO EM UM TALHÃO DE LARANJA: AMOSTRAS EM GRIDES REGULARES. Lucas Santana da Cunha 1 RESUMO

Transcrição:

1 Introdução a Geoestatística Paulo Justiniano Ribeiro Junior LEG - Laboratório de Estatística e Geoinformação Departamento de Estatística Universidade Federal do Paraná Material de Curso Piracicaba, SP Agosto, 2005 Endereço para correspondência: Departamento de Estatística, Universidade Federal do Paraná, E-mail: paulojus@est.ufpr.br

INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA ESPACIAL 1. Exemplos Básicos de dados espaciais 2. Terminologia para estatística espacial 3. Modelos e problemas em estatística espacial 4. Um estudo de caso: doença de citrus

2 1. Estatística Espacial: Alguns Exemplos Básicos (a) Taxas de câncer por regiões administrativas tons de cinza correspondem à variação estimada do risco relativo de câncer coloretal em 36 zonas eleitorais da cidade de Birmingham, UK. Northings (meters) 275000 280000 285000 290000 295000 300000 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 395000 400000 405000 410000 415000 420000 Eastings (meters)

(b) Hanseníase em Olinda 3

4

5 Alguns problemas com estrutura de dados semelhante Índices de criminalidade por bairros Mortalidade infantil (e/ou outros indicadores) por municípios de um estado Experimentos agrícolas de campo Análise de imagens

6 (c) Precipitação no Estado do Paraná Medidas de chuva em 143 postos meteorológicos. Médias históricas para o período de Maio-Junho (estação seca). 0 100 200 300 400 500 600 200 300 400 500 600 700 800

7 (d) Teores de Cálcio em um solo agrícola Y Coord 4800 5000 5200 5400 5600 5800 5000 5200 5400 5600 5800 6000 X Coord

8 Alguns problemas com estrutura de dados semelhante Teores de elementos minerais em uma jazida Níveis de poluição do ar medidos em estações de monitoramento Estoque de peixes em uma certa área marítima

9 (e) Infecções bacterianas no sul da Inglaterra Localizações das residências de 651 casos notificados num período de 1 ano na região central do sul da Inglaterra. N-S (km) 80 100 120 140 380 400 420 440 460 E-W (km)

10 (f) Ocorrências em Porto Alegre Homicídios Suicídios S N 165000 166500 168000 17000 19000 W L S N 165000 166500 168000 17000 19000 W L Acidentes S N 165000 166500 168000 17000 19000 W L S N 165000 166500 168000 17000 19000 W L

11 Alguns problemas com estrutura de dados semelhante Localização de árvores de certa espécie em uma area de floresta natural Pontos de ocorrência de crimes em uma cidade Posições de ninhos de certo pássaro em uma região

12 2. Terminologia e questões para estatística espacial (a) Variação espacial discreta Estrutura básica. Y i : i = 1,..., n raramente ocorre naturalmente útil como estratégia pragmática modelos são tipicamente definidos indiretamente a partir de condicionais [Y i Y j, j i] i. Medidas de agregação comumente utilizadas (por ex. I de Moran) ii. Diversas opções de modelos, entre eles: iii. a. Regressão ponderada geográficamente iv. b. Modelos CAR (auto-regressivo condicional) e SAR v. Definição de vizinhança pode depender do problema

13 (b) Variação espacial contínua Estrutura básica. Y (x) : x IR 2 dados (y i, x i ) : i = 1,..., n, localizações x i podem ser: não estocástica (ex. grade cobrindo a região em estudo A) ou estocástica, porém independente do processo Y (x) i. em geral (mas nem sempre!) o objetivo é de predição ii. a predição pode ser do processo subjacente ou um funcional deste iii. possíveis relações com covariáveis iv. modelos comumente utilizados podem ser vistos como MLG, com efeito aleatório espacialmente estruturado v. grande número de métodos/algorítmos adhoc na literatura de geoestatística

14 (c) Processo pontual espacial Estrutura básica. Conjunto contável de pontos x i IR 2, gerados estocásticamente. às vezes dados são agregados em regiões i. questão chave é dizer se processo é aleatório, agrupado ou regular ii. modelagem básica para superfície de intensidade do processo pontual iii. vários modelos disponíveis, fácil de simular, difícil de estimar iv. conhecimento do processo subjacente pode guiar escolha de modelos v. alguns pontos importantes: correções de borda, correções para população sob risco, estudos de caso-controle, etc

15 Estatística espacial é a seleção de métodos estatísticos nos quais a localização espacial tem papel explícito na análise dos dados. Temas estratégicos não confundir formato dos dados com o processo subjacente. a escolha do modelo pode ser influenciada pelos objetivos científicos do estudo problemas reais não necessariamente se encaixam em um dos tipos básicos, podem ser abordados de difrentes formas ou conterem elementos de cada um dos tipos. A divisão é puramente didática há outras possibilidades tais comos processos pontuais marcados, processos espaço temporais, etc Estatística espacial e Sistemas de Informação Geográfica (SIG) Estatística espacial e Geoestatística Problemas espaço-temporais

16 3. Estudo de caso Doença de citrus Problema consiste em quantificar a importância relativa dos dois mecanismos de reprodução do fungo causador a Pinta Preta dos citrus. Conjectura-se que o padrão espacial da fase assexuada deve ser agragado enquanto que o da fase sexuada deve ser aleatório. Análises ilustram o uso de métodos associados a cada um dos tipos básicos a um mesmo problema.

17 4. Palavras finais NÃO ANALISE DADOS............ ANALISE PROBLEMAS! PROJETO SAUDAVEL http://saudavel.dpi.inpe.br LEG Laboratório de Estatística de Geoinformação http://www.est.ufpr.br/leg

Geoestatística 1. Geoestatística: outros exemplos 2. Questões Centrais 3. Modelo Geoestatístico 4. O modelo Gaussiano 5. Predição 6. Estudo de Caso

1. Outros Exemplos de Problemas Geoestatísticos (a) Dados de chuva na Suíça 200 150 N-S (km) 100 50 0 0 100 200 300 E-W (km) Localizações com tamanhos dos pontos proporcionais aos valores observados de precipitação 467 postos na Suíça medidas diárias de chuva em 8/05/1986 dados do projeto: Spatial Interpolation Comparison 97 ftp://ftp.geog.uwo.ca/sic97/.

(b) Ilha de Rongelap estudo do resíduo de contaminação decorrente de testes de armas nucleares durante a década de 50 Segura para re- ilha evacuada em 1985. ocupação pesquisa produz medidas com ruído Y i de concentração de césio radioativo particular interesse em níveis máximos de concentração de césio N-S -5000-4000 -3000-2000 -1000 0 1000-6000 -5000-4000 -3000-2000 -1000 0 E-W

(c) Espécies de líquens fatores associados a distribuição espacial da presença de líquens em troncos de ávores resposta 0/1: presença ou ausência covariáveis: diâmetro, umidade, sombreamento, cobertura do tronco, viva YCOORD 9000 10000 11000 12000 4000 5000 6000 7000 XCOORD

(d) Malária em Gambia na vila i, dado Y ij = 0/1 denota ausência ou presença de malária no sangue da criança j covariáveis ao nível de vilas: localização (coordenadas), presença de centro de saúde, índice de vegetação derivado de satélite covariáveis ao nível de crianças: idade, uso e tratamento de mosquiteiro interesses: efeito das covariáveis e padrão espacial da variação residual N S (kilometres) 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 Western Central Eastern 300 350 400 450 500 550 600 W E (kilometres)

2. Características Principais dos Problemas Geoestatísticos dados consistem em respostas Y i associadas com localizações x i em princípio, Y pode ser determinado em qualquer localização x dentro da região espacialmente contínua A assume-se que {Y (x) : x A} é um processo estocástico x i é tipicamente fixo. Se as localizações x i são geradas por um processo estocástico pontual, assume-se que este processo é independente de Y (x) objetivos científicos incluem a predição de um ou mais funcionais de processo (sem ruído) {S(x) : x A}

Exemplo básico: chuva no Paraná Coord Y 0 100 200 300 400 500 600 200 300 400 500 600 700 800 Coord X data 150 200 250 300 350 400 450 0 100 200 300 400 500 600 700 800 50 400 300 200 100 Coord Y Coord X data 200 250 300 350 400 data 200 250 300 350 400 200 300 400 500 600 700 Coord X 100 200 300 400 Coord Y

0 100 200 300 400 semivariance 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 semivariance 0 200 400 600 800 1000 1200 distance 0 100 200 300 400 distance variogramas para dados originais (esquerda) e após retirada de tendência, com modelo ajustado (direita). Coord Y 0 100 200 300 400 500 600 160 218 277 336 395 Coord Y 0 100 200 300 400 500 600 135 310 485 660 834 200 300 400 500 600 700 800 Coord X 200 300 400 500 600 700 800 Coord X Krigagem: mapas de valores preditos (esquerda) e variâncias de predição (direita).

3. Questões Centrais Delineamento quantas localizações? quantas medidas? configuração das localizações? o que deve-se medir em cada localização? Modelagem modelo probabilístico para o sinal [S] modelo de probabilidade condicional para as medidas, [Y S] Estimação valores para parâmetros desconhecidos do modelo inferências sobre os parâmetros ou funções destes Predição avalia-se [T Y ], a distribuição condicional aos dados do objetivo de predição

4. Geoestatística baseada em modelos O termo Geoestatística baseada em modelos significa que adotamos um enfoque baseado em modelos para esta classe de problemas, o que quer dizer que começamos com um modelo estocástico explícito e derivamos métodos de estimação de parâmetros, interpolação e suavização através da aplicação de princípios gerais de estatística. Notação (Y i, x i ) : i = 1,..., n {x i : i = 1,..., n} é o plano amostral {Y (x) : x A} é o processo de medida {S(x) : x A} é o processo do sinal T = F(S) é o objetivo de predição [S, Y ] = [S][Y S] é o modelo geoestatístico

Modelo linear generalizado linear clássico Y i : i = 1,..., n mutuamente independentes, com µ i = E[Y i ] h(µ i ) = k j=1 f ijβ j, com função de ligação conhecida h( ). Modelo Linear Generalizado Mixto Y i : i = 1,..., n mutuamente independentes, com µ i = E[Y i ], conditional às realizações de um conjunto de de variáveis aleatórias latentes U i, h(µ i ) = k j=1 f ijβ j + U i, para uma função de ligação conhecida h( ). A modelo espacial (geoestatístico) Y i : i = 1,..., n mutuamente independentes, com µ i = E[Y i ], conditional às realizações de um conjunto de de variáveis aleatórias latentes U i, h(µ i ) = U i + p j=1 f ijβ j, para uma função de ligação conhecida h( ), U i = S(x i ) onde {S(x) : x IR 2 } é um processo estocástico espacial. h(µ i ) = k j=1 f ijβ j + U i,

data 4.0 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 locations simulação ilustrando os componentes do modelo: dados Y (x i ) (pontos), sinal S(x) (linha curva) e média µ (linha horizontal). 5. O Modelo Gaussiano (a) S( ) é um processo Gaussiano estacionário com i. E[S(x)] = 0, ii. Var{S(x)} = σ 2 iii. ρ(u) = Corr{S(x), S(x u)}; (b) a distribuição condicional de Y i dado S( ) é Gaussiana com média µ + S(x i ) e variância τ 2 ; (c) Y i : i = 1,..., n são mutuamente independentes, condicional à S( ).

Uma formulação equivalente para o modelo Gaussiano: Y i = µ + S(x i ) + Z i : i = 1,..., n. onde Z i : i = 1,..., n são mutuamente independentes e identicamente distribuídos com Z i N(0, τ 2 ). Desta forma a distribuição conjunta de Y é multivariada Normal, onde: Y MVN(µ1, σ 2 R + τ 2 I) 1 denota um vetor de 1 s com n elementos I é matrix identidade n n R é uma matrix n n com (i, j) th elemento ρ(u ij ) onde u ij = x i x j, é distancia Euclideana entre x i e x j.

6. Especificação da função de correlação A família de Matérn Função de correlação dada por ρ(u) = {2 κ 1 Γ(κ)} 1 (u/φ) κ K κ (x/φ) κ e φ são parâmetros K κ ( ) denota função de Bessel de ordem κ válida para φ > 0 e κ > 0. κ = 0.5: modelo exponencial κ : modelo Gaussiano S(x) é κ 1 vezes diferenciável

correlation 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 distance Três exemplos de funções de Matérn com φ = 0.2 and κ = 1 (linha sólida), κ = 1.5 (linha interrompida) and κ = 2 (pontos). y 1.5 1.0 0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 x simulações de processos em 1-D com funções de correlação de de Matérn com φ = 0.2 e κ = 0.5 (linha sólida), κ = 1 (linha interrompida) and κ = 2 (linha pontilhada).

7. Extensões do modelo básico (a) Modelos Gaussianos transformados O modelo Gaussiano é claramente inapropriado para distribuições assimétricas. Certos dados podem indicar relações entre média e variância, que violam o modelo Gaussiano. Parâmetro extra λ da transformação Box-Cox introduz certa flexibilidade. O modelo fica então definido da forma: assume-se Y MV N(Fβ, σ 2 V ) dados y = (y 1,..., y n ), são gerados por uma transformação do modelo linear Gaussiano Y = h 1 λ (Y ) tal que: Y i = h λ (Y ) = { (y i ) λ 1 λ if λ 0 log(y i ) if λ = 0

(b) Efeitos Direcionais Condições ambientais podem induzir efeitos direcionais (vento, formação do solo, etc) como consequência a correlação espacial pode variar com a direção 1.0 0.1 1.0 0.1 1.0 0.5 0.0 0.5 1.0 0.6 0.3 0.5 0.8 0.4 0.2 0.7 0.5 0.0 0.5 1.0 0.2 0.4 0.5 0.7 0.6 0.3 0.5 0.0 0.5 1.0 0.1 0.3 0.7 0.5 0.6 0.4 0.2 1.0 0.5 0.0 0.5 1.0 1.0 0.5 0.0 0.5 1.0 1.0 0.5 0.0 0.5 1.0 contornos de correlação para modelo isotrópico (esq.) e dois modelos anisotrópicos (centro e dir.) anisotropia geométrica: abordagem. possível (e simples) dois parâmetros extra: ângulo de anisotropia ψ A e razão de anisotropia ψ R. rotação e contração/expansão das coordenadas originais: ( )( ) cos(ψa ) sin(ψ (x 1, x 2 ) = (x 1, x 2 ) A ) 1 0 sin(ψ A ) cos(ψ A ) 0 1 ψ R

Correção de anisotropia geométrica Original Space, ψ 1 = 0, ψ 2 = 2 Isotropic Space 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 31 32 33 34 35 36 25 26 27 28 29 30 19 20 21 22 23 24 x 13 14 15 16 17 18 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 31 32 33 34 35 36 25 26 27 28 29 30 19 20 21 22 23 24 x 13 14 15 16 17 18 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Original Space, ψ 1 = 120, ψ 2 = 2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Isotropic Space 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 31 32 33 34 35 36 25 26 27 28 29 30 19 20 21 22 23 24 x 13 14 15 16 17 18 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Original Space, ψ 1 = 45, ψ 2 = 2 0.6 0.4 0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 6 12 18 5 24 11 4 30 17 10 36 23 3 29 16 9 35 22 x 15 2 28 21 8 34 14 1 27 20 7 33 26 13 32 19 25 31 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 Isotropic Space 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 31 32 33 34 35 36 25 26 27 28 29 30 19 20 21 22 23 24 x 13 14 15 16 17 18 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.4 0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 36 35 30 34 29 24 33 28 23 18 32 27 22 17 12 31 26 21 x 16 11 25 20 15 10 5 19 14 9 4 13 8 3 7 2 1 0.6 0.4 0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 6

(c) Modelos não estacionários Modelos com médias não constantes (ou, incluindo covariáveis) Substituir a média constante µ por µ(x) = Fβ = k β j f j (x) j=1 para medidas f j (x) das covariáveis (lineares ou não lineares). Variação aleatória não estacionária Variabilidade intrínsica: pressuposto mais fraco de estacionaridade (processo com incrementos estacionários, como passeios aleatórios em séries temporais), largamente utilizados como modelo padrão para variação espacial discreta (Besag, York and Molié, 1991). Métodos de deformação espacial (Sampson and Guttorp, 1992) buscam estacionaridade por transformações (complexas) do espaço geográfico, x. É preciso ter em mente o balanço entre a o aumento da flexibilidade de modelos mais gerais contra a sobre-modelagem de dados esparsos, que leva a pobre identificação dos parâmetros.

8. Estudo de caso: chuva na Suíça 200 Coordinate Y (km) 150 100 50 0 0 50 100 150 200 250 300 350 Coordinate X (km) Localizações com tamanho dos pontos proporcional aos valores observados. Distâncias em kilometros 467 localizações medidas de precipitação em 8 de Maio 1986 dados são valores inteiros com unidade de medida igual á 1/10 mm 5 localizações com valores iguais à zero.

chuva na Suíça (cont.) Estimação parâmetros de transformação e suavidade (modelo de Matérn) κ ˆλ log ˆL 0.5 0.514-2464.246 1 0.508-2462.413 2 0.508-2464.160 Estimativas de MV de ˆλ e valores da log-verossimilhança log ˆL para diferentes valores de κ. -2463-2463 -2463-2464 -2465-2466 0.40 0.50 0.60-2464 -2465-2466 0.40 0.50 0.60-2464 -2465-2466 0.40 0.50 0.60 Verossimilhanças prefilhadas para λ. esquerda: κ = 0.5, meio: κ = 1, direita: κ = 2. transformação logarítimica ou não transformação são claramente NÃO indicadas!

chuva na Suíça (cont.) 120 Semi-variance 100 80 60 40 20 0 Distance 0 50 100 150 200 semivariograma empírico para dados transformados e variogramas teóricos com estimativas de MV para κ = 0.5 (linha interrompida), κ = 1 (linha grossa), κ = 2 (linha fina).

chuva na Suíça (cont.) Estimativas para modelo com λ = 0.5 κ ˆβ ˆσ 2 ˆφ ˆτ 2 log ˆL 0.5 18.36 118.82 87.97 2.48-2464.315 1 20.13 105.06 35.79 6.92-2462.438 2 21.36 88.58 17.73 8.72-2464.185 Maximum likelihood estimates ˆβ, ˆφ, ˆσ, ˆτ and the corresponding value of the likelihood function log ˆL for different values of the Matérn parameter κ, for λ = 0.5-2462.5-2463.0-2463.5-2464.0 50 100 150 200 250 300-2462.5-2463.0-2463.5-2464.0 20 30 40 50 60 70-2462.5-2463.0-2463.5-2464.0 5 6 7 8 9 Verossimilhança perfilhada para parâmetros de covariância κ = 1 and λ = 0.5. esquerda: σ 2, meio: φ, direita: τ 2.

chuva na Suíça (cont.) 200 200 100 100 0 0-100 0 100 200 300 400 500-100 0 5000 10000 15000 0 100 200 300 0 100 200 300 Mapas com predições (esquerda) e variâncias de predição (direita). Predição da percentagem da área onde Y (x) 200: Ã 200 é de 0.4157 600 500 400 300 200 100 0 0.410 0.415 0.420 Amostras da preditiva de Ã200.