O amor! A paixão! A indiferença e o ódio! Não sou daqueles que dizem que o amor pode ter vários significados, até pode... E tem vários significados... Mas fica vulgarizado. O amor é o sentimento mais nobre existente na psique humana. O amor é o querer ter a mulher amada por inteiro e sempre. O amor dói! A dor do amor é doída, doida e gostosa, para aproveitar a lembrança da acentuação que torna as expressões muito próximas. Dói porque pode despertar sentimentos perigosos que se encontravam adormecidos no fundo da alma, como a posse total do corpo e da mente do ser amado, levando tudo para a fogueira da paixão. Desperta a vontade de unificar matéria e alma, embora não estejamos ainda no campo da paixão, aquela que cega e faz a gente enfrentar e transpor barreiras físicas e também cegar o pensamento, deixando o racional e irracional no mesmo nível. - Eu quero você... - Eu também te quero... 1 / 8
- Não paro de pensar em você um só momento! - Eu quero você para todos os momentos de toda a minha vida... - Quero sentir teu olhar dentro do meu... - Quero o cheiro da tua pele inundando a minha vida... - Por toda a nossa vida! - A gente se ama! Dói porque a gente sabe, sem saber, que não vai conseguir fundir definitivamente sentimentos, corpos, pensamentos, almas, toques e pele, principalmente o cheiro da pele do ser amado, aquele que inebria e que nos deixa sensível, nos tira o sono, fazendo rolar na cama, transformando tudo em coisa doida, nos aproximando da paixão. É um momento sublime!... Quando estamos no limiar da loucura do amor e da paixão... Que leva o poeta a compor seus melhores versos e a querer cantá-los olvidando os cantadores de ofício, correndo o risco de banalizar ou destruir a composição. - Não, não canta... Vai estragar a beleza do verso! - Mas... Eu quero!... A felicidade invade meu pensamento!... 2 / 8
- Te aquieta!... Você é um surdo musical, completamente desafinado! - João Gilberto já dizia que o desafinado também tem um coração... - João é um desses... Adora causar distúrbios psíquicos nos amantes tirando-os instantaneamente do estado de embriaguez celestial, fazendo-os procurar avidamente nos youtubes da vida um cantador para alimentar a alma carente. A paixão é doentia... Mas eu adoro essa maluca, essa doida que me faz pensar nela todo o dia largando a vida e deixando o trabalho de lado. Que me faz passar pela rua onde mora, em horários impróprios, estacionar o carro, ficar olhando/imaginando a janela do quarto e dedilhar o violão. - Mas você não sabe tocar violão... Além disso, é desafinado, musicalmente surdo e não tem violão! - Você está estragando a poesia... Isso é a paixão... A coisa que nos leva a fazer coisas irracionais... - Como estragar a música dos outros... - É, mas a paixão e o texto são meus... Dá licença?... Dá licença?... 3 / 8
A paixão leva o ser humano a descuidar da própria dignidade, tal qual touro bravio a romper a cerca do impensável. A escalar o Bouganville, se ferindo e se enroscando no seu tronco, só para ver por alguns segundos, na madrugada, através da janela, a mulher amada dormindo languidamente no quarto fechado. Não importa que venha, no primeiro ruído, a cair, destruindo a planta, e se esborrachar no jardim, a correr claudicante todo ferido e esfarrapado pra se esconder, sem se dar conta, atrás de dois cactos, sendo que, na verdade, um deles era o vigia. Platão se referiu ao amor como um sentimento idealizado, mas nunca realizado. Como o amor de Sócrates por Alcibíades. O amor de Platão era o amor homossexual e continha um paradoxo... Ele se referia ao amor casto pelos discípulos mais jovens, embora tivessem os filósofos interesses eróticos por rapazes mais velhos. Na Grécia... Platão, Sócrates e outros, se apaixonavam, sentiam amor pelos discípulos meninos, mas se realizavam sexualmente com os rapazinhos mais velhos... - Sei!... Coisas esquisitas da Grécia Clássica! Com o passar do tempo... Já no renascimento, o amor platônico passou a significar o amor à distância entre duas pessoas, não importando a sua opção sexual, sem envolvimento, sem contato físico, alimentado por fantasias. A expressão ganhou nova acepção com a publicação da obra de Sir William Davenant, " Platonic Lovers " (" 4 / 8
Amantes platônicos " - 1636 ), onde o poeta inglês baseia-se na concepção de amor contida em O Banquete de Platão, do amor como sendo a raiz de todas as virtudes e da verdade. (Wiki...) Da Indiferença eu não quero falar! Não significa nada para mim! Ela não me dá o menor tesão!... Ela passa e não me olha! (Benjor) Eu também não olho prá ela! Dizem que ela é bonita e gostosa! - Te peguei!... ela não é indiferente pra você... Se você acha ela bonita e gostosa é porque você tem interesse nela! - Dizem!... Foi o que eu disse... - Vai falar que você nunca reparou nela? 5 / 8
- Cara! Outro dia eu estava na praia e reparei que ela é a maior gostosa da parada. É bonita, tem umas coxas e um bumbum... maravilha! Mas não me diz nada... sabe! - Deixa de fazer doce, cara! Se ela na praia olhar um pouquinho mais firme pra você... Do tipo: - Ih! Tá rolando! - O que é que tem?... - Você vai dar logo um jeito de ir pra casa, pegar o violão que você não sabe tocar, vai cantar uma música todo desafinado e vai ficar pensando o resto do dia em como fazer para se aproximar dela... - É tem razão... indiferença pra mim só vai acontecer se não rolar. Se chamar a atenção, deixa de ser indiferente. Indiferença significa um não ver. Mesmo quando ela passa e não me olha ela pode estar vendo você e quando você diz que eu também não olho pra ela, você pode estar vendo o tempo todo. Pode estar surgindo o jogo gostoso da sedução. - E o ódio? - Ódio eu não gosto. Nunca tive essa experiência na vida... odiar alguém! Ódio para mim significa um não querer a existência de alguém. 6 / 8
É coisa ruim! Raiva eu já tive, várias vezes... está no campo da emoção. Com o tempo passa! Já o coisa ruim - o ódio - é sentimento que corrói a alma, deteriora e perturba o pensamento e o comportamento. Uma pessoa com ódio está na ante-sala da loucura, camisa de força... no meio do burburinho do mata que não presta! Não é antônimo de amor. O antônimo de amor é simplesmente um não amor, naquele sentido lá de cima. Não é também a indiferença. Não tem antônimo. Gostar é gostar, mas não é amor! Amar é procurar olhar no fundo do olho sem constrangimento. Passear de mão dada na praia, comendo pipoca fria achando uma maravilha. Amar é pegar na mão, mas com vontade de engolir o corpo dela. - Você fica com vontade de engolhir, comer a mulher? 7 / 8
- Sim... literalmente, sexual e espiritualmente! - Pensando bem... eu também acho isso! Só que eu sei tocar violão e não desafino! E você, o que acha? Dê sua opinião! 8 / 8