Absorção de nutrientes pela abóbora híbrida na região Norte de Minas Gerais

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Transcrição:

Absorção de nutrientes pela abóbora híbrida na região Norte de Minas Gerais Sanzio Mollica Vidigal¹; Dilermando Dourado Pacheco²; Cláudio Egon Facion²; David de Araújo Moreira². ¹EPAMIG-DPPE, Av. José Cândido da Silveira, 1647, Cidade Nova, Belo Horizonte-MG, CEP: 31.170-000, sanziomv@epamig.br ; ² EPAMIG-CTNM, C. Postal 12, 39.440-000, Nova Porteirinha-MG. RESUMO Um experimento foi conduzido na Fazenda Experimental de Mocambinho da EPAMIG, localizada dentro do Projeto Jaíba, região Norte de Minas Gerais para avaliar a absorção de nutrientes pela cultura da abóbora híbrida, cv. Suprema. Durante o cultivo foram retiradas seis amostras compostas de nove plantas competitivas inteiras, a partir de 28 dias após a semeadura (DAS), a intervalos de 14 dias, até a colheita final. A absorção de nutrientes seguiu o padrão da curva de acúmulo de matéria seca pelas plantas. O Ca foi o nutriente mais absorvido pela planta, seguido do K, N, P, Mg e S. Os micronutrientes acumularam continuamente até o final do ciclo, sendo absorvidos em menor quantidade, na seguinte ordem decrescente: Fe, Mn, B, Zn e Cu. Os frutos da abóbora híbrida acumularam 76% do N, 66% do P, 78% do K, 71% do S, 5% do Ca, 35% do Mg, 68% do Cu, 55% do Zn, 16% do B e do Fe e 9% do Mn, sendo exportados pelos frutos 51,0; 12,4; 61,5; 3,6; 4,4 e 3,5 kg.ha -1 de N, P, K, S, Ca e Mg, respectivamente. Palavras-chave: Tetsukabuto (C. maxima x C. moschata); nutrição; macronutrientes; micronutrientes. ABSTRACT Absorption of nutrients by hybrid pumpkin plants in the Northerm Minas Gerais State An experiment was carried out at Experimental Farm of Mocambinho of EPAMIG, located inside of the Projeto Jaíba, Northerm Minas Gerais State, to evaluate nutrients absorption by hybrid pumpkin plants, cv. Suprema. During the cultivation six samples composed of nine whole competitive plants were removed, starting from 28 days after the sowing (DAS), to intervals of 14 days, until the final crop. The nutrient absorption patterns followed the plant dry matter accumulation. The Ca was the most absorbed nutrient for the plant, following by K, N, P, Mg and S. The micronutrientes accumulated continually until the end of the cycle, being absorbed in smaller amount, in the following decreasing order: Fe, Mn, B, Zn and Cu. The fruits of the hybrid pumpkin accumulated 76% of N, 66% of P, 78% of K, 71% of S, 5% of the Ca, 35% of Mg, 68% of Cu, 55% of Zn, 16% of B and Fe and 9% of Mn, being exported by the fruits 51.0; 12.4; 61.5; 3.6; 4.4 and 3.5 kg.ha -1 of N, P, K, S, Ca and Mg, respectively,

Keywords: micronutrients. Tetsukabuto (C. maxima x C. moschata); nutrition; macronutrients; A marcha de absorção dos nutrientes, expressada na forma de curvas de resposta em função da idade das plantas, informa épocas em que essas absorvem os nutrientes em maiores quantidades, aumentando, assim, o conhecimento de épocas em que à adição de nutrientes às plantas faz-se necessário. Por isso, ela constitui ferramenta importantíssima ao manejo da fertilização das culturas. A composição mineral ou o teor dos nutrientes nos tecidos foliares depende de diversos fatores, como: planta (espécie, variedade, tipo de folha, idade etc.); solo; fertilizantes; clima; práticas culturais; pragas; e doenças (Malavolta et al., 1997). De modo geral, a absorção de nutrientes em hortaliças segue o padrão da curva de crescimento (acúmulo de matéria seca). Entre os macronutrientes, o potássio é comumente o nutriente mais absorvido pelas hortaliças (Ferreira et al., 1993). Para as cucurbitáceas, cultiva-se abóbora híbrida com doses de adubo orgânico e mineral pouco definidas (Makishima, 1991; Fontes e Lima, 1993). Para gerar informações que auxilie o preenchimento de tal lacuna, o presente trabalho objetiva determinar absorção de nutrientes pela abóbora híbrida durante o seu ciclo de desenvolvimento. MATERIAL E MÉTODOS Determinou-se a curva de absorção de nutrientes pela abóbora híbrida cv Suprema utilizando área da Fazenda Experimental de Mocambinho da EPAMIG, localizada dentro do Projeto Jaíba, região Norte de Minas Gerais, no período de abril a agosto de 2002. O solo da área, classificado como Neossolo Quartzarênico, apresentava as seguintes composições textural: 13% argila; 5% silte e 82% areia; e química: ph (água) 5,8; Ca, Mg, Al e H+Al respectivamente 2,10; 0,25; 0,00 e 0,90 cmol c dm - ³; P e K, 70,65 e 44,00 mg dm - ³; e matéria orgânica = 5,90 g kg -1. Aos 15 dias após a semeadura (DAS), as mudas de abóbora híbrida foram transplantadas para covas, espaçadas de 3,0 x 1,5 m, e previamente adubadas com 2,0 litros de esterco de gado, 200 gramas de adubo formulado 4-30-10 e 10 gramas de Bórax. Na adubação de cobertura, parcelou-se o N em três vezes (27, 43 e 64 DAS) e o K em duas (43 e 64 DAS), aplicando-se 10, 50 e 40 g/planta de uréia; e 30 e 30 g/planta de cloreto de potássio. No início da floração e da frutificação, aplicou-se o adubo foliar CaB2 Plus na dose de 3,0 L/ha. A cultura foi conduzida com irrigação por aspersão convencional. Durante o cultivo foram retiradas seis amostras compostas de nove plantas competitivas inteiras. Iniciou-se a coleta de amostras desde 28 DAS até a colheita final,

considerando um intervalo regular de 14 dias. O material amostrado foi separado em folha, caule, raiz, flor e fruto, e, em seguida, secado em estufa de circulação forçada de ar a 65 C até peso constante. As amostras foram moídas em moinho tipo Wiley e analisadas para determinação dos teores de N, P, K, S, Ca, Mg, B, Zn, Cu, Mn e Fe. Esses dados associados às épocas de coleta das amostras foram usados para determinar a curva de absorção de nutrientes pela abóbora híbrida. Os dados sobre a absorção de nutrientes foram submetidos à análise de regressão, tendo como variável independente a idade da planta, expressa em dias após a semeadura. RESULTADOS E DISCUSSÃO A absorção de nutrientes seguiu o padrão da curva de acúmulo de matéria seca pelas plantas. O Ca foi o nutriente mais absorvido pela planta, seguido do K e N. Tal resultado difere do verificado para a maioria das hortaliças, em que o K é o nutriente mais absorvido (Ferreira et al., 1993). O acúmulo máximo de Ca, K e N ocorreu aos 98, 88 e 98 DAS, respectivamente. Na seqüência, os macronutrientes absorvidos em menor quantidade foram P, Mg e S, atingindo máximo acúmulo aos 82, 98 e 98 DAS (Tabela 1 e Figura 1). Os micronutrientes acumularam continuamente até o final do ciclo, sendo absorvidos em menor quantidade, na seguinte ordem decrescente: Fe, Mn, B, Zn e Cu (Tabela 1 e Figura 2). Tabela 1 Quantidade de nutriente acumulado na planta e nos frutos de abóbora híbrida, cv. Suprema, e taxa diária máxima de absorção e alocação. Jaíba, Epamig, 2002. Nutriente Acúmulo máximo Acúmulo Taxa máxima de Taxa máxima de na planta¹ máximo no fruto² absorção da planta alocação no fruto N 30.200 22.973 1.046,29 2.525,52 P 8.483 5.592 1.031,43 991,22 K 35.554 27.657 1.673,43 3.156,01 S 2.285 1.631 66,73 189,26 Ca 39.782 1.979 865,31 233,91 Mg 4.507 1.564 92,04 205,30 B 62.676 10.304 1.219,79 1.290,99 Cu 7.532 5.112 147,02 464,91 Zn 50.556 27.736 1.149,33 3.705,89 Fe 346.950 57.031 7.615,69 11.016,59 Mn 231.625 19.953 5.084,52 2.356,42 ¹mg.planta -1 para os macro e µg.planta -1 para os micronutrientes; ² mg.planta -1.dia -1 para os macro e µg.planta -1.dia -1 para os micronutrientes. Os frutos da abóbora híbrida acumularam 76% de N, 66% P, 78% K, 71% S, 5% Ca e 35% Mg do total de nutrientes absorvido pela planta. Entre os micronutrientes, o Cu (68%) e o Zn (55%) foram os que mais acumularam nos frutos seguido do B (16%), Fe (16%) e Mn

(9%). Assim, verifica-se que a maioria do N, P, K, Cu e Zn acumularam-se nos frutos, enquanto os demais nutrientes na parte vegetativa da planta (Tabela 1). 45000 40000 Ca Conteúdo nutrientes (mg/planta) 35000 30000 25000 20000 15000 K N 10000 5000 P Mg S 0 28 42 56 70 84 98 Idade da planta (dias após a semeadura) Figura 1 Conteúdo de macronutrientes em plantas de abóbora híbrida, cv. Suprema, cultivada na região Norte de Minas de Gerais, em função da idade. Jaíba, Epamig, 2002. A taxa diária de absorção dos nutrientes pela abóbora híbrida foi crescente até os 63, 74, 62, 66, 76, 69, 56, 58, 68, 77 e 77 DAS para N, P, K, S, Ca, Mg, B, Cu, Zn, Fe e Mn, respectivamente. A máxima absorção diária de nutrientes ocorreu no período de plena frutificação. Atribui-se maior absorção em tal época por ser um estádio de desenvolvimento de acentuada demanda metabólica, associada à atividade hormonal e à divisão e crescimento das células (Taiz e Zeiger, 1991). Para N, P, K, S, Mg, B, Cu e Zn, a taxa de absorção diária máxima pelas plantas ocorreu antes dos frutos alcançarem máxima alocação para estes nutrientes. Isso indica que houve translocação desses nutrientes de parte vegetativa para os frutos. Considerando-se, uma população de plantas igual a 2.222 planta ha -1, as quantidades totais estimadas de N, P, K, S, Ca e Mg exportadas pelos frutos foram, respectivamente, 51,0; 12,4; 61,5; 3,6; 4,4 e 3,5 kg.ha -1. Figura 2 Conteúdo de micronutrientes em plantas de abóbora híbrida, cv. Suprema, cultivada na região Norte de Minas de Gerais, em função da idade. Jaíba, Epamig, 2002.

400000 350000 Conteúdo nutrientes (micrograma/planta) 300000 250000 200000 150000 100000 Mn B Fe 50000 Zn Cu 0 28 42 56 70 84 98 Idade da planta (dias após a semeadura) AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). LITERATURA CITADA FERREIRA, M.E.; CASTELLANE, P.D.; CRUZ, M.C.P. Nutrição e adubação de hortaliças. Simpósio sobre nutrição e adubação de hortaliças, Jaboticabal-SP, 1990. Potafós, 1993. 480p. FONTES, R.R.; LIMA, J. de A. Nutrição mineral e adubação do pepino e da abóbora. In: FERREIRA, M.E., CASTELLANE, P.D., CRUZ, M.C.P. Nutrição e adubação de hortaliças. Simpósio sobre nutrição e adubação de hortaliças, Jaboticabal-SP: Potafós, 1993. p.281-300. MAKISHIMA, N. Situação das cucurbitáceas no Brasil. Horticultura brasileira, v.9, n.2, p.99-101, 1991. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A.de. Avaliação do estado nutricional das plantas. Piracicaba, Potafós, 1997. 319p. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant Physiology. Califórnia: Redwood City, The Benjamin-Cummings Publishing Company, 1991. 559p.