Os Instrumentos da Política Comercial

Documentos relacionados
COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011

Capítulo 8 Instrumentos de política comercial

Última aula! Demanda após a tarifa. Demanda inicial. A produção do bem que antes era importado no país local; logo, M

Comércio Internacional: Impactos no Emprego. Março 2009 DEREX / DEPECON / DECONTEC 1

Nova Metodologia do PIB. DEPECON 28/Março/2007

Coeficientes de Exportação e Importação

Comércio Internacional

Coeficientes de Abertura Comercial

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO COMÉRCIO EXTERIOR SOBRE A GERAÇÃO DE EMPREGO NO BRASIL - 1º. Semestre de 2011

Mudança estrutural e política industrial siste micaestrutural: uma análise dos setores-chave da economia brasileira

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Março Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Novembro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Coeficientes de Exportação e Importação

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Outubro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

ano I, n 5, setembro de 2011

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Julho Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Junho Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Setembro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Maio/2016

Pressão Inflacionária. DEPECON / FIESP Fevereiro de 2005

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Novembro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Setembro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Fevereiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Junho Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Fevereiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Março Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Outubro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Resultados do 2º trimestre de 2012

a) Qual padrão de especialização e comércio internacional você esperaria? O que determinaria quem vai produzir a mercadoria?

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Fevereiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Março Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 2º Trimestre/2016

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Julho/2016

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 3º Trimestre/2016

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 1º Trimestre/2016

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Agosto Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Maio/2017

Geografia. O Comércio Exterior do Brasil. Professor Luciano Teixeira.

Reformulação da metodologia dos Coeficientes de abertura comercial. Brasília, julho de 2016

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Outubro/2016

Vale do Aço. Fevereiro/2016

Resultados do 3º trimestre de 2012

A Economia Brasileira em 2007 e Perspectivas para 2008

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Fevereiro/2017

ano I, n 4, julho de 2011

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 3º Trimestre/2017

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Agosto/2016

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Agosto/2017

International Workshop in Energy Statistics

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Janeiro/2017

Diretoria de Pesquisas Coordenação de Indústria PIM-PF BRASIL. Resultados de Maio de 2017

Resultados do 1º trimestre de 2012

Estruturar informações econômicas básicas sobre a caracterização da indústria mineira no Estado de Minas Gerais e em suas Regionais.

COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL

Aplicação. ão: Internacional. Capítulo 9. Introdução à Economia Mankiw, N.G. Copyright 2001 by Harcourt, Inc.

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Dezembro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Números de Empresas e Emprego Industrial

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 2º Trimestre/2017

Contas Nacionais Trimestrais

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 4º Trimestre/2016

COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 1º Trimestre/2017

AGRONÔMICA. Relatório do Movimento Econômico. Representatividade Setorial

REVISÃO DA BALANÇA COMERCIAL PARA 2012

ano XVII, n 7, julho de 2013

Diretoria de Pesquisas Coordenação de Indústria PIM-PF BRASIL. Resultados de Fevereiro de 2017

Capitulo 7. Barreiras não tarifárias. Barreiras Não Tarifárias

Números de Empresas e Emprego Industrial

ano V, n 49 Maio de 2015

ano I, n 8 dezembro de 2011

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Agosto Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

ano II, n 15, junho de 2012

TAIÓ. Relatório do Movimento Econômico. Representatividade Setorial

Professor Fábio Dáquila

ano II, n 9, janeiro de 2012

ano I, n 6, outubro de 2011

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Julho Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

SÍNTESE AGOSTO DE 2015

ano XIX n 3 Março de 2015

ano V, n 46, Fevereiro de 2015

Ano II, n 15, julho de 2012

ano XVI, n 6, junho de 2012

ano IV, n 40 agosto de 2014

ano XVIII, n 1, Janeiro de 2014

Universidade Federal de Pelotas Disciplina de Direito e Economia Professor Rodrigo Nobre Fernandez

Microeconomia. Mercados Competitivos e Eficiência Econômica. Prof.: Antonio Carlos Assumpção

Tabela 1 - Pauta de Exportação em comparação com US$ (mihões) Ton (mil)

Paraná. Janeiro de 2019 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

ano III, n 21, janeiro de 2013 Período Exportações Importações Saldo

COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL

Desempenho da Indústria Catarinense. Florianópolis, 18 de julho de 2014

PARTE IV Análise Mercado Competitivo. Marta Lemme - IE/UFRJ

ano V, n 47, Março de 2015

O Problema Econômico. Dr. Evandro Prestes Guerreiro. São Paulo Março, Holistic Leader Coach HLC cliente

Transcrição:

Os Instrumentos da Política Comercial

Introdução ² Este tópico discute as seguintes questões: Os efeitos dos vários instrumentos da política comercial: Os ganhadores e perdedores quando estes instrumentos são utilizados. Os custos e benefícios da proteção: Comparação dos custos e benefícios da proteção, em termos de aumento ou redução do bem-estar nacional. As opções de política comercial: Utilizar intervenções nos preços ou quantidades (tarifas ou quotas).

Análise das Tarifas ² As tarifas podem ser classificadas como: Tarifas específicas: Impostos fixos cobrado por unidade do bem importado. Exemplo: Nos Estados Unidos existia até dezembro de 2011 uma tarifa específica de US$ 0,54 por galão sobre o etanol importado do Brasil qualquer que fosse o preço do etanol no mercado internacional. Tarifas ad valorem: Impostos cobrados como porcentagem do valor dos bens importados. Exemplo: Uma tarifa ad valorem de 20% sobre um produto importado que tem um preço internacional de $100 significa que o governo irá arrecadar $20 por unidade importada.

Análise das Tarifas Uma tarifa mista é uma combinação de uma tarifa ad valorem e outra específica. Muitos governos preferem proteger as indústrias domésticas através de restrições não tarifárias (RNT), tais como: Quota de importação: Limita a quantidade importada. Restrições às exportações: Limita a quantidade exportada.

Tarifas - Brasil

Análise das Tarifas Participação das Importações no Mercado Interno - Em % 1990 1996 2001 2006 Siderurgia 2,0 2,6 4,7 4,0 Material Eletrônico e de Comunicações 11,4 27,8 65,0 54,8 Metalurgia de Não-Ferrosos 6,4 11,0 15,9 15,0 Equipamentos e Material Elétrico 7,5 15,0 30,1 17,8 Extrativa Mineral 15,8 14,6 36,4 31,1 Produção Elementos Químicos 14,2 19,8 23,4 19,2 Indústria da Borracha 3,6 9,2 13,8 14,1 Peças e Acessórios de Veículos 9,8 18,8 38,2 22,5 Refino de Petróleo e Petroq. 3,1 11,1 11,7 8,0 Minerais Não-Metálicos 1,1 3,3 4,6 3,0 Automóveis, Caminhões e ônibus 0,3 9,5 16,5 10,0 Vestuário e Acessórios 0,5 2,7 3,3 0,3 Calçados e Artigos de Couros e Peles 4,4 10,2 24,8 7,5 Máquina e Equipamentos 11,4 24,2 26,0 17,2 Produtos Farmacêuticos e Perfum. 5,4 12,4 20,8 17,9 Indústria Textil 1,9 9,1 7,4 7,9 Total da Indústria - Fonte: IPEA 5,9 10,9 15,4 11,8

Análise das Tarifas ² Oferta, Demanda e Comércio com uma Única Indústria (Análise em Equilíbrio Parcial): Suponha que existam dois países (Local e RDM); Ambos produzem e consomem trigo, que pode ser transportado entre esses países sem custos; Em cada país, o setor é competitivo; Suponha que antes do comércio o preço do trigo seja maior no país Local que no RDM; Com comércio, os exportadores do RDM venderão no país Local. Isto aumentará o preço do trigo no RDM e reduzirá o preço no país Local.

Análise das Tarifas ² Para determinar o preço (P W ) e a quantidade transacionada em nível mundial (Q W ), duas curvas são definidas: Curva de Demanda por Importações País Local Mostra a quantidade máxima de importação que o país Local gostaria de consumir para cada preço do produto importado. DM = D(P) O(P) Curva de Oferta de Exportações - RDM Mostra a quantidade máxima de exportações que o RDM gostaria de vender para cada nível de preço. OX = O*(P*) D*(P*)

Análise das Tarifas Derivação da Curva de Demanda por Importações País Local Preço, P O Preço, P P A A P 2 2 P 1 1 D DM S 1 S 2 D 2 D 1 Quantidade, Q D 2 S 2 D 1 S 1 Quantidade, Q

Análise das Tarifas ² Propriedades da curva de demanda por importações: Ela corta o eixo vertical no preço de equilíbrio em autarquia do país importador; É negativamente inclinada; Tem uma declividade menor que a curva de demanda interna do país importador (maior elasticidade preço).

Análise das Tarifas Determinação da Curva de Oferta das Exportações - RDM Preço, P O * Preço, P OX P 2 P 1 A P * A D * D *2 D *1 S *1 S *2 Quantidade, Q S *1 D *1 S *2 D *2 Quantidade, Q

Análise das Tarifas ² Propriedades da Curva de Oferta das Exportações: Corta o eixo vertical no ponto do preço de equilíbrio em autarquia do país exportador; É positivamente inclinada; Tem uma declividade menor que a curva de oferta doméstica do país exportador (maior elasticidade preço).

Análise das Tarifas ² O equilíbrio mundial ocorre quando a demanda por importações do país Local é igual a oferta de exportações do RDM. No ponto de equilíbrio: Demanda Local Oferta Local = Oferta do RDM Demanda do RDM Rearranjando termos: Demanda Local + Demanda do RDM = Oferta Local + Oferta do RDM Ou: Demanda Mundial = Oferta Mundial

Análise das Tarifas Preço, P Equilíbrio Mundial OX 1 P W DM Q W Quantidade, Q

Análise das Tarifas ² Algumas definições: Relação de troca é o preço relativo do bem exportado expresso em unidades do produto importado; País pequeno é um país que não consegue afetar o preço mundial, qualquer que seja sua exportação ou importação. ² Serão utilizadas dois modelos na discussão: Comércio entre dois países grandes; Um país pequeno transacionando com o RDM.

Análise das Tarifas ² Efeitos de uma Tarifa: Assuma transações entre dois países grandes; Admita que o país local imponha uma tarifa de $t em cada unidade importada; Haverá exportação somente se a diferença de preço entre os dois mercados seja de, no mínimo $t. A tarifa equivale a um custo de transporte: O exportador só venderá no mercado externo se a diferença de preços entre mercado interno e externo for igual ou maior que o custo de transporte.

Análise das Tarifas ² A tarifa fará com que o preço do produto importado aumente no país Local (P T ) e o preço mundial (P * T ) caia no mercado mundial até o ponto onde a diferença de preços seja igual a tarifa. Ø P T P * T = t Ø P T = P * T + t

Análise das Tarifas Efeitos de uma Tarifa Preço, P Home market World market Foreign market Mercado Local Mercado Mundial Mercado do RDM O Preço, P OX Preço, P O * P T 2 1 P w t P * T 3 D DM D * Quantidade, Q Q T Q I Quantidade, Q Quantidade, Q

Preço, P Análise das Tarifas Efeitos de uma Tarifa sobre os Preços P i P LC t Oferta de Exportações do RDM P W Demanda de Importações País Local Quantidade, Q

Análise das Tarifas Em livre comércio, o preço mundial do trigo (P w ) será igual nos dois países; Com a imposição de uma tarifa, o preço do trigo aumenta no país Local para P T e cai para P* T (= P T t ) no RDM até que a diferença de preço seja de $t: No país Local: aumenta a oferta domestica, cai a demanda devido o aumento do preço e isto reduz a demanda por importações; No RDM: cai a produção, os consumidores aumentam sua demanda devido a queda de preço, e isto reduz as exportações; Portanto, a imposição da tarifa reduz o comércio de trigo.

Análise das Tarifas O aumento do preço interno é menor que a tarifa, porque parte da tarifa se reflete em queda de preço externo do produto importado: Se o país Local fosse pequeno e aplicasse uma tarifa, o preço mundial não seria afetado e o preço no país importador cresceria pelo valor total da tarifa. O preço mundial continuará em P w O preço no mercado interno subirá para: P T = P w + t

Análise das Tarifas Uma Tarifa em um País Pequeno Preço, P O P w + t P w S 2 D 2 S 1 D 1 D Importação depois da tarifa Quantidade, Q Importação antes da tarifa

Análise das Tarifas ² Como Quantificar a Proteção: Na avaliação da proteção, no mundo real, é importante saber quanta proteção a política comercial oferece: Pode-se expressar a magnitude da proteção como a porcentagem do preço que vigora com a proteção com relação ao preço de livre comércio: Dois problemas com esta medida:» Se o país for grande, a tarifa reduz o preço mundial;» A tarifa pode ter efeitos diferentes em distintas etapas da produção de um bem, afetando o valor adicionado da atividade. Usa-se o conceito de taxa de proteção efetiva;» Sejam V T e V W os valores adicionados com proteção e com livre comércio. A taxa de proteção efetiva é dada por: (V T - V W ) / V W

Análise das Tarifas ² Taxa de Proteção Efetiva: A tarifa tem efeitos sobre o preço do bem final e sobre o custo dos insumos usados na produção: A proteção efetiva não será igual a tarifa nominal se existirem insumos importados usados na produção do bem protegido. Exemplo: O preço mundial de um automóvel é de $ 8.000 e as autopeças importadas são vendidas por $ 6.000. Para incentivar a produção local um país coloca uma tarifa de 25% sobre o produto final. A proteção é maior que 25%. Com livre comércio (preços mundiais), o valor adicionado era de $ 2.000 e passou para $4.000, com proteção. Uma tarifa de 25% no produto final dá uma taxa de proteção efetiva de 100%. Uma tarifa sobre as autopeças, reduziria a proteção efetiva.

Proteção em 2005 Nominal Efetiva Álcool 0,0% -4,6% Petróleo e Gas Natural 0,0% -3,6% Minério de Ferro 2,0% 1,4% Agricultura, Silvicultura e Florestal 2,8% 1,5% Refino de Petróleo e Coque 0,8% 2,0% Pecuária e Pesca 4,0% 2,3% Produtos Farmacêuticos 4,3% 4,3% Produtos de Madeira excl. móveis 8,1% 12,0% Produtos Químicos 5,6% 14,1% Outros Equipamentos de transporte 10,4% 15,3% Maquinas de Escritório e equip. informatica 9,8% 17,2% Máquinas e Equipamentos 12,1% 18,6% Defensivos Agrícolas 9,9% 22,5% Material Eletrônico e Equip. Telecomunicações 10,4% 22,8% Celulose e Produtos de Papel 12,0% 23,1% Fabricação de Aço e Derivados 11,2% 23,7% Calçados 14,2% 23,9% Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 14,4% 25,9% Artigos de Borracha e Plástico 13,6% 27,3% Móveis 17,3% 27,5% Texteis 16,3% 27,6% Alimentos e Bebidas 10,7% 29,8% Vestuário 19,6% 29,8% Autopeças 17,1% 33,4% Eletrodomésticos 18,2% 45,3% Fumo 15,3% 51,0% Caminhões e Ònibus 30,7% 128,3% Automóveis, Caminhonetes e Utilitários 28,6% 180,0% Média 11,1% 25,8%

Custos e Benefícios de uma Tarifa ² A tarifa aumenta o preço do bem no país importador e reduz o preço no país exportador; ² Conseqüências desta mudanças: Consumidores perdem no pais importador e ganham no país exportador; Produtores ganham no país importador e perdem no país exportador; O governo que aplica a tarifa ganha receita. ² Para medir estes efeitos e necessário definir excedente do consumidor e do produtor.

Custos e Benefícios de uma Tarifa ² Excedente do Consumidor e do Produtor Excedente do Consumidor: Mede o ganho do consumidor pela diferença do preço que ele efetivamente paga com relação ao preço que ele está disposto a pagar; Pode ser obtido a partir da curva de demanda de mercado; Graficamente, é igual à área abaixo da curva de demanda e acima do preço.

Custos e Benefícios de uma Tarifa Preço, P Geometria do Excedente do Consumidor a P 1 P 2 b D Q 1 Q 2 Quantidade, Q

Custos e Benefícios de uma Tarifa Excedente do Produtor: Mede o ganho do produtor pela diferença entre o preço que ele efetivamente recebe com relação ao preço que ele está disposto a vender; Pode ser obtido através da curva de oferta de mercado; Graficamente, é igual a área acima da curva de oferta e abaixo do preço.

Custos e Benefícios de uma Tarifa Preço, P Geometria do Excedente do Produtor O P 2 P 1 c d Q 1 Q 2 Quantidade, Q

Custos e Benefícios de uma Tarifa ² Medidas dos Custos e dos Benefícios: É possível somar os excedentes do consumidor e do produtor? Pode-se (algebricamente) somar os dois excedentes porque qualquer mudança de preços afeta cada individuo de duas maneiras: Como um consumidor; Como um trabalhador; Assume-se que, em termos marginais, uma unidade monetária de ganho ou perda para cada grupo tenha o mesmo valor social.

Custos e Benefícios de uma Tarifa ² A tarifa aumenta o preço no país importador, reduz o excedente do consumidor e prejudica os consumidores; ² A tarifa aumenta o excedente do produtor e aumenta a renda dos produtores; ² A tarifa aumenta a receita do governo.

Custos e Benefícios de uma Tarifa Custos e Benefícios de uma Tarifa para o País Importador Preço, P O P T P w P * T a b c d e = perda do consumidor (a + b + c + d) = ganho do produtor (a) = ganho de receita do governo (c + e) O 2 D 2 O 1 D 1 D Quantidade, Q Q T

Custos e Benefícios de uma Tarifa As áreas dos triângulos b e d medem as perdas do país (perda de eficiência) e a área do retângulo e mede um ganho (ganho das relações de troca): A perda de eficiência é decorrência das distorções introduzidas no incentivo ao consumo e a produção: Os produtores e os consumidores se comportam como se as importações fossem mais caras do que efetivamente são; O triângulo b é a perda decorrente da distorção na produção e o triângulo d é a perda decorrente da distorção no consumo. O ganho das relações de troca surgem porque a tarifa diminui o preço mundial.

Custos e Benefícios de uma Tarifa ² Efeito líquido de uma tarifa sobre o bem-estar é igual a: Perda do Consumidor (-) ganho do produtor (-) receita do governo (a+b+c+d) a (c+e) = b+d-e

Custos e Benefícios de uma Tarifa ² A receita do governo é igual a tarifa vezes a quantidade importada. t = P T P * T Q T = D 2 O 2 Receita do Governo = t x Q T = c + e ² Parte da receita do governo (retângulo e) decorre da melhora das relações de troca e parte vem da redução do excedente do consumidor (retângulo c ). O governo fica com parte da renda dos consumidores locais e do resto do mundo.

Custos e Benefícios de uma Tarifa Se o efeito relações de troca for maior que a perda de eficiência, a tarifa aumenta o bem-estar do país importador: No caso do país pequeno, a tarifa necessariamente reduz o bem-estar do país importador.

Custos e Benefícios de uma Tarifa Efeitos Líquidos de uma Tarifa sobre o Bem-estar País Grande Preço, P O = perda de eficiência (b + d ) = ganhos de relações de troca (e ) P T P w P * T b e d D Importação Quantidade, Q

Custos e Benefícios de uma Tarifa Efeitos Líquidos de Uma Tarifa País Pequeno Preço, P O Preço Mundial (+) tarifa Preço Mundial Distorção na Produção Distorção no consumo D Quantidade, Q

Outros Instrumentos da Política Comercial ² Subsídio à Exportação É um pagamento pelo governo a uma firma que vende no mercado externo: Quando o governo dá um subsídio à exportação, os exportadores vão exportar até o ponto em que o preço doméstico exceder o preço mundial pelo montante do subsídio. O subsídio pode ser específico ou ad valorem.

Outros Instrumentos da Política Comercial Preço, P Efeitos de um Subsídio à Exportação O Subsídio P S P w P * S a b e c f d g = ganho do produtor (a + b + c) = perda do consumidor (a + b) = custo do subsídio para o governo (b + c + d + e + f + g) D Exportação Quantidade, Q

Outros Instrumentos da Política Comercial Um subsídio à exportação aumenta o preço no país exportador e diminui o preço no país importador; Adicionalmente, e em contraste com a tarifa, o subsídio à exportação piora as relações de troca; Um subsídio à exportação leva a custos que excedem os benefícios; A perda líquida de bem-estar é dada pela soma das áreas (diferença entre ganho do produtor e perdas dos consumidores e governo): (a + b+ c) (a + b) (b + c+ d + e + f + g) = = - ( b + d + e + f + g)

Programa Agrícola Comum Europeu ² A União Européia deveria ser uma importadora líquida de produtos agrícolas. Mas o PAC fixa um preço interno elevado e subsidia a exportação para se livrar dos estoques: O subsídio à exportação reduz o preço mundial, aumentando o custo do programa. ² O custo direto do PAC para o contribuinte europeu é de US$ 60 bilhões, ou 35% da receita do produtor europeu: O programa atual garante renda para os produtores independente da produção para reduzir os preços no mercado europeu e reduzir a produção.

Outros Instrumentos da Política Comercial Programa Agrícola Comum Europeu Preço, P O Preço mínimo Preço UE sem importação = custo do subsídio governamental Preço Mundial D Quantidade, Q Exportação

Outros Instrumentos da Política Comercial ² Quota de Importação: Teoria Uma quota é uma restrição à quantidade importada. Exemplos: Os EUA tem uma quota para a importação de açúcar; Em 2018, os EUA, ao invés de impor tarifas, pretendem estabelecer cotas para importação do aço brasileiro. A restrição é usualmente implementada a partir de licenças para alguns grupos de importadores; Em alguns casos (açúcar e vestuário) a quota é dada diretamente ao governo do país exportador; Possivelmente, o mesmo procedimento para o aço brasileiro.

Outros Instrumentos da Política Comercial Uma quota de importação sempre aumenta o preço doméstico do produto importado; Os grandes beneficiários de uma quota são os poucos produtores locais, enquanto que o prejuízo é diluído entre os muitos consumidores; Os detentores das licenças podem comprar produtos importados e revendê-los no mercado doméstico a um preço maior: O lucro obtido pelos detentores das licenças de importação é chamado de renda da cota.

Outros Instrumentos da Política Comercial O efeito sobre o bem-estar de uma cota comparado com o efeito da tarifa: A diferença entre a quota e a tarifa é que com a quota o governo não tem receita; Na avaliação dos custos e benefícios de uma cota de importação é fundamental identificar quem recebe as rendas: Quando os direitos de vender no mercado Local são atribuídos aos governos dos países exportadores, a transferência de renda para o estrangeiro torna os custos de uma quota mais elevados, que os de uma tarifa equivalente.

Outros Instrumentos da Política Comercial Efeitos das Quotas de Importação do Açúcar nos USA Preço, $/ton Oferta = perda do consumidor (a + b + c + d) Preço no U.S.A $466 Preço Mundial $280 a b c d = ganho do produtor (a) = renda da quota (c) 5.14 6.32 8.45 9.26 Quota de importação: 2.13 milhões de tons. Demanda Quantidade de Açúcar, milhões toneladas

Outros Instrumentos da Política Comercial ² Restrições Voluntárias às Exportações: (RVE) Uma restrição voluntária a exportação é uma quota de exportação controlada pelo país exportador: É também conhecido como acordo de restrição voluntária. Uma RVE é imposta por pedido do país importador e são aceitas pelos exportadores para evitar outras medidas protecionistas.

Outros Instrumentos da Política Comercial Uma RVE é equivalente a uma quota de importação, em que as licenças são atribuídas a governos estrangeiros e, portanto, tem um custo muito elevado para o país importador; Uma RVE é sempre mais prejudicial para o país importador do que uma tarifa que limite as importações na mesma grandeza.

Outros Instrumentos da Política Comercial Uma RVE é sempre mais prejudicial para o país importador do que uma tarifa que limite as importações na mesma grandeza: Com uma RVE a receita equivalente da tarifa torna-se renda recebida por estrangeiros, levando a uma perda para o país importador. Exemplo: 2/3 do custo para os consumidores americanos de três RVE (têxtil, automóveis e aço) é transferido como renda para o estrangeiro. Brasil: RVE com relação a têxtil e brinquedos da China (40% do mercado). Uma RVE produz uma perda para o país importador.

Outros Instrumentos da Política Comercial ² Exigência de Componentes Nacionais: Uma exigência de componentes nacionais é uma regra que impõe que uma determinada porcentagem do bem final seja produzido domesticamente: A exigência pode ser feita em termos físicos ou de valor. Tem sido muito usado em países em desenvolvimento para mudar a composição da produção, favorecendo a verticalização do processo produtivo; Exemplo recente no Brasil: exigência de componentes nacionais de até 65% nos equipamentos para o Pré- Sal.

Outros Instrumentos da Política Comercial Exigências de conteúdo doméstico não produzem nem receita para o governo, nem renda de quota: Em seu lugar, a diferença de preço entre componentes domésticos e estrangeiros é repassado para o consumidor final. Exemplo: Suponha que um carro tenha a exigência de 50% de componentes domésticos. O custo dos componentes importados é de $6.000 e o custo das partes domésticas é de $10.000. Portanto, o custo médio é de: $8.000 = (0.5 x $6.000 + 0.5 x $10.000).

Outros Instrumentos da Política Comercial ² Outros Instrumentos de Política Comercial: Subsídio ao Crédito à Exportação: Empréstimos subsidiados aos compradores das exportações do país; Idêntico ao subsídio à exportação. Compras Governamentais: Compras governamentais (ou de empresas públicas) voltada para a produção doméstica, mesmo que sejam mais caras que o produto importado. Barreiras Não Tarifárias (Burocráticas): Barreiras fito-sanitárias, segurança e procedimentos aduaneiros complexos.

Síntese dos Efeitos da Política Comercial Efeitos de Políticas Comerciais Alternativas Restrição Subsídio Quota de Voluntária a Tarifa a Exportação Importação Exportação Excedente do Produtor Aumenta Aumenta Aumenta Aumenta Excedente do Consumidor Cai Cai Cai Cai Receita Governamental Aumenta Cai Inalterada Inalterada (renda para deten- (renda para os tores de licenças) estrangeiros) Bem-estar Nacional Total Anbíguo Cai Ambíguo Cai (cai para um (cai para um país pequeno) país pequeno)