Orientações para uso seguro de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos



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Transcrição:

Em cooperação com Orientações para uso seguro de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos Um manual para engenheiros, técnicos, instrutores e formuladores de políticas Para uma refrigeração e climatização mais sustentável PROGRAMA BRASILEIRO DE ELIMINAÇÃO DOS Projeto para o Setor de Serviços

Orientações para uso seguro de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos Um manual para engenheiros, técnicos, instrutores e formuladores de políticas Para uma refrigeração e climatização mais sustentável

Editado por Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH Sedes registradas Bonn e Eschborn Proklima Dag-Hammarskjöld-Weg 1-5 65760 Eschborn, Alemanha Telefone: +49 6196 79-1022 Fax: +49 6196 79 80-1022 www.giz.de/proklima proklima@giz.de Gerente do programa: Bernhard Siegele, bernhard.siegele@giz.de Em nome do Ministério Federal Alemão da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) Divisão do Meio Ambiente e Uso Sustentável de Recursos Naturais Dahlmannstraße. 4 53113 Bonn, Alemanha Telefone: +49 228 99 535 0 Fax: +49 228 99 535 3500 www.bmz.de Co-Editado por Ministério do Meio Ambiente (MMA) Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Departamento de Mudanças Climáticas, Gerência de Proteção da Camada de Ozônio SEPN 505, Lote 2, Bloco B, Sala 303, Ed. Marie Prendi Cruz CEP: 70.730-542 Brasília-DF, Brasil Telefone: +55 61 2028-2248 Fax: +55 61 2028-2908 www.mma.gov.br Autor Principal Daniel Coulbourne, Proklima, d.coulbourne@re-phridge.co.uk Autores Colaboradores Rolf Huehren, Proklima, rolf.huehren@proklima.net Bernhard Schrempf, TÜV SÜD, bernhard.schrempf@tuev-sued.de TÜV SÜD Industrie Service GmbH Westendstr. 199 80686 München Alemanha Stefanie von Heinemann, Proklima, stefanie.heinemann@proklima.net Sabine Meenen, TÜV SÜD, sabine.meenen@tuev-sued.de Editores Dr. Volkmar Hasse, GIZ Dr. Daniel Colbourne, Proklima Linda Ederberg, Proklima Rolf Huehren, Proklima Revisor Especialista Stephen Benton (Cool Concerns Ltd) Pedro Serio Foto da Capa ice cube Katarzyna Krawiec Fotolia.com Projeto Gráfico Leandro Celes Impressão em Gráfica Qualytá Gráfica Editora Ltda Brasília, setembro de 2015. Catalogação na Fonte Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis B823o Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Orientações para uso seguro de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos: um manual para engenheiros, técnicos, instrutores e formuladores de políticas para uma refrigeração e climatização mais sustentável / Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2015. 344 p. ; Il. Color. ISBN 978-85-7738-250-7 1. Manual (Refrigeração). 2. Ar condicionado. 3. Camada de ozônio. 4. HCFCs-PBH. 5. Protocolo de Montreal. I. Ministério do Meio Ambiente. II. Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. III. Departamento de Mudanças Climáticas. IV. Título. CDU(2.ed.)621.565 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Orientações para uso seguro de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos: um manual para engenheiros, técnicos, instrutores e formuladores de políticas para uma refrigeração e climatização mais sustentável. Brasília: MMA, 2015. 344 p.

Nota: Esta Publicação é uma tradução da edição de 2010 publicada pela GTZ* Proklima no idioma inglês com atualizações. A tradução desta Publicação foi realizada por meio do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da Gerência de Proteção da Camada de Ozônio vinculada à Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. *Desde 1 de Janeiro de 2011, a GIZ reúne as capacidades e experiências de três organizações: a Deutscher Entwicklungsdienst (DED) GmbH (Serviço Alemão de Desenvolvimento), a Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbH (Cooperação técnica alemã) e InWEnt ggmbh (Capacitação Internacional).

PROKLIMA é um programa da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, comissionado pelo Ministério Federal Alemão da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ). O programa PROKLIMA vem oferecendo apoio técnico e financeiro aos países em desenvolvimento desde 1996, para implementar as cláusulas do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. O objetivo desta publicação da GIZ Proklima é apresentar as informações existentes e orientações relativas à utilização segura de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos, mas também para informar de modo abrangente a forma com que todas as etapas do tempo de vida do sistema são abordadas de maneira interligada. Reconhece-se que simplesmente descrever requisitos técnicos nem sempre é suficiente por si só para garantir que um elevado nível de segurança seja alcançado e, também, é importante a introdução de uma infraestrutura sólida e adequada. Por exemplo, os órgãos como o governo ou a indústria poderão criar regimes de certificação de treinamento técnico, ou fabricantes, distribuidores ou empresas contratantes poderão organizar seus sistemas de gestão de qualidade para ajudar na melhoria contínua dos níveis de segurança, etc. Todas estas são considerações importantes. Este manual deverá funcionar como um guia para os formuladores de normas envolvidos com a formulação de políticas de âmbito nacional para apoiar o uso de fluidos frigoríficos naturais (ou seja, aspectos regulatórios, normas, etc.) e também para os fabricantes e instaladores de equipamentos de HCFC e HFC, os quais poderão avaliar de modo confiável a adequação das opções de hidrocarbonetos e, posteriormente, implementá-las. A GIZ PROKLIMA fez uma parceria com a TÜV SÜD para garantir que o sistema de segurança fosse descrito a partir de dois ângulos, tanto do ponto de vista de terceiros ( third party ) como de uma agência implementadora. Ambas as organizações trabalham com a implementação de fluidos frigoríficos inflamáveis e se uniram para desenvolver essas orientações. 4

Índice PREFÁCIO 17 PARTE 1: INFRAESTRUTURA DE SEGURANÇA 21 1.1 INTRODUÇÃO GERAL 21 1.1.1 Informações básicas 21 1.1.2 Utilização do manual 22 1.1.3 Conceito do manual 24 1.1.4 Considerações para os formuladores de políticas 27 1.1.5 Principais estágios durante o tempo de vida dos equipamentos 28 1.2 SEGURANÇA BÁSICA PARA O USO DE FLUIDOS FRIGORÍFICOS INFLAMÁVEIS 30 1.2.1 Introdução 30 1.2.2 Classificação do grupo de segurança dos fluidos frigoríficos HCs 31 1.2.3 Considerações básicas para trabalhar com fluidos frigoríficos inflamáveis 33 1.3 DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA 34 1.3.1 Introdução 34 1.3.2 Desenvolvimento de políticas 35 1.3.3 Gestão e preparação dos funcionários 36 1.3.4 Planejamento e definição das orientações 37 1.3.5 Avaliação de desempenho 39 1.3.6 Auditoria e revisão 40 1.4 IDENTIFICAÇÃO DOS PARCEIROS DE COOPERAÇÃO 40 1.4.1 Introdução 40 1.4.2 Associações da indústria 41 1.4.3 Institutos e associações técnicas 41 1.4.4 Agências de desenvolvimento 42 1.4.5 Autoridades nacionais 42 1.4.6 Órgãos de padronização 44 1.4.7 Organismos de acreditação 45 1.5 MODELO DE REGULAMENTAÇÕES E NORMAS 46 1.5.1 Introdução 46 1.5.2 Regras nacionais de saúde e segurança 46 1.5.3 Regulamentações 47 1.5.4 Normas 47 1.5.5 Outras publicações 53 PARTE 2: SISTEMAS DE QUALIDADE RELACIONADOS À SEGURANÇA 54 2.1 INTRODUÇÃO 54 2.1.1 Visão geral 54 2.1.2 Sistemas de controle de qualidade 56 5

2.2 ELEMENTOS DE ENTRADA (INPUTS) 59 2.3 TESTES 60 2.4.1 Introdução 62 2.4.2 Utilização de serviços de inspeção terceirizados 63 2.4.3 Funcionamento de um organismo de inspeção 63 2.4.4 Aspectos práticos das inspeções 64 2.5 MONITORAMENTO 65 2.6 FEEDBACK E AÇÃO PREVENTIVA/CORRETIVA 66 2.7 ACREDITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO 67 PARTE 3: TREINAMENTO 70 3.1 INTRODUÇÃO AO TREINAMENTO 70 3.1.1 Significado do treinamento 70 3.1.2 Reconhecimento da importância do treinamento 71 3.1.3 Conceito do treinamento e certificação 72 3.1.4 Treinamento para técnicos de serviço em campo 73 3.2 ESTRUTURA DAS INSTALAÇÕES DO LOCAL DE TREINAMENTO 74 3.2.1 Introdução 74 3.2.2 Configuração ideal do local de treinamento prático 74 3.2.3 Ferramentas e equipamentos 75 3.2.4 Implicações da situação do local 77 3.3 SISTEMA DE GESTÃO 78 3.3.1 Introdução 78 3.3.2 Necessidades de recursos 80 3.3.3 Avaliação 81 3.3.4 Método para certificação de pessoas 81 3.3.5 Registro de técnicos e empresas (licenciamento) 84 3.3.6 Inspeção das operações e do monitoramento 84 3.4 CONTEÚDO DAS NORMAS PARA TREINAMENTO DE REFRIGERAÇÃO 85 3.4.1 Introdução 85 3.4.2 Categorização dos tópicos do ARC e descrição das competências do ARC 86 3.4.3 Conteúdo programático adicional para fluidos frigoríficos HCs 86 3.4.4 Exemplo de critérios de avaliação 86 3.5 TREINAMENTO DE PROJETO E DESENVOLVIMENTO 86 3.5.1 Introdução 86 3.5.2 Treinamento técnico básico 87 3.5.3 Treinamento básico de produtos 87 3.5.4 Treinamento fundamental 87 3.5.5 Treinamento secundário 87

3.6 TREINAMENTO DE PRODUÇÃO 88 3.6.1 Procedimentos de trabalho na área de produção 88 3.6.2 Conscientização dos funcionários da produção 88 3.6.3 Equipe a ser treinada 88 3.6.4 Identificação das áreas 88 3.6.5 Mudanças na situação de trabalho 89 3.6.6 Revisão dos procedimentos 89 3.6.7 Treinamento da equipe para distribuição 89 PARTE 4: INFRAESTRUTURA DA LINHA DE PRODUÇÃO E FABRICAÇÃO 91 4.1 INTRODUÇÃO 91 4.2 FORNECIMENTO DE FLUIDO FRIGORÍFICO 92 4.2.1 Armazenamento de fluido frigorífico 92 4.2.2 Bombeamento do fluido frigorífico e controle de abastecimento 94 4.2.3 Tubulação de distribuição e armazenamento de fluido frigorífico 94 4.3 PRODUÇÃO DE EQUIPAMENTOS 94 4.3.1 Áreas de realização da carga de fluido frigorífico 94 4.3.2 Área de reparos de equipamentos e recolhimento de fluido frigorífico 95 4.3.3 Outras áreas de trabalho 95 4.4 SISTEMA DE SEGURANÇA DA FÁBRICA 96 4.4.1 Introdução 96 4.4.2 Detecção de gás 97 4.4.3 Sistema de ventilação 97 4.4.4 Alarmes de advertência 97 4.4.5 Sistema de controle 97 4.4.6 Marcação e sinais 98 4.4.7 Instruções e procedimentos 98 4.5 CONSIDERAÇÕES PARA ÁREAS DE SERVIÇOS/REPAROS 99 4.5.1 Introdução 99 4.5.2 Layout da área 99 4.5.3 Sistema de segurança da área de serviço 101 4.5.4 Práticas de trabalho 101 4.5.5 Equipamentos para área da oficina 101 4.6 TRANSPORTE DOS SISTEMAS 102 4.6.1 Introdução 102 4.6.2 Transporte terrestre 103 4.6.3 Transporte marítimo 103 4.6.4 Transporte aéreo 103 4.7 ARMAZENAMENTO DOS SISTEMAS 103 4.7.1 Introdução 103 4.7.2 Avaliação de riscos 105 4.7.3 Política de prevenção de acidentes 106 4.7.4 Configuração dos locais de armazenamento 106 4.7.5 Procedimentos gerais 108 7

4.7.6 Procedimentos de expedição/recebimento 108 4.7.7 Procedimentos de manutenção de registros 109 4.7.8 Procedimentos relacionados a equipamentos danificados 109 PARTE 5: PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTO 111 5.1 INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE PROJETO PARA OPERAÇÃO SEGURA DE SISTEMAS COM HIDROCARBONETO 111 5.1.1 Segurança integrada 111 5.1.2 Outras considerações de segurança 114 5.2 PREVENÇÃO DE VAZAMENTO 115 5.2.1 Introdução 115 5.2.2 Princípios gerais de projeto 116 5.2.3 Considerações relacionadas ao projeto e à instalação da tubulação 118 5.2.4 Considerações relacionadas ao projeto e instalação dos principais componentes do sistema 118 5.2.5 Considerações relacionadas às seleções das válvulas 119 5.2.6 Detecção de vazamento 119 5.3 LIMITES DE QUANTIDADE DE CARGA DE FLUIDO FRIGORÍFICO 121 5.3.1 Introdução 121 5.3.2 Categorias de ocupação 122 5.3.3 Ocupações de Categoria A (ocupação geral) 124 5.3.4 Ocupações de Categoria B (ocupação supervisionada) 124 5.3.5 Ocupações de Categoria C (ocupação autorizada) 125 5.3.6 Área desocupada 126 5.3.7 Cálculo das quantidades de carga permitidas (M PER ) 126 5.3.8 Fluxo de ar do equipamento 127 5.4 REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE CARGA 131 5.4.1 Introdução 131 5.4.2 Conceito geral 131 5.4.3 Considerações relacionadas a cada tipo de componente do sistema 133 5.5 FONTES DE IGNIÇÃO E MÉTODOS DE PREVENÇÃO 137 5.5.1 Introdução 137 5.5.2 Superfícies quentes 137 5.5.3 Fontes de ignição provenientes de componentes elétricos 138 5.5.4 Orientações relacionadas às peças dos ventiladores 139 5.5.5 Considerações adicionais 140 5.5.6 Testes de simulação de vazamento para fontes potenciais de ignição 142 5.6 PROJETO DA INSTALAÇÃO DO SISTEMA 149 5.6.1 Introdução 149 5.6.2 Requisitos gerais para a instalação de sistemas dentro de locais fechados 149 5.6.3 Requisitos gerais para instalação de sistema em locais abertos 149 5.6.4 Sala de máquinas 151 5.6.5 Gabinetes ventilados 154 5.6.6 Instalação da tubulação 157 5.6.7 Sistemas indiretos ou secundários 159 5.6.8 Uso de dispositivos de segurança para controle de pressão 159 8

5.6.9 Detector (fixo) de fluido frigorífico 164 5.6.10 Integração dos conceitos de segurança 165 5.7 SINALIZAÇÃO E INSTRUÇÕES 169 5.7.1 Introdução 169 5.7.2 Indicação e sinalização 169 5.7.3 Manuais e outras instruções 172 5.8 ANÁLISE DE RISCO 175 5.8.1 Introdução 175 5.8.2 Técnicas gerais de avaliação de riscos 175 5.8.3 Metodologia específica 182 5.8.4 Características de inflamabilidade 191 5.8.5 Vazamento de fluido frigorífico 191 5.8.6 Dispersão de vazamentos de fluido frigorífico 194 5.8.7 Consequências da ignição 199 PARTE 6: OPERAÇÃO E INSTALAÇÃO DE SISTEMAS E EQUIPAMENTOS 204 6.1 ATIVIDADES REALIZADAS PELOS TÉCNICOS E MANUSEIO DE FLUIDOS FRIGORÍFICOS 204 6.1.1 Introdução 204 6.1.2 Avaliação de risco 205 6.1.3 Precauções gerais para a realização dos serviços 209 6.1.4 Acessando o circuito de refrigeração 211 6.1.5 Recolhimento de fluido frigorífico 212 6.1.6 Liberação de fluido frigorífico 214 6.1.7 Reparo de vazamentos 215 6.1.8 Verificação de vazamento (teste de estanqueidade) 216 6.1.9 Teste de resistência (pressão) 217 6.1.10 Evacuação do sistema 217 6.1.11 Carga de fluido frigorífico 218 6.1.12 Reparos dos componentes elétricos 219 6.1.13 Verificações de rotina do sistema 220 6.1.14 Detecção de gás 221 6.1.15 Manuseio do cilindro 221 6.2 INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO 224 6.2.1 Introdução 224 6.2.2 Preparação 224 6.2.3 Conformidade com as orientações de segurança 225 6.2.4 Local de trabalho 227 6.2.5 Realização de testes 228 6.2.6 Sinalização e documentação 228 6.3 COMISSIONAMENTO DE SISTEMAS E INSTALAÇÕES 228 6.3.1 Introdução 228 6.3.2 Requisitos de comissionamento 229 6.3.3 Aspectos preliminares do projeto 230 6.3.4 Especificação 231 6.3.5 Pré-comissionamento 232 9

6.3.6 Manuseio do fluido frigorífico 235 6.3.7 Configurações e ajustes 235 6.3.8 Partida, parada e operação inicial do sistema 236 6.3.9 Entrega final e documentação da instalação 237 6.4 CONVERSÕES NO LOCAL E NA OFICINA 237 6.4.1 Princípios básicos e avisos 237 6.4.2 Considerações que afetam as conversões 240 6.4.3 Realização de conversões 242 6.5 DESMONTAGEM 247 PARTE 7: ESTUDO DE CASOS 248 7.1 Introdução 248 7.2 Benson ar-condicionado (Austrália) 249 7.3 Carter Retail Equipment (Reino Unido) 250 7.4 De Longhi (Itália) 251 7.5 JCI (Dinamarca) 252 7.6 Hindustan Unilever / Kwality Walls Ice Cream (Índia) 253 7.7 Lidl (Alemanha) 256 7.8 Palfridge (Suazilândia) 258 7.9 Victorian Transport Refrigeration Transporte refrigerado e A/C de veículo (Austrália) 260 7.10 Parceria da Waitrose com a John Lewis (Reino Unido) 262 BIBLIOGRAFIA, NORMAS E LEITURA ADICIONAL 264 ABREVIAÇÕES 269 GLOSSÁRIO 271 10

ANEXOS 278 ANEXO 1: ASPECTOS TÉCNICOS QUE NÃO ESTÃO RELACIONADOS À SEGURANÇA 278 ANEXO 2: EXEMPLO DOS PROCEDIMENTOS DE CONVERSÃO 285 ANEXO 3: RELAÇÃO DOS PARCEIROS DE COOPERAÇÃO 290 ANEXO 4: CARACTERÍSTICAS INFLAMÁVEIS DOS HCs 297 ANEXO 5: CÁLCULO DE CONCENTRAÇÃO EM CASO DE VAZAMENTO 302 ANEXO 6: EQUIPAMENTO PARA O TREINAMENTO DOS TÉCNICOS 307 ANEXO 7: CONTEÚDO DAS NORMAS PARA TREINAMENTO TÉCNICO 320 ANEXO 8: EXEMPLO DE CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS TÉCNICOS 339 ANEXO 9: LIVRO DE REGISTROS PARA USO DE FLUIDOS FRIGORÍFICOS 341 ANEXO 10: TABELAS DE PRESSÃO DE VAPOR E DENSIDADE DE LÍQUIDOS 342 11

Lista de Tabelas Tabela 1: Visão geral das várias partes do manual e dos grupos-alvo...23 Tabela 2: Esquema de classificação de segurança dos fluidos frigoríficos...32 Tabela 3: Resumo das normas de segurança relevantes...51 Tabela 4: Áreas relevantes para criação do local de treinamento de HC...75 Tabela 5: Níveis de risco total associados com a aplicação de HCs em diferentes tipos de sistemas...83 Tabela 6: Recursos de segurança para tanques de armazenagem de fluido, áreas e salas de cilindros e salas de bombas...93 Tabela 7: Intervalo típico do vazamento de fluido frigorífico empírico médio para tipos diferentes de sistema... 116 Tabela 8: Limites inflamáveis e limites práticos de vários fluidos frigoríficos HCs... 122 Tabela 9: Tipos de ocupação e exemplos... 123 Tabela 10: Resumo das quantidades máximas e permitidas de cargas de fluido frigorífico de acordo com várias normas... 129 Tabela 11: Visão geral dos diversos requisitos de teste para diferentes tipos de equipamento... 147 Tabela 12: Identificação da Categoria de PE para sistemas de HC que utilizam vasos de pressão e tubulações de tamanho pequeno... 161 Tabela 13: Exemplo de métodos de detecção e ações preventivas, bem como seus níveis de eficácia... 166 Tabela 14: Visão geral de informações necessárias para manuais... 174 Tabela 15: Exemplo de algumas perguntas FMEA para um sensor de detecção (fixo) de gás inflamável.... 177 Tabela 16: Exemplo de aplicação de HazOp durante o procedimento de carga de fluido frigorífico HC no sistema... 182 Tabela 17: Critérios de risco aceitável máximo sugerido... 190 Tabela 18: Exemplos de causas de vazamento, taxa de desenvolvimento e prevenção... 192 Tabela 19: Áreas de aplicação para fluidos frigoríficos naturais - Refrigeração... 241 Tabela 20: Fatores de conversão (C f 1) para estimar a quantidade da carga de HC equivalente... 242 Tabela 21: Fluidos frigoríficos HCs e suas propriedades básicas... 278 Tabela 22: Compatibilidade e solubilidade dos HCs com diferentes tipos de óleos... 279 Tabela 23: Fluidos frigoríficos HCs usados para substituir os fluidos frigoríficos SDOs e HFCs... 280 Tabela 24: Propriedades inflamáveis de alguns fluidos frigoríficos HCs... 298 12

Lista de Figuras Figura 1: Visão geral do conceito usado nesse manual...25 Figura 2: Indicação da relevância de cada parte do manual...26 Figura 3: Visão geral dos estágios do tempo de vida dos equipamentos, pessoas-chave e grupos de tópicos que podem ser necessários para execução do trabalho...29 Figura 4: Triângulo de fogo...33 Figura 5: Visão geral dos principais elementos do sistema de gerenciamento de segurança...35 Figura 6: Visão geral dos vínculos entre organizações de padronização internacionais, europeias e nacionais (organismos nacionais são mostrados como exemplos)...45 Figura 7: Hierarquia de regulamentações, normas e orientações do setor...46 Figura 8: Método típico de implementação da norma de segurança...48 Figura 9. Aspectos de um sistema de refrigeração implícito nas normas de segurança...49 Figura 10: Principais normas europeias e internacionais que tratam de fluidos frigoríficos HCs, comitês técnicos e pessoas envolvidas com as associações...50 Figura 11: Visão geral de um sistema de qualidade para tratar de questões de segurança...56 Figura 12: Tipos mais comuns de testes e onde eles são executados...61 Figura 13: Exemplo de representação esquemática da estrutura típica do sistema educacional (incluindo VET) na Alemanha...77 Figura 14: Visão geral de um sistema de qualidade geral aplicado ao treinamento, certificação e registro de técnicos...79 Figura 15: Cronograma sugerido para introdução passo a passo de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos de acordo com o nível de risco...83 Figura 16: Visão geral das categorias de treinamento a serem consideradas...86 Figura 17: Processo de fabricação típico, identificando as áreas nas quais vazamentos de fluido frigorífico podem ocorrer...92 Figura 18: Exemplos de sinalização apropriada...98 Figura 19: Layout sugerido para área de serviços /reparos... 100 Figura 20: Método geral o qual dever ser respeitado nos casos de armazenamento e estocagem de equipamentos... 104 Figura 21: Fluxograma indicando os passos de projeto para introduzir substâncias inflamáveis com segurança... 111 Figura 22: Uma indicação da tendência a vazamento de cada um dos diferentes componentes... 117 Figura 23: Determinação da quantidade de carga máxima de fluidos frigoríficos HCs e tamanho da sala... 130 Figura 24: Ilustração de como a carga de fluido frigorífico específica pode variar conforme a capacidade de refrigeração do sistema e intervalo de temperatura de aplicação... 132 Figura 25: Variação da carga de fluido frigorífico específica para, aproximadamente, 250 aparelhos de ar-condicionado split usando R22, de nove fabricantes diferentes... 132 Figura 26: Exemplo de distribuição de carga de fluido frigorífico dentro de um ar-condicionado do tipo split... 133 Figura 27: Ilustração dos benefícios da redução do diâmetro do tubo do condensador com R290... 135 Figura 28: Indicação da distância segura de um sistema de refrigeração... 151 Figura 29: Sugestão para entradas e saídas de ventilação mecânica para uma sala de máquinas... 154 Figura 30: Diagrama esquemático de opções para gabinetes ventilados... 156 Figura 31: Fluxograma para determinar os meios adequados de proteção contra pressão excessiva... 163 Figura 32: Efeito da redução de carga de fluido frigorífico em determinados parâmetros de um sistema, para um sistema com dispositivo de expansão termostática (esquerda) e um sistema com um tubo capilar (direita) baseado em temperatura externa de 35 graus... 167 13

Figura 33: Alteração na concentração de fluido (acumulado no piso da sala) através da ativação e desativação do fluxo de ar (note que essa ilustração não indica que uma opção é mais eficaz do que outra, a diferenciação serve apenas para um melhor esclarecimento do diagrama)... 168 Figura 34: Uso de uma válvula solenoide normalmente fechada em um sistema remoto ou dividido... 169 Figura 35: Alguns sinais de proibição que podem ser utilizados durante o manuseio do fluido frigorífico e as outras atividades... 171 Figura 36: Alguns sinais de aviso que podem ser aplicados aos equipamentos e áreas de trabalho... 171 Figura 37: Alguns sinais obrigatórios para uso em equipamentos... 171 Figura 38: Alguns sinais obrigatórios para uso em áreas de trabalho... 172 Figura 39: Sinalização de risco de gás inflamável... 172 Figura 40: Perguntas a serem feitas para cada componente em um sistema como parte de um FMEA... 176 Figura 41: Exemplo da definição de riscos, com base na frequência da ocorrência de um evento não planejado e no valor do custo dos danos causados por consequência desse evento: A é inaceitável, G é aceitável... 177 Figura 42: Exemplo de uma árvore de eventos para um vazamento de gás inflamável de uma tubulação... 179 Figura 43: Exemplo de uma árvore de falha conduzindo a um evento top que é uma ignição de um gás inflamável proveniente de um SOI desprotegido... 180 Figura 44: Típico diagrama de fluxo de trabalho para realização de uma análise HazOp... 181 Figura 45: Sequência básica de eventos que causam risco relacionados aos fluidos frigoríficos inflamáveis... 183 Figura 46: Mapa de modos, locais e público-alvo a serem considerados na análise de risco... 184 Figura 47: Diagrama de Venn indicando as ocorrências necessárias para ignição... 186 Figura 48: Proporções de volume-tempo inflamável presentes no nível inferior para várias situações diferentes... 187 Figura 49: Exemplo de uma curva de frequência-consequência para ignição de fluido frigorífico inflamável a partir de vazamentos de tamanhos diferentes em unidade interior, unidade exterior e espaço ocupado para um ar condicionado... 190 Figura 50: Exemplo de uma distribuição de tamanhos de vazamentos para um conjunto de sistemas, nos quais grandes vazamentos não são frequentes, mas pequenos vazamentos são muito mais frequentes... 193 Figura 51: Exemplo de orifícios de vazamento de fluido frigorífico por corrosão... 193 Figura 52: Método de medição da taxa de vazamento de um componente, conexão ou outro elemento... 194 Figura 53: Ilustração da região inflamável após um vazamento de fluido frigorífico de um evaporador dentro de uma sala... 195 Figura 54: Ilustração da região inflamável após um vazamento de fluido frigorífico dentro do gabinete do equipamento e o escape gradual da mistura... 195 Figura 55: Concentração máxima sobre o chão após o vazamento de uma determinada quantidade de R290 em uma sala de 25 m 2 com tempos diferentes de vazamento... 196 Figura 56: Concentração máxima sobre o chão após o vazamento de 300 g em uma sala de 25 m 2 para alturas e tempos diferentes de vazamento... 196 Figura 57: Concentração máxima sobre o chão para um vazamento de 0,5 kg dentro de uma sala entre um período de 7 minutos sem nenhum fluxo de ar dentro da sala... 197 Figura 58: Concentração máxima sobre o chão para um vazamento dentro de uma sala com uma massa correspondente a 8 g/m 3 entre um período de 7 minutos, com e sem fluxo de ar... 197 Figura 59: Efeito da velocidade de ar média na sala de um vazamento em uma sala de 25 m2. Para uma velocidade de ar suficientemente alta, a concentração máxima é a mesma que a concentração média sobre o chão... 198 Figura 60: Efeito da área do duto de saída do ar em relação a concentração sobre o chão de um vazamento de 0,5 kg em 7 min dentro de uma sala de 25 m2. Uma menor área de duto proporciona uma velocidade mais alta que consequentemente cria uma melhor mistura... 198 Figura 61: Efeito da altura do vazamento em relação à altura da descarga de ar, quando o duto está na mesma altura do vazamento, e quando a altura do duto é fixa... 199 14

Figura 62: Variação na concentração sobre o chão para diferentes fluidos frigoríficos HC, em relação a uma faixa de vazão de ar... 199 Figura 63: Processo de combustão levando às consequências... 200 Figura 64: Exemplos de desenvolvimento de sobrepressão da sala sob diferentes situações... 202 Figura 65: Exemplos de desenvolvimento de sobrepressão do compartimento com construções diferentes... 202 Figura 66: Identificação das atividades que possam envolver emissão de fluido frigorífico... 208 Figura 67: Diagrama ilustrando o posicionamento e a forma que a mangueira de liberação deve ser instalada... 215 Figura 68: Procedimento geral para a instalação de sistemas e equipamentos... 224 Figura 69: Resumo de limites de quantidade de carga de fluido frigorífico HC para um circuito único dentro de um espaço ocupado, de acordo com o tipo de sistema... 225 Figura 70: Visão geral e sequência dos estágios mais importantes envolvidos no comissionamento... 230 Figura 71: Quadro indicativo para auxiliar na decisão sobre a possibilidade de converter um sistema, para que ele passe a utilizar fluido frigorífico HC, em conformidade com as normas relevantes... 239 Figura 72: Fluxograma indicando a sequência de atividades para converter um sistema para o uso de fluido frigorífico HC... 246 Figura 73: Variação da temperatura de autoignição, conforme a concentração do gás... 299 Figura 74: Variação da energia mínima de ignição, conforme a concentração do gás... 299 Figura 75: Variação do calor de combustão, conforme a concentração do gás... 300 Figura 76: Variação de temperatura adiabática da chama, conforme a concentração do gás... 300 Figura 77: Variação da velocidade laminar da chama, conforme a concentração do gás... 301 Figura 78: Exemplo de diferentes concentrações no nível do piso e a média dos valores... 302 Figura 79: Diagrama esquemático dos parâmetros envolvidos no cálculo da concentração... 303 Figura 80: Gradiente da evolução da concentração junto ao piso, em relação ao tempo... 305 15

Agradecimentos GIZ Proklima presta seus agradecimentos aos profissionais a seguir por suas valiosas contribuições para essa publicação: Alberto Aloisi, De Longhi Alex Cohr Pachai, JCI Andreas Schwarz, Lidl Atul Padalkar, Singhad College Bernhard Siegele, GIZ Proklima Berty Jacob, Unilever Brent Hoare, Green Cooling Association Igor Croiset, GIZ Proklima Joachim Schadt, Lidl Les King, Waitrose / John Lewis Partnership Peter Matthews, HSM Distributors Australia Piero Poggiali/Ronni Capodaglio, Galileo TP Srl Rene van Gerwen, Unilever Rohan Cox, VTR Roy Singh, Palfridge Sukumar Devotta Gostaríamos de agradecer especialmente pela revisão, como especialista técnico, a: Stephen Benton da Cool Concerns Ltd. Além do mais, expressamos também nossos agradecimentos a todos os que nos auxiliaram na produção, pesquisa, edição e preparação visual: Rebecca Kirch, GIZ Proklima Ewa Macinski, GIZ Proklima 16

PREFÁCIO Por Dr. Volkmar Hasse, GIZ Proklima, Eschborn, maio de 2010 Em 2007 os participantes do Protocolo de Montreal decidiram por uma eliminação progressiva dos hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), um grupo de substâncias que destroem a camada de ozônio (SDOs) e que possuem alto potencial de aquecimento global (GWP). Uma parte importante dessa decisão foi o acordo de assistência a países em desenvolvimento por parte do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal que devem priorizar tecnologias alternativas aos HCFCs, as quais minimizam os efeitos climáticos e outros efeitos ambientais. Para isso, o GWP dos fluidos frigoríficos alternativos deve ser o mais baixo possível e a eficiência energética dos equipamentos deve ser a maior possível. O HCFC usado mais frequentemente em ar-condicionado é o fluido frigorífico HCFC-22. Todas as alternativas convencionais facilmente disponíveis para substituir o HCFC-22 são baseadas em gases hidrofluorcarbonos (HFC), os quais também possuem alto GWP. Algumas alternativas ao HCFC-22 que apresentam baixo GWP são inflamáveis, porém em diferentes níveis de inflamabilidade e, portanto, exigem precauções apropriadas. Dentre essas opções, as escolhas menos problemáticas são os fluidos frigoríficos naturais hidrocarbonetos (HC). Estes apresentam potenciais de aquecimento global desprezíveis e caso venham a pegar fogo não produzirão gases nocivos. Na verdade, o fluido frigorífico hidrocarboneto HC-290 é um propano altamente refinado, sendo que este gás é utilizado globalmente na cozinha. A introdução de hidrocarbonetos como substitutos ao HCFC-22 será um fator importante na prevenção de emissões de gases com alto poder de contribuição para o efeito estufa, que estão aumentando progressivamente. Isso é necessário para ajudar na prevenção das catástrofes climáticas previstas para este século, as quais afetariam mais severamente os países em desenvolvimento. É, portanto, responsabilidade da nossa geração facilitar essa transição e torná-la possível. Os benefícios ambientais dessa tecnologia são fundamentais e podem ajudar literalmente a salvar milhões de vidas. Ainda que evitar as mudanças climáticas seja o mais importante desafio dos nossos dias, continua sendo importante prestar atenção aos detalhes de como estão ocorrendo as conversões para os fluidos frigoríficos hidrocarbonetos mais sustentáveis, para evitar acidentes desnecessários causados por falta de conhecimento ou negligência. Há atualmente um enorme crescimento do uso de HCFCs e HFCs nos países em desenvolvimento. Isso é alarmante, visto que claramente anula os esforços mundiais para conter outros gases de efeito estufa menos potentes. Além disso, proporciona um desperdício econômico, pois pode-se prever que os atuais esforços internacionais que visam uma redução de HFC exigirão conversões industriais mais caras em um futuro próximo. Muitos países em desenvolvimento já perceberam essa situação e estão buscando uma conversão para tecnologias sustentáveis e definitivas. Os países em desenvolvimento expressaram, em diversas vezes, suas preferências pela introdução de tecnologias com base em fluidos frigoríficos naturais com nenhum ou com insignificante potencial de aquecimento global e maior eficiência energética. Devido a esse fenômeno, o Comitê Executivo do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal decidiu oferecer um aumento de 25% no financiamento dos planos de gerenciamento para eliminação dos HCF- Cs, caso sejam escolhidas alternativas de baixo GWP. Portanto, com a eliminação do HCFC-22 será vantajoso introduzir os fluidos frigoríficos naturais. Contudo, quando os países em desenvolvimento começarem a adotar hidrocarbonetos como fluidos frigoríficos, as autoridades e empresas, assim como técnicos e engenheiros autônomos, encontrarão algumas barreiras na sua implantação. Muitas delas estão relacionadas à falta de informações e a percepções 17

equivocadas sobre a inflamabilidade, levando ao medo e relutância. Mas, mesmo assim, observa-se a adoção crescente de hidrocarbonetos nos países em desenvolvimento, porém, infelizmente, com pouco conhecimento, o que resulta em condições operacionais perigosas do equipamento. Mesmo não podendo nos responsabilizar por qualquer conversão de tecnologia, consideramos que é essencial contribuir da melhor forma, fornecendo informações sobre segurança de forma facilmente compreensível, a fim de garantir uma conversão segura e sustentável para os fluidos frigoríficos naturais. É importante destacar que todos já utilizam os gases hidrocarbonetos na vida diária, seja na cozinha, como gás de cozinha ou em refrigeradores; nos veículos, como um combustível mais sustentáveis que substitui a gasolina; e como gás propelente em produtos de higiene, tais como, desodorantes e spray para cabelos. Portanto, reconhecemos que os fluidos frigoríficos hidrocarbonetos podem ser utilizados com segurança nas mais diversas aplicações, incluindo aparelhos de ar-condicionado. Com este manual queremos dar um passo além, com relação à segurança, fornecendo informações sólidas e confiáveis sobre as precauções que podem ser tomadas para evitar acidentes indesejáveis. Este manual é destinado a um público preocupado com a introdução de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos em todos os níveis: projeto, fabricação, instalação, manutenção e revisão do equipamento, assim como o descarte ao final do seu tempo de vida e tem como objetivo: Ajudar os formuladores de políticas a incentivar a adoção nacional da tecnologia de hidrocarbonetos, com ênfase na segurança e na tecnologia de ponta; Permitir que fabricantes e instaladores de equipamentos HCFC e HFC avaliem e posteriormente implantem as diferentes opções de hidrocarbonetos de forma adequada e confiável; Permitir a transição dos HCFCs diretamente para fluidos frigoríficos naturais, ignorando a introdução de HFCs transitórios e de alto GWP; Para oferecer um serviço ainda melhor para nossos países parceiros, a GIZ Proklima formou uma aliança com TÜV SÜD, uma autoridade reconhecida em sistemas de segurança e qualidade. A GIZ Proklima tem a experiência de trabalhar, em primeira mão, com a introdução de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos em países em desenvolvimento em níveis governamentais, industriais e de serviços. Essa experiência vem sendo acumulada desde 1995, em aproximadamente 40 países em desenvolvimento, começando com a introdução da tecnologia de hidrocarbonetos Greenfreeze para refrigeradores na China e na Índia, e por meio de extensivos programas de treinamento para técnicos de refrigeração e ar-condicionado, atribuindo diversas questões complexas relacionadas ao setor de serviços. A GIZ Proklima também implanta diversos projetos com fluido frigorífico natural no mundo todo, incluindo ar-condicionado, refrigeração comercial e industrial. Como complemento, a TÜV SÜD oferece a experiência na avaliação de segurança de sistemas de refrigeração no mundo todo, incluindo certificação e acreditação de equipamentos recentemente desenvolvidos. As contribuições da TÜV SÜD vão desde a definição da infraestrutura de controle de qualidade e inspeções correspondentes, até o treinamento e a certificação. Este é o momento ideal para a ampla introdução de novos fluidos frigoríficos, mais baratos e sustentáveis, nos países em desenvolvimento, a fim de oferecer uma refrigeração mais sustentável para sistemas de conforto e processos. Uma mudança dos HCFCs (os quais destroem a camada de ozônio) diretamente para fluidos frigoríficos hidrocarbonetos contribuirá para um crescimento mais verde das economias emergentes. Essa atitude evitará um acúmulo imenso de emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a preservação do planeta para nossos filhos. 18

Por Bernhard Schrempf, TÜV SÜD, Munique, maio de 2010 A aplicação de fluidos frigoríficos naturais na indústria de refrigeração e ar-condicionado está aumentando, e isso se deve em grande parte às suas características ambientais favoráveis. Por mais de um século, a amônia (R717) foi usada predominantemente em grandes sistemas de refrigeração (geralmente com capacidades acima de 100 kw), e esse trajeto apresentou grande sucesso. Contudo, para sistemas de menor capacidade, o uso da amônia (R717) é menos viável por diversas razões técnicas e pelo alto custo dos componentes e equipamentos necessários para esse tipo de fluido. Portanto, a adoção de outros fluidos frigoríficos naturais, como os hidrocarbonetos propano (R290), propileno (R1270) e também o butano (R600a) pode ser amplamente utilizada. Esses fluidos frigoríficos são obviamente muito inflamáveis e explosivos, de forma que, enquanto sua aplicação como fluidos frigoríficos produz excelentes benefícios ambientais, seu manuseio demanda uma especialização fundamental. Ou seja, desde que sujeita à conformidade com certos princípios de segurança, a aplicação de fluidos frigoríficos hidrocarbonetos inflamáveis pode ser realizada de forma tão segura quanto a de qualquer outro tipo de fluido frigorífico. Este manual tem como objetivo informar a respeito das boas práticas de aplicação, manuseio e trabalho com fluidos frigoríficos inflamáveis, de modo que os sistemas e as operações sejam conduzidos de forma segura. Além das informações gerais sobre segurança, este manual descreve formas de garantir a qualidade associada ao projeto e a construção de componentes e sistemas, e descreve também as práticas desejáveis de manuseio que devem acompanhar seu uso. Além disso, um dos aspectos mais importantes que o setor de refrigeração enfrenta hoje em dia é o vazamento de fluido frigorífico. Essa questão é importante para todos os grupos de fluidos frigoríficos, e não somente aos inflamáveis. Sistemas com vedação permanente oferecem tanto um alto nível de segurança, quanto preservam a eficiência do sistema. Dessa forma, a questão da estanqueidade do sistema também é abordada detalhadamente neste manual. 19

ATENÇÃO: AVISO LEGAL A GIZ e a TÜV SÜD não assumem quaisquer responsabilidades por declarações feitas neste manual ou quaisquer ações tomadas por seus leitores ou usuários, as quais possam causar danos não intencionais ou lesões como resultado de quaisquer recomendações ou declarações nele contidas. Embora todas as declarações e informações contidas neste documento sejam consideradas precisas e confiáveis, elas são apresentadas sem garantia de qualquer espécie, explícitas ou implícitas. As informações aqui fornecidas não excluem a responsabilidade do leitor ou usuário de realizar a sua própria avaliação e análise da situação. Sendo assim, o leitor ou usuário assume todos os riscos e responsabilidades no uso das informações, ações e eventos obtidos. O leitor ou usuário não deve presumir que todos esses dados de segurança, medidas e orientações sejam suficientes ou que outras medidas não possam ser exigidas. Este manual apenas faz recomendações gerais sobre o uso de hidrocarbonetos como fluido frigorífico, e não substitui orientações e instruções mais específicas. As leis nacionais e orientações devem ser consultadas e respeitadas em todas as circunstâncias. O manuseio de fluidos frigoríficos inflamáveis, com seus sistemas e equipamentos associados, deve ser realizado somente por técnicos qualificados e treinados. 20

PARTE 1: INFRAESTRUTURA DE SEGURANÇA 1.1 INTRODUÇÃO GERAL 1.1.1 Informações básicas O interesse nos fluidos frigoríficos a base de HC e sua aplicação estão em expansão, especialmente agora que o impacto dos fluidos frigoríficos no aquecimento global está se tornando cada vez mais importante para o setor de refrigeração e ar-condicionado. A eliminação acelerada dos HCFCs sob o Protocolo de Montreal, em setembro de 2007, e uma regulamentação prevista sobre emissões de gases fluorados em um futuro acordo sobre mudanças climáticas no escopo de Montreal e Quioto intensificam a necessidade de substituição das substâncias fluoradas amplamente utilizadas em favor de fluidos frigoríficos sustentáveis. Os fluidos frigoríficos à base de hidrofluorcarbono (HFC) com seu alto potencial de aquecimento global (GWP), bem como os fluidos frigoríficos naturais sustentáveis (como os hidrofluorcarbono, a amônia e o dióxido de carbono) estão todos disponíveis como tecnologias maduras para a maioria das aplicações, tanto nos países industrializados como naqueles em desenvolvimento. Se os HFCs continuarem a substituir os HCFCs de forma substancial, os benefícios climáticos do Protocolo de Montreal poderão ser perdidos em curto período de tempo. Apesar de suas propriedades superiores, os fluidos frigoríficos naturais ainda permanecem nas sombras, principalmente por causa das preocupações exageradas em termos de segurança, as quais são raramente abordadas de modo apropriado. É amplamente conhecido o fato de que os HCs são excelentes fluidos frigoríficos em termos de desempenho e de seus aspectos desprezíveis em relação ao impacto ambiental. Entretanto, existe um entendimento geral de que seu principal obstáculo está relacionado à sua inflamabilidade. Atualmente, as informações sobre os problemas de segurança dos fluidos frigoríficos naturais não estão consolidadas em um único local ou material e com a evolução contínua das normas de segurança muitas das informações existentes publicadas estão cada vez mais desatualizadas. Para garantir um bom nível de segurança é necessário que todos os estágios do tempo de vida do equipamento da concepção à destruição sejam considerados. A maioria das publicações atualmente disponíveis somente aborda os elementos mais comuns do tempo de vida de um sistema, por exemplo, manuseio do fluido frigorífico, atividades de manutenção, orientações de projeto, etc. Além disso, algumas publicações são muito básicas ou incompletas, ao passo que outras (como as normas de segurança) parecem frequentemente complexas e exigem conhecimentos especializados para sua compreensão. Portanto, o objetivo desta publicação é não somente comparar muitas das informações e orientações existentes relacionadas ao uso seguro dos fluidos frigoríficos HCs, mas também apresentar as informações de modo compreensível, no sentido de abordar todos os estágios do tempo de vida do sistema de forma correlacionada. Este manual deverá funcionar como um guia para os formuladores de políticas, envolvidos no planejamento de políticas com abrangência nacional, de modo a apoiar a utilização dos fluidos frigoríficos naturais (isto é, aspectos de regulamentação, normas, etc.) e também para as empresas privadas que estão decidindo sobre a introdução de fluidos frigoríficos HCs e que precisam de conhecimentos sobre todos os aspectos técnicos, econômicos, ambientalmente relevantes e regulamentares na utilização segura dos HCs. 21

Também tem sido reconhecido o fato de que a simples descrição dos requisitos técnicos nem sempre é suficiente por si só para garantir a obtenção de um alto nível de segurança, portanto, também é importante considerar a introdução de uma infraestrutura robusta. Por exemplo, como órgãos governamentais e industriais podem estabelecer programas de treinamento técnico, ou como os fabricantes, distribuidores ou empreiteiras podem organizar seus sistemas de gestão de qualidade para ajudar na melhoria contínua dos níveis de segurança, entre outros, são considerações importantes. 1.1.2 Utilização do manual Esse manual aborda uma ampla gama de aspectos, como organizacionais, regulamentares e técnicos. Desse modo, ele está dividido em várias seções, cada qual sendo destinada a determinados grupos de usuários. As partes são as seguintes: Parte 1: Infraestrutura de segurança; Parte 2: Sistemas de qualidade relacionados à segurança; Parte 3: Treinamento; Parte 4: Infraestrutura da linha de produção e fabricação; Parte 5: Projeto e desenvolvimento de equipamentos; Parte 6: Serviços e atividades realizadas em sistemas e equipamentos; Parte 7: Estudos de casos. Para fornecer alguma orientação sobre quais grupos de usuários poderão ser mais beneficiados da leitura de determinadas seções, um breve resumo e os grupos-alvo sugeridos estão listados na Tabela 1. Obviamente, que esses grupos não estão completos, mas, mesmo assim, podem ser utilizados para fornecer uma indicação sobre o tipo de conhecimento que pode ser obtido pela análise dos elementos relevantes de uma determinada parte deste manual. Também se observa que, frequentemente, algum texto contido em uma parte faz menção ao texto de outra parte e, desse modo, cada parte não pode ser sempre independente. Por exemplo, para aqueles que trabalham com sistemas, o material da Parte 6 é mais relevante, apesar de um técnico também ter a eventual necessidade de conhecimento das regras que especificam os limites de carga dos fluidos frigoríficos, abordados em detalhes na Parte 5, pois essas questões são basicamente um assunto de projeto. A Parte 7 fornece alguns estudos de caso e não inclui os requisitos para a utilização de HCs, mas fornece algumas informações sobre as experiências das empresas que passaram pelo processo. 22

Tabela 1: Visão geral das várias partes do manual e dos grupos-alvo Parte Descrição Grupos-alvo Ligação com Parte 1: Infraestrutura de segurança Visão geral das implicações dos HCs em todos os estágios do tempo de vida dos equipamentos e informações básicas para o gerenciamento de problemas de segurança Diretores e gerentes responsáveis por: aspectos técnicos, desenvolvimento de produto, linha de produção, treinamento; formuladores de políticas e autoridades nacionais; associações de comércio e institutos técnicos Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5, Parte 6 Parte 2: Sistemas de qualidade relacionados à segurança Considerações para preparação e operação de um sistema de gestão de segurança focando no manuseio de fluidos frigoríficos HCs Gerentes e engenheiros responsáveis por: produção de equipamentos, projetos; formuladores de políticas e autoridades nacionais Parte 3, Parte 4, Parte 5, Parte 6 Parte 3: Treinamento Método de implementação do treinamento de diferentes grupos de pessoas em diferentes temas e formas de transferência de informações Formuladores de políticas, unidades nacionais de ozônio, instituições de treinamento/ instrutores, professores e palestrantes Parte 4, Parte 5, Parte 6 Parte 4: Infraestrutura da linha de produção e fabricação Aspectos gerais relacionados à preparação da infraestrutura das linhas de produção e pequenas linhas de montagem (ex.: montagem de rack de supermercado) de sistemas e equipamentos utilizando HCs, bem como das áreas destinadas aos serviços de manutenção e reparo desses sistemas e equipamentos Gerentes e engenheiros envolvidos com: produção de equipamentos, manutenção e reparos Parte 2, Parte 5 Parte 5: Projeto e desenvolvimento de equipamentos Elaboração das regras e informações gerais relativas ao projeto e à construção de sistemas utilizando HCs, e conceitos de avaliação de riscos para auxílio na avaliação da segurança dos equipamentos Engenheiros e técnicos envolvidos com: desenvolvimento, projeto, comissionamento e manutenção de sistemas; associações de comércio e institutos técnicos Parte 2 Parte 6: Serviços e atividades realizadas em sistemas e equipamentos Orientações gerais para o manuseio prático de fluidos frigoríficos HCs e equipamentos durante a instalação, serviço, manutenção e atividades relacionadas Todos os engenheiros e técnicos de campo envolvidos com: serviços, reparo, manutenção, descarte e manuseio de fluidos frigoríficos; e associações de técnicos Parte 3, Parte 5 Parte 7: Estudos de casos Exemplos de como as empresas têm adotado o uso de fluidos frigoríficos HCs Fabricantes de sistemas, usuários finais e operadores Todas as partes 23

Além disso, os anexos fornecem informações suplementares para fins de consulta sobre: Aspectos técnicos não relacionados à segurança Este anexo contém algumas informações gerais sobre a aplicação de fluidos frigoríficos em sistemas de refrigeração comparando o comportamento dos fluidos frigoríficos HCs com os fluidos frigoríficos convencionais, e também uma visão geral dos tipos de sistemas e aplicações que utilizam HCs normalmente; Exemplo de procedimentos de conversão Fornece uma orientação ilustrada aos engenheiros e técnicos sobre como os sistemas podem ser convertidos para utilização segura dos HCs; Parceiros de cooperação inclui uma seleção de diferentes tipos de parceiros que podem ser de interesse, dependendo do país ou da região a considerar; Características de inflamabilidade dos HCs Descreve algumas características de inflamabilidade com o objetivo de esclarecer as implicações das substâncias inflamáveis; Cálculos de concentrações de fluido frigorífico Esse anexo inclui algumas informações relacionadas à estimativa da concentração de fluido frigorífico decorrente de vazamentos que podem ser aplicadas a uma variedade de circunstâncias diferentes em espaços confinados. Este tópico é importante e visa auxiliar nas avaliações de segurança; Equipamentos para técnicos Descreve uma lista razoavelmente extensa de ferramentas e equipamentos que serão normalmente necessários ao trabalho ou condução de seminários relacionados a treinamento prático sobre a utilização dos HCs; Material para os módulos de treinamento sobre refrigeração Essas informações detalham os critérios dos requisitos mínimos em termos de habilidades e competências dos técnicos de refrigeração; Formulário de registro da utilização de fluidos frigoríficos É um exemplo de formulário de dados que acompanha um sistema para que possa ser registrado seu histórico de serviço e manutenção; Tabelas de pressão-temperatura de vapor e densidade de líquido Essas tabelas podem ser utilizadas para estimar pressões máximas de operação de diferentes fluidos frigoríficos e também nos cálculos para estimar as cargas de fluido frigorífico dos sistemas. O manual também é complementado com um glossário e uma bibliografia abrangentes, incluindo normas de segurança e códigos de práticas relativos aos problemas de refrigeração, bem como as áreas de risco e várias outras fontes para leitura posterior. Por último, reiteramos que a segurança desses sistemas e equipamentos requer a abordagem de muitos outros aspectos, como pressão, mecânica, toxicidade e segurança elétrica, para os quais orientações sobre segurança em geral e segurança de refrigeração deverão ser consideradas. 1.1.3 Conceito do manual Para ajudar o leitor na utilização deste manual, é apresentada uma visão geral de como ele é compilado. Na Figura 1 é ilustrada uma visão geral conceitual dos elementos importantes que contribuem para lidar com a segurança dos equipamentos de refrigeração e ar-condicionado (RAC) durante todo o seu tempo de vida. Os estágios conceituais gerais pelos quais o equipamento passa ao longo de sua vida estão indicados no centro da Figura 1, começando com o seu projeto e terminando com o seu descarte ao final do tempo de vida. Cada um desses estágios requer normalmente informações ligeiramente diferentes por causa das demandas específicas daquele estágio. As informações são, principalmente, obtidas do setor, normalmente na forma de regulamentações, normas de segurança e também informações técnicas essenciais. Essas informações podem então ser transpostas para formatos mais usuais. Normalmente, isso é feito pela indústria. Organismos específicos associados ao setor de RAC, como associações da indústria, institutos técnicos, universidades e faculdades e agências de desenvolvimento (particularmente no caso dos países A5) podem compilar as informações das fontes do setor para criar orientações gerais (destinadas ao setor industrial), códigos de prática e outros 24