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c) o regulamento do curso de direito não traz o conceito insuficiente, o que já demonstra a má-fé da instituição de ensino;

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Nº /001 <CABBCAADDABACCBACDBABCAADBCABCDDAAAAADDADAAAD>

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COMARCA DE PORTO ALEGRE 6ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA 1º JUIZADO PROCESSO Nº 001/ NATUREZA: IMPETRANTE: IMPETRADO:

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Cumprimento provisório da sentença e competência do Juizado Especial Fazendário

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Transcrição:

Tribunal Regional Federal da 3ª Região PJe - Processo Judicial Eletrônico 14/05/2019 Número: 5010524-82.2019.4.03.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Órgão julgador colegiado: 6ª Turma Órgão julgador: Gab. 19 - DES. FED. FÁBIO PRIETO Última distribuição : 29/04/2019 Valor da causa: R$ 0,00 Processo referência: 5001648-74.2019.4.03.6100 Assuntos: IRPF/Imposto de Renda de Pessoa Física, PAES/Parcelamento Especial Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM Partes Procurador/Terceiro vinculado UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL (AGRAVANTE) EDGARD GOMES CORONA (AGRAVADO) Id. Data da Assinatura Documento Documentos MARCELO DA SILVA PRADO (ADVOGADO) 58794 468 10/05/2019 16:45 Decisão Decisão Tipo

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Nº 5010524-82.2019.4.03.0000 RELATOR: Gab. 19 - DES. FED. FÁBIO PRIETO AGRAVANTE: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL AGRAVADO: EDGARD GOMES CORONA Advogado do(a) AGRAVADO: MARCELO DA SILVA PRADO - SP162312-A D E C I S Ã O Trata-se de agravo de instrumento interposto contra r. decisão que deferiu liminar em mandado de segurança destinado a viabilizar a reinclusão em parcelamento. A União, ora agravante, aponta o descumprimento dos requisitos legais para a manutenção da agravada no parcelamento. público. Argumenta com os princípios da isonomia e da supremacia do interesse Requer, a final, atribuição de efeito suspensivo. Num. 58794468 - Pág. 1

É uma síntese do necessário. Hipótese de cabimento de agravo de instrumento: artigos 1.015, inciso I, do Código de Processo Civil, e 7º, 1º, da Lei Federal nº. 12.016/09. A concessão de efeito suspensivo em agravo de instrumento é medida excepcional, admitida tão somente nos casos em que possa resultar lesão grave e de difícil reparação e presentes os pressupostos do fumus boni iuris e periculum in mora, que teriam vez na realidade apenas quando a providência fosse insubstituível para garantir o resultado útil do processo. A impetrante, ora agravada, aderiu ao PERT nos termos da Lei Federal nº. 13.496/17 e vem realizando o recolhimento das parcelas no prazo (fls. 4, ID 14213612, na origem). Informou que, por falha no sistema da Receita Federal, não foi possível realizar a consolidação via internet (ID 14213614, na origem). Ainda no prazo, protocolou requerimento de consolidação manual, acompanhado das informações necessárias (ID 14213616, na origem). O parcelamento foi rejeitado sob o fundamento de perda do prazo para a consolidação (ID 14213618, na origem). Estes são os fatos. A Constituição Federal submete os Poderes da República ao princípio da eficiência - artigo 37, "caput". Num. 58794468 - Pág. 2

Qualquer que seja a perspectiva das leis processuais, instrumentais, o certo é que o presente recurso deve ter provimento. Trata-se de assimetria manifesta entre a exigência constitucional e a falta de razoabilidade representada pela interposição deste recurso. na origem). O parcelamento tem valores significativos - prova documental (ID 14213609, A empresa realizou pagamentos - prova documental. Requereu a consolidação manual, no prazo, em decorrência de falha no sistema da Receita Federal, que impossibilitou o envio eletrônico das informações (ID 14213616, na origem). Pode-se compreender que o sistema eletrônico é irracional e não faz distinções entre o pequeno equívoco e a lesão aos altos interesses fiscais: débito é débito. A empresa veio ao Judiciário. Recolheu custas. Para continuar a pagar, o que já vem pagando. A irracionalidade burocrática e ineficiente é inegável. Há extensa e profunda discussão, partir da profusão de leis, portarias e da mais alta jurisprudência, sobre a responsabilidade pelo equívoco. Num. 58794468 - Pág. 3

O Superior Tribunal de Justiça decidiu questão similar, no regime de que tratava o artigo 543-C, do Código de Processo Civil de 1973: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PAES. PARCELAMENTO ESPECIAL. DESISTÊNCIA INTEMPESTIVA DA IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA X PAGAMENTO TEMPESTIVO DAS PRESTAÇÕES MENSAIS ESTABELECIDAS POR MAIS DE QUATRO ANOS SEM OPOSIÇÃO DO FISCO. DEFERIMENTO TÁCITO DO PEDIDO DE ADESÃO. EXCLUSÃO DO CONTRIBUINTE. IMPOSSIBILIDADE. PROIBIÇÃO DO COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO (NEMO POTEST VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM). 1. A exclusão do contribuinte do programa de parcelamento (PAES), em virtude da extemporaneidade do cumprimento do requisito formal da desistência de impugnação administrativa, afigura-se ilegítima na hipótese em que tácito o deferimento da adesão (à luz do artigo 11, 4º, da Lei 10.522/2002, c/c o artigo 4º, III, da Lei 10.684/2003) e adimplidas as prestações mensais estabelecidas por mais de quatro anos e sem qualquer oposição do Fisco. (...) 10. A ratio essendi do parcelamento fiscal consiste em: (i) proporcionar aos contribuintes inadimplentes forma menos onerosa de quitação dos débitos tributários, para que passem a gozar de regularidade fiscal e dos benefícios daí advindos; e (ii) viabilizar ao Fisco a arrecadação de créditos tributários de difícil ou incerto resgate, mediante renúncia parcial ao total do débito e a fixação de prestações mensais contínuas. 11. Destarte, a existência de interesse do próprio Estado no parcelamento fiscal (conteúdo teleológico da aludida causa suspensiva de exigibilidade do crédito tributário) acrescida da boa-fé do contribuinte que, malgrado a intempestividade da desistência da impugnação administrativa, efetuou, oportunamente, o pagamento de todas as prestações mensais estabelecidas, por mais de quatro anos (de 28.08.2003 a 31.10.2007), sem qualquer oposição do Fisco, caracteriza comportamento contraditório perpetrado pela Fazenda Pública, o que conspira contra o princípio da razoabilidade, máxime em virtude da ausência de prejuízo aos cofres públicos. (...) 15. Consequentemente, revela-se escorreito o acórdão regional que determinou que a autoridade coatora mantivesse o impetrante no PAES e considerou suspensa a exigibilidade do crédito tributário objeto do parcelamento. 16. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1143216/RS, Relator Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, j. 24/03/2010, DJe 09/04/2010 - destaquei). Por tais fundamentos, indefiro o efeito suspensivo. Num. 58794468 - Pág. 4

Comunique-se ao digno Juízo de 1º grau de jurisdição (14ª Vara Cível Federal de São Paulo-SP). Publique-se. Intime-se, inclusive para resposta. Após, ao Ministério Público Federal. São Paulo, 7 de maio de 2019. Num. 58794468 - Pág. 5