LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE AZEVÉM PRODUZIDAS FORA DO SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO

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Transcrição:

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE AZEVÉM PRODUZIDAS FORA DO SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO RAMIRES, M. S.¹, ULRICH, A. M², AMICO, B. P³, CANTILIANO, L. 4 SILVA, A. S. 5 ¹ Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil monikesoaresr@gmail.com ² Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil adrieliulrich@hotmail.com 3 Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil bianca_amico@hotmail.com 4 Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil leticiacantiliano@gmail.com 5 Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil - anasilva@urcamp.edu.br RESUMO O sucesso de uma lavoura depende de diversos fatores, mas, o mais importante deles é a utilização de sementes de elevada qualidade, que gere plantas de elevado vigor e desempenho superior de campo. Os atributos de qualidade podem ser divididos em : genético, físico, sanitário e fisiológico. Palavras-chave: Qualidade, Semente, Azevém. 1. INTRODUÇÃO O Azevém (Lolium multiflorium Lam.) é uma gramínea anual, cespitosa que possui folhas finas e tenras. Ele manifesta resistência ao frio, possui qualidade nutricional e potencial de produção de matéria seca (PEREIRA et al., 2008). Devido a sua facilidade de ajustes a diferentes climas é uma das gramíneas de clima temperado mais cultivados no Rio Grande do Sul podendo ser utilizada para diversos fins como consórcio com outras espécies e cultura de cobertura de solo em áreas sob semeadura direta para a formação de pastagens tornando a atividade da pecuária uma alternativa economicamente viável (FONSECA et al., 1999; BRESSOLIN, 2007). Para se obter uma boa produtividade é essencial o emprego de sementes de alta qualidade, o que por muitas vezes não ocorre. Pesquisas realizadas sobre a qualidade de sementes de forrageiras expressaram que mais de 60% dos lotes comercializados apresentavam padrões abaixo do mínimo exigido pela legislação vigente (ALMEIDA et al., 2007). No caso de sementes de azevém o índice mínimo para comercialização como semente é de germinação e pureza, respectivamente, 70% e 97%, bem como a presença máxima de até 15 sementes de outras espécies cultivadas e/ou silvestres e 10 de espécies nocivas toleradas de acordo com a instrução normativa (IN) n 25 (BRASIL, 2005). Conforme Carvalho et al.(2000), o teste de germinação é um método que tem como finalidade avaliar a capacidade das sementes produzirem plântulas normais em condições ótimas, possibilitando a manifestação do máximo potencial para germinação da semente. Desta forma, é importante avaliar o vigor de sementes para complementar as informações fornecidas pelo teste de germinação e um dos testes mais utilizados é o de envelhecimento acelerado. O presente trabalho teve como objetivo verificar dados relacionados a qualidade física e fisiológica de sementes de Azevém informais (pureza, germinação e vigor (%)) para formação de pastagem, em amostras recebidas para análise

no laboratório de análise de sementes (LAS) do Instituto Biotecnológico de Reprodução Vegetal INTEC/URCAMP. 2. METODOLOGIA (MATERIAL E MÉTODOS) Foram levantados dados de pureza física, determinação de outras sementes por número, germinação e vigor de todas amostras de sementes informais de azevém safra 2016/2017. Analisaram- se ao todo 154 amostras: 67 amostras da qualidade física e fisiológica (pureza e germinação) e, 87 somente da qualidade fisiológica (germinação e vigor). Os testes foram conduzidos conforme metodologias descritas a seguir: A. Para análise de pureza física, o teste foi conduzido a partir de uma amostra de trabalho de 6g, conforme prescrito nas Regras para análise de sementes (BRASIL, 2009). Foram consideradas como puras todas os antécios fértil (lema e pálea) envolvendo uma cariopse, com ou sem arista (cariopse com pelo menos um terço do comprimento da pálea, medido a partir da base da ráquila), Cariopse, pedaço de cariopse: maior do que a metade de seu tamanho original e, unidades de sementes múltiplas. B. A determinação de outras sementes por números foi realizada a partir de uma amostra de trabalho de 60g, conforme prescrito nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). Foi determinado o número de sementes de outras espécies presentes na amostra de trabalho, considerando como sementes de outras espécies aquelas não pertencentes a amostra em exame, incluindo sementes cultivadas, silvestres, nocivas toleradas e nocivas proibidas. C. O teste de germinação foi conduzido conforme prescrito nas Regras para análise de sementes (BRASIL, 2009). Foram utilizadas 400 sementes as quais foram semeadas em papel mata-borrão, umedecido com solução de nitrato de potássio (0,2%). As amostras foram colocadas em pré-esfriamento a 5ºC por 7 dias e, após incubadas a temperatura alterna de 20-30ºC com 16h de luz e as avaliações realizadas aos cinco e 14 dias após o termino do período de pré-esfriamento. D. O vigor foi conduzido por meio do teste de Envelhecimento Acelerado (41ªC por 48h) de acordo com metodologia da AOSA (2002), seguido do teste de germinação (item 3). 1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 estão apresentados os dados obtidos a partir do levantamento dos resultados da qualidade física e fisiológica das amostras de sementes de azevém analisadas no LAS-INTEC/URCAMP no ano de 2017. Observa-se que 51% das amostras analisadas atingiram o padrão mínimo de pureza e germinação, comparando com as categorias S1 e S2 (97% pureza e 70% germinação), conforme a IN n 25, de 16/12/2005 (BRASIL, 2005). Na mesma tabela, verificamos a presença de outras sementes de espécies cultivadas, silvestres e nocivas toleradas sendo que, 90%, 45% e 48% das amostras avaliadas apresentam, respectivamente, numero de sementes cultivadas, silvestres e nocivas toleradas em conformidade com o padrão; também não foi verificada a presença de sementes nocivas proibidas nas amostras. De acordo com o padrão

para produção e comercialização de sementes de azevém, categorias S1 e S2, o número máximo de espécies cultivadas e silvestres permitido são 15 sementes e, de espécies nocivas toleradas 10 sementes (BRASIL, 2005). Tabela 1: Qualidade de amostras informais de sementes de azevém, safra 2016, analisadas pelo LAS INTEC/URCAMP ( BAGÉ-RS). DADOS ANALISADOS SEMENTES INFORMAIS (%) 1. Porcentagem de semente pura: <97% 49 97% 51 2.Número de outras sementes cultivadas: 15 90 >15 10 3.Número de sementes silvestres: 15 45 >15 55 4.Número de sementes nocivas toleradas: 10 48 >10 52 5.Presença de sementes nocivas proibidas: Sim 0 Não 100 6. Porcentagem de germinação < 70% 49 70% 51 Observa-se na Tabela 2 os dados referentes ao vigor de 87 amostras de sementes informais de azevém, os níveis de vigor foram estratificados em cinco: dois acima do padrão de germinação (70%) e três abaixo. Nas amostras analisadas 49% apresentaram vigor acima de 70% e, 31% abaixo de 40%. As principais espécies de outras sementes cultivadas, silvestres e nocivas toleradas presentes nas amostras informais de azevém estão expostas na Figura 1, pode-se observar uma alta incidência de espécies silvestres e nociva toleradas presentes nas amostras de sementes de azevém informais. Segundo SOUZA (1980), a carência de demanda de sementes de alta qualidade, a inexistência de sementes básicas e de tecnologia de produção, resultou em um

comércio caracterizado por sementes de baixa pureza física e varietal, baixa viabilidade e alta contaminação por sementes de plantas invasoras. Tabela 2: Percentual de amostras informais de sementes de azevém conforme o nível de vigor analisadas no LAS INTEC-URCAMP (Bagé, RS) VIGOR (%) AMOSTRAS (%) 85 a 100 26 70 a 85 23 55 a 70 10 40 a 55 10 < 40 31 As principais espécies de outras sementes cultivadas, silvestres e nocivas toleradas estão expostas na Figura 1. 15 12 9 6 3 50 70 (A) (B) 40 30 20 10 0 0 0 60 50 40 30 20 10 (C) Figura 1.Principais Sementes de Espécies Cultivadas(A), Nocivas toleradas (B) e Silvestres (C) presentes nas amostras informais de sementes de azevém (%) analisadas pelo LAS INTEC/URCAMP. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A maioria das amostras informais de sementes de azevém apresentou elevada incidência de sementes de espécies silvestres e nocivas toleradas, porém não apresentou sementes nocivas proibidas. Quanto aos parâmetros de germinação e pureza apenas metade das amostras analisadas estão dentro do padrão estabelecido para comercialização de sementes. 4. REFERÊNCIAS ALMEIDA, R.G.; ZIMMER, A.H.; VALLE, C.B. Sementes de forrageiras para o Brasil tropical. SEED News, Ano XI, n.6, p.8-11, 2007.

Association of Official Seed Analysts [AOSA] 2002. Seed Vigor Testing Handbook. AOSA, Lincoln, NE, USA. (Contribuition, 32). BRESSOLIN, A.P.S. Avaliação de populações de azevém quanto à tolerância ao alumínio tóxico e estimativa de tamanho de amostras para estudos de diversidade genética com marcadores AFLP. Pelotas, 2007. 76f. Dissertação (Mestrado em Agronomia), Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas. BRASIL. Instrução Normativa nº 25, de 16 de dezembro de 2005 (estabelece normas especificas e padrões de identidade e qualidade para a produção e comercialização de diversas sementes). Diário Oficial da União: Brasília, de 20 de dezembro de 2005. Seção 1, p 18-26. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de Sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília, DF: Mapa/ACS, 2009. 398p. FONSECA, M.G.; MAIA, M.S.; LUCCA-FILHO, O.A. Avaliação da qualidade de sementes de azevém-anual (Lolium multiflorum Lam.) produzidas no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Sementes, v.21, n.1, p.101-106, 1999. PEREIRA, A.V.; MITTELMANN, A.; LEDO, F.J.S.; SOUZA SOBRINHO, F.; AUAD, A.M.; OLIVEIRA, J.S. Comportamento agronômico de azevém anual (Lolium multiflorum L.) para cultivo invernal na região sudeste. Ciência e Agrotecnologia, v.32, n.2, p.567-572, 2008. CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 424p. Apud L.R. RODRIGO et al., Teste de condutividade elétrica para avaliação da qualidade fisiológica de sementes de azevém (Lolium multiflorum L.) Disponivel em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/23308>