ANÁLISE DE ÍNDICES DE EXTREMOS DE TEMPERATURANO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

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Transcrição:

ANÁLISE DE ÍNDICES DE EXTREMOS DE TEMPERATURANO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Matheus Henrique de Freitas Leite; Fabrício Daniel dos Santos Silva; Rafaela Lisboa Costa; Instituto de Ciências Atmosféricas/Universidade Federal de Alagoas Resumo: A região Nordeste do Brasil é uma das mais propícias a sofrer impactos decorrentes de mudanças climáticas devido ao aumento das temperaturas. No entanto, existe a necessidade de estudar as condições atuais e observar se já é possível detectar mudanças. Uma das formas de averiguar se uma região já vem passando por processos de alterações é estudar o comportamento de índices de extremos climáticos. Neste estudo aplica-se uma análise de tendências de extremos de temperaturas para o Estado do Rio Grande do Norte com o objetivo de verificar a significância estatística das tendências de dez indicadores de extremos climáticos para temperaturas máximas e mínimas, avaliando sua distribuição espacial para o período 1980-2013. As séries temporais para cada município do Estado foram extraídas da análise gradeada descrita por Xavier et al., (2016), cuja resolução espacial é de 0,25 x 0,25, para o período de 1980 a 2013. A grande maioria das séries mostraram o incremento dos índices com tendência significativa em todo o estado, enquanto uma tendência negativa e significativa no sul da zona da mata de potiguar Os índices de extremos climáticos analisados mostram que a maior parte do Estado do Rio Grande do Norte vem vivenciado, a partir da década de 80, predominância de tendências positivas e estatisticamente significantes que apontam para o incremento das temperaturas máximas e mínimas registradas, influenciando no aumento de casos de ondas de calor. Contudo, as mesorregiões leste e agreste indicaram tendências negativas e estatisticamente significantes, contrárias ao restante do Estado. Palavras-chave: tendências climáticas, temperatura, extremos. Introdução A região Nordeste do Brasil (NEB) é uma das mais propícias a sofrer impactos decorrentes de mudanças climáticas devido ao aumento das temperaturas (Guimarães et al, 2016). No entanto, é necessário ter um melhor entendimento sobre o comportamento de algumas variáveis climáticas em escala local e a necessidade de estudar as condições atuais, observando se já é possível detectar tais mudanças. Uma das formas de averiguar se uma região já vem passando por processos de alterações é estudar o comportamento de índices de extremos climáticos (Dantas et al, 2015; Santos et al, 2016; dos Santos et al, 2016). Neste contexto, aplica-se uma análise de tendências de extremos de temperaturas para o Estado do Rio Grande do Norte com o objetivo de verificar a significância estatística das tendências de onze indicadores de extremos climáticos para temperaturas máximas e mínimas, avaliando sua distribuição espacial para o período 1980-2013.

Metodologia As séries temporais para cada município do Estado foram extraídas da análise gradeada descrita por Xavier et al., (2016), cuja resolução espacial é de 0,25 x 0,25, para o período de 1980 a 2013. Os índices de extremos climáticos foram calculados utilizando o software Rclindex. Em seguida, foram mapeados através do método de interpolação IDW, que é a ponderação do inverso da distância, e analisados utilizando o limiar de 95% de confiabilidade para a significância estatística, a partir do teste de T-student. Os índices utilizados para a temperatura máxima foram TXX, TNX, TX10P, TX90P, que relacionam os maiores e menores valores anuais da variável, assim como o número de ocorrências diárias em que a variável supera os percentis 10 e 90 da distribuição climatológica. Analogamente, para a temperatura mínima, foram calculados os índices TXN, TNN, TN10P e TN90P. Para complementar o estudo, foram verificados os índices WSDI e CSDI, responsáveis por caracterizar ondas de calor e de frio, calculando-se o número de vezes ao ano em que as temperaturas máximas e mínimas foram superiores ou inferiores aos percentis 90 e 10 em ao menos 6 dias consecutivos; e o índice DTR que determina a amplitude térmica, com a diferença anual média da temperatura máxima e mínima, representados a seguir (Tabela 1) Tabela1. Índices climáticos derivados das temperaturas máximas e mínimas diárias, com suas definições e unidades. TX e TN representam as abreviaturas para referenciar os índices das temperaturas máximas e temperaturas mínimas. Índice Nome do Índice Definição do Índice Unidade TXX Maior TX Maior valor anual da TX diária C TXN Menor TX Menor valor anual da TX diária C TNX Maior TN Maior valor anual da TN diária C TNN Menor TN Menor valor anual da TN C DTR Amplitude térmica diária Diferença anual média entre TX e TN C TX10P Dias frios Percentagem de dias em que TX < percentil 10 % de dias

TN10P Noites frias Percentagem de dias em que TN < percentil 10 % de dias TX90P Dias quentes Percentagem de dias em que TX > percentil 90 % de dias TN90P Noite quentes Percentagem de dias em que TN > percentil 90 % de dias WSDI CSDI Duração de períodos quentes Duração de períodos frios Contagem anual de dias com pelo menos seis dias consecutivos quando TX > percentil 90 Contagem anual de dias com pelo menos seis dias consecutivos quando TN < percentil 10 Dias Dias Resultados e Discussões Para o índice TXX, a tendência é positiva nas cidades ao sul das mesorregiões Central e Oeste Potiguar, estatisticamente significativa e superior a 2,0 C; A grande maioria das séries mostraram o incremento dos índices TXN, com tendência significativa e superior a 1,5 C em toda região central do estado, enquanto uma tendência significativa e inferior a - 2,0 C no sul da zona da mata de potiguar (Figura 1).

Figura 1: Extremos Climaticos para estado do Rio Grande do Norte, acima TXX, abaixo, TXN. Para o índice TNX, observa-se tendência significativa e superior a 2,0 C em todo o estado, com exceção do sul da mesorregião do Agreste Potiguar, onde percebeu-se tendências negativas e inferiores a -2,0ºC com significância estatística; e TNN, a tendência positiva ocorre em todo o Estado, estatisticamente significativa e superior a 1,0 C na maioria das cidades. Isto mostra que no decorrer da série a probabilidade das maiores temperaturas máximas e das menores temperaturas mínimas excederem os recordes registrados é muito alta, com exceção de poucas séries que apresentaram tendência positiva, porém sem significância estatística (Figura 2).

Figura 2: Extremos Climaticos para estado do Rio Grande do Norte, acima TNX, abaixo TNN. Os indices de TX10P e TN10P (Figura 3) indicam a porcentagem de ocorrências de dias e noites frias por ano, respectivamente; Para TX10P é observado a tendência negativa para o estado, contudo é apenas significatavamente estatistica nas região sudoeste e superiores a -10%, tambem podemos observar uma tendência positiva e significativamente estatistica maiores que 15% ao sul da zona da mata; Para TN10P é observado uma tendencia negativa

para todo o estado com significancia estatistica bem distribuida ao seu redor, chegando a - 25% no centro-norte da região do estado e apenas alguns pontos de tendencias positiva ao sul. Isso demonstra que o numero de dias e noites frias diminuiu na serie estudada. Figura 3: Extremos Climaticos para estado do Rio Grande do Norte, acima TX10P, abaixo TN10P. Os indices de TX90P e TN90P (Figura 4) indicam a porcentagem de ocorrências de dias e noites quentes por ano, respectivamente; Para TX90P, obversamos que o mapa é

semelhante ao do indice TXX (Figura 1), com as tendências positivas nas cidades ao sul das mesorregiões Central e Oeste Potiguar, estatisticamente significativa e superior a 20%, devido ao percentil > 90; Para TN90P, o mesmo acontece, o mapa é semelhante com o indice de TNX (Figura 2) com tendencias positivas ao norte do estado maiores que 10% e significativamente estatistica ao longo do estado. Consequentemente a porcentagem de dias e noites quentes tem aumentado no periodo estudado

Figura 4: Extremos Climaticos para estado do Rio Grande do Norte, acima TX90P, abaixo TN90P. O índice WSDI, mostra uma maior propensão ao aumento de ondas de calor no Estado, com numero de casos por ano superior a 30 ao sul das mesorregiões Central e Oeste Potiguar com significância estatística, enquanto a mesorregião da Zona da Mata Potiguar demonstra uma redução do número de casos com alguns municípios com significância estatística ao sul. O índice CSDI, mostrou grandes tendências negativas ao redor do estado, porém sem significância estática, ao longo do período estudado(figura 5)

Figura 5: Extremos Climaticos para estado do Rio Grande do Norte, acima WSDI, abaixo CSDI. O índice DTR indica a mudança da amplitude térmica media anual ao longo da série. O sul das mesorregiões Central e Oeste Potiguar mostram uma tendência positiva de 1,5ºC com significância estatística, enquanto ao norte e zona da mata indicam uma tendência negativa de -1,5ºC com significância estática ao longo da costa. Figura 6: Extremo Climatico para estado do Rio Grande do Norte o indice de DTR

Conclusões Os índices de extremos climáticos analisados mostram que a maior parte do Estado do Rio Grande do Norte vem vivenciado, a partir da década de 80, predominância de tendências positivas e estatisticamente significantes que apontam para o incremento das temperaturas máximas e mínimas registradas, influenciando no aumento de casos de ondas de calor. Contudo, as mesorregiões leste e agreste indicaram tendências negativas e estatisticamente significantes, contrárias ao restante do Estado. Referências DANTAS, L. G.; SANTOS, C. A. C.; OLINDA, R. A.Tendências Anuais e Sazonais nos Extremos de Temperatura do Ar e Precipitação em Campina Grande - PB. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 30, n. 4, 423-434, 2015. GUIMARÃES, S. A.; COSTA, A. A.;JÚNIOR, F. C. V.; SILVA, E. M.; SALES, D. C.; JÚNIOR, L. M. A.; SOUZA, S. G. Projeções de Mudanças Climáticas sobre o Nordeste Brasileiro dos Modelos do CMIP5 e do CORDEX. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 31, n. 3, 337-365, 2016. SANTOS, C. A. C.; MELO, M. M. M. S.; BRITO, J. I. B. Tendências de Índices de Extremos Climáticos para o Estado do Amazonas e suas Relações com a TSM dos Oceanos Tropicais. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 31, n. 1, 1-10, 2016. XAVIER, A. C.; KING, C. W.; SCANLON, B. R. Daily gridded meteorological variables in Brazil (1980 2013). International Journal of Climatology, v. 36, p. 2644-2659, 2015.