ANÁLISE O El Niño fraco e clássico continua presente. Os padrões de anomalias convectivas e de ventos estão consistentes com a caracterização do fenômeno. Os modelos climáticos indicam que esse evento fraco deve persistir ao longo do Outono e Inverno. O mês de março que iniciou chuvoso entre o Sul e Sudeste, vai finalizando bem seco nessas duas regiões e como consequencia a Energia Natural Afluente ENA está baixando desde o dia 21. Uma Zona de Convergência de Umidade ZCOU se estabeleceu na última quintafeira (21/03) entre as regiões Norte e Nordeste, provocando chuvas volumosas entre essas regiões, inclusive em bacias como São Francisco e Tocantins. Um ciclone, área de baixa pressão, deu origem a primeira tempestade tropical do ano próximo da Bahia durante o último domingo (24/03), esse sistema foi denominado de IBA, com ventos máximos de 101Km/h. Essa tempestade provocou chuvas volumosas no leste baiano e mar grosso. A Zona de Convergência Intertropical ZCIT, atingiu seu pico máximo de aproximação do Brasil e também manteve as chuvas volumosas no Piauí, no Maranhão e no norte do Pará. Na tabela 1, observa-se a situação das precipitações individuas das principais bacias do País. Nota-se que a bacia do Paraná se destacou e apresentou precipitação em 67% acima da sua média histórica até o momento, seguida de Jacuí com 42% acima do normal. As bacias Uruguai, Iguaçu e Grande ficaram ligeiramente acima. As demais se mantiveram ligeiramente abaixo. Os modelos de previsão de tempo preveem a atmosfera estável com dias de sol, sem chuvas e temperaturas elevadas nas principais bacias do Sul até o penúltimo dia deste mês. No entanto, dia 31 de março, uma área de instabilidade vinda do Paraguai deve provocar chuvas, com risco de temporais, no Sul e até em algumas bacias do Sudeste, como Itaipu, Paraná, Paranapanema. No primeiro dia de abril, uma frente fria deve se formar por São Paulo, provocando chuvas amplas e em alguns momentos fortes no estado e também nas bacias Paraná, Paranapanema, Tietê, Paraíba do Sul e Grande. Apesar da previsão de chuva para o início de abril, os modelos climáticos apontam para um período mais seco para grande parte do mês, tanto para o Sul como 1
para o Sudeste, mesmo com a presença do El Niño. As precipitações são aguardadas bem espaçadas e mesmo ocorrendo uma chuva um dia ou outro, essa chuva pode afetar apenas a ENA do dia, mas em média estas devem se manter abaixo das suas MLT s para o Sul e Sudeste. SITUAÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES NAS BACIAS Tabela 1 - Precipitação acumulada de 1 a 25 de março de 2019. Fonte: ONS. Precipitação média (mm) e precipitação acumulada nas bacias - 1 a 25 de março de 2019. Fonte:ONS Bacias Média histórica Precipitação (mm) Situação Uruguai 134 135,0 1% acima da média Jacuí 128 182,0 42% acima da média Iguaçu 123 119,0 3% abaixo da média Paraná 111 185,0 67% acima da média Paranapanema 123 96,5 22% abaixo da média Tietê 164 148,5 9% abaixo da média Paraíba do Sul 223 185,5 17% abaixo da média Grande 170 171,5 1% acima da média Paranaíba 182 164,5 10% abaixo da média São Francisco 148 128,5 13% abaixo da média Tocantins 252 210,0 17% abaixo da média 2
GRÁFICOS DE PRECIPITAÇÃO OBSERVADA E PREVISTA Os gráficos 01 ao 10 apresentam: a média diária histórica (cinza), a precipitação registrada (azul) e a precipitação prevista (laranja) entre os dias 26 e 31 de março de 2019. Gráfico 1 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Uruguai. 3
Gráfico 2 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Jacuí. Gráfico 3 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Iguaçu. 4
Gráfico 4 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Paraná. Gráfico 5 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Paranapanema. 5
Gráfico 6 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Tietê. Gráfico 7 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Grande. 6
Gráfico 8 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Paranaíba. Gráfico 9 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia São Francisco. 7
Gráfico 10 Precipitação diária registrada e prevista para 6 dias - Março - Bacia Tocantins. 8
MODELO GLOBAL GEFS - PÊNTADA A figura 1 apresenta o acumulado de precipitação dos modelos ETA40/CPTEC e do GEFS/ NCEP com vies. O modelo ETA com vies indica chuva ma área das bacias de Iguaçu, Paraná, Paranapanema, Tietê e Grande no período de 30 de março a 4 de abril. Enquanto que, o modelo GEFS com vies posiciona as precipitações mais volumosas sobre a região Norte, principalmente na área do Amazonas. Figura 1 - Modelo Regional ETA40/CPTEC e Modelo Global GEFS. Pêntada de Precipitação. A esquerda o ETA/CPTEC com vies, a direita com GEFS vies. Período entre 10h (horário de Brasília) de 30/03/2019 a 10h (horário de Brasília) de 04/04/2019. 9
TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR (TSM) As anomalias de TSM se mantém positivas, com indicativo de EL Niño fraco nas áreas 3, 3.4 e 4 como pode ser visto no quadro abaixo para esta última semana. Niño Niño 1+2 Niño 3 Niño 3.4 Niño 4 Anomalia TSM +0,2 C +0,9 C +1,1 C +0,9 C SI = Sem Informação A seguir o prognóstico de anomalia da TSMs, figuras de 02 a 07, com condições iniciais do período de 15 a 24 de março, projetadas para os meses de abril a setembro de 2019. O Oceano Pacífico Tropical é previsto aquecido, mantendo a condição de El Niño fraco até setembro de 2019. O Oceano Atlântico Sul, também é simulado com anomalias positivas em grandes extensões, inclusive nas áreas adjacentes a costa brasileira. 10
Figura 2 Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar para abril de 2019 CFSv2 11
Figura 3 Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar para maio de 2019 CFSv2 12
Figura 4 Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar para junho de 2019 CFSv2 13
Figura 5 Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar para julho de 2019 CFSv2 14
Figura 6 Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar para agosto de 2019 CFSv2 15
Figura 7 Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar para setembro de 2019 CFSv2 16
ANOMALIAS MÉDIAS DE TEMPERATURAS SEMANAIS DO OCEANO PACÍFICO CENTRAL E ORIENTAL (0-300 m): A anomalia da temperatura do mar do Oceano Pacífico Equatorial positiva, água quente em tons laranja, é observada há 1 ano, de março de 2018 até março de 2019, de acordo com a figura 8. O pico máximo de temperatura até o momento ocorreu em meados de outubro de 2018. Um segundo pico é notado neste ano na metade de março. Figura 8 Anomalias médias da temperatura do mar semanais entre 0 e 300 metros de profundidade do Oceano Pacífico Equatorial para a longitude de 180-100W. 17
PROBABILIDADE DE El NIÑO Na figura 9, a probabilidade alta, de 90% (coluna em vermelho) para El Niño em FMA (fevereiro,março,abril), seguida de 80% de chances em MAM (março,abril,maio) de 2019. A partir de ASO (agosto,setembro,outubro) deste ano as chances de EL Niño se tornam inferiores a 50%. Figura 9 Previsão probabilística oficial do CPC/IRI ENOS. Fonte: NCEP/NOAA 18
TENDÊNCIA DE El NIÑO PARA 2019 A média do conjunto de anomalia da TSM (linha tracejada) formada pelo modelo CFSv2, atualizada em 25 de março de 2019, figura 10, gerada com condição inicial de dados do período de 15 a 24 de março de 2019 segue com indicativo para El Niño fraco, linha tracejada, até o período de OND (outubro,novembro,dezembro) de 2019. Figura 10 Previsão do NCEP com o modelo CFSv2 para TSM. Fonte: NCEP/NOAA 19
O aquecimento, segundo a figura 11, se manteve em profundidade com uma área mais quente entre 110 e 140 Oeste nas águas do Oceano Pacífico Tropical. Todavia, alguns pequenos núcleos de anomalias de temperatura negativa, águas frias (tons azuis) são observados entre as longitudes de 80 Oeste a 100 Oeste em águas subsuperficiais e também entre 170 Oeste a 140 Leste. Figura 11 Anomalia da Temperatura de águas subsuperficiais do Oceano Pacífico Tropical. Fonte: NOAA. 20