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Transcrição:

Certificado digitalmente por: LENICE BODSTEIN APELAÇÃO CÍVEL Nº 1563741-7, DE FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - VARA DE REGISTROS PÚBLICOS E CORREGEDORIA DO FORO EXTRAJUDICIAL NÚMERO UNIFICADO: 0003361-64.2014.8.16.0179 APELANTE : M. C. F. S. (REPRESENTADA) APELADO : JUÍZ DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS E CORREGEDORIA DO FORO EXTRAJUDICIAL DE CURITIBA RELATORA : DESEMBARGADORA LENICE BODSTEIN APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. SÍNTESE FÁTICA. AUTORES QUE BUSCAM A INCLUSÃO DE SOBRENOME MATERNO EM REGISTRO CIVIL DE CRIANÇA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO ACRÉSCIMO DE SOBRENOME MATERNO EM REGISTRO CIVIL. NÃO CABIMENTO NO CASO EM APREÇO. NORMA EXCEPCIONAL. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO, RELEVÂNCIA OU ERRO PARA A INCLUSÃO. CRIANÇA QUE JÁ POSSUI UM DOS SOBRENOMES DA MÃE. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 57 DA LEI Nº 6.015/73. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. VISTOS, examinados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 1563741-7, de Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Vara de Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial, em que é Apelante M. C. F. S. e Apelado JUÍZ DE DIREITO DA Página 1 de 8

Apelação Cível nº 1.563.741-7 fl. 2 VARA DE REGISTROS PÚBLICOS E CORREGEDORIA DO FORO EXTRAJUDICIAL DE CURITIBA. RELATÓRIO Trata-se de Ação de Retificação de Registro Civil proposta por M. C. F. S. representada por Daniel A. S. e Rebecca S. M. F. D. S., consubstanciada em acréscimo de sobrenome materno. O pleito foi a retificação do nome da Autora com o acréscimo do sobrenome Miranda. Deu-se à causa o valor de R$500,00. A r. sentença de fls. 53/59 julgou improcedente o pleito dos genitores da menor M. C. F. S., com fulcro no artigo 269, I do Código de Processo Civil, haja vista a ausência de motivos relevantes para o acréscimo de mais um sobrenome materno. E em relação a menor, julgou extinto o feito, sem resolução de mérito, por ausência de interesse de agir, considerando que a menor ainda não tem capacidade civil para opinar a respeito. Condenou os Autores no pagamento das custas processuais. Inconformados, os Requerentes interpuseram recurso de Apelação nas fls. 70/82 alegando a possibilidade de que seja requerida a retificação do registro civil da menor impúbere, pois devidamente representada pelos pais e que este tem sido o entendimento desta Corte. Sustentam que o acréscimo do sobrenome Miranda ao nome da menor, não implicará em qualquer ofensa ao interesse público ou à segurança das relações jurídicas, notadamente porque a mesma conta, atualmente, com apenas um ano e sete meses de vida. Defendem que o direito em questão é decorrência direta de um dos direitos da personalidade - o direito fundamental da Dignidade da Pessoa Humana, previsto em nível constitucional (artigo 1º, Página 2 de 8

Apelação Cível nº 1.563.741-7 fl. 3 inciso III, da Constituição Federal e legal (art. 11 do Código Civil) -, que, no caso, consubstancia-se no direito da menor à sua identificação individualizada com os ancestrais. Pugna ao final pelo provimento recursal com o acréscimo do sobrenome materno ao nome da menor. O recurso foi recebido no duplo efeito, fls. 87. A douta Procuradoria Geral de Justiça pronunciou-se nas fls. 12/17 pelo conhecimento e não provimento do recurso de Apelação, devendo ser mantida a sentença em seus termos. É o relatório. VOTO Dos pressupostos de admissibilidade O Recurso de Apelação preenche os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade, merecendo, porquanto, conhecimento. Do Código de Processo Civil de 1973 Cabe a análise do recurso com a aplicação do Código de Processo Civil de 1973, uma vez que a publicação da decisão objurgada se deu antes da vigência do Novo Código de Processo Civil, conforme prescreve o Enunciado Administrativo nº 2 do e. Superior Tribunal de Justiça 1. -- 1 -- Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.-- Página 3 de 8

Do recurso Apelação Cível nº 1.563.741-7 fl. 4 O recurso versa sobre o acréscimo de sobrenome. Do acréscimo de sobrenome materno não provimento Alegam os Apelantes a possibilidade de que seja requerida a retificação do registro civil da menor impúbere, pois devidamente representada pelos pais e que este tem sido o entendimento desta Corte. Sustentam que o acréscimo do sobrenome Miranda ao nome da menor, não implicará em qualquer ofensa ao interesse público ou à segurança das relações jurídicas, notadamente porque a mesma conta, atualmente, com apenas um ano e sete meses de vida. Sem razão. Vige no direito brasileiro a regra da imutabilidade relativa do nome, segundo a qual se procura conferir estabilidade e segurança às relações jurídicas, admitindo a alteração do prenome ou sobrenome originalmente registrados somente em hipóteses excepcionais. As hipóteses encontram-se previstas no artigo 57 da Lei de Registros Públicos. Veja-se: Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. (sublinhei). Ou ainda, quando constatado erro na grafia do nome, a teor do artigo 109 da mesma legislação: Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou Página 4 de 8

Apelação Cível nº 1.563.741-7 fl. 5 retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório. No caso dos autos, extrai-se da inicial que os Autores pretendem a inclusão do patronímico materno MIRANDA no nome da menor M. C. F. S., tendo em vista que o genitor realizou o registro sem o acréscimo do referido nome, que identifica a menor com a família da avó materna. Não se vislumbra justo motivo a permitir a excecionalidade da medida. O ordenamento pátrio permite extraordinária alteração do assentamento do registro civil, documento que goza de fé pública, quando motivada na existência de conflito, insegurança e burla ao princípio da verdade real, desde que a mudança seja devidamente justificada e não prejudique terceiros. A justificativa não se vislumbra nos presentes autos. Verifica-se que a menor já possui um sobrenome materno, qual seja, Ficinski. Confira-se: Página 5 de 8

Apelação Cível nº 1.563.741-7 fl. 6 As alegações dos Recorrentes revelam apenas um desejo de prestigiar a família da avó materna da criança. Tal alegação não é suficiente para autorizar uma exceção à regra da imutabilidade do nome. Sobre o tema, há julgados desta Corte: APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE ASSENTO DE REGISTRO CIVIL INCLUSÃO DE PATRONÍMICO MATERNO DESEJO DE PRESTIGIAR A FAMÍLIA AUSÊNCIA DE MOTIVO RELEVANTE OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE DO NOME DECISÃO MANTIDA. - Com efeito, a Lei de Registros Públicos por intermédio de seu artigo 57, prescreve a imutabilidade do nome, somente admitindo exceção à regra quando houver plausível justificativa que ampare a pretensa mudança, como erro de grafia, manifesta exposição vexatória ou outro motivo relevante. APELAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO POR DECISÃO UNIPESSOAL DO RELATOR Página 6 de 8

Apelação Cível nº 1.563.741-7 fl. 7 (ART. 557, CAPUT, CPC) (TJPR. DM 944.227-7. Rel. Gamaliel Seme Scaff. 11ª Câmara Cível. J.05.12.2012). APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DA CERTIDÃO DE CASAMENTO, A FIM DE EXCLUIR O PATRONÍMICO `DE LA CRUZ' DO NOME DO CÔNJUGE VIRAGO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE QUALQUER RAZÃO APTA A JUSTIFICAR O AFASTAMENTO DA REGRA DA IMUTABILIDADE DO NOME, PREVISTA NA LEI DE REGISTROS PÚBLICOS. DECISÃO CORRETA. RECURSO NÃO-PROVIDO. (TJPR - XI Ccv - Ap Civel 0633383-7 - Rel.: Fernando Wolff Bodziak - Julg.: 31/03/2010 - Unânime - Pub.: 04/05/2010 - DJ 379). APELAÇÃO CÍVEL - REGISTROS PÚBLICOS - INCLUSÃO DE PATRONÍMICO DO AVÔ MATERNO - EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE - REQUISITOS LEGAIS NÃO CUMPRIDOS - MOTIVAÇÕES NÃO COMPROVADAS - AUSÊNCIA DE CORRESPONDÊNCIA COM O SOBRENOME DOS GENITORES - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO. - A regra é a inalterabilidade do registro civil (tanto do prenome quanto do patronímico), somente excepcionada em casos que a justifique, não admitindo questão de ordem meramente pessoal. - Não estando configurados os requisitos legais para a alteração de registro civil, torna-se inviável a pretensão em razão do princípio da imutabilidade consagrado na Lei de Registros Públicos. - Com a retificação pretendida, encontrase dissonância do nome da menor com a dos seus genitores. (TJPR - XI Ccv - Ap Civel 0514660-5 - Rel.: Mário Rau - Julg.: 18/03/2009 - Unânime - Pub.: 07/04/2009 - DJ 114). Assim, mantém-se a r. sentença incólume. recurso de Apelação. Isto posto: A decisão é para conhecer e negar provimento ao Página 7 de 8

Apelação Cível nº 1.563.741-7 fl. 8 DISPOSIÇÃO ACORDAM os Desembargadores da Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer e negar provimento ao recurso. Participaram do julgamento a Excelentíssima Senhora Desembargadora Lenice Bodstein, Presidente com voto, e os Excelentíssimos Senhores Desembargador Fábio Haick Dalla Vecchia e Desembargador Sigurd Roberto Bengtsson. Curitiba, 08 de fevereiro de 2017. LENICE BODSTEIN Desembargadora Relatora Página 8 de 8