QUALIDADE DE FRUTOS DE ABACAXIZEIRO, cv. RBR-1, PROVENIENTES DE PLANTAS INDUZIDAS EM DUAS ÉPOCAS

Documentos relacionados
DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

MANEJO DAS PLANTAS INFESTANTES EM PLANTIOS DE ABACAXI EM PRESIDENTE TANCREDO NEVES, MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABACAXI PÉROLA CULTIVADO NO SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO E TRÊS IDADES DE INDUÇÃO FLORAL EM ABACAXI CULTIVAR PRIMAVERA NO MUNICÍPIO DE IPAMERI-GO

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE CINCO CULTIVARES DE MARACUJÁ AMARELO NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

QUALIDADE DE MAMÃO TAINUNG 01 PRODUZIDO POR SECAMENTO PARCIAL DO SISTEMA RADICULAR

Qualidade e vida útil de melão amarelo cultivado com diferentes tipos de coberturas do solo e uso de manta agrotêxtil: terceiro ciclo de avaliação

Introdução e avaliação de genótipos de maracujá-amarelo no nordeste goiano

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MANGA VISANDO O MERCADO DE CONSUMO IN NATURA LAERTE SCANAVACA JUNIOR 1 ; NELSON FONSECA 2

RENDIMENTO DE SUCO E TEOR DE SÓLIDOS SOLÚVEIS TOTAIS EM GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO AMARELO

OFERTA E FLUTUAÇÃO DOS PREÇOS DO ABACAXI EM RIO BRANCO/AC

Características biométricas de cafeeiro intercalado com diferentes sistemas de produção de abacaxizeiro para agricultura familiar do Projeto Jaíba

DIFERENCIAÇÃO FLORAL DO ABACAXIZEIRO cv. SNG-3 EM FUNÇÃO DA IDADE DA PLANTA E DA APLICAÇÃO DO CARBURETO DE CÁLCIO 1

ORIGEM E ESCALONAMENTO DA PRODUÇÃO DO ABACAXI EM RIO BRANCO/AC

Avaliação da produtividade de genótipos de melão nas condições do Submédio do Vale do São Francisco

Curva de crescimento de infrutescências de abacaxizeiro Vitória no estado da Paraíba

INFLUÊNCIA DA COBERTURA MORTA NA PRODUÇÃO DA ALFACE VERÔNICA RESUMO

Cultivo e Comercialização

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Resposta das bananeiras BRS Platina e PA 9401 à irrigação no segundo ciclo nas condições do Norte de Minas

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

Comunicado134. Épocas de Plantio do Abacaxizeiro para o Extremo Sul da Bahia. Resumo. Introdução

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

ABACAXI MINIMAMENTE PROCESSADO EM DIFERENTES CORTES

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

QUALIDADE DE FRUTOS VERDES E MADUROS DE SEIS CLONES DE ACEROLEIRA COLHIDOS EM DUAS ÉPOCAS 1 INTRODUÇÃO

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO TARDIA DE COBALTO, NA ABSCISÃO DE FLORES E COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM (Vigna unguiculata).

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

AVALIAÇÃO DO PERÍODO DE COLHEITA DA SAFRA DE INVERNO CULTIVARES DE UVA Vitis labrusca EM MUZAMBINHO MG

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

VARIAÇÃO SAZONAL DA QUALIDADE DO ABACAXI CV. PÉROLA EM GOIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS 1

Comportamento produtivo de cultivares de uva para suco em diferentes porta-enxertos

RESPOSTA AO TRATAMENTO DE INDUÇÃO FLORAL EM GENÓTIPOS DE ABACAXIZEIRO

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE ESPAÇAMENTO X POPULAÇÃO DE PLANTA X NÍVEL DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E RENDIMENTO DO ALGODOEIRO

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

QUALIDADE DE FRUTOS DE LIMEIRA ÁCIDA TAHITI EM COMBINAÇÃO COM DIFERENTES PORTA-ENXERTOS

PROJETO DE PESQUISA REALIZADO NO CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA DA UERGS 2

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABACAXI PÉROLA CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE ADUBAÇÃO

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

08/08/2017. Aula 2 - ABACAXI. (Ananas comosus) Curso: Engenharia Agronômica Disciplina: Fruticultura Tropical. Engº Agrº Harumi Hamamura

ADUBAÇÃO DA MAMONEIRA DA CULTIVAR BRS ENERGIA.

ADUBAÇÃO DE MICRONUTRIENTES EM MUDAS DE ABACAXIZEIROS PÉROLA PROVENIENTES DE CAULES SECCIONADOS

AVALIAÇÃO DO USO DO PÓ DE ROCHA NO DESEMPENHO DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE LARANJA SANGUÍNEA

TEMPO DE COZIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO)

XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

RELATÓRIO TÉCNICO WISER TÍTULO: AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DO PROGRAMA WISER NA CULTURA DO MILHO

ANALISE DE PRODUÇÃO DA ALFACE AMERICANA E CRESPA EM AMBIENTES DIFERENTES

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

Cultivo de coffea canephora conduzido com arqueamento de Plantas jovens em Condição de sequeiro e irrigado

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

APLICAÇÃO DE SULFATO DE AMÔNIO COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA CULTURA DA ALFACE

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

ALTURA FINAL E PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SOB DIFERENTES DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO.

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA SOB DIFERENTES DENSIDADE DE PLANTAS NO TOCANTINS UNITINS-AGRO

NÍVEIS E TEMPO DE ESTRESSE HIDRICO PARA A MANGUEIRA UBÁ NA CHAPADA DIAMANTINA, BA

APLICAÇÃO DE RECOBRIMENTOS À BASE DE CARBOIDRATOS CONTENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS EM MANGA TOMMY ATKINS

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 888

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO SOB IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

Avaliação de cultivares de milho para produção de silagem em Patrocínio, MG

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

QUALIDADE E PADRONIZAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS COMERCIALIZADAS EM ANÁPOLIS GO

ATRIBUTOS FÍSICOS DE VARIEDADES DE LARANJA DA MICRORREGIÃO DA BORBOREMA

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

Estudante de Ciências Biológicas UPE, estagiária Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 5

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

ARRANJOS ESPACIAIS NO CONSÓRCIO DA MANDIOCA COM MILHO E CAUPI EM PRESIDENTE TANCREDO NEVES, BAHIA INTRODUÇÃO

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO RESISTENTE A FERRUGEM SOB USO DE IRRIGAÇÃO EM MUZAMBINHO-MG

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA CULTURA DO MILHO. Resumo

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 913

Transcrição:

QUALIDADE DE FRUTOS DE ABACAXIZEIRO, cv. RBR-1, PROVENIENTES DE PLANTAS INDUZIDAS EM DUAS ÉPOCAS Romeu de Carvalho Andrade Neto 1, D. Sc; Marinês Cades, M. Sc 2 ; Ueliton Oliveira de Almeida 2, M. Sc; João Ricardo de Oliveira, M. Sc 2. 1 Pesquisador, Embrapa Acre, Rio Branco, Acre, Brazil, romeu.andrade@embrapa.br 2 Pós-Graduandos, UFAC, Rio Branco, Acre, Brazil Resumo. O manejo da época de plantio é uma alternativa para escalonar a produção e alcançar melhores preços na entressafra. Estudos devem levar em consideração as características de cada região, onde o plantio será estabelecido conforme a tecnologia disponível no local. Apesar de geralmente ocorrer em uma única época, é possível escalonála durante todo ano através de indução artificial do florescimento e uso de irrigação. A época de indução e o manejo da cultura influenciam a qualidade dos frutos. Por isso, o trabalho teve como objetivo avaliar o teor de sólidos solúveis e acidez titulável de frutos obtidos de abacaxizeiros induzidos aos 8 e 10 meses após o plantio. O experimento foi implantado e conduzido no Estado do Acre, na Colônia Bom Jesus, município de Senador Guiomard, com latitude de 10 01' 26,8" S e longitude 67 42' 17,7" W, e altitude próxima de 158 m. Adotou-se um delineamento em blocos casualizados completos com três repetições e 42 plantas úteis por parcela onde a metade foi induzida aos oito e a outra aos 10 meses após o plantio utilizando produto à base de Etefon. Quando os frutos atingiram ponto de maturação foram colhidos 5 frutos por unidade experimental e avaliados, onde obtevese o teor de sólidos solúveis (ºBrix), determinados com refratômetro digital e a acidez total titulável (%) por titulação com NaOH 0,1M, e expressa em ácido cítrico. Houve diferenças significativas nos teores de sólidos solúveis entre as induções realizadas aos 8 e 10 meses após o plantio. O teor de acidez titulável não apresentou diferença significativa entre as idades de indução. Nas condições do estudo, o teor de sólidos soluveis é influenciado pela época de indução do florescimento ao passo que a acidez pode não sofrer influência da época de aplicação de indutor. Palavras chave: cultivar RBR-1, escalonamento da produção, pós-colheita. 1. INTRODUÇÃO O tratamento de indução floral envolve vantagens tecnológicas, econômicas e sociais, tais como: a) uso racional da terra; b) uniformidade de frutificação e colheita, com redução de custos; c) fornecimento regular e constante para a indústria e mercado de frutas frescas, durante períodos comerciais favoráveis de preço, sem afetar a qualidade dos frutos;

d) facilita o controle de pragas e doenças, pois, o florescimento é induzido em períodos quando o potencial de inoculo é baixo; e) controle de peso e tamanho dos frutos, de acordo com as exigências do consumidor; f) aumento de rentabilidade da colheita, devido aumento de produtividade; g) previsão de uso de mão-de-obra, facilitando a administração da propriedade (CUNHA, 2005). O momento ideal para prática de indução floral no abacaxizeiro é determinado a partir da data desejada para colheita, o vigor da planta deve ser observado na ocasião do tratamento. Plantas pequenas quando induzidas não produzem frutos adequados para o mercado. O ideal é que a indução seja realizada em plantas com pelo menos um metro de altura e massa fresca da maior folha (folha D ) superior a 80 gramas, isso no período de 8 a 11 meses após o plantio, o que vai depender das condições ambientais de cada região (VITALINO, 2006). Py et al. (1984) também considera que o comprimento folha D deve ter em média 80 cm de comprimento, no momento da indução floral. O manejo da época de plantio é uma alternativa para escalonar a produção e alcançar melhores preços na entressafra. Estudos devem levar em consideração as características de cada região, onde o plantio será estabelecido conforme a tecnologia disponível no local (MODEL, 2004). Apesar de geralmente ocorrer em uma única época, é possível escaloná-la durante todo ano através de indução artificial do florescimento e uso de irrigação. O teor de sólidos solúveis e a acidez são os dois ptincipais parâmetros para medir a qualidade de frutos de abacaxi, sendo eles influenciados pelo manejo da cultura. Segundo Chitarra e Chitarra (2005), a acidez dá sabor ao abacaxi. Entretanto, deve estar balanceada aos teores de SS. Quando o abacaxi possui altos teores de SS e baixo de AT é um fruto de sabor suave, enquanto que em alta AT e baixo SS é um fruto ácido e, se ambos forem desprezíveis, o abacaxi torna-se insipido. O trabalho teve como objetivo a avaliação do teor de sólidos solúveis e acidez titulável de frutos obtidos de abacaxizeiros induzidos aos 8 e 10 meses após o plantio. 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi implantado e conduzido no Estado do Acre, na Colônia Bom Jesus, município de Senador Guiomard, com latitude de 10 01' 26,8" S e longitude 67 42' 17,7" W, e altitude próxima de 158 m. O clima é quente e úmido, com estações seca e chuvosa bem definidas. O solo é do tipo Argissolo Vermelho, de topografia plana. As mudas utilizadas foram do tipo filhote, com massa variando de 250 a 350 gramas e 30 cm de altura. A cultivar utilizada foi a RBR-1 com característica similar a Smooth Cayenne, desenvolvida para as condições edafoclimáticas da região norte. O espaçamento foi de

90 x 30 cm com as plantas alocadas em fileiras simples. Adotou-se um delineamento em blocos casualizados completos com três repetições e 42 plantas úteis por parcela onde a metade foi induzida aos oito e a outra aos 10 meses após o plantio utilizando produto à base de Etefon aplicado na roseta foliar da planta (50 ml por planta), na formulação de 1-2 ml p.c/litro de água + uréia a 2%. Houve necessidade de controle do fungo Phytophthora nicotianae var. parasítica nas plantas de abacaxi, utilizando o produto químico a base de Fosetil Al, pulverizando 2,5 g do produto concentrado por litro de água, molhando toda a planta. Para limpeza da área, quando necessário, foi utilizado o herbicida Diurom, na dosagem de 3 litros/hectare. Quando os frutos atingiram ponto de maturação foram colhidos 5 frutos por unidade experimental e avaliados, onde obteve-se o teor de sólidos solúveis (ºBrix), determinados com refratômetro digital e a acidez total titulável (%) por titulação com NaOH 0,1M, e expressa em ácido cítrico; Foram verificados dados discrepantes e, por isso, realizou-se testes de normalidade e de homogeneidade, respectivamente. A análise de variância das médias amostrais foi efetuada e comparada pelo teste de Tukey a 5% de significância. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve diferenças significativas nos teores de sólidos solúveis entre as realizadas aos 8 e 10 meses após o plantio (Tabela 1). induções Tabela 1. Médias do teor de sólidos solúveis do fruto de abacaxizeiro com indução 8 e 10 meses, no município de Senador Guiomard - AC. Induções Sólidos Solúveis (ºBrix) 8 meses 9,71 b 10 meses 12,15 a CV (%) 4,74 Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O teor de sólidos solúveis foi maior naqueles frutos obtidos de plantas onde a indução foi realizada aos 10 meses, com média de 12,15 ºBriz, e 9,71 ºBrix para os de 8 meses após o plantio. Os valores médios dos sólidos solúveis totais (SS) determinados por Thé et al., 2010, foram em torno de 11,50 ºBrix. Esses mesmos autores afirmam que frutos com teores de sólidos solúveis inferiores a 12 Brix (12%) são considerados imaturos, segundo as Normas de Classificação do Abacaxi. Nessa direção, os frutos advindos de plantios realizados em agosto e setembro, independente de serem irrigados ou não, estão dentro das normas para a cultura. aos

Estudando diferentes épocas de indução floral no norte do Paraná, Carvalho et al. (2005) não detectaram diferenças para essa característica, porém os valores são superiores aos encontrados nesse estudo. Gondim e Azevedo (2002) avaliando indução floral no abacaxizeiro aos 8, 9 e 10 meses observaram que aos 8 meses ouve significativa diminuição do ciclo produtivo, no entanto a qualidade dos frutos foi reduzida, assim como a massa e tamanho do fruto. O teor de acidez titulável não apresentou diferença significativa entre as idades de indução (Tabela 2), indicando que a variável pode não sofrer com a interferência desse tratamento. Tabela 2. Médias do teor de acidez titulável do fruto de abacaxizeiro com indução aos 8 e 10 meses, no município de Senador Guiomard - AC. Induções Acidez titulável 8 meses 0,59 a 10 meses 0,58 a CV (%) 11,71 Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Essa variável é determinante para a qualidade da polpa de frutos, tanto para fins de consumo in natura, como para os industrializados (COSTA et al., 2008). Segundo Chitarra e Chitarra (2005), a acidez dá sabor ao abacaxi. Entretanto, deve estar balanceada aos teores de SS. Quando o abacaxi possui altos teores de SS e baixo de AT é um fruto de sabor suave, enquanto que em alta AT e baixo SS é um fruto ácido e, se ambos forem desprezíveis, o abacaxi torna-se insipido. Os cultivos de abacaxi se concentram em uma única época em cada região brasileira, principalmente devido ao clima interferir na quantidade e qualidade dos frutos, assim como no tempo de maturação (CARVALHO et al, 2009). Segundo Spironello et al. (2004) a adubação também é responsável pelos teores de ST e AT, onde excessos de adubações nitrogenadas reduzem seus teores. 4. CONCLUSÃO Nas condições do estudo, o teor de sólidos soluveis é influenciado pela época de indução do florescimento ao passo que a acidez pode não sofrer influência da época de aplicação de indutor. 5. REFERÊNCIAS CARVALHO, S. L. C. de; NEVES, C. S. V. J.; BÜRKLE, R.; MARUR, C. J. Épocas de indução floral e soma térmica do período do florescimento à colheita de abacaxi Smooth

Cayenne. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 27, n. 3, p. 430-433, dez. 2005. CARVALHO, S. P. de; PEREIRA, J. M.; BORGES, M. S.; MARIN, J. O. B. Panorama da produção de abacaxi no Brasil e comportamento sazonal dos preços do abacaxi pérola comercializados na Ceasa-GO. In: CONGRESSO SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 47., 2009, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 2009. p. 1-11. CUNHA, G. A. P. da. Applied aspects of pineapple flowering. Bragantia, Campinas, v. 64, n. 4, p. 499-516, set. 2005. COSTA, A. M.; COHEN, K. DE O.; TUPINAMBÁ, D. D.; BRANDÃO, L. S.; SILVA, D. C. da; JUNQUEIRA, N. T. V. Propriedades físicas e físico-químicas de maracujás cultivados nos sistemas orgânico e convencional, em consórcio com mandioca. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2008. 6 p. (Comunicado técnico, 158). CHITARRA, M. I.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: manuseio. 2. ed. Lavras: UFLA, 2005. 785 p. fisiologia e GONDIM, T. M. de S.; AZEVEDO, F. F. Diferenciação floral do abacaxizeiro cv. SNG-3 em função de idade da planta e da aplicação do carbureto de cálcio. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 2, p. 420-425, ago. 2002. MODEL, N. S. Épocas de plantio indicadas para o abacaxizeiro cultivado no Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v. 10, n. 1-2, p. 119-127, 2004. PY, C.; LACOEUILHE, J. J.; TEISSON, C. L ananas, sa culture, ses produits. Paris: Maisonneuve et Larose: Agence de coopération culturelle et technique, 1984. 562 p. SPIRONELLO, A.; QUAGGIO, J. A.; TEIXEIRA, L. A. J.; FURLANI, P. R.; SIGRIST, J. M. M. Pineapple yield and fruit quality effected by NPK fertilization in a tropical soil. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 155-159, jul. 2004. THÉ, P. M. P.; NUNES, R. de P.; SILVA, L. I. M. M. da; ARAÚJO, B. M. de. Características físicas, físico-químicas, químicas e atividade enzimática de abacaxi cv. Smooth cayenne recém colhido. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 21, n. 2, p. 273-281,

abr./jun. 2010. VITALINO, R. C. Recomendação técnica do cultivo do Abacaxi irrigado no Distrito Federal. Planaltina: UPIS Faculdades Integradas, 2006. 42 p. (Comunicado Técnico).