AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ Pedido de concessão de prioridade na tramitação processual autora maior de 60 anos (art 1211-A, CPC), vem, muito respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada infra-assinada (procuração ad judicia em anexo), com fundamento na Constituição Federal, artigo 201, inciso I e 7º, inciso II e na Lei 8213/91, especialmente em seus artigos 48, 3º e seguintes, propor a presente AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA pelo rito sumário, em face do INSS Instituto Nacional do Seguro Social, na pessoa de seu representante legal, com sede regional situada à Rua Barão de Jundiaí, nº 1150, piso 02, centro, na cidade de Jundiaí, estado de São Paulo, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1 DA COMPETÊNCIA DELEGADA: Primeiramente, é de se esclarecer que, segundo o artigo 109, parágrafo 3º, da Constituição Federal, a competência

2 material para a presente ação é desta justiça comum estadual e a territorial é deste foro da comarca de Atibaia, por ser o foro do domicílio da beneficiária (requerente), a qual reside em Atibaia, haja vista esta comarca não possuir seção judiciária federal ADMINISTRATIVO: interesse de agir: 2 DO PRÉVIO REQUERIMENTO Pelo documento em anexo, verifica-se que em, a autora ingressou com pedido administrativo de aposentadoria por idade, o qual foi INDEFERIDO, sob o fundamento de não cumprimento da carência de 180 meses agir para a presente demanda Assim, está caracterizado o interesse de 3 DOS FATOS: 31 A requerente labora durante muitos anos com CTPS anotada, consoante os documentos em anexos 311 Até o presente momento, totaliza 11 (onze) anos, 7 (sete) meses e 9 (nove) dias, devidamente comprovado pela sua CTPS, na qualidade de empregada doméstica, assim como pelos recolhimentos previdenciários, também em anexo um) anos de idade, tendo nascido em, na cidade de 32 Possui, atualmente, 61 (sessenta e 4 Entretanto, muito tempo antes de seu primeiro contrato de trabalho anotado em CTPS, a autora dedicou-se ao trabalho rural, uma vez que toda sua família realizava tal atividade 41 Os pais da autora residiam em um sítio naquela cidade, denominado Sítio Junqueirópolis, onde realizavam a

3 atividade rural, na plantação de alimentos básicos, tais como: milho, feijão, café, etc, todos destinados à subsistência familiar e à venda Toda a família residia e laborava no imóvel rural 411 A autora iniciou o trabalho rural a partir dos 12 anos de idade em 23/12/65 - juntamente com sua família, e assim continuou, inclusive após seu casamento, ocorrido em data de 16 de abril de 1977, já nesta cidade de Atibaia, posto que seu esposo também era rurícola, tendo realizado o referido trabalho rural até a data de 01/03/2005, quando conseguiu seu primeiro trabalho anotado em CTPS, na função de empregada doméstica 412 Nesta cidade de, a autora laborou no Sítio, na plantação de flores e na condição de diarista; também trabalhou para o sr, na plantação de morangos e pimentões, bem como no Sítio Estrela da Manhã, no bairro Laranjal, no cultivo de hora e pomar, ou seja, sempre em terras de terceiros, mas na condição de lavradora familiar, em conjunto com seu esposo e filhos 42 A atividade rural sempre foi realizada em regime de economia familiar, ou seja, somente os parentes: primeiramente com os pais, sem auxílio de empregados E, depois de seu casamento, em conjunto com seu marido e filhos, igualmente sem auxílio de empregados 421 O documento em anexo certidão de casamento da autora, datado do ano de 1977, comprova todo o alegado pois qualifica o marido da autora à epoca, Sr, como lavrador 5 Assim, necessário o reconhecimento do período laborado como lavradora, em regime de economia familiar, para somar-se ao que possui como tempo de trabalho/contribuição, completando a carência necessária para o benefício de aposentadoria por idade híbrida

4 51 Nesta seara requer, primeiramente, emérito julgador, o reconhecimento do período laborado, e informado na presente - de 23/12/1965 à 01/03/2005 -, na qualidade de trabalhadora rural, em regime de economia familiar, expedindo-se certidão de tempo de contribuição e averbando-a no CNIS cadastro nacional de informações sociais da autora, para os devidos fins de direito 6 Nesta seara, diante do reconhecimento de tempo rural indicado acima, a autora já possui o período de carência necessário 180 meses (artigo 25, I, da LB), bem como já possui a idade também necessária 60 anos, motivo pelo qual se requer a concessão de aposentadoria por idade híbrida, descrita no artigo 48, 3º, da LB 7 DO DIREITO: 71 O artigo 48, caput, da Lei 8213/91, amparado pelo artigo 201, 7º, inciso II, da Magna Carta, estabelece que: Art 48 A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher (grifos nossos) 72 A carência, para o beneficio pleiteado, vem descrita no artigo 25, I, da lei 8213/91, uma vez que a autora completou 60 anos em 2013, sendo de 180 (cento e oitenta) meses 722 Quando se refere em carência, a lei trata do tempo de trabalho ou de contribuição, considerando o que determina o artigo 4º, da EC 20/98: Art 4º Observado o disposto no artigo 40, 10º, da Constituição Federal, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, será contado com tempo de contribuição (grifos nossos)

5 Já os rurais, comprovam a carência através do trabalho rural, segundo o que determinam os 1º e 2º do citado artigo 48, em período imediatamente anterior ao requerimento e em número de meses igual ao da carência para o benefício, tendo uma redução de 5 anos na idade 723 Entretanto, segundo o que dispõe o artigo 55, 2º, da LB, o tempo de trabalho rural não poderia ser contado como carência para somatória com períodos de trabalho urbano para fins de aposentadoria Contava apenas como tempo de trabalho, mas não como carência Todavia, o 3º do artigo 48, introduzido pela Lei 11718/2008, para o caso de aposentadoria por idade, passou a estabelecer que: Os trabalhadores rurais de que trata o 1º deste artigo que não atendam ao disposto no 2º deste artigo, mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias de segurado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher Nesta seara, a partir de tal determinação legislativa, passou-se a considerar o período de trabalho rural na contagem de carência para a aposentadoria por idade, desde que seja considerada a idade do trabalhador urbano, criando-se uma espécie de aposentadoria híbrida E, para tanto, pouco importa em qual trabalho urbano ou rural - o segurado esteja quando completar a idade mínima O artigo 51, 4º, do Decreto 3048/99 (redação dada pelo decreto 6777/2008) é explícito neste sentido:

6 Art 51 () 4º Aplica-se o disposto nos 2º e 3º ainda que na oportunidade do requerimento da aposentadoria o segurado não se enquadre como trabalhador rural (grifos nossos) 724 Assim, no caso dos autos, tendo a autora mais de 60 anos de idade (idade para aposentadoria da trabalhadora urbana), a mesma pode somar o tempo de trabalho com CTPS anotada, com o tempo laborado na lavoura, em regime de economia familiar, a fim de completar a carência necessária para a concessão do benefício pleiteado, mesmo diante do disposto no artigo 55, 2º, da LB, em razão do previsto no 3º, do artigo 48 da mesma lei, a qual, como já afirmado acima, criou uma exceção para a aposentadoria por idade 7241 Veja-se o entendimento da jurisprudência pátria, segundo as decisões do Tribunal Regional Federal da 3º Região: PROCESSO CIVIL AGRAVO DO 1º ART 557 DO CPC APOSENTADORIA COMUM POR IDADE LEI 11718/08 APLICAÇÃO DO ART462 DO CPC JULGAMENTO EXTRA PETITA NÃO OCORRÊNCIA I - A alteração legislativa trazida pela Lei 11718 de 20062008, que introduziu os 3º e 4º ao art 48 da Lei 8213/91, passou a permitir a concessão de aposentadoria comum por idade, àqueles segurados que embora inicialmente rurícolas passaram a exercer outras atividades e tenha idade mínima de 60 anos (mulher) e 65 anos (homem) II - Uma vez que o autor completou 65 anos de idade no curso da ação, e manteve vínculos urbanos, que somados ao período de atividade rural, totalizam o lapso temporal previsto para a concessão de aposentadoria comum por idade, nos termos da novel legislação, inexiste a alegada violação ao

7 comando processual de adstrição ao pedido, uma vez que tal proibição é mitigada pelo próprio art 462 do Código de Processo Civil, ao dispor incumbir ao magistrado considerar fato constitutivo ou modificativo que possa influir no julgamento da lide, mais significativo ainda tendo em vista o caráter social que permeia as ações previdenciárias III - Não se sustenta a tese aventada pela agravante no sentido de que o beneficio previsto no 3º e 4º do art 48 da Lei 8213/91, introduzido pela Lei 11718/2008 somente se aplicaria aos trabalhadores rurais que permaneçam na condição de rurícola até a época do requerimento do beneficio Com efeito, acolhendo-se essa interpretação, a inovação legislativa se esvaziaria de sentido, ante o disposto no 1º do art 48 da referida lei, que propicia a estes trabalhadores condições mais vantajosas, com redução de idade, para a concessão do beneficio de aposentadoria rural por idade IV - Agravo previsto no 1º do art 557 do CPC, interposto pelo INSS, improvido (TRF 3 REGIÃO, DÉCIMA TURMA, AC 00314303820114039999 AC - APELAÇÃO CÍVEL 1665921, RELATOR: Des Fed Sérgio Nascimento, DJ: 17/12/2011) (grifos nossos) E ainda: PROCESSO CIVIL AGRAVO DO 1º ART 557 DO CPC APOSENTADORIA COMUM POR IDADE LEI 11718/08 ATIVIDADE RURAL ANTERIOR A NOVEMBRO DE 1991 LEI11718/08 I - Os documentos que instruíram a inicial foram sopesados segundo o princípio da livre convicção motivada, tendo concluído pela existência de início de prova material do exercício de atividade rural pela parte autora II - A alteração legislativa trazida pela Lei 11718 de 20062008, que introduziu os 3º e 4º ao art 48 da Lei 8213/91, passou a permitir a concessão de aposentadoria comum por idade, àqueles segurados que embora inicialmente rurícolas passaram a exercer outras atividades e tenha idade mínima de 60 anos (mulher) e 65 anos (homem) III - A par do disposto no art 39 da Lei 8213/91 que admite o cômputo de atividade rural para fins de concessão de aposentadoria rural por idade, a

8 Lei 11718/2008 ao introduzir o 3º e 4º ao art 48 da Lei 8213/91 veio permitir a contagem de atividade rural, ainda que posterior a novembro de 1991, para fins de concessão de aposentadoria comum por idade, àqueles que, inicialmente rurícolas, passaram a exercer outras atividades, caso dos autos IV - Agravo previsto no 1º do art 557 do CPC, interposto pelo INSS, improvido (TRF 3ª Região, AC 35627 SP 0035627-3620114039999, DÉCIMA TURMA, relator: Juiz Convocado David Diniz, DJ: 31/01/2012) (grifos nossos) 7242 A renomada jurista previdenciária Adriane Bramante de Castro Ladenthin, em sua obra Aposentadoria por idade (Ed Juruá, 2ª edição, 2011, p 161/162) ensina com excelência a matéria: A partir da Lei 11718/08 o sistema previdenciário brasileiro passou a contar com uma nova modalidade de aposentadoria por idade: a aposentadoria por idade híbrida Nessa nova modalidade de aposentadoria é permitido ao segurado mesclar o período urbano ao período rural para implementar a carência mínima necessária e obter o benefício etário Sem dúvida, um grande avanço em busca da universalidade da cobertura e do atendimento () Tendo o segurado deixado de exercer atividade rural e não implementado o requisito da idade, perderia a qualidade de segurado rural e não poderia mais requerer o benefício eminentemente rural Com a lei em comento, o segurado pode utilizar-se de tempo urbano para completar a carência da aposentadoria por idade rural (grifos nossos)

9 72421 Nesta seara, emérito julgador, observa-se cristalinamente possível a somatória do tempo de atividade rural com o de atividade urbana, para fins de aposentadoria por idade aos 60 anos RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR: DA COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE 74 Já quanto à atividade rural, em regime de economia familiar, realizada pela autora, a mesma deve ser comprovada por início de prova documental, segundo o que determina o 3º do artigo 55, da LB: 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art 108, só produzirá efeito quando baseado em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento (grifos nossos) Pois bem 741 No caso dos autos, a autora pretende o reconhecimento do período de 23/12/1965 à 01/03/2005, e, para tanto, apresenta sua certidão de casamento, datada de 1977, onde consta seu marido como lavrador Destarte, este documento apresentado preenche o requisito de início de prova documental exigido pela legislação vigente, pois é contemporâneo à época pretendida 7411 Quanto à contemporaneidade, deve-se frisar que o próprio requerido aceita documento com data anterior ao período pretendido para tal finalidade, não sendo outro o entendimento esposado no PARECER CJ/MPS 3136, de 23 de setembro de 2003, principalmente por ser notório a falta de documentos quanto aos rurícolas, de forma que não há impedimento para aceitar-se a certidão de casamento da autora, exibido à

10 demanda, como prova da atividade rural familiar do período alegado O citado parecer assim relata: () 57 Assim, sendo este o sentido imediato com que se deve apreender a expressão legal "baseada em início de prova material", e não se podendo olvidar o contexto específico em que se veicula esta consulta - dirigida a casos de comprovação de tempo de atividade rural para fins de concessão, em caráter excepcional, da aposentadoria por idade no valor mensal de um salário mínimo, na forma dos arts 39, I e 143 da Lei nº 8213/91, contexto este inserido em ambiente de notória escassez de formalidade quanto às relações de trabalho no campo -, cremos, smj, que não se pode extrair da lei a exigência de que o início de prova material diga respeito, precisamente, ao período de atividade rural equivalente ao do benefício em questão, bem podendo ser anterior (grifos nossos) Assim, tem-se que, segundo o próprio requerido, o inicio de prova material não necessita ter de todo o período pretendido, o qual poderá ser complementado pela prova oral, como no caso sub judice Este é o mesmo entendimento da TNU, veja-se pela jurisprudência abaixo: TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO PREVIDENCIÁRIO AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL EXISTÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL VALORAÇÃO JURÍDICA DA PROVA TESTEMUNHAL FAVORÁVEL ATRIBUIÇÃO DO EFEITO DE AMPLIAÇÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA DO INÍCIO DE PROVA MATERIAL RECONHECIDO NOS AUTOS 1 É jurisprudência dominante do STJ, aceita por esta TNU, o posicionamento pela ampliação da eficácia probatória do início de prova material decorrente da prova testemunhal favorável Precedentes do STJ (AR 2972/SP e REsp 980762/SP) e da TNU (Processo n 200570510023599 e Processo n 200570510042764) (TNU, autos nº 200770950155480, relatoria do Juiz Federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, publicação no DJ de 05/05/2010)

11 Por tal motivo, editou-se a súmula 14, que assim reza: "Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício" No mesmo sentido é o entendimento do Tribunal Regional Federal da Primeira Região: PREVIDENCIÁRIO AÇÃO DECLARATÓRIA AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL PRELIMINAR DE DECADÊNCIA REJEITADA INÍCIO DE PROVA MATERIAL PROVA TESTEMUNHAL DESNECESSIDADE DE RECOLHIMENTO () 2 Comprovado o exercício de atividade rural através de documentos contemporâneos ao exercício da atividade (certidão de casamento e título de eleitor) e depoimentos testemunhais, faz jus o segurado à averbação do tempo de serviço rural, já preenchido o requisito de início de prova material Precedentes deste Tribunal e do STJ() (TRF 1ª Região, 2ª Turma Suplementar, AC nº 199901000988258-MG, documento: TRF100167238, Relator: Juiz Federal Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes, DJ: 13/05/2004) 742 Com relação aos documentos em nome do esposo que o qualificam como lavrador, a jurisprudência do Tribunal Regional Federal é pacífica no sentido desta situação ser extensível à esposa do mesmo, veja-se: PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR IDADE TRABALHADORA RURAL QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO MARIDO COMO LAVRADOR EM DOCUMENTO EXPEDIDO POR ÓRGÃO PÚBLICO EXTENSÃO À ESPOSA CNIS CARÊNCIA COMPROVADA BENEFICIO DEVIDO TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA I Documentos expedidos por órgãos oficiais, descrevendo a profissão do marido como lavrador, podem ser utilizados como início de prova material, como exige a Lei 8213/91 (artigo 55, 3º) para efeito de comprovar a condição de rurícola da esposa,

12 principalmente se vier confirmada em convincente prova testemunhal II Os depoimentos das testemunhas confirmaram a condição de rurícola da autora III Apesar de constar nos extratos do CNIS que a autora recebe pensão por morte do marido, desde 23/01/2007, como comerciário, que ele possuía vários vínculos urbanos, a partir de 27/09/77, e que recebeu aposentadoria por tempo de contribuição, como comerciário/empregado, de 26/10/93 a 23/01/2007, não restou descaracterizada a sua condição de trabalhadora rural, pois foi cumprida a carência exigida em lei IV Presentes os requisitos do art 461, 3º, CPC, é de ser deferida a antecipação de tutela, para permitir a imediata implantação do benefício V Apelação desprovida Sentença mantida (TRF3, Nona Turma, relatora: Des Fed Marisa Santos, AC 44157 SP 20060399044157-0, julgamento: 12/07/2010) (grifos nossos) 743 Assim, comprovado está o início de prova material necessário para o caso em tela, o qual será ratificado pela prova oral a ser produzida 75 Nesta seara, emérito julgador, tendo a autora o tempo de carência determinado pela legislação pátria, com o reconhecimento do tempo de atividade rural, bem como a idade mínima para o benefício, necessário se faz a concessão da aposentadoria por idade à mesma, por possuir, atualmente, 49 anos 5 meses e 18 dias de trabalho/contribuição 751 Subsidiariamente, caso a prova oral não seja suficiente para comprovar e ampliar - todo o período pretendido de atividade rural, que este seja reconhecido pelo mínimo exigido para atingir a carência de 180 meses - 15 anos - necessária ao benefício (cerca de 3 anos e 6 meses), vez que a autora comprovou que já possui mais de 11 anos de recolhimento previdenciário, através de trabalho celetista, e o documento apresentado é contemporâneo ao período alegado, como já afirmado acima

13 76 Já em relação à data do início do benefício, deverá esta corresponder à data da citação, diante da ausência de prévio requerimento administrativo calculado na forma lei 8213/91, em seu artigo 29, II 77 O valor do benefício deverá ser 771 O fator previdenciário, culto magistrado, deverá incidir, caso seja maior que 1, diante de todo o tempo de rurícola comprovado nesta demanda, bem como por ser opção da autora 78 Por fim, nobre magistrado, requer, outrossim, em sentença, seja concedida a TUTELA ESPECÍFICA DA OBRIGAÇÃO, por se tratar de obrigação de fazer (implantar), com supedâneo no artigo 461, caput e 3º e 5º do CPC ver MP 871/19 781 Requer a fixação do prazo de 30 (trinta) dias a partir da decisão, para a devida implantação, sob pena de multa diária no valor do teto previdenciário, em consonância com o artigo 461, 4º, do CPC 8 DO PEDIDO: à Vossa Excelência: Diante de todo o acima exposto, requer a) primeiramente, com espeque no artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, que seja concedido à requerente os benefícios da Justiça Gratuita, disciplinados pela Lei 1060/50, por ser pessoa economicamente hipossuficiente, na acepção jurídica do termo, não possuindo condições financeiras de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme comprova a declaração de pobreza em anexo; b) ainda, primeiramente, para declarar o interesse de agir da autora e dispensar a necessidade do prévio requerimento administrativo, diante da notória resistência ao pedido, por entender o requerido não ser cabível a modalidade de

14 aposentadoria pretendida, segundo faz prova os documentos em anexos (defesas em processos de igual natureza); c) que seja concedido à autora o benefício da prioridade na tramitação processual, nos termos do artigo 1211-A, CPC, por ser maior de 60 anos, consoante comprova sua identidade em anexo; d) que seja o instituto-requerido citado, nos termos do artigo 221, inciso II, do CPC, haja vista a disposição do artigo 222, alínea c, do mesmo diploma processual civil, ou seja, por Oficial de Justiça, para que responda a presente demanda, se assim desejar, sob pena de confissão e revelia quanto à matéria de fato; e) que seja concedido ao Sr Oficial de Justiça, para efetivação da citação, os benefícios dos artigos 172 e seguintes do CPC; f) que, ao final, seja a presente demanda julgada inteiramente procedente para: (a) primeiramente, reconhecer o tempo de trabalho rural da autora, em regime de economia familiar, no período de 23/12/1965 à 01/03/2005, bem como determinar sua averbação no CNIS da mesma para os devidos fins de direito, sob pena de multa diária; ou, subsidiariamente, que seja reconhecimento o tempo mínimo necessário de atividade rural a completar a carência de 180 meses exigida para o beneficio em questão (cerca de 3 anos e 6 meses); (b) condenar o instituto-requerido a conceder à requerente o benefício de aposentadoria por idade híbrida, mensal e vitalícia, a ser calculado na forma da lei 8213/91, em seu artigo 29, II, LB e com a incidência do fator previdenciário se este for maior que 1; benefício este devido desde a data da citação, acrescido do abono anual, quitando-se as parcelas vencidas de uma única vez, acrescidas de correção monetária e juros de mora nos termos da legislação civil vigente; h) ver MP 871/19: que, ainda, em sentença, concedida a tutela específica da obrigação, nos termos do artigo 461 do CPC, para a implantação imediata, independentemente de interposição de recurso pelo requerido;

15 i) que seja fixado prazo para o cumprimento das medidas acima (letras e e f ), não superior à 30 dias, bem como seja fixada multa diária para o caso de não cumprimento no valor do teto previdenciário, com supedâneo no artigo 461, 4º, do CPC; j) que seja, ainda, o instituto-requerido condenado às verbas de sucumbência, inclusive honorários advocatícios, que deverão ser fixados no patamar de 20% (vinte por cento), calculado sobre o valor das parcelas vencidas até a data da sentença de primeiro grau, nos termos da súmula 111 do STJ 9 DAS PROVAS: Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pela prova documental e oral, cujo rol de testemunhas encontra-se ao final da presente, sem exclusão de qualquer uma que se faça necessária à verdadeira elucidação dos fatos 10 DO VALOR DA CAUSA: Dá-se a causa o valor de R$ 9456,00 (nove mil, quatrocentos e cinquenta e seis reais), nos termos do artigo 259, VI, do Código de Processo Civil Termos em que, Pede e Espera Deferimento Atibaia, ROL DE TESTEMUNHAS: a)