LISTA DE EXERCÍCIOS PARA RECUPERAÇÃO FINAL DE LITERATURA 1ª SÉRIE Professor Antonio Bruno Texto para as questões 1 a 5: Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar sozinho, à noite Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. (Gonçalves Dias) 1. Qual o sentimento do eu lírico em relação à sua terra natal? Retire um trecho do poema que comprove sua resposta. 2. Na segunda estrofe do poema, o eu lírico exalta sua terra, retratando-a como a mais bela e perfeita. Que nome se dá a essa visão exagerada do sentimento nacionalista? Justifique a presença desse elemento na primeira geração romântica.
3. Para diferenciar a literatura brasileira da europeia, os poetas românticos retrataram as belezas naturais brasileiras. Pode-se dizer que as imagens da palmeira e do sabiá sejam a representação da diversidade natural brasileira? Justifique. 4. Que lugares podem ser entendidos como lá e cá? 5. Qual a principal diferença da paisagem apresentada para o bucolismo, característico dos textos árcades? Texto para as questões 6 a 8: Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. Andei longes terras Lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras Dos vis Aimorés; Vi lutas de bravos, Vi fortes escravos! De estranhos ignavos Calcados aos pés.
E os campos talados, E os arcos quebrados, E os piagas coitados Já sem maracás; E os meigos cantores, Servindo a senhores, Que vinham traidores, Com mostras de paz. 6. Retire do poema um trecho em que fica evidente a idealização do índio, visto como herói na poesia romântica. 7. Além de idealizar o índio, Gonçalves Dias valorizou a natureza e a cultura indígena. Que expressões do texto comprovam esta afirmação? 8. Justifique a escolha do índio como representante da identidade brasileira na primeira geração romântica. Texto para as questões 9 a 11: MEUS OITO ANOS Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é lago sereno, O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado, A vida um hino d'amor! Que aurora, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d'estrelas, A terra de aromas cheia As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minhã irmã! Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Da camisa aberta o peito, Pés descalços, braços nus Correndo pelas campinas A roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis! Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava às Ave-Marias, Achava o céu sempre lindo. Adormecia sorrindo E despertava a cantar!... Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras A sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu) 9. Neste poema da segunda geração romântica, o eu lírico expressa uma saudade em relação a uma certa época da vida. De que época se trata? Retire expressões do poema que comprovem sua resposta. 10. Podemos afirmar que o eu lírico é pessimista em relação ao presente? Justifique. 11. Casimiro de Abreu é poeta da segunda geração romântica. Mesmo assim, esse poema não apresenta temas ligados à morte ou ao sofrimento profundo. Entretanto, o escapismo (fuga da realidade) romântico se faz presente. Explique de que forma o poeta busca afastar-se da realidade. 12. Explique a denominação Mal-do-século dada aos poetas da segunda geração da poesia romântica brasileira. Texto para as questões 13 e 14: Idéias Íntimas (Parte XIV) Parece que chorei. Sinto na face Uma perdida lágrima rolando... Satã leve a tristeza! Olá, meu pajem, Derrama no meu copo as gotas últimas Dessa garrafa negra... Eia! bebamos! És o sangue do gênio, o puro néctar Que as almas de poeta diviniza, O condão que abre o mundo das magias! Vem, fogoso Cognac! É só contigo Que sinto-me viver. Inda palpito, Quando os eflúvios dessas gotas áureas Filtram no sangue meu correndo a vida, Vibram-me os nervos e as artérias queimam
Os meus olhos ardentes se escurecem E no cérebro passam delirosos Assomos de poesia... Dentre a sombra Vejo num leito d'oiro a imagem dela Palpitante, que dorme e que suspira, Que seus braços me estende... Eu me esquecia: Faz-se noite, traz fogo e dous charutos E na mesa do estudo acende a lâmpada... (Àlvares de Azevedo) 13. Cansado de sofrer e da dor que sente, o eu lírico busca afastar-se da realidade de que forma? 14. Retire do poema um trecho relacionado à espiritualização (sublimação) da figura feminina.