1 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
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- Silvana Campos Carneiro
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1 o Vamos ler o haicai Depois de uma noite de chuva O ar lavado de azul Primeiras flores da nespereira. Gotas de sol Nos plátanos O haicai é uma modalidade poética originária do Japão, que prima principalmente por sua brevidade, pela clareza e por ser estritamente objetivo. Estes poemas são construídos com apenas três linhas na primeira e na derradeira aparecem cinco caracteres japoneses, correspondentes as nossas tradicionais sílabas; sete sinais definem o segundo verso. Asas de luz verde. Pássaros na nespereira. Demora o mundo A acordar. Primeiros latidos do cão. Silêncio Na nespereira. João Pedro Mésseder In À noite as estrelas descem do céu 1 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
2 o Vamos ler o haicai Flor entre as folhas Do livro - Ou asa de borboleta? Flor entre as folhas O haicai é uma modalidade poética originária do Japão, que prima principalmente por sua brevidade, pela clareza e por ser estritamente objetivo. Estes poemas são construídos com apenas três linhas na primeira e na derradeira aparecem cinco caracteres japoneses, correspondentes as nossas tradicionais sílabas; sete sinais definem o segundo verso. Do livro. De que longínqua montanha vieste? Flor entre as folhas Do livro. Há quantos anos te escondi? João Pedro Mésseder In À noite as estrelas descem do céu 2 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
3 o Vamos ler o haicai Búzio dormindo na areia; No ouvido O acalento das ondas. Sobre as águas Cai o silêncio O haicai é uma modalidade poética originária do Japão, que prima principalmente por sua brevidade, pela clareza e por ser estritamente objetivo. Estes poemas são construídos com apenas três linhas na primeira e na derradeira aparecem cinco caracteres japoneses, correspondentes as nossas tradicionais sílabas; sete sinais definem o segundo verso. E um lento navio é possível. João Pedro Mésseder In À noite as estrelas descem do céu 3 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
4 CORTAR Cortaram uma árvore E a terra chorou Cortaram outra árvore E a terra chorou E tantas árvores mais E a terra chorou Chorar tanto também cansa Quem pode enxugar as lágrimas Da terra cansada? Nem as mãos de uma criança In As Fadas Verdes 4 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
5 Que o silêncio Verde Da floresta Não saiba nunca O silêncio Negro Das cinzas In As Fadas Verdes 5 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
6 AMOR Mãe, as flores adormecem Quando se põe o Sol! Filha, para as adormecer Canta o rouxinol Mãe, as flores acordam Quando nasce o dia! Filha, para as acordar Canta a cotovia Mãe, gostava tanto de ser flor! Filha, eu então seria uma ave In O Livro da Tila 6 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
7 HISTÓRIA DO SENHOR MAR Deixa contar Era uma vez O Senhor Mar Com muita onda Com muita onda E depois? E depois Ondinha vai Ondinha vem Ondinha vai Ondinha vem E depois A menina adormeceu Nos braços de sua mãe In O Livro da Tila 7 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
8 Vinte meninas, não mais Eu vi ali no beiral: Tinham cabecinha preta E branquinho o avental. Vinte meninas, não mais, Eu vi ali no muro: Tinham cabecinha preta Vestidinho azul-escuro. Vinte meninas, não mais, No alto da ramaria: Tinham cabecinha preta, Peúga de fantasia. Vinte meninas, não mais, Na torre acima de tudo: Tinham cabecinha preta E capinha de veludo. As minhas vinte meninas, Capinhas dizendo adeus, Chegaram na Primavera A acenarem lá dos céus. ( ) In O Livro da Tila 8 Biblioteca Escolar Ana Saldanha
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