Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 7

Documentos relacionados
TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ

Vistos, relatados e discutidos esses autos de apelação cível nº , em que é apelante Camila Vitoria Oliveira Batista da Silva.

I EXPOSIÇÃO DOS FATOS

RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

A assinatura do autor por ANTONIO CARLOS CHOMA:8838 é inválida

AGRAVANTE: JILSAINE APARECIDA SOARES RELATOR: Juiz Gil Francisco de Paula Xavier Fernandes Guerra (Substituindo o Des.

EMENTA. Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE.

I - Trata-se de apelação cível interposta contra sentença (ref. mov. 28.1) prolatada em ação de transcrição de assento de casamento, autos nº

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.126

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Sétima Câmara Cível

A C Ó R D Ã O Nº (N CNJ: ) COMARCA DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº , da Vara de Registros Públicos e

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 8

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Décima Primeira Câmara Cível

APELAÇÃO PROVIDA. A C Ó R D Ã O. Vistos, relatados e discutidos os autos.

APELAÇÃO CÍVEL EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA INVERSA.

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

RELATOR: Desembargador MÁRIO HELTON JORGE

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Gabinete Desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis

A assinatura do autor por IVANISE MARIA TRATZ MARTINS:15222 é inválida

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 9

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

APELAÇÃO CÍVEL N (NPU: ) JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS E CORREGEDORIA DO FORO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

A assinatura do autor por ANA LUCIA LOURENCO:7865 é inválida

ACÓRDÃO. São Paulo, 12 de abril de Salles Rossi Relator Assinatura Eletrônica

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE

APELAÇÃO CÍVEL Nº ( ) COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. 2ª Turma Cível. Órgão

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

REGINA MOCELLIN DOS REIS RELATORA: DESª DENISE KRÜGER PEREIRA

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

JURISPRUDÊNCIA (Tribunal de Justiça do Estado de Goiás)

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 8

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS Gabinete da Desa. Maria das Graças Pessôa Figueiredo

Relatório. Estado do Paraná

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ

<CABBCCBDAABCACBCABBCBACCBBCAADCADABAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça 1ª Câmara Especial

RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. VISTOS, examinados e discutidos estes autos de

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Vistos, relatados e discutidos estes autos de. APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n /8-00, da Comarca de

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Décima Quinta Câmara Cível

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CÍVEL N.º /01, DA COMARCA DE BARRACÃO JUÍZO ÚNICO EMBARGANTE:

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores NATAN ZELINSCHI DE ARRUDA (Presidente sem voto), MAIA DA CUNHA E TEIXEIRA LEITE.

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

Apelação Criminal nº , oriundo do Juizado Especial Criminal da Comarca de Curitiba.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Dados Básicos. Ementa

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 7

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário. 3ª Câmara Cível - Recife. Rua do Brum, 123, 4º andar, Recife, RECIFE - PE - CEP: F:( )

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

APP SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA NO PARANÁ. DES. CARLOS EDUARDO ANDERSEN ESPÍNOLA. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA.

APELANTE: DORVALINA BIANCO SCHLICKMANN. 1º OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DE FRANCISCO BELTRÃO. RELATOR: Desembargador MÁRIO HELTON JORGE

A C Ó R D Ã O Nº (Nº CNJ: ) COMARCA DE PASSO FUNDO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

CCM Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE JACAREZINHO VARA DE REGISTROS PÚBLICOS

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Superior Tribunal de Justiça

Nº COMARCA DE SÃO GABRIEL A C Ó R D Ã O

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores TORRES DE CARVALHO (Presidente) e ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

/004 <CABBCADCABDACABAADDADBAACBCCABABDACAADDABACAD>

Gabinete Desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis APELAÇÃO CÍVEL Nº ( )

AGRAVO N.º /03, DA DÉCIMA OITAVA VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA DES.ª VILMA RÉGIA RAMOS DE REZENDE

Tribunal Regional Federal da 3ª Região

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) DE ANÁPOLIS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

Gabinete do Desembargador Carlos Escher

Apelação Cível n , de Videira Relator: Des. Joel Dias Figueira Júnior

SUMÁRIO. (Gerado automaticamente pelo sistema.) Doc. 1-04/05/ VOTO Pagina 2. Doc. 2-04/05/ EXTRATO DE ATA Pagina 6

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores RICARDO FEITOSA (Presidente) e FERREIRA RODRIGUES.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Nesses termos, pede deferimento. Local e data. Advogado... OAB...

18 a CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA APELAÇÃO CÍVEL N o 11496/08 RELATOR : DES.JORGE LUIZ HABIB

Transcrição:

Certificado digitalmente por: ANTONIO DOMINGOS RAMINA JUNIOR APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.642.398-8, DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS E ANEXOS. APELANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ APELADA: LEILA CRISTINA SANTOS RELATOR: DES. ROBERTO ANTONIO MASSARO REL. CONV.: JUIZ ANTONIO DOMINGOS RAMINA JUNIOR APELAÇÃO CÍVEL RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL PRENOME DO GENITOR DA AUTORA, JÁ FALECIDO JESUZ GRAFADO COM A LETRA Z MERO ERRO MATERIAL NÃO DEMONSTRAÇÃO TITULAR DO PRENOME QUE, EM VIDA, TINHA CIÊNCIA DO ERRO DE GRAFIA, MAS NUNCA QUIS RETIFICÁ-LO OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE REGISTRAL ARTIGOS 57 E 58 DA LEI 6.015/1973 MEDIDA EXCEPCIONAL, QUE EXIGE MOTIVAÇÃO QUE A JUSTIFIQUE INEXISTÊNCIA, NA CASUÍSTICA SENTENÇA REFORMADA RECURSO PROVIDO Página 1 de 7

Apelação Cível nº 1.642.398-8 2 VISTOS, relatados e discutidos estes autos de apelação nº 1.642.398-8, da Vara de Registros Públicos e Anexos do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, em que é Apelante Ministério Público do Estado do Paraná, figurando como Apelada Leila Cristina Santos. 1. Relatório Trata-se de Apelação Cível interposta contra a sentença proferida nos autos de Ação de Retificação de Registro Civil (autos nº 0000024-96.2016.8.16.0179), ajuizada por Leila Cristina Santos, por meio da qual o Juízo a quo julgou procedente o pedido para retificação junto aos assentos de nascimento, casamento com averbação do divórcio e óbito de seu genitor Darci de Jesuz Santos, para que passe a constar Darci de Jesus Santos, corrigindo a grafia z para s no prenome Jesuz. Apela o Ministério Público do Paraná, aduzindo, preliminarmente, que é nula a sentença, vez que proferida por Juízo absolutamente incompetente. Indica que em nenhum momento o Decreto Judiciário nº 444-D.M. autorizou o Projeto Justiça nos Bairros a analisar pedidos de alteração de nome, como é o caso da sentença recorrida, sendo absolutamente incompetente referido Juízo para análise de matéria que verse sobre alteração de registro civil. No mérito, alega que claramente a autora pretende a alteração do nome de seu genitor e não a retificação deste. Afinal, em nenhum momento ficou comprovado erro no nome dele em sua certidão de nascimento. Defende que pela certidão de nascimento acostada aos Página 2 de 7

Apelação Cível nº 1.642.398-8 3 autos, verifica-se que o nome colocado no pai da requerente no momento de seu registro foi Darci de Jesuz Santos, possuindo seu nome um prenome composto, de modo que Jesuz foi o segundo nome dado a ele, não se tratando de nome de família. Ainda, que na própria audiência a requerente confirmou que seu pai, quando em vida, jamais quis alterar seu nome, o que demonstra que ele entendia que seu nome foi uma deliberação de seus pais, não se tratando de erro. Assevera assim, que faltam motivos para a mudança do nome do genitor da requerente e que esta sequer teria legitimidade para alterar o nome de pessoa já falecida. Remetidos a esta instância, a douta Procuradoria Geral de Justiça, por meio do parecer de fls. 11/13-TJ, manifestou-se pelo conhecimento e provimento do Apelo. Em seguida, vieram-me conclusos os autos. É o relatório. 2. Voto. Presentes os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade recursal, deve o presente Apelo ser conhecido e, no mérito, provido. Acerca da preliminar de incompetência do Projeto Justiça no Bairro para a análise do pedido em apreço, não se pode olvidar que o Decreto Judiciário nº 444-D.M. deste Tribunal de Justiça, ampliou a competência dos juízes atuantes nesse Projeto para a análise dos pedidos de retificação de assento de registro civil de pessoas naturais, nos termos do elencado nos arts. 109 e 110 da Lei de Registros Públicos. Infere-se do Termo de Audiência juntado à sequência 1.6, que em 27/11/2015, através do Projeto Justiça no Bairro, foi deferida a retificação do nome do genitor da Apelada, de Jesuz, para que passasse a Página 3 de 7

Apelação Cível nº 1.642.398-8 4 constar Darci de Jesus Santos. O pedido, assim, foi de retificação de registro e seu deferimento foi motivado justamente na correção ou retificação do suposto erro de grafia, atuando o Projeto de acordo com o estabelecido no supramencionado Decreto Judiciário. Demais disso, como bem apontado no parecer de fls. 12/13, considerar a incompetência (...) do Projeto Justiça nos Bairros para análise do pedido de retificação, o qual, aos olhos do Promotor de Justiça, se trata de alteração, desencontra as balizas que orientam a instituição do próprio projeto, contrariando, até mesmo, os princípios da celeridade e eficácia da tutela jurisdicional. Diante disso, revela-se plenamente possível e razoável que o pedido da apelada fosse analisado dessa forma, não devendo ser reconhecida a incompetência absoluta arguida. Deste modo, não deve ser acolhida a preliminar aqui arguida. No mérito, defende o Promotor de Justiça Recorrente que não se trata de mera retificação do nome, mas de verdadeira alteração do prenome do ascendente da Autora e que ela não teria legitimidade para deduzir tal pretensão em favor de seu genitor. Pois bem, consta na ata da audiência realizada no Projeto Justiça no Bairro que todos os documentos do senhor Darci possuíam a grafia de seu segundo prenome com Z, ou seja, Jesuz, de modo que seus registros de nascimento, de casamento, de averbação do divórcio, dentre outras, apresentavam referida grafia. Consta ainda da ata que o genitor da Apelada, mesmo sabendo desse suposto erro de grafia, nunca manifestou qualquer interesse em retificá-la. De se destacar que o nome do genitor da apelada era Darci de Jesuz Santos, não se tratando Jesuz de nome de família, mas sim de duplo prenome, escolhido por seus genitores. Ainda, como consignado na ata, não se demonstrou que o sr. Darci, quando em vida, tenha manifestado Página 4 de 7

Apelação Cível nº 1.642.398-8 5 qualquer interesse na retificação na grafia de seu nome Jesuz. Não se sabe, portanto, se seus pais, quando do registro, escolheram, intencionalmente, o nome Jesuz para o Sr. Darci, ou, até mesmo, se este, ciente do suposto erro de grafia, optou por mantê-lo até mesmo como um diferencial para seu nome. Frise-se que a Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/1973), dentre outras garantias, é regida pelo princípio da imutabilidade, de modo que o nome, em regra geral, é definitivo. Demais disso, o nome é direito personalíssimo, ou seja, que integra a personalidade, assim, qualquer ação que vise sua alteração, ainda que sob forma retificadora, só pode ser intentada motivadamente, nos termos do artigo 57 da referida Lei: Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. Deste modo, e como dito acima, o titular do nome que aqui se busca retificar, Sr. Darci, não se preocupou em retificá-lo quando em vida, como indicado por sua filha, ora Apelada, e consignado na ata da audiência, razão pela qual, ressalvada motivação convincente justificando pretendida retificação, que na hipótese inexistira, não era o caso de se deferir o pedido. Acerca do aqui exposto: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PROCEDIMENTO VOLUNTÁRIO -RETIFICAÇÃO DO NOME - INVERSÃO DA ORDEM DOS PATRONÍMICOS DA Página 5 de 7

Apelação Cível nº 1.642.398-8 6 FILHA - MERA INSATISFAÇÃO DOS GENITORES - MOTIVAÇÃO IRRELEVANTE - PLEITO INDEFERIDO 1. O nome é a forma de individualização da pessoa, importando em sua identificação frente às obrigações da vida civil. 2. O registro do nome do filho no assento civil decorre de simples opção dos genitores, mas a retificação posterior, para inversão do patronímico, demanda prova de situação excepcional, a justificar o pleito. Inteligência do art. 57 da Lei 6.015/1973. 3. A insatisfação dos pais quanto à ordem de registro dos sobrenomes materno e paterno da filha não constitui motivo relevante e excepcional a justificar o pleito retificatório. 4. Recurso não provido. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.16.070199-1/001, Relator(a): Des.(a) Lílian Maciel Santos (JD Convocada), 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 23/02/0017, publicação da súmula em 24/02/2017) Diante do exposto, dou provimento ao apelo para o fim de se julgar improcedente o pedido de retificação, mantendo-se a grafia do nome do genitor da Apelada inalterada. Página 6 de 7

Apelação Cível nº 1.642.398-8 7 3. Dispositivo. ACORDAM os Senhores Magistrados integrantes da Décima Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso de Apelação, nos termos do voto do Relator. A Sessão foi presidida pelo Excelentíssima Senhora Desembargadora IVANISE MARIA TRATZ MARTINS, com voto, e também acompanhara o voto do Relator o Excelentíssimo Senhor Desembargador MARQUES CURY. Curitiba, 24 de maio de 2017. Juiz ANTONIO DOMINGOS RAMINA JUNIOR Relator Convocado Página 7 de 7