Desastres naturais em Santa Catarina: Histórico de ocupação nas áreas mais afetadas



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Transcrição:

Curso de Multiplicadores em Gestão de Riscos de Desastres Naturais Desastres naturais em Santa Catarina: Histórico de ocupação nas áreas mais afetadas Maria Lúcia de Paula Herrmann Profª do Depto de Geociências da UFSC) Florianópolis, 22 a 26 de fevereiro de 21 Desastres Naturais em Santa Catarina são causados pelas adversidades atmosfericas,, caracterizadas pelos elevados totais pluviométricos que provocam inundações, escorregamentos e quedas de blocos, pelos prolongados meses de estiagens e pelas tempestades severas,, que geram vendavais, granizos, tornados e marés s de tempestades. Além m disso, em março o de 24 ocorreu o episódio inédito no Brasil, o Furacão Catarina. Essas ocorrências deixam comumente, um grande número n de desabrigados e mortos, de residências destruídas, das, prejudicam a agricultura, pecuária e a infra- estrutura pública p dos municípios afetados. 1

Desastres Naturais - período de 198 a 27 1229 ocorrências de inundações graduais, (IG) 71 de inundações bruscas, (IB) 14 de escorregamentos, (ESC) 78 de estiagens, (ES) 422 de granizos, (GR) 549 de vendavais (VE) e 43 de tornados. (TOR) A partir de 1998, foram computados 28 de marés s de tempestade, (MA) No ano de 24 o inédito episódio do Furacão Catarina. Fig. 1- Demonstrativo dos totais das principais ocorrências de desastres naturais no Estado de Santa Catarina (198 a 27) (Herrmann Org. (27) Número de Ocorrências 14 12 1 8 6 4 2 IG IB ESC ES GR VE TOR MA Desastres Naturais - Municípios do Estado de Santa Catarina classificados com frequência (Muito Alta) de Desastres Naturais no período 198 a 27. 3/3/21 4 Fonte: Elaborado com base em Herrmann et al., (27). 2

Inundaç Inundações graduais Ocorre quando... as águas elevam-se de forma paulatina e previsível; mantêm-se em situação de cheia durante algum tempo, e, a seguir escoam-se gradualmente. 3 25 Freqüência anual Média 25 2 Freqüência 15 1 5 15 1 5 198 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 199 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2 21 22 23 Freqüência 2 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 3

4

Inundaç Inundações bruscas Popularmente conhecida como enxurrada, está associada a chuvas convectivas intensas e concentradas, que ocasionam o aumento súbito e violento do nível das águas. 14 16 Freqüência anual Média 14 12 8 1 Freqüência 1 6 8 6 4 4 2 2 23 22 2 21 1999 1998 1996 1997 1995 1993 1994 1992 1991 199 1988 1989 1987 1986 1984 1985 1983 1982 1981 198 Freqüência 12 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 5

Dentre os países Ibero- Americanos o Brasil é o país s que mais sofre a falta de gestão de riscos por inundações e escorregamentos Até 21 o Brasil urbano registrava perdas por inundações de U$ 1 bilhão /ano, e em 24 de U$ 3 bilhões/ano. Os Impactos comprometeram,8% do Pib. A falta de mecanismos de prevenção aumenta custos devido aos deficits de saneamento e de infra -estrutura. No Estado de Santa Catarina, no período de 2 a 23 as inundações trouxeram prejuízos de U$ 255.128.953,, causaram 15 mortes e deixaram mais de 13. desabrigados. (Herrmann( Herrmann, org.. inédito). Somatória dos prejuízos provocados pelas inundações 2 a 23 2 Inundações Associado a outros eventos Inundações graduais R$ 9.348.341, R$ 642.429,41 Inundações bruscas R$ 27.917.981,7 R$ 1.513.223, 21 Inundações Associado a outros eventos Inundações graduais R$ 36.21.62, R$ 17.18.28, Inundações bruscas R$ 86.633.688,75 R$ 24.47.321, 22 Inundações Associado a outros eventos Inundações graduais R$ 7., - Inundações bruscas R$ 29.325.852, R$ 2.428.32, Inundações graduais 23 Inundações Associado a outros eventos Inundações graduais R$ 16.666, - Inundações bruscas R$ 35.55.362,2 R$ 33.751.537,62 inundações bruscas 4 9 Prejuízos Estimados (Milhões de Reais ) 35 3 25 2 15 1 5 Prejuízo Estimado (Milhões de Reais) 8 7 6 5 4 3 2 1 2 21 22 23 2 21 22 23 6

CONDICIONANTES INUNDAÇÕES FATORES NATURAIS Pluviometria; Relevo; Tamanho e forma da bacia; Gradiente hidráulico do rio; Dinâmica de escoamento pluvial. FATORES ANTRÓPICOS Impermeabilização dos terrenos; Obras e intervenções estruturais diversas ao longo dos cursos d água; Erosão e assoreamento. Modificações no hidrograma pela impermeabilização da bacia Escorregamentos Os escorregamentos (slides) representam a classe mais importante dentre todas as formas de movimento de massa - fenômeno relacionado com o processo natural de evolução das vertentes - comumente denominados de deslizamentos, desmoronamentos, quedas de barreira e desbarrancamentos, os quais referem-se, ao rápido movimento descendente de material inconsolidado ou intemperizado sobre um embasamento saturado de água, podendo inclusive, incluir as corridas de terra e de lama (earth flow e mud flow) e fluxo de detritos (debris flow). Freqüência 2 18 16 14 12 1 8 6 4 2 Freqüência anual Média Freqüência 3 25 2 15 1 5 198 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 199 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2 21 22 23 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 7

CONDICIONANTES CONDICIONANTES NATURAIS DOS ESCORREGAMENTOS Caracterí Características de solos e rochas Relevo (inclinaç (inclinação, forma de encosta) Vegetaç Vegetação Clima e ní nível d água água CONDICIONANTES ANTRÓ ANTRÓPICOS DOS ESCORREGAMENTOS Cortes e aterros Desmatamento Lanç Lançamento de água servida em superfí superfície Fossas sanitá sanitárias Lixo e entulho Cultivo inadequado 8

Dentre os países Ibero- Americanos o Brasil é o país s que mais sofre a falta de gestão de riscos por inundações e escorregamentos Até 21 o Brasil urbano registrava perdas por inundações de U$ 1 bilhão /ano, e em 24 de U$ 3 bilhões/ano. Os Impactos comprometeram,8% do Pib. A falta de mecanismos de prevenção aumenta custos devido aos deficits de saneamento e de infra -estrutura. No Estado de Santa Catarina, no período de 2 a 23 as inundações trouxeram prejuízos de U$ 255.128.953,, causaram 15 mortes e deixaram mais de 13. desabrigados. (Herrmann( Herrmann, org.. inédito). Estiagem Anomalia temporária ria originada pela deficiência na precipitação durante um longo período de tempo, geralmente por uma estação do ano ou mais.. 12 1 8 Freqüência anual Média 14 12 1 Freqüência 6 4 Freqüência 8 6 4 2 2 198 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 199 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2 21 22 23 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 9

Prejuízos econômicos estimados para as ocorrências de estiagens no período 2-23. Em 24 o prejuízo foi superior = R$ 482. 277 942,67 2 2 2 4 Mesorregião Estação Prejuzos R$ Mesorregião Estação Prejuzos R$ Oeste Catarinense (98) Ver/Inv 227.684.812,89 Oeste Catarinense (73) Ver/Out 335.317.564, Serrana (3) Ver/Inv 6.531.875, Serrana (11) Ver/Out 94.665.88, Sul Catarinense (1) Ver/Inv 2.611., Vale do Itajaí (15) Ver/Out 52.755.29,67 25 Prejuízo Estimado (Milhões de Reais) 2 15 1 5 2 21 22 23 Granizo Granizo é definido como precipitação em forma de esfera ou pedaços irregulares de gelo, que possui, convencionalmente, um diâmetro mínimo de 5 mm. (GLICKMAN, 2) Freqüência 4 35 3 25 2 15 1 5 Freqüência anual Média Freqüência 9 8 7 6 5 4 3 2 198 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 199 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2 21 22 23 1 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 1

Vendaval deslocamentos violentos de ar, na forma de rajadas, de uma área de alta pressão para outra de baixa pressão, associados a tempestades severas,os quais podem gerar sérios danos e prejuízos, como destelhamentos e destruição de edificações, quedas de árvores e postes de energia elétrica, destruição de plantações e, ocasionalmente, feridos e mortes (CASTRO, 23). Quando essas tempestades ocorrem de forma isolada, apresentam diâmetros inferiores a 25 km e duração de uma a duas horas, podendo gerar precipitações intensas, granizo, vendavais e tornados (AYOADE, 22). Além disso, esses fenômenos também podem ocorrer associados a outros sistemas atmosféricos, como sistemas frontais, sistemas convectivos de mesoescala, ciclones extratropicais e tropicais (furacões) (VIANELLO e ALVES, 1991; AYOADE, 22). Os ciclones extratropicais mais severos geralmente apresentam ventos com intensidade que variam entre 89 a 117 km/h. A partir desta intensidade, independente do tipo de fenômeno atmosférico, os ventos adquirem intensidade e poder de destruição semelhantes aos de furacões (COCH, 1994; SPARKS, 23). 11

vendavais de maior magnitude Às maiores freqü freqüencias (classe Muito Alta) estão todos localizados no Oeste Catarinense. Catarinense. Isso ocorre devido à atuaç atuação dos CCMs que ai atuam principalmente durante a primavera Feveiro de 1984, 1984, no municí município de Brusque (Vale do Itajaí Itajaí), que deixou 2. desabrigados. Dezembro de 1987, 1987, acompanhado de granizo, no municí município de Campo Erê (Oeste Catarinense) que deixou 7.45 desabrigados. Novembro de 1998, 1998, no municí município de Caç Caçador, deixando 3.66 desabrigados. RessaltaRessalta-se que todos esses eventos geraram vultosos prejuí prejuízos aos municí municípios afetados. Joaç Joaçaba,1998 aba,1998 Meleiro, 22 12

8 7 6 5 Freqüência anual Média 89 79 69 59 Freqüência 4 3 Freqüência 49 39 2 29 19 1 9 198 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 199 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2 21 22 23-1 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. TORNADO O tornado é considerado uma das mais violentas perturbações atmosféricas. Corresponde uma intensa coluna de ar giratória em contato com a superfície terrestre, pendente de uma nuvem cumulifome e, freqüentemente (mas não sempre) visível como uma nuvem funil (GLICKMAN, 2). Os tornados podem ser classificados segundo o local de ocorrência: -Tromba d água (water spout), quando ocorrem em superfície aquosa, como lagos, rios e oceanos; T -Tornados, quando ocorrem na superfície terrestre (GLICKMAN, 2). As trombas d águas geralmente são menos intensas, mais frequentes e comuns do que os tornados 13

23 22 21 2 1999 1998 5 4 Freqüência 9 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 199 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 198 Freqüência TORNADO 1 Freqüência anual Média 9 8 8 7 6 7 6 3 2 5 4 3 1 2 1 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 14

Houve registros de ocorrências de tornados em todas as mesorregiões do estado. Alguns municípios tiveram maior número de registros desse fenômeno, destacando-se: Xanxerê, Florianópolis, Canoinhas, entre outros. Dentre os episódios de tornados de maior magnitude ocorridos em Santa Catarina destacam-se o de Maravilha e São Joaquim, que foram classificados como F3. O episódio de Maravilha ocorreu em outubro de 1984 causando 5 vítimas fatais, aproximadamente 2 feridos e 5 desabrigados. O tornado no município de São Joaquim deixou 5 vítimas fatais, 8 feridos e 38 desabrigados. De acordo com Marcelino (23). As Figuras mostram a seqüência de formação de uma tromba d água ocorrida em São Francisco do Sul, litoral norte catarinense, em janeiro de 1996. vendavais e tornados set 29 Santa Catarina registrou 74 municípios em Situação de Emergência por causa dos eventos adversos ocorridos no Estado no dia 8 de setembro 29. Destes, 65 estão incluídos, por vendaval ou temporal. Os demais, Araranguá, Balneário Gaivota, Içara, Imaruí, Meleiro, Orleans, Praia Grande, Três Barras e Turvo, decretaram após esta data por enxurrada. Além das cidades com decretação, outras 8 foram afetadas pelas chuvas da última semana, totalizando 82 municípios atingidos. Desabrigados e desalojados - o número de pessoas desabrigadas e desalojadas nesta terça, conforme novo relatório da Defesa Civil Estadual é de 1.887 desabrigados e 9.765 desalojados em todo o Estado. 15

Maré de tempestade, ( ressaca ) É um tipo de inundação costeira causada pela sobre-elevação do nível do mar durante eventos de tempestade. Ela resulta do empilhamento da água oceânica induzido pelo cisalhamento do vento e pela presença de gradientes de pressão atmosférica (CARTER, 1988). Região Sul do Brasil, as marés de tempestade ocorrem durante a passagem de sistemas atmosféricos intensos como as frentes polares atlânticas e os ciclones extratropicais. Sobre-elevações excepcionais ocorrem durante tempestades intensas associadas a marés de sizígia. Durante tais eventos a elevação do nível do mar causada pela maré de tempestade (maré meteorológica), somada aos níveis extremos de maré de sizígia (maré astronômica), pode causar inundações severas nas comunidades costeiras (WHITEHOUSE e BURTON, 1999). No estado de Santa Catarina, Truccolo (1998) observou, para um período de cinco meses de monitoramento em São Francisco do Sul, uma sobreelevação máxima de 115 cm devido à componente meteorológica da maré associada a ventos incidentes do quadrante sul. 16

No período de 1997 a 23 foram identificados 26 registros de marés s de tempestade.. Entre 2 e 23, as marés s de tempestade deixaram nove municípios em estado de emergência, um em estado de calamidade pública, p 84 desabrigados, 219 desalojados, 1.9 afetados. A frequência anual de marés s de tempestadesindica média de 3,7mares de tempestades por ano. O pico verificado em 21 esteve relacionado ciclone extratropical intenso nso em condição de maré de sizígia A frequência mensal de marés s de tempestades,, destaca o mês de maio como o mais intenso. mais severo dos últimos 2 anos., onze municípios foram atingidos, deixando o de Barra Velha em estado de calamidade pública p e os municípios Bal.. Barra do Sul, Bal. Camboriú,, Bombinhas, Itapema, Itapoá e Navegantes em estado de emergência. Muitos desses municípios apresentam grandes concentrações urbanas na orla marítima, expondo casas, prédios, estradas, infra-estrutura urbana a estas adversidades. 1 4 16 1 2 F re q ü ê n c ia a n u a l M é d ia 14 1 12 Freqüência 8 6 4 Freqüência 1 8 6 2 4 2 1997 1998 19 99 2 21 22 2 3 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Bombinhas,maio de 21 Itapoá, maio de 21 17

Furacão Catarina Nos dias 27 e 28 de març março de 24 a região sul de Santa Catarina foi afetada por um fenômeno atmosfé atmosférico atí atípico, denominado como Furacão Catarina,. Conforme publicado no Jornal da Ciência nº nº. 282, de 1 de julho de 25, os pesquisadores concluí concluíram que o Catarina foi classificado como um furacão, apesar de não ter apresentado caracterí características tí típicas durante o seu processo de formaç formação. Na noite do dia 27/3/4 e madrugada do dia 28/3/4, o Catarina atingiu a costa catarinense e gaú gaúcha causando danos intensos, tí típicos de um furacão.foram relacionados às edificaç edificações (casas, galpões, estufas, postos de gasolina, etc.), infrainfra-estrutura urbana (rede elé elétrica, telefonia, estradas, etc.), agricultura (milho, arroz, banana, etc.), flora e fauna, alé além de afetar milhares de pessoas. 18

Classe Muito Alta Alta Média Baixa Características Danos generalizados, com destruição de muitas casas de madeira e de tijolos. Grandes árvores tombadas e quebradas. Perda total na agricultura. Destruição de telhados, danos estruturais nas edificações. Muitas árvores tombadas e quebradas. Destelhamentos freqüentes entes e destruição de algumas estufas e galpões. Poucas árvores tombadas.grandes perdas na agricultura. Perdas de algumas telhas (destelhamento leve). Muitos galhos de árvores quebrados. As maiores perdas foram na agricultura. 19

Na Fig.1a,1b danos sobre as edificações. Fig. 1c e 1d representam os danos nas estufas de fumo, Nas Fig.2.a e 2b casas de madeira; (c) casa de tijolo; e (d) casa de alvenaria. O número total de edificações danificadas e destruídas- 53.728 e 2.194, respectivamente corresponde a 36,4% do total de edificações existentes na área afetada pelo furacão. (a) (b) (a) (b) (c) (d) (c) (d) Sistemas atmosféricos que desencadearam os principais desastres naturais entre 1981 98-24 As inundações graduais geralmente ocorrem associadas a sistemas atmosféricos que, necessariamente, não apresentam intensas instabilidades convectivas. Entretanto, estes sistemas são caracterizados por permanecerem estacionados durante vários dias sobre uma mesma região do estado produzindo chuvas contínuas. Esse é o tipo de desastre natural mais comum em Santa Catarina, com destaque para as ocorrências nos seguintes anos: 198, 1981, 1982, 1983, 1984, 1986, 1987, 1989, 199, 1991, 1992, 1993, 1995, 1996, 1997 e 1999. Granizos, vendavais, inundações bruscas e tornados geralmente originam-se de sistemas atmosféricos semelhantes, pois necessitam de instabilidades atmosféricas intensas para ocorrerem. Os anos que se destacaram com relação às ocorrências de granizos foram: 1981, 1987, 1988, 1991, 1997 e 23; vendavais: 1987, 1998 e 23; inundações bruscas: 1985, 1989, 1991, 1994, 1995, 1997, 1998, 2, 21, 22 e 23. As marés de tempestades geralmente atingem com maior intensidade o litoral catarinense. Quando os sistemas atmosféricos que desencadeiam esse tipo de fenômeno ocorrem, também podem desencadear vendavais e inundações costeiras. O ano de 21, ocorreu um evento que atingiu praticamente todo o litoral catarinense. As estiagens são marcadas por um período de escassez ou ausência de chuvas, podendo provocar grandes prejuízos quando essa condição perdura ao longo de vários meses. Os anos que se destacaram 2

Desastres Naturais - Novembro de 28 mapa do Estado de Santa Catarina-BR, destacando a bacia do rio Itajaí Baixo vale da bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu. Fonte: REFOSCO, 23. Elaboração: Soraia L. Porath,,S/d 21

Desastres Naturais Novembro de 28 No Alto Vale a drenagem encontra-se encaixada formando pequenos Canyons com alta velocidade de escoamento, intenso poder erosiva e grande capacidade de transporte de sedimentos; Os altiplanos estão esculpidos sobre rochas sedimentares paleozóicas (argilitos, siltitos folhelhos e arenitos) e mesozóicas (arenitos Botucatu e basalto Serra Geral). No Médio Vale a ação da drenagem não é tão intensa, quanto a do Alto Vale, onde as rochas sedimentares existentes foram erodidas anteriormente aflorando rochas metamórficas nas suas margens; No Baixo vale, ocorre o alargamento da planície sedimentar com altitudes muitas vezes abaixo de 1m, onde a drenagem apresenta baixa capacidade erosiva, menor velocidade de escoamento, baixa capacidade de transporte de sedimentos, surgindo as várzeas e as planícies de aluvião. As serras litorâneas são esculpidas sobre rochas mais antigas do embasamento. As rochas magmáticas e metamórficas pré-cambrianas do embasamento geológico (Complexo Luiz Alves, Grupos Brusque e Itajaí, e granitos intrusivos diversos) constituem o substrato geológico da parte oriental da bacia. 3/3/21 43 A Bacia Hidrografia do Rio Itajaí Itajaí com uma área de aproximadamente 15 Km2 corresponde a maior bacia hidrográ hidrográfica da vertente atlântica de Santa Catarina, ocupando, uma total de 16,15% do Estado (Frank e Pinheiro, Pinheiro, 23 MESORREGIÃO IV VALE DO ITAJAÍ 59 59 69 69 São Francisco do Sul 6 5 7 7 Blumenau Itajaí Rio do Sul 4 % 3 2 Florianópolis Lages 1 MESORREGIÃO IV VALE DO ITAJAÍ Carta Imagem do Satélite Landsat 7 ETM+ Fusão dos canais visível, infravermelho e pancromático IG N 25 km 25 IB ESC ES GR VE TOR 5 km Projeção Universal Transversa de Mercartor Datu m W GS 84 Fonte do Mosaico: U.S. Geolo gical Survey Desastres Naturais Total: 674 22

Desastres Naturais Novembro de 28 no mês de novembro de 28 as chuvas foram excepcionais, com totais pluviométricos mensais desde então nunca antes registrados para o Estado, deixando mais de 5 municípios da zona costeira em estado de emergência, sendo que dez decretaram calamidade pública. Na escala mensal os maiores volumes de chuva acumulados foram verificados no Vale do Itajaí e no Litoral Norte, com totais de : 1143 mm em São Francisco do Sul, 94 mm em Joinville, 912,4mm em Blumenau, 88 mm em Itapoá e 687,3mm em Itajaí. Em relação à climatologia do mês de novembro, as chuvas acumuladas no Litoral Norte e Vale do Itajaí, estiveram entre 35 e 4% acima do esperado, e aproximadamente 27% acima da média climatológica na região da Grande Florianópolis Recordes de novembro de 28, comparados com julho/1983 e outros meses. Maria Assunção F. Silva Dias e colaboradore (http://www.catastrofesnaturais.sc.gov.br/ 23

/ Recordes de novembro e respectivos anos de ocorrência (estações da Epagri e ANA - Agência Nacional de Águas). Maria Assunção F. Silva Dias e colaboradores (http://www.catastrofesnaturais.sc.gov.br ( Segundo Ciram/Epagri Epagri-SC,, (28), os maiores volumes de chuva acumulados em 24 horas ocorreram em: São Francisco do Sul (295,6mm), Blumenau (337,4mm e 283,1mm), Balneário Camboriú (252,4mm e 233,8mm), Joinville (232,1mm), Itapoá ( 213,2mm e 195mm), Luis Alves (192,6mm), Itajaí (186,7mm) e Florianópolis (16,1mm)., num único dia choveu mais do que a média mensal. O total acumulado dos dias 21 a 25 de novembro foi de 523,9 mm. E mensal ao redor de 1.mm 24

Os totais de chuva horária ria podem ser classificados, de um modo geral, em: Chuva fraca (entre,25 mm/hora e 1, mm/hora) Chuva moderada (entre 1 e 4 mm/hora) Chuva forte (entre 4 e 16 mm/hora) Chuva muito forte (entre 16 e 5 mm/hora) Chuva extrema (mais de 5 mm/hora) Maria Assunção F. Silva Dias e colaboradore (http:// http://www.catastrofesnaturais.sc.gov.br www.catastrofesnaturais.sc.gov.br/ Recordes diários de novembro e respectivas datas de ocorrência - dia/ano -(estações Epagri e ANA). Maria Assunção F. Silva Dias e colaboradores (http://www.catastrofesnaturais.sc.gov.br/ 25

Recordes diários de novembro de 28, comparados com julho/1983 e outros meses. Maria Assunção F. Silva Dias e colaboradore (http://www.catastrofesnaturais.sc.gov.br/ Números do Desastre de Santa Catarina- Nov. 28: 117 óbitos 32 desaparecidos 21.269 desabrigados 47.895 desalojados Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina, 3/12/ 8. 26

Números do Desastre de Santa Catarina: VITIMAS FATAIS Brusque: 1 Gaspar: 16 Blumenau: 24 Jaraguá do Sul: 13 Pomerode: 1 Bom Jardim da Serra: 1 Luís Alves: 1 Rancho Queimados: 2 Ilhota: 37 Benedito Novo: 2 Rodeio: 4 Itajaí: 2 São Pedro de Alcântara: 1 Florianópolis: 1 Timbó: 1 T O T A L: 117 Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina, 3/12/ 8. atualizado dia 5/3/9. 2.637 desabrigados e 9.39 desalojados, totalizando 12.27 Registros 135 ÓBITOS e 2 desaparecidos. A entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) destacou o evento climático no País como um dos mais sérios do ano no mundo. Os estragos provocados pela chuva em Santa Catarina foram os piores em um século na região, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Para Michel Jarraud, secretário-geral da OMM, as enchentes foram "excepcionais". Sabemos que as mudanças climáticas vão tornar eventos como esse cada vez mais intenso' alertou Jarraud (Diário catarinense) 27

As causas da chuva episódio nov 28 Resultado de uma combinação de sistemas de diferentes escalas espaciais e temporais. No aspecto global, os meses de setembro, outubro e novembro, assim como as primeiras semanas de dezembro, foram caracterizados pela presença de fortes anomalias de pressão atmosférica, de sinal alternado, em praticamente todo o hemisfério sul Durante os meses de setembro até 19 de novembro de 28, as chuvas ocorreram de forma continua, e de intensidade moderada a forte em alguns momentos, m provocando a saturação do solo. No dia 19 de novembro a circulação marítima (predomínio de ventos de leste), favorecida pela atuação de um sistema de alta pressão centrado no Atlântico, transportou umidade do mar para o continente em níveis n próximos à superfície, resultando em tempo instável com chuva persistente da Grande Florianópolis ao Litoral Norte, no Médio M e no Baixo Vale do Itajaí Açu. Entre os dias 21 e 23/11/28 um vórtice v ciclônico,, sistema de baixa pressão em médios níveis n da atmosfera, intensificou a instabilidade e a nebulosidade.. A chuva passou de moderada a forte de maneira contínua, nua, ampliando rapidamente as áreas inundadas ao que se somaram a centenas de deslizamentos nas encostas e elevação rápida r do nível n dos rios com transbordamentos e inundações a partir do 3/3/21 55 dia 22/11/28. (MINUZZI, R. e CAMARGO, C. 28) Anomalias de pressão atmosférica na superfície do mar, em hpa, com respeito à normal climatológica (1961-199) no período de setembro, outubro e novembro de 28. As áreas com cores quentes indicam a presença de anomalias positivas de pressão, vinculadas à ocorrência de sistemas de alta pressão (anticiclones) de bloqueio. Maria Assunção F. Silva Dias e colaboradore (http://www.catastrofesnaturais.sc.gov.br/ 28

O termo bloqueio é utilizado quando áreas de alta pressão (que podem perdurar durante vários dias ou, inclusive, semanas) são muito intensas e estáveis, e bloqueiam o deslocamento de sistemas meteorológicos como as frentes frias, que são responsáveis pelas variações das condições de tempo. Quando um bloqueio atmosférico se estabelece, as condições do tempo persistem quase sem variações até que o sistema se desloca ou dissipa. A localização do anticiclone de bloqueio no oceano Atlântico (com ventos que giram no sentido anti-horário no Hemisfério Sul, determinou a ocorrência de ventos de leste sobre boa parte da costa da Região Sul. Esses ventos, devido à orientação Norte-Sul da costa, incidiram mais diretamente sobre o litoral de SC, transportando, portanto, a umidade típica do oceano para o continente. Os ventos persistentes e úmidos vindos do mar foram levantados pela serra catarinense causando o esfriamento e a condensação do ar. Como consequência disso, chuvas de fraca ou moderada intensidade atingiram continuamente a região litorânea de SC. Número de catástrofes naturais (EM-DAT, 25) e de danos produzidos pelos mesmos no mundo durante período de 195-2. (Munich RE, 25) 29

Número de deslizamentos na Itália (Guzzetti y Tonelli, 24) e tendencias para os grandes tipos de catástrofes naturais no mundo (EM- DAT, 25). As projeções de cenários de mudanças as climáticas para o século s XXI indicam -aumento da incidência de fenômenos extremos de precipitação para Santa Catarina. tendências sugerem: -aumento nos extremos de chuva e não de chuvas distribuídas das regularmente no tempo e espaço -aumento na frequência e intensidade de eventos de chuva no sudeste da América do Sul. 3

RISCOS NATURAIS: NTERAÇÃO ENTRE DINÂMICA NATURAL E AÇÃO A ANTRÓPICA -Riscos de movimentos de massa Processo natural de evolução das vertentes, podem envolver a movimentação de pequenas partículas, até à queda de blocos e, ainda, fluxos lamacentos. Os movimentos rápidos r escorregamentos, solifluxão,, etc.) ocorrem nos períodos de abundante precipitação ão. Fatores de suscetibildade natural: Hidroclimáticas ticas- A infiltração, resultante da precipitação, ativa a circulação subterrânea, que se escoa entre a rocha, inalterada e os depósitos sobrejacentes. Quando estes caudais subterrâneos são elevados e associados à água infiltrada pela chuva, podem contribuir para a fluidificação dos depósitos sobrejacentes e criar condições para o seu deslizamento, que muitas vezes se prolonga para jusante j através de fluxos lamacentos. (Pedrosa et. al.. 21) 31

Movimentos de massa induzidos pela ação humana: Nos cortes de vertentes com solos profundos, com fluxo subterrâneo interrompido, por muros, paredes, manta de concreto; Nas sequências de cortes e aterros conjugados em vertentes muito o inclinadas, que possibilitam ultrapassar o limite natural de estabilidade. Nos morros e cabeceiras de drenagens com alta densidade de barrancos ancos e favelas, onde não háh prevenção com as águas servidas, que tendem a saturação do solo. Nos cortes em baixa vertentes com solos saturados pelas águas do freático cujo fluxo subterrâneo é interrompido por muros de arrimo, gabiões,, concreto atirantado. Remoção da cobertura vegetal, que origina a exposição do solo, perda da estrutura superficial e o aumento da infiltração; Vazamento na rede de abastecimento de água, de esgoto e presença a de fossas que propiciam a saturação do solo e criação de fluxos subterrâneos; Execução deficiente de aterros, quanto a compactação, sobre canais de drenagens, ou com deficiência de drenagens internas e superficiais; is; Lançamento amento de entulho e lixo nas encostas cujo material heterogéneo possibilita armazenar água durante as chuvas e se instabilizar; Vibrações produzidas por explosões e circulação de tráfegos pesados Mineração, entre outros. Planejamento territorial, onde se analisam os fatores fisicos naturais e socioeconomico da área. ( Análise ) Se determinam as formas de uso mais corretas e necessárias (diagnóstico ) Estabelecimento de normas que regularizem os usos (recomenda( recomendação) Para ordenação,manejo e gestão 32