I iiiiii li 1111 mil um um mu mu mi mi

Documentos relacionados
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO MARTÔNIO PONTES DE VASCONCELOS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

I iiiiii uni um uni um um uni um MI m

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

i mm um um mu um um mu mu mi m * *

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

, da Comarca de Carapicuíba, em que é paciente. JEFFERSON SOARES DE MACEDO, Impetrantes GABRIELA CAROLINA

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. Hermann Herschander RELATOR Assinatura Eletrônica

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO HABEAS CORPUS N /MT

I miii mil mil mil um mi um mi mi m

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

Registro: ACÓRDÃO

ANDRE MENDONCA MACIEL A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ADEMIR BENEDITO (VICE PRESIDENTE) (Presidente) e XAVIER DE AQUINO (DECANO).

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Quinta Câmara Criminal

HABEAS CORPUS CRIME ALEGAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ANTE A DUPLICIDADE DE

ANDERSON BAGE FONTOURA A C Ó R D Ã O

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores VICO MAÑAS (Presidente) e JOÃO MORENGHI. São Paulo, 12 de setembro de 2018.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Supremo Tribunal Federal

SlPt. - mm um um,,, n... um um mu.,... ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

AGRAVO EM EXECUÇÃO. JUÍZO DA EXECUÇÃO DO TOTAL DA PENA EM REGIME FECHADO. DETENÇÃO E DE RECLUSÃO. CUMPRIMENTO DA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

HABEAS CORPUS Nº PR (2018/ )

Agravante: MINISTÉRIO PÚBLICO Agravado: FLÁVIO RODRIGUES SILVA Relator: DES. ANTONIO JOSÉ FERREIRA CARVALHO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL

<CABBCBBCCADACABAADBCAADCBAACDBBAACDAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Supremo Tribunal Federal

<CABBCBBCCADACABACBBCDAAADCDAABDAABCAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

I iiim uni mil mil um um um um mi m

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO. : SP ANTONIO ROVERSI JUNIOR (Int.Pessoal)

: DESEMBARGADORA FEDERAL ASSUSETE MAGALHÃES

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

A C Ó R D Ã O. ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

ESTUDO DE TÉCNICA REDACIONAL DA PEÇA

Superior Tribunal de Justiça

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Agravo de Execução Penal n , de Curitibanos Relator: Desembargador Ernani Guetten de Almeida

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

4ª CÂMARA CRIMINAL RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO Nº DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DE FOZ DO IGUAÇU RECORRENTE: RECORRIDA:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SÃO PAULO

HC 5538-RN ( ). RELATÓRIO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

i mm um mi um um um um mi nu m

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS SÃO PAULO RELATOR :MIN. LUIZ FUX PACTE.(S) :GERSINO DONIZETE DO PRADO IMPTE.(S) :MARCO AURELIO PINTO

Supremo Tribunal Federal

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO GALIZIA (Presidente), ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ E TERESA RAMOS MARQUES.

PODER JUDICIÁRIO ACÓRDÃO * *

República Federativa do Brasil, sua retroação em prejuízo da situação anterior, mais benéfica (CF, art. 5, inc. XL).

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança nº , da Comarca de São Paulo, em

11/09/2017 PRIMEIRA TURMA : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Agravante: MINISTÉRIO PÚBLICO Agravado: OTHONIEL LULINI Relator: DES. ANTONIO JOSÉ FERREIRA CARVALHO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

DO RIO DE JANEIRO 2ª CÂMARA CRIMINAL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

RELATOR: DES. ANTONIO LOYOLA VIEIRA.

A C Ó R D Ã O Nº (N CNJ: ) COMARCA DE ENCANTADO PACIENTE HELIO HENRIQUE SANTOS HENNIKA

DLDT Nº (N CNJ: ) 2014/CRIME AGRAVO EM EXECUÇÃO. VISITA POR

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

<CABBCBBCCADACABCABBCAADDABCACBACDBAAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

@ (PROCESSO ELETRÔNICO) SBN Nº (Nº CNJ: ) 2018/CRIME

: : BIANCA PINTO FERREIRA

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEWTON NEVES (Presidente), ALMEIDA TOLEDO E PEDRO MENIN.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Segunda Câmara Cível Mandado de Segurança nº

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

05/02/2013 SEGUNDA TURMA : MIN. GILMAR MENDES TERRITÓRIOS

Supremo Tribunal Federal

Transcrição:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO 17 ACÓRDÃO T DE A1V^- JUST, Ç A DE SÃO PAULO ACORDAO/DECISAO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N I iiiiii li 1111 mil um um mu mu mi mi Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus n 0149992-21.2012.8.26.0000, da Comarca de Bauru, em que é paciente ÁLVARO SIDNEI SGAETE e Impetrante MARIO LÚCIO PEREIRA MACHADO. ACORDAM, em 16 a Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "POR MAIORIA DE VOTOS CONCEDERAM A ORDEM, VENCIDO O 2 o JUIZ, DES. OTÁVIO DE ALMEIDA TOLEDO. DECLARA O VOTO CONVERGENTE O 3 o JUIZ, DES. PEDRO MENIN.", de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores PEDRO MENIN (Presidente) e OTÁVIO DE ALMEIDA TOLEDO. São Paulo, 23 de outubro de 2012. BORGES PEREIRA RELATOR

16 a CÂMARA CRIMINAL HABEAS CORPUS n 0149992-21.2012 COMARCA: Bauru IMPETRANTE: MÁRIO LÚCIO PEREIRA MACHADO PACIENTE: ÁLVARO SIDNEI SGAETE Voto n : 17.360. Habeas Corpus - Falta Grave - Desobediência do reeducando que estava fora de seu domicílio após às 22:00 horas (Monitoramento eletrônico) - Pleiteia o restabelecimento do regime semiaberto do reeducando, sem prejuízo da condenação pela prática de falta grave com base no postulado da irretroatividade da Lei Penal e, a concessão da ordem a fim de que seja declarada a inconstitucionalidade da Lei 12.258/10 - Conduta não punível - O descumprimento das condições impostas na autorização de saída temporária, por si, não está tipificado como falta disciplinar de natureza grave, na medida em que não se insere no rol taxativo do art. 50, da Lei de Execuções Penais, ou no art. 52, do mesmo diploma legal - Condenado por delito praticado anterior à publicação da Lei n 12.258/2010 - Apesar de perfeitamente cabível a utilização de equipamentos eletrônicos para monitoramento dos reeducandos, mesmo aqueles condenados por delitos cometidos anteriormente à vigência da Lei n 12.258, de 15 de junho de 2.010, tal ordenamento não pode retroagir para impor penalidades a referidos sentenciados - Não violação a princípios constitucionais, pela aplicação da Lei n. 12.258/10, na utilização da pulseira ou da tornozeleira eletrônica - CONCEDE-SE A ORDEM de habeas corpus rogada em favor de ÁLVARO SIDNEI SGAETE, para afastar o reconhecimento da falta disciplinar de natureza grave, bem como a determinação do reinicio dos períodos aquisitivos para progressão de regime prisional, restabelecendo-se o regime semiaberto. O Defensor Público Dr. MÁRIO LÚCIO PEREIRA MACHADO, impetra o presente "habeas corpus\ com pedido de liminar, em benefício de ÁLVARO SIDNEI SGAETE, apontando como autoridade coatora o MM. Juiz de Direito da 1 a Vara das Execuções

Criminais da Comarca de Bauru. Argumenta o D. impetrante, em síntese, que o paciente foi beneficiado com a saída temporária do dia dos pais/2011, e, segundo consta na comunicação de evento, estava fora de seu domicílio após as 22 horas. Aduz que o MM. Juiz de Direito, determinou a regressão do paciente ao regime fechado. Esclarece que a r. decisão do Magistrado fundamentou-se na Lei 12.258/10, que instituiu o monitoramento eletrônico nas hipóteses de saída temporária. Entende que referidos efeitos não poderiam incidir no caso em comento, eis que o sentenciado cumpre pena por delitos praticados anteriormente à vigência da referida Lei. Acresce que o monitoramento eletrônico na fase processual-executiva configura bis in idem. Entende que se trata de reformatio in pejus, o monitoramento imposto a quem praticou o crime antes da data de sua entrada em vigor. Assevera que não se pode impor fiscalização por meio da monitoração eletrônica à saída temporária conferida aos condenados por crimes ocorridos antes da entrada em vigor da Lei n 12.258, de 15 de junho de 2010. Cita Doutrina e Jurisprudência para embasar sua pretensão. Requer liminarmente, o imediato restabelecimento do regime semiaberto do reeducando, sem prejuízo da condenação pela prática de falta grave com base no postulado da irretroatividade da Lei Penal e, a concessão da ordem a fim de que seja declarada a inconstitucionalidade da Lei 12.258/10. A liminar foi indeferida (fls. 30/32), a D. autoridade coatora prestou informações (fls. 35) e a N. Procuradoria Geral de Justiça opinou pela denegação da ordem (fls. 39/42). RELATADOS. O paciente cumpre pena de 07 (sete) anos de reclusão, tendo iniciado o cumprimento da repri menua eiii 28.11.2008, com término previsto para 27.11.2015 (fls. 26). Habeas Corpus n 0149992-21.2012 - Bauru (MA). <.

No gozo do regime de semiliberdade, sob controle de monitoramento da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Noroeste acusou que o reeducando estava fora de seu domicílio após às 22:00 horas, descumprindo "Portaria da Saída Temporária do Dia dos Pais/2011" e acionou a Polícia Militar que deteve o reeducando e posteriormente foi apresentado no CPP de Bauru por volta das 13:00 horas pelos policiais. Diante da desobediência do reeducando o senhor Diretor do Centro de Segurança e Disciplina determinou a retirada do equipamento que o reeducando usava e sua remoção cautelar para o CDP de Bauru, onde deverá aguardar em trânsito o término da sindicância administrativa instaurada (fls. 16). Em razão dessa conduta, nos termos do artigo 146-C, parágrafo único, inciso I, da Lei 12.258, de 15 de junho de 2010, o D. Juízo da Execução, por decisão de 03 de abril de 2012, determinou a regressão do sentenciado ao regime fechado, com fulcro no artigo 118, I, da Lei de Execuções Penais e a retificação dos cálculos apenas para fins de progressão de regime. Conforme se nota, a regressão ao regime fechado, decorreu do descumprimento de condição da saída temporária sob monitoramento eletrônico. No entanto, apesar de perfeitamente cabível a utilização de equipamentos eletrônicos para monitoramento dos reeducandos, mesmo aqueles condenados por delitos cometidos anteriormente à vigência da Lei n 12.258, de 15 de junho de 2.010, tal ordenamento não pode retroagir para impor penalidades a referidos sentenciados. Conforme v. Acórdão com voto vencedor do E. Desembargador Souza Nucci, nos autos do Habeas Corpus n 0073368-62.2011.8.26.0000, julgado por esta C. Câmara: ^ J í Habeas Corpus n 0149992-21.2012 - Bauru (MA). *<*C>>** \ \

"(-- ) verifica-se ter a Lei em questão, ao regular os deveres do reeducando em relação â monitoração eletrônica, incluído normas referentes ã regressão de regime. Ora, a alteração do regime de cumprimento de pena é matéria puramente penal, dizendo diretamente com o grau de restrição de liberdade a que se sujeita o reeducando, vez ser o regime fechado cumprido em estabelecimento de segurança máxima ou média, enquanto o semiaberto é cumprido em colônia industrial ou agrícola (art. 33, I o, CP). Tal medida, portanto, por versar sobre matéria penal, não pode alcançar fatos anteriores à entrada em vigor da lei prejudicial, sob pena de ofender o princípio da I e i irretroatividade da I e i penal". No caso dos autos, o paciente cumpre pena pelos delitos praticados em 26.09.2004, 05.08.2007, 23.06.2007 e 17.07.2007 (fls. 17/25), ou seja, anteriormente à publicação da Lei n 12.258/2010, não podendo, portanto, ser regredido por ter praticado a conduta prevista no artigo 146-C de referido ordenamento. Nesse sentido: EXECUÇÃO PENAL - Falta grave - Não caracterização - Alegado descumprimento de uma das condições impostas em saída temporária, monitorada eletronicamente por tornozeleira - Preso que não teria permanecido no endereço declinado durante todo o período de saída temporária - Caso que não se enquadra nas hipóteses de regressão de regime - Ordem concedida (TJSP, 2 a C. Direito Criminal, HaMhs Habeas Corpus n 0149992-21.2012 - Bauru (MA)../

Corpus n. 0045184-96.2011.8.26.0000, rei. Des. Teodomiro Méndez, julgado em 23/05/2011 - grifo no original). Note-se que o D. Magistrado regrediu o sentenciado ao regime fechado e determinou a retificação de cálculos, observando que a interrupção se fará somente para fins de progressão de regime. Ocorre que a hipótese dos autos está especificada pela Lei n 12.258/2010 - utilização do monitoramento eletrônico - para vigiar indiretamente os reeducandos nas saídas temporárias, suas condições e deveres dos condenados, bem como eventuais punições, devendo ela ser observada em face do princípio da especialidade. De outro lado, o descumprimento das condições impostas na autorização de saída temporária, por si, não está tipificado como falta disciplinar de natureza grave, na medida em que não se insere no rol taxativo do art. 50, da Lei de Execuções Penais, ou no art. 52, do mesmo diploma legal. Registre-se que o art. 146-D, da Lei de Execuções Penais, ao dispor sobre as causas de revogação da monitoração eletrônica, no inc. II, elenca a violação dos deveres a que estiver sujeito o sentenciado durante a monitoração eletrônica e a prática de falta grave, de modo que a primeira situação, à evidência, não se insere na falta disciplinar de natureza grave. Ademais, com a devida vênia, não vislumbro na utilização da pulseira ou da tornozeleira eletrônica violação a princípios constitucionais, sendo que a aplicação da Lei n. 12.258/10 a Habeas Corpus n 0149992-21.2012 - Bauru (MA). A-

sentenciados condenados por crimes cometidos antes de sua vigência não caracteriza aplicação retroativa de lei mais gravosa. Na verdade, a monitoração eletrônica tem suas vantagens não só para o Poder Fiscalizador, mas também para os sentenciados, sendo certo que nada mais é do que um substitutivo da fiscalização pessoal exercida pela polícia. E, se o sentenciado a ela se submeter corretamente, não terá qualquer restrição descabida ao desfrutar tal benefício. Por fim, eventual caracterização de falta disciplinar de natureza média ou leve, que, a teor do art. 49, da LEP, disciplina pela legislação estadual, deverá ser objeto de apreciação em primeiro grau de jurisdição. Isto posto, CONCEDE-SE A ORDEM de habeas corpus rogada em favor de ÁLVARO SIDNEI SGAETE, para afastar o reconhecimento da falta disciplinar de natureza grave, bem como a determinação do reinicio dos períodos aquisitivos para progressão de regime prisional, restabelecendo-se o regime semiaberto. Habeas Corpus n 0149992-21.2012 - Bauru (MA). 6

TRIBUNAL DE JUSTIÇA 16 a Câmara de Direito Criminal Habeas Corpus n 0149992-21.2012 Comarca: Bauru - I a Vara das Execuções Criminais Impetrante : Mário Lúcio Pereira Machado Paciente: ÁLVARO SIDNEI SGAETE (ÁLVARO SIDINEY SGAETE) Declaração de voto convergente Voto n 14.297 Ementa: Habeas Corpus - Monitoramento eletrônico - Paciente no gozo do regime semiaberto que descumpriu a Portaria da saída temporária por estar fora do domicílio após as 22 horas - Reconhecimento da conduta como falta grave - Inadmissibilidade - Lei n 12.258, de 15 de junho de 2010, não pode retroagir para penalizar sentenciados que cometeram delitos anteriormente a citada lei - Irretroatividade da lei - Impossibilidade - Ordem concedida para que seja restabelecido o regime semiaberto ao paciente. Trata-se de Habeas Corpus impetrado pelo eminente Defensor Público Mário Lúcio Pereira Machado, em nome de ÁLVARO SIDNEI SGATE, alegando, em síntese, que o paciente está sofrendo constrangimento ilegal por parte do respeitável Juízo de Direito da I a Vara das Execuções Criminais de Bauru, vez que determinou a sua regressão ao regime fechado, com base no artigo 118, I, da Lei de Execuções Penais e a retificação dos cálculos para fins de progressão de regime. Sustenta o impetrante que o paciente foi beneficiado com a saída temporária do dia dos Pais/2011, mas, conforme comunicação de evento permaneceu fora de seu domicílio após as 22 horas. Aduz, ainda, que a respeitável decisão se baseou na Lei 12.258/2010, porém esta norma não poderia incidir no caso em tela, vez que o paciente cumpre pena por delitos praticados anteriormente a sua vigência. Ressaltou que o monitoramento eletrônico imposto a quem praticou crime antes da data de sua entrada em vigor, configura reformatio in pejus, motivo porque se socorre deste Egrégio Tribunal de Justiça, para que lhe seja restabelecido o regime semiaberto.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA 16 a Câmara de Direito Criminal Indeferida a liminar (fls. 30/32), vieram as informações solicitadas (fls. 35), além do respeitável parecer da douta Procuradoria Geral de Justiça, no sentido de se denegar a presente ordem impetrada (fls. 39/42). É o relatório do essencial. Em que pese a admiração que tenho pelo ilustre Desembargador Relator Borges Pereira, acompanho a solução do voto apresentado, mas divirjo de seu conteúdo. Isto porque, o paciente foi condenado a cumprir 07 anos de reclusão, com início do cumprimento da pena em 28/11/2008 e com término marcado para 27/11/2015 (fls. 26). Segundo comunicado do evento, em 20/08/2011, o controle de monitoramento da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Noroeste acusou que o reeducando estava fora de seu domicílio após 22:00 horas, descumprindo a "Portaria da Saída Temporária do dia dos Pais/2011 e acionou a polícia militar que o deteve e posteriormente foi apresentado no CPP de Bauru por volta das 13:30 horas por policiais. Em decorrência disso, o Magistrado da Execução, por decisão de 03/04/2012, determinou a regressão do sentenciado/paciente ao regime fechado, com base no artigo 118, inciso I, da LEP e retificação dos cálculos. Apesar da possibilidade de ser utilizado o equipamento eletrônico para monitorar condenados, inclusive para aqueles por delitos cometidos anteriormente à vigência da Lei n 12.258, de 15 de junho de 2010, é certo que tal norma não pode retroagir para penalizar o sentenciado, ou seja, quando ocorrer violação dos deveres nela previstos acarreta a regressão do regime. Nesse teor temos o venerando Acórdão do Desembargador Guilherme Nucci, nos autos do Habeas Corpus n 0073368-62.2011.8.26.0000, in verbis: "... verifica-se ter a Lei em questão, ao regular os deveres do reeducando em relação à monitoração eletrônica, incluído normas referentes à regressão de regime. Ora, a alteração do regime de cumprimento de pena é matéria puramente penal, dizendo diretamente com o grau de restrição a que se sujeita o reeducando, vez ser o regime fechado cumprido em estabelecimento de segurança máxima ou média,

TRIBUNAL DE JUSTIÇA 16 a Câmara de Direito Criminal enquanto o semiaberto é cumprido em colônia industrial ou agrícola fart.33, l,cp). Tal medida, portanto, por versar sobre matéria penal, não pode alcançar fatos anteriores à entrada em vigor da lei prejudicial, sob pena de ofender o princípio da lei irretroatividade da lei penal". Desse modo, tal medida não pode ser aplicada no caso em análise, pois versa matéria penal, a qual não pode alcançar fatos anteriores à entrada da lei prejudicial, sob pena de ofender o princípio da irretroatividade. O paciente cumpre pena por delitos praticados em 26/09/2004, 05/08/2007 e 23/06/2007, antes da publicação da Lei n 12.258/2010, não podendo, assim, ser regredido por ter praticado conduta prevista no parágrafo único, do artigo 146-C, inciso I, da Lei 12.258/2010. Portanto, deve ser afastado o reconhecimento da falta grave, bem como a regressão de regime, consequentemente seu restabelecimento ao regime semiaberto. Ante o exposto, pelo meu voto, concedo a ordem para afastar o reconhecimento da falta grave, bem como a regressão de regime, nos termos acima mencionados. LjJÍzAgujtfê-MEN IN "Desembargador 3