Apelação Criminal n , de São João Batista Relator: Des. Carlos Alberto Civinski

Documentos relacionados
APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Agravo de Execução Penal n , de Curitibanos Relator: Desembargador Ernani Guetten de Almeida

APELAÇÃO CÍVEL Nº SOROCABA. APELANTES e reciprocamente APELADOS:

Superior Tribunal de Justiça

Apelação Criminal n Relator: Desembargador Sidney Eloy Dalabrida

Apelação ns , , CDA , de Joinville Relator: Desembargador Francisco Oliveira Neto

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Câmara Cível A C Ó R D Ã O

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ (Presidente) e TORRES DE CARVALHO.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL Nº RECUSA DE LIGAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. FUNDADA NA ALEGAÇÃO DE LOTEAMENTO IRREGULAR. IMPOSSIBILIDADE.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C DANO MORAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TELEFONIA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 4 de maio de 2017.

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS Gabinete da Desa. Maria das Graças Pessôa Figueiredo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Apelação Criminal n , de Blumenau Relator: Desembargador Rui Fortes

R E L A T Ó R I O O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO

RIO GRANDE ENERGIA S A

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Sorocaba, em que é

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Recurso Em Sentido Estrito n , da Capital Relator: Desembargador Volnei Celso Tomazini

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

Relatório. Estado do Paraná

Apelação Criminal n , da Capital Relator: Desembargador Alexandre d Ivanenko

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

Superior Tribunal de Justiça

JF CONVOCADO ANTONIO HENRIQUE CORREA DA SILVA em substituição ao Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 5ª Câmara de Direito Público

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Apelação Criminal n , de Ascurra Relator: Des. Sérgio Rizelo

Superior Tribunal de Justiça

Apelação Cível n , da Capital Relator: Des. Henry Petry Junior

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** QUINTA TURMA ***

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO MENIN (Presidente), SYDNEI DE OLIVEIRA JR. E ROBERTO MORTARI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

V - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ACR) :

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ALEX ZILENOVSKI (Presidente sem voto), ALMEIDA SAMPAIO E FRANCISCO ORLANDO.

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

O apelado em contrarrazões manifestou-se pelo não provimento do recurso interposto, e consequentemente manutenção da sentença (fls. 280/282).

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

MARCIAL LUCAS GUASTUCCI A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 37ª Câmara de Direito Privado

RELATÓRIO A EXMA. SRA. DESEMBARGADORA FEDERAL LEIDE POLO:

CLEVERSON AUGUSTO FLORES BRUM. Vistos, relatados e discutidos os autos.

MUNICIPIO DE OSORIO A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

I iiiiii uni um uni um um uni um MI m

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

BANCO BRADESCARD S A EDSON CARDOSO DO CARMO A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Autos: ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo Autores: SINDIPROESP e APESP Ré: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Vistos, relatados e discutidos os autos. 1

29/09/2017 SEGUNDA TURMA : MIN. GILMAR MENDES (29179/SC OAB)

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

A. J. P. APELANTE MINISTERIO PUBLICO A C Ó R D Ã O. Vistos, relatados e discutidos os autos.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

Apelação Criminal n , da Capital Relator: Desembargador Alexandre d Ivanenko

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

<CABBCBBCCADACABACBBCAADCBADAADDCBAAAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

Superior Tribunal de Justiça

I EXPOSIÇÃO DOS FATOS

ACÓRDÃO , da Comarca de Barueri, em que é apelante PROXIMO GAMES

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RECURSO DE APELAÇÃO PROVIDO.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO LOUREIRO (Presidente) e ENIO ZULIANI. São Paulo, 26 de agosto de 2015.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. 2ª Turma Cível. Órgão

: J. S. FAGUNDES CUNHA

CRISTIANO PRESTES DA SILVA MINISTERIO PUBLICO A C Ó R D Ã O

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores XAVIER DE SOUZA (Presidente) e PAIVA COUTINHO.

Transcrição:

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista Relator: Des. Carlos Alberto Civinski APELAÇÃO CRIMINAL. CONTRAVENÇÃO PENAL. VIAS DE FATO (DECRETO-LEI 3.688/1941, ART. 21). INCIDÊNCIA DA LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340/2006). SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DEFENSIVO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSOR NOMEADO. VALOR FIXADO PELO JUÍZO A QUO MANTIDO POR ESTA CÂMARA CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. DETERMINAÇÃO DA CORTE SUPERIOR PARA ARBITRAR A VERBA HONORÁRIA DE ACORDO COM OS VALORES MÍNIMOS PREVISTO NA TABELA DA RESPECTIVA SECCIONAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. QUANTIA POSTULADA REFERENTE AO RITO ESPECIAL. INCABÍVEL. PROCESSO QUE SEGUIU O RITO SUMÁRIO. PARÂMETRO ADOTADO. MAJORAÇÃO DO QUANTUM. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO NO PONTO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, da comarca de São João Batista (2ª Vara), em que é apelante Milton Gonçalves Cardoso, e apelado Ministério Público do Estado de Santa Catarina: A Primeira Câmara Criminal decidiu, por votação unânime, em cumprimento à decisão monocrática proferida no Recurso Especial 1.529.926/SC, majorar os honorários advocatícios fixados ao defensor do apelante, Dr. Jorge Alberto de Andrade (OAB/SC 13.917), para R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais). Custas legais. O julgamento, realizado nesta data, foi presidido pelo Desembargador Paulo Roberto Sartorato, e dele participaram os Desembargadores Norival Acácio Engel e Júlio César M. Ferreira de Melo.

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista 2 Florianópolis, 15 de fevereiro de 2018. Carlos Alberto Civinski RELATOR

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista 3 RELATÓRIO Denúncia: o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Milton Gonçalves Cardoso, dando-o como incurso nas sanções do art. 21 do Decreto-Lei 3.688/1941, nos termos da Lei Maria da Penha, em razão dos seguintes fatos: Na data de 9 de março de 2013, por volta das 14h20min, na residência situada na Praça Deputado Walter Vicente Gomes, centro, município de São João Batista/SC, o denunciado Milton Gonçalves Cardoso, prevalecendo-se das relações doméstica e familiar que mantinha com a ofendida Silvana Gonçalves de Oliveira, por ser seu companheiro, praticou vias de fato contra esta, desferindo-lhe socos, mordidas e pontapés (fl. II). Sentença: a Juíza de Direito Karina Müller Queiroz de Souza julgou procedente a denúncia para condenar Milton Gonçalves Cardoso por infração ao art. 21 do Decreto-Lei 3.688/1941, ao cumprimento de pena privativa de liberdade de 15 (quinze) dias de prisão simples, em regime aberto, substituída por uma restritiva de direitos, consistente na prestação pecuniária no valor de 1 (um) salário mínimo (fls. 55-58). Recurso de apelação de Milton Gonçalves Cardoso: a defesa interpôs recurso de apelação, no qual alegou que: a) há carência de provas hígidas a sustentar a condenação, notadamente porque as versões apresentadas pela vítima, a primeira perante a autoridade policial, a segunda em juízo, são divergentes; b) o recorrente agiu em legítima defesa; c) na dúvida sobre quem teria iniciado as agressões, deve prevalecer o in dubio pro reo; d) os honorários advocatícios foram fixados aquém do valor devido, consoante a tabela de honorários da Ordem dos Advogados do Brasil. Requereu o conhecimento e o provimento do recurso para reformar a sentença, de modo a absolvê-lo da conduta narrada na denúncia, Pugnou, ainda, pela concessão do benefício da justiça gratuita e consequente isenção das custas processuais, além de requerer a majoração da verba honorária (fls. 62-68).

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista 4 Contrarrazões do Ministério Público: a acusação impugnou as razões recursais, ao argumento de que: a) a sentença foi prolatada em consonância com o acervo probatório, especialmente pelas declarações da ofendida, das testemunhas e as palavras do próprio insurgente; b) a tese de legítima defesa não merece prosperar, pois encontra-se isolada nos autos; c) não há falar em alteração da verba honorária, umas vez que sua fixação se deu nos termos do art. 20 do Código de Processo Civil e art. 3º do Código de Processo Penal; d) o pedido de isenção de custas não pode ser conhecido, pois afeto ao juízo da execução. Postulou o conhecimento do recurso e a manutenção da sentença condenatória (fls. 70-73). Parecer da PGJ: o Procurador de Justiça Dr. Carlos Eduardo Abreu Sá Fortes opinou pelo conhecimento e o desprovimento do recurso (fls. 79-87). Acórdão: Esta Primeira Câmara Criminal, em voto da relatoria deste Desembargador, acompanhado dos votos da Desembargadora Marli Mosimann Vargas e do Desembargador Paulo Roberto Sartorato, decidiu, no julgamento realizado em 31 de março de 2015, por votação unânime, conhecer parcialmente do recurso e negar-lhe provimento (fls 90-107). Embargos de Declaração: Milton Gonçalves Cardoso opôs embargos declaratórios, sob o argumento de que a decisão do Órgão Colegiado foi omissa ao não analisar explicitamente os dispositivos legais citados pelo apelante, porém o recurso foi desprovido (fls. 110-127). Recurso Especial 1.529.926/SC: o Relator Ministro Felix Fischer, em decisão monocrática, deu provimento ao recurso especial interposto pela defesa para determinar ao Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina "o arbitramento dos honorários advocatícios do defensor dativo de acordo com os valores estabelecidos pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil" (fls. 131-148). Agravo Regimental no Recurso Especial: Irresignado, o Estado

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista 5 de Santa Catarina, por intermédio da Procuradoria Geral do Estado, interpôs agravo regimental, ao qual foi negado provimento pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade (fls. 152-168). Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial: Da decisão proferida em sede de agravo regimental foram opostos embargos declaratórios pela parte vencida, os quais foram rejeitados por votação unânime pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (fls. 170-180). Recurso Extraordinário nos Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial: O Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça, o Ministro Humberto Martins, não admitiu o recurso extraordinário interposto pelo Estado de Santa Catarina, nos termos do art. 1.030, V, do Código de Processo Civil (fls. 183-204). Recurso Extraordinário com Agravo 1.052.589: O agravo, cujo objeto era a decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário, foi desprovido pelo Relator Ministro Luís Roberto Barroso, em decisão monocrática (fls. 207-236). Agravo Regimental no Recurso Extraordinário com Agravo: Os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal acordaram, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator Ministro Luís Roberto Barroso (fls. 237-250). Trânsito em julgado: foi certificado o trânsito em julgado da decisão em 25-10-2017 (fl. 251-v). Este é o relatório.

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista 6 VOTO Trata-se de determinação oriunda do Superior Tribunal de Justiça para que o arbitramento dos honorários advocatícios do defensor dativo adote os valores estabelecidos pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. Pois bem. Observa-se que o advogado do recorrente, Dr. Jorge Alberto de Andrade (OAB/SC 13.917), foi nomeado para atuar na defesa de Milton Gonçalves Cardoso desde o início do processo, consoante decisão de fl. 40, proferida em 7-3-2013. O causídico ofereceu resposta à acusação (fl. 42), representou o apelante Milton Gonçalves Cardoso na audiência de instrução e julgamento, na qual, inclusive, apresentou alegações finais orais (fl. 52), culminando sua atuação com a prolação da sentença, momento em que o Juízo de primeiro grau fixou sua remuneração em R$ 954,00 (novecentos e cinquenta e quatro reais), em 10-10-2014 (fl. 58), cuja decisão foi publicada em 13-10-2014 (fl. 59). Interposto recurso de apelação criminal (fls. 62-68), o valor arbitrado foi mantido por esta Corte de Justiça, conforme acórdão impugnado (fls. 90-107). Em que pese a ação penal apurasse a prática da contravenção penal prevista no art. 21 do Decreto-Lei 3.688/1941, em razão da incidência da Lei 11.340/2006, o presente processo seguiu o rito sumário previsto no Código de Processo Penal, o que é confirmado pela própria autuação dos autos. Dito isso, em atendimento à decisão monocrática proferida no Recurso Especial 1.529.926/SC, a verba honorária deve ser fixada com base na Tabela de Honorários da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Santa Catarina existente à época da publicação da sentença penal, ou seja, do ano de 2014 1. Compulsando-se o aludido documento, observa-se que à "defesa em processo sumário criminal" é atribuída a verba honorária de R$ 5.500,00 1 Disponível em: <http://www.oab-sc.org.br/arquivos/galeria/1_32_53611f82e1d13.pdf>. Acesso em: 6 de fev. de 2018.

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista 7 (cinco mil e quinhentos reais). Vale ressaltar que, embora a defesa almeje a majoração para R$ 8.000,00 (oito mil reais), esta quantia é cabível à "defesa em processo penal com rito especial", o que não é o caso dos autos, pois, como visto, adotou-se o rito sumário. A partir dessas balizas, Jorge Alberto de Andrade (OAB/SC 13.917) faz juz aos valores mínimos fixados pela Tabela de Honorários da OAB Seccional de Santa Catarina à época da publicação da sentença penal condenatória, no importe de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais). A interpretação sistemática do disposto no art. 22, 1º, da Lei 8.906/1994 em conjunto com os arts. 22, 3º e 4º, do Código de Processo Civil de 1973, e 36 do Código de Ética e Disciplina da OAB vigente à época, evidencia que o valor é adequado e razoável, guardando proporcionalidade com o trabalho desempenhado, ao passo que a complexidade da causa e o grau de zelo do profissional não justificam a fixação dos honorários em patamar superior ao mínimo previsto. Por oportuno, ressalta-se que os valores referentes à interposição da apelação criminal e do recurso especial são devidos apenas aos advogados constituídos unicamente para estes atos, ou seja, em caso de atuação exclusiva no âmbito recursal. Afinal, a verba fixada pelo Juízo a quo a título de honorários advocatícios ao defensor nomeado é destinada para toda a defesa em processo de rito comum ou especial. De mais a mais, a sentença foi publicada em 13-10-2014, ou seja, antes da vigência do Novo Código de Processo Civil, que entrou em vigor em 18-3-2016, o que torna impossível a fixação da verba honorária recursal a que alude o art. 85, 1º e 11 da nova legislação processual civil. Nesse sentido: APELAÇÃO CRIMINAL. ESTELIONATO (ART. 171, CAPUT, DO CP). SENTENÇA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE. INSURGÊNCIA DA DEFESA. RECURSO INICIALMENTE DESPROVIDO. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL OBJETIVANDO UNICAMENTE A FIXAÇÃO

Apelação Criminal n. 0004843-22.2013.8.24.0062, de São João Batista 8 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE ACORDO COM A TABELA DA OAB. RECURSO PROVIDO. DETERMINAÇÃO DA CORTE SUPERIOR PARA FIXAÇÃO DA VERBA ADVOCATÍCIA EM ATENÇÃO AOS VALORES MÍNIMOS CONSTANTES NA TABELA DE HONORÁRIOS DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL DA SECCIONAL DE SANTA CATARINA. HONORÁRIOS ARBITRADOS NO VALOR DE R$ 7.500,00 (...), EM VIRTUDE DA REALIZAÇÃO DE DEFESA EM PROCESSO PENAL COMUM. RECURSO PROVIDO. [...] Salienta-se, ainda, a fim de esclarecimentos, que o valor correspondente para a interposição de apelação criminal e recurso especial somente são devidos aos advogados que forem constituídos apenas para estes atos, o que não é o caso dos autos, já que o patrono da ré foi nomeada desde o início da demanda (fl. 70) (Apelação 0092362-20.2007.8.24.0038, Quarta Câmara Criminal, Rel.ª Des.ª Cinthia Beatriz da S. Bittencourt Schaefer, j. em 1.9.2016, v.u.). (grifado) Ante o exposto, voto é no sentido de majorar os honorários advocatícios fixados ao defensor do apelante, Dr. Jorge Alberto de Andrade (OAB/SC 13.917), para R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais). Este é o voto.