A Implantação Da Lei 10.639/03 No Currículo Das Escolas Salesianas E A Questão Das Religiões De Matrizes Africanas



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Transcrição:

A Implantação Da Lei 10.639/03 No Currículo Das Escolas Salesianas E A Questão Das Religiões De Matrizes Africanas Por acreditarmos que essas abordagens e reflexões são relevantes e devem fazer parte da formação de professores, defendemos que o assunto seja tratado de forma aprofundada, por especialistas e estudiosos da questão. Tal profundidade não coaduna com os propósitos imediatos deste texto. Para isso, apresentamos, ao final, sugestões bibliográficas sobre o tema. Portanto, por ora, pretendemos apresentar, de forma sucinta e didática, alguns pressupostos pedagógicos que possam impulsionar reflexões, gerando novas práticas educativas relativas ao assunto. Práticas que deverão fortalecer, cada vez mais, a promoção da inculturação em contexto afro na prática pedagógica, consolidando a importância de se compreender e respeitar as expressões religiosas de matrizes africanas e de se valorizar o diálogo interreligioso - premissas colocadas pela Lei Federal 10.639/03, referendadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Ora, passados dez anos da publicação dessa lei, alguns avanços podem ser detectados no campo da educação, mas a temática das religiões brasileiras de matrizes africanas ainda não é adequadamente acolhida no universo escolar. Palavras e expressões como curandeirismo, charlatanismo, macumba, feitiçaria, bruxaria, magia negra, coisa do demônio, satanização, primitivo, demoníaco, entre outras, ainda são utilizadas de forma estereotipada, preconceituosa e discriminatória quando se trata do assunto. Neste momento, a temática da Promoção da Igualdade Racial está colocada de forma incisiva pela sociedade brasileira, o que convoca as instituições escolares a uma reelaboração curricular e a pensar novas propostas de ação educativa, tendo em vista um modelo educacional voltado para a inclusão étnico-racial. Pensando, então, o projeto evangelizador-educativo das escolas Salesianas em sua busca constante por atualizar o carisma de Dom Bosco - educar evangelizando, evangelizar educando -, as propostas curriculares deverão favorecer uma ação educativa e evangelizadora cada vez mais comprometida com a defesa dos direitos humanos. Assim, estarão continuamente renovando-se para dar respostas aos problemas reais que emergem no cotidiano das escolas, em função das vivências sociais, culturais e afetivas dos jovens de hoje.

Torna-se necessário, então, ultrapassar o discurso de denúncia da realidade (que, por vezes, mantém a insensibilidade em relação à questão da inclusão dos afro-brasileiros) e avançar para um maior envolvimento, com ações concretas pertinentes com as realidades culturais, num contexto de evangelização inculturada; não existe ação evangelizadora neutra. O empenho tem de ser para aprofundar a articulação entre fé e vida, resgatando os valores culturais em sintonia com o evangelho. Cabe, portanto, à família educacional Salesiana refletir sobre algumas questões que poderão nortear seu trabalho cotidiano, buscando respostas positivas para o enfrentamento do desafio de fazer face às novas exigências da evangelização no atual processo de transformação da sociedade e diante do novo cenário da igreja. Entre elas, destacamos: Como trabalhar para a superação de visões preconceituosas e discriminatórias historicamente construídas sobre as religiões de matrizes africanas? Como articular a implementação das Lei 10.639/03 e 11.645/08 no interior das Escolas Salesianas, viabilizando propostas pedagógicas que exercitem a tolerância e o respeito à diversidade religiosa? Existe um diálogo possível entre a Pedagogia de Dom Bosco, as Pedagogias de combate à intolerância e o respeito à diversidade religiosa brasileira e o propósito de inculturação afro-brasileira pelo sistema Salesiano? Este texto vai procurar refletir sobre essas questões, reafirmando, mais uma vez, sua simplicidade frente ao desafio de consolidar, no cotidiano escolar, ações educativas que referendem o propósito de incluir a Promoção da Igualdade Racial como valor institucional Salesiano. Mas, certamente, ao apresentar um conjunto de pistas, encaminhamentos e possibilidades pedagógicas, ele poderá inspirar os profissionais de educação dessa Rede de Ensino a instaurar um processo de reflexão e debate sobre o assunto, ajudando-os a encontrar caminhos. As religiões de matrizes africanas como expressões culturais afro-brasileiras: discriminar e estigmatizar ou conhecer e respeitar? Inicialmente, é importante explicitar o que se entende por religiões de matrizes africanas no Brasil, apresentando o conceito de Santos (2010):

[...] entendo como religiões de matrizes africanas no Brasil todas as expressões religiosas em que existe algum tipo de transe ou possessão mediúnica (de orixá, inquice, vodu ou ancestral) e rituais de iniciação, públicos ou privados, envolvendo a comunidade em cânticos, ao som de instrumentos de percussão, comandadas por um/a ou mais de um sacerdote ou sacerdotisa, amparada por um tipo de oráculo africano, bem como mitos e histórias africanas (p. 52). Essas religiões e seus adeptos continuam sendo tratados de maneira desconfiada, resistente e preconceituosa pelos diferentes setores sociais e pelo próprio campo da educação. Esse tratamento está ligado a raízes mais profundas e aos ranços deixados pelos processos de dominação que marcaram a empreitada colonial (GOMES,2010).Para minar esse processo de discriminação e desqualificação das expressões culturais afro-brasileiras pela sociedade, a escola tem um papel importantíssimo a cumprir: disseminar conhecimentos, desqualificando aqueles que contribuíram para estigmatizar historicamente as manifestações de matrizes africanas ressemantizadas em terras brasileiras, especificamente aquelas que dizem respeito à religiosidade. Nesse sentido, alguns posicionamentos deverão ser incorporados ao pensar/fazer diário dos educadores. O primeiro deles diz respeito ao reconhecimento de que nós, educadores, temos que, humildemente, nos tornar aprendizes dessas questões, completando nossa formação sobre o assunto e, principalmente, rompendo com os estereótipos que ainda temos introjetados e com os conhecimentos baseados no senso comum sobre a cultura negra, suas gentes e, especificamente, sobre sua religiosidade. Assim nos desvencilharemos dos fios do preconceito que nos enredam e buscaremos respostas para esse universo de desconhecimento e falta de informação que nos conduz ao receio de tratar o tema e ao medo de não conduzirmos adequadamente o trabalho pedagógico a ser efetivado no contexto escolar. Conceitos arraigados no modo de pensar e/ou a falta completa de informação de alguns educadores sobre as religiões de matrizes africanas não podem dificultar ou mesmo impedir as instituições escolares de promover a inclusão dos conteúdos curriculares relativos à História e Cultura Africana e Afro-brasileira, à Educação para as Relações Étnico-raciais, bem como à Promoção da Igualdade Racial. Outra posição a ser assumida pelos educadores com o propósito de incluir no contexto escolar uma discussão consistente, democrática e ética sobre as religiões de matrizes africanas é compreender as diversas dimensões que essa religiosidade assumiu - e ainda assume - no

contexto sócio-histórico brasileiro. Adverte-nos o professor Edmilson de Almeida Pereira que, na vivência religiosa dos brasileiros, as presenças africanas são profundas e complexas e se expressam na vida social brasileira de forma contundente. Portanto, pensar o Brasil a partir desse fato significa dar atenção a uma gama de elementos culturais relacionados à diáspora africana que se tornaram parte de nossa percepção de mundo e de nossas praticas cotidianas (PEREIRA, 2007, p. 22). Os educadores precisam entender que, com o processo de escravização e migração forçada para as Américas, os africanos viram rompidos seus laços sociais anteriores e foram induzidos a esquecer suas ligações afetivas com o continente de origem. No entanto, de posse dos conhecimentos trazidos da sua terra natal e de sua tradição, procuravam vencer o desafio de rearticular novos vínculos relacionais. Tornava-se imperativo para a manutenção de sua identidade e sua sobrevivência social a criação desses novos laços de parentesco, muitas vezes simbólicos. As alternativas encontradas para rearranjar e reinventar relacionamentos buscavam resgatar, em sua maneira de ser e fazer, os elementos fundamentais da cosmovisão africana. A construção de laços de solidariedade e comunitarismo os remetiam às organizações do seu continente de origem, resgatando as tradições ancestrais. À luz das novas experiências resultantes da opressão a que eram submetidos, os negros africanos, mesmo marginalizados, constituíram comunidades negras, associações de ajuda mútua, irmandades, coletividades negras. O compadrio, as comunidades de lazer, as associações de trabalho, as instituições culturais e as organizações religiosas foram utilizados pelos negros para se estruturarem coletivamente. Nelas eles podiam reafirmar suas identidades, fazendo permanecer, simbolicamente, seus vínculos com o continente natal, bem como criar, com astúcia e criatividade, alternativas cotidianas para sobrevivência e resistência no interior da escravidão. Assim, as organizações religiosas, que tanto podiam ser as irmandades negras de devoção aos santos católicos como o candomblé, eram reconhecidas como uma das formas efetivas de afirmação da identidade negra e nicho privilegiado de preservação das tradições africanas no Brasil. Essas religiões foram, então, centrais na preservação dos saberes, conhecimentos e valores civilizatórios africanos que eram repassados e transmitidos, mantendo viva a memória da cultura africana. Diversas dimensões caracterizam e distinguem essa religiosidade, da qual muitos elementos estruturantes foram preservados e tornaram-se parte da percepção de mundo e das práticas cotidianas da nação brasileira de forma ampla; fazem parte da brasilidade, tendo, portanto,

significado histórico e cultural. Nessa perspectiva, a reflexão sobre as religiões de matrizes africanas está diretamente relacionada ao patrimônio, à história e às heranças africanas no Brasil, postuladas pela legislação brasileira como pauta curricular. A principal característica da identidade brasileira é sua pluralidade e diversidade étnico-racial e cultural, o que inclui a diversidade religiosa. Assim, um dos grandes desafios para a educação da atualidade é efetivar uma prática de ensino voltada para a superação do preconceito religioso e para a consolidação do respeito à diversidade cultural e religiosa intrínseca à nação brasileira. Tal diversidade sinaliza as dimensões abrangentes e especificas que as propostas curriculares deverão fomentar para alimentar e fortalecer diálogos positivos entre os variados agentes socioculturais presentes na realidade brasileira, numa perspectiva de reconhecimento e respeito a essa pluralidade. Princípios norteadores quanto ao trato didático-pedagógico da questão das religiões de matrizes africanas no cotidiano escolar Neste tempo de mudanças de paradigmas, a escola brasileira tem enfrentado situações desafiadoras que a obrigam a repensar os seus fazeres pedagógicos cotidianos. Um deles é o de lidar com a questão da diversidade religiosa e suas manifestações como componentes curriculares. Romper com o silêncio sobre essa diversidade é muito mais do que sair da posição de preconceito e negação, avançando para uma posição de reconhecimento e respeito a todas as matrizes religiosas e suas diferentes leituras do sagrado; é o que reivindica segmentos culturais e sociais brasileiros. No que se refere, especificamente, às religiões de matrizes africanas, o desafio se coloca com mais vigor, pois, historicamente, elas são alvos prioritários de desqualificação e intolerância. A demanda dos segmentos socioculturais diz da urgência e necessidade de a escola brasileira orientar suas práticas pedagógicas no sentido de cumprir eficientemente o seu papel social: promover uma educação para todos. Portanto, democraticamente, essa escola deverá socializar e transmitir os conhecimentos sistematizados pelas diferentes culturas que formam a humanidade e o Brasil, promovendo a formação do cidadão e seu pleno desenvolvimento como pessoa.

Isso não poderá se dar sem o conhecimento das experiências religiosas da sociedade, que também são patrimônio da humanidade. A religião é uma experiência dos sujeitos socioculturais e deve ser objeto de reflexão do currículo escolar. O reconhecimento dessa diversidade religiosa no Brasil, bem como a efetivação de um trabalho curricular nesse sentido, poderá estimular concepções de mundo mais includentes e atitudes de respeito e de superação do preconceito religioso e das desigualdades étnico-religiosas, construindo e consolidando o respeito à diversidade cultural e religiosa brasileira. Nessa perspectiva, para se chegar a um bom termo quanto à abordagem dos conteúdos escolares que dizem respeito às manifestações culturais religiosas de matrizes africanas, é necessário que os educadores se atentem para: 01) Tratar as experiências religiosas de matrizes africanas, assim como todas as outras, sem hierarquização, como elementos constitutivos do currículo escolar, uma vez que elas fazem parte do patrimônio cultural da humanidade e constituíram-se na inter-relação dos aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos. 02) Utilizar o espaço escolar como lócus privilegiado para a apropriação de saberes que contribuam na formação de atitudes de respeito, dialogo, acolhimento da diferença e reconhecimento da diversidade religiosa humana, pressupostos básicos para uma educação necessária para o século XXI, visando à edificação de uma cultura de paz e direcionada para a formação de comunidades sustentáveis. 03) Compreender que a proposta do trabalho com os estudantes sobre as religiões de matrizes africanas não significa vivenciar a experiência religiosa do sagrado dessas religiões, mas sim estudá-las como uma área do conhecimento humano; compreendê-las como uma temática ligada ao patrimônio, à história e às heranças africanas no Brasil; problematizar a exclusão religiosa vivenciada pelos seus adeptos, o que caracteriza desrespeito aos direitos humanos. 04) Quebrar o silencio, desfazer o imaginário racista e preconceituoso, romper com a visão estereotipada sobre as religiões de matrizes africanas no universo escolar. Formar atitudes de reconhecimento e respeito, ressignificando e construindo conhecimentos científicos, históricos e conceituais que possam colaborar para um maior entendimento dessas religiões, tendo em vista sempre a compreensão do outro e a ampliação do universo cultural dos educandos.

05) Abordar, sem comparações hierarquizadoras, o fenômeno religioso na diversidade cultural brasileira em suas diversas tradições religiosas (a matriz indígena, as diversas tradições de matriz afro-brasileira e a matriz religiosa ocidental). Cada uma com seus valores diferenciados será tratada em pé de igualdade, como conhecimento escolar no currículo, de forma efetivamente ecumênica, sem supervalorização das religiões universais em detrimento das religiões de matrizes africanas. 06) Tomar posição objetiva, critica, clara e precisa na condução dos estudos, exercendo o papel de professor, ou seja, mediador entre os saberes do estudante e os conteúdos a serem trabalhados em sala de aula. Não assumir posicionamentos individualistas, que reproduzam convicções baseadas no senso comum e muito menos fazer proselitismo das próprias escolhas religiosas, forçando inadequadamente os estudantes em suas próprias escolhas. 07) Atentar para não reproduzir, ao realizar seu trabalho pedagógico, as terminologias raciológicas e depreciativas que ainda são comumente utilizadas para designar as religiões de matrizes africanas. É imprescindível fazer sempre uma autoanálise e autocrítica dos próprios conceitos e preconceitos, à luz de conhecimentos científicos, históricos e conceituais, atualizando-se sobre a temática. Pensando em referenciais para a escolha da metodologia e para a seleção de conteúdos prioritários sobre a temática das religiões de matrizes africanas Na atualidade, o estudo das religiões se impõe como uma necessidade diante de um novo cenário mundial de valorização da diversidade. Esse estudo, para além da compreensão do fenômeno religioso, contribui para uma maior compreensão da humanidade e seu processo histórico de desenvolvimento. Por meio das religiões, podemos entender também as variadas formas como, historicamente, os diversos povos foram se configurando no contexto mundial. Assim, sendo a religião e o conhecimento religioso patrimônios da humanidade que se constituíram ao longo do tempo, inter-relacionando-se com aspectos culturais, políticos, econômicos e sociais, cabe às instituições de ensino propiciar acesso aos saberes contidos nas expressões e organizações religiosas das diversas culturas. No caso específico do Brasil, é um trabalho pedagógico de reconhecimento da diversidade religiosa herdada das raízes culturais desta nação.

Esse reconhecimento deverá ser considerado pela escola em suas práticas diárias, em contraponto a qualquer forma de juízo de valor sobre as religiões que se tornarem objeto de estudo. Para a construção desse conhecimento, alguns aspectos metodológicos deverão ser observados pelos educadores, como a interdisciplinaridade, por exemplo. De fundamental importância, a abordagem da temática das manifestações religiosas nas diferentes disciplinas, conforme a especificidade de cada uma, contribui para ampliar o universo cultural dos educandos, promovendo sua formação integral. Com o propósito de formação integral dos educandos não coadunam aulas expositivas, com a mera transmissão de conteúdos. O debate, o confronto de ideias, as informações consistentes e a mediação competente do educador são estratégias imprescindíveis para fugir da recepção passiva, sem reflexão, que prioriza apenas a memorização e aceitação dos conteúdos. Assim, esse educador poderá fazer um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes e de questões e problemas sobre a temática, abordando o assunto de forma dialogada, com os estudantes participando ativamente da seleção dos conteúdos a serem trabalhados e estudados. Dessa forma, os estudantes estarão mobilizados para empreender o estudo, tentando responder, de forma teórica e contextualizada (histórica, política e socialmente), questões relativas ao tema estudado em articulação com as situações cotidianas de suas vidas. A seleção de conteúdos para tratar as questões da diversidade religiosa numa perspectiva de reconhecimento e respeito às diferenças e de ampliação do universo cultural dos estudantes para uma formação integral nos impõe a definição de alguns conteúdos prioritários. Assim, uma prática de ensino voltada para a superação do preconceito religioso e a efetiva consolidação do respeito à diversidade cultural e religiosa brasileira pode ter como suporte os seguintes conteúdos básicos: TEMAS PRIORITÁRIOS CONHECIMENTO DAS VARIADAS EXPERIÊNCIAS RELIGIOSAS como parte importante da memória cultural e do desenvolvimento histórico de OBJETIVOS *Possibilitar a discussão sobre princípios, valores e diferenças entre as experiências religiosas, tendo sempre em vista a compreensão, a tolerância e o exercício de respeito ao outro. *Reconhecer as religiões de matrizes africanas como núcleo principal de preservação dos valores

todas as sociedades civilizatórios africanos no universo cultural brasileiro. *Entender que a religião é uma dimensão da experiência humana e do sagrado que emerge das relações entre sujeitos sociais, integrantes da cultura. DOCUMENTOS E DISPOSIÇOES LEGAIS que versam sobre as garantias de liberdade religiosa: Declaração Universal dos Direitos Humanos; Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural; Constituição Brasileira; Programa Nacional dos direitos humanos etc. *Conhecer os vários documentos que garantem ao cidadão brasileiro liberdade de culto e crença e de professar a religião que melhor lhe aprouver. *Entender a laicidade do Estado Brasileiro como garantia da liberdade religiosa. *Compreender que a espiritualidade dos grupos sociais tem características próprias, específicas e precisa ser respeitada em sua diversidade. PLURALIDADE BRASILEIRA construída por vários grupos sociais, culturas e religiões *Reconhecer, valorizar, compreender e respeitar as expressões religiosas advindas das várias culturas e etnias que compõem o povo brasileiro, de forma a não hierarquizá-las ou fazer juízo de valor sobre as suas expressões. MANIFESTAÇÕES DO SAGRADO das religiões e crenças, suas filosofias, livros-base e textos sagrados, territórios consagrados, universo simbólico, ritos, festas, tradições religiosas de nascimento e morte, peregrinações etc. *Conhecer a espiritualidade dos povos indígenas; das religiões de matrizes africanas e das diferentes religiões e crenças, tendo como propósito a superação do preconceito religioso e a consolidação do respeito á diversidade cultural e religiosa brasileira. CONHECIMENTO SOBRE A HISTÓRIA das principais religiões e crenças presentes no Brasil, contextualizando-as no tempo e espaço *Promover maiores conhecimentos sobre as principais religiões com vistas à interpretação dos seus múltiplos significados e de como as sociedades são influenciadas por elas, ressignificando conceitos muitas vezes equivocados sobre as religiões. INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, fraternidade universal, diálogo religioso e liberdade religiosa *Promover o conhecimento desses conceitos dentro de uma postura ética, contribuindo para uma cultura da paz e pela vida, com abertura para o diálogo interreligioso. *Promover conhecimentos sobre as variadas formas de discriminação que acontecem no Brasil em relação às religiões afro-brasileiras (no passado e no presente) que têm como base o preconceito racial. *Reconhecer a intolerância religiosa como desrespeito aos Direitos Humanos e crime previsto no código Penal.

FUNDADORES E/OU LÍDERES RELIGIOSOS E PERSONALIDADES que defenderam uma cultura da paz e da fraternidade universal. *Identificar as várias personalidades das diversas religiões, conhecendo sua importância e seus feitos pela paz. Pensando referenciais para uma avaliação Ao se efetivar estratégias didático-pedagógicas para reconhecimento e valorização das variadas heranças africanas no Brasil, focando as manifestações de religiosidade afrobrasileira no ambiente escolar, a avaliação deve fazer parte desse processo. Ela pode contribuir para um diagnóstico do quanto de conhecimento foi apreendido e apropriado pelos estudantes e, principalmente, indicar possibilidades para as instituições escolares quanto à continuidade do trabalho pedagógico ou mesmo sua reformulação. Nessa perspectiva, apresentamos alguns referenciais para auxiliar no processo de avaliação. A apropriação por parte do estudante deverá ser verificada pelo educador nos vários momentos da prática pedagógica diária. Assim, seria interessante observar se o estudante:

Considerações finais Este texto teve como intenção promover reflexões sobre a importância de se compreender e respeitar as expressões religiosas de matrizes africanas, bem como valorizar o diálogo interreligioso em face às premissas colocadas pela Lei Federal 10.639/03, referendadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. No decorrer das reflexões apresentadas, procuramos responder, objetivamente, questões curriculares básicas ligadas a essa intenção do texto. Ratificamos a importância do currículo e das práticas escolares como instrumentos definidores de oportunidades para os estudantes entenderem como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o sagrado, a partir da abordagem das diversas manifestações culturais e religiosas, seus símbolos, seus territórios sagrados, seus ritos e mitos. Dessa forma, a educação contribui para a edificação de uma prática de ensino voltada para a superação do preconceito religioso, para a construção e consolidação do respeito à diversidade cultural e religiosa brasileira. Nesse sentido, a RSE e suas obras sociais têm procurado vencer

o desafio de promover a visualização positiva do povo negro, efetivando uma educação voltada para a Promoção da Igualdade Racial, numa perspectiva de inculturação. A inculturação afro-brasileira tem por objetivo incorporar na prática pedagógica salesiana os elementos significativos da cultura afro-brasileira (SCARI, 2011). Essa inculturação, que reconhece as características do território de atuação educacional da RSE - o Brasil -, interage positivamente com ele e valoriza os elementos significativos da cultura deste país, possibilita a atuação renovada do Carisma Salesiano, promovendo uma formação integral dos estudantes comprometida com a defesa dos direitos humanos. Bibliografia BRASIL. SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS. Diversidade Religiosa e Direitos Humanos. Brasília: SEDH, 2004. BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO E DIVERSIDADE. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD, 2006. BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: SEPPIR, 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/>. Acesso em: 18 de abril de 2013. BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CNE). Parecer CNE/CP OOO3/2004 sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível em: http://www. prograd.ufba.br/arquivos/cpc/parecer%20cne%203-2004.pdf. Acesso em: 20 de abril de 2013. BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CNE). Resolução n. 01, de 17 de junho de 2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2013. CENTRO DE ESTUDOS BÍBLICOS (CEBI). GRUPO IDENTIDADE. Bíblia e Negritude: pistas para uma leitura afro-descendente. Comtexto Gráfica e Editora, 2005. CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. PASTORAL AFRO- BRASILEIRA. Versão Popular dos Estudos da CNBB- Primeira Edição. São Paulo: Scala Gráfica e Editora, 2003. FISTAROL, P. Orestes Carlinhos (Org.). Sistema Preventivo e Direitos Humanos. Brasília: CISBRASIL-CIC, 2011.

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