INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO ATRAVÉS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA 1 INSERTING WOMEN IN THE LABOR MARKET THROUGH THE SOLIDARITY ECONOMY

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Transcrição:

INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO ATRAVÉS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA 1 INSERTING WOMEN IN THE LABOR MARKET THROUGH THE SOLIDARITY ECONOMY Daiane Caroline Kamphorst 2, Luciana Rodrigues Lara 3, Carlos Guilherme Probst 4 1 2 3 4 Introdução A igualdade de gênero é um desafio constante na sociedade. A partir do reconhecimento da desigualdade história entre homens e mulheres, do mesmo modo o modelo de incorporação pelo sistema capitalista configura papéis diferentes entre os sexos. Antigamente apenas os homens tinham a função de trabalhar e ser provedor do lar, enquanto as mulheres tomavam conta apenas da casa. Porém nas últimas décadas a sociedade vem sendo descontruída, e uma atenuante presença feminina chega ao mercado de trabalho. Surgiram meios que incluíram as mulheres, como por exemplo no contexto histórico o início das guerras mundiais e também economia solidária. Atualmente o percentual de mulheres que sustentam suas famílias está crescendo, assim, as mulheres vão de forma lenta e gradual ocupando seu lugar no mercado de trabalho. No entanto dados ainda mostram uma grande desigualdade entre homens e mulheres. É nessa situação que a economia solidária vem como uma alternativa para diminuir essa desigualdade e como meio de as mulheres se inserirem no mercado de trabalho. Através de cooperativismos e autogestão, a economia solidária está auxiliando na luta pela igualdade de sexos, além de ser um meio para o empoderamento feminino, visto que a participação da mulher na economia solidária se faz necessária, dessa forma elas têm a possibilidade de se inserir de uma maneira alternativa no mercado de trabalho.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória, com a utilização de pesquisa bibliográfica e documental, visando aprofundar os conhecimentos sobre a emancipação das mulheres através do cooperativismo e da economia solidária como alternativa para se inserir no mercado de trabalho. (GIL, 2002). Resultados e discussão A mulher ao longo da história ocupou um papel de subordinação, sofreu com a opressão e descriminalização em razão do gênero e também pelo fato de a sociedade entender que a mulher, naquela época, deveria se dedicar única e exclusivamente ao trabalho doméstico e aos filhos. A mulher casada dependia de seu marido para dar eficácia aos seus atos. Essa situação começou a mudar quando os maridos foram lutar nas guerras, principalmente na 1ª e 2ª Guerra Mundial no século XIX, sendo assim, visto que os provedores dos lares se ausentaram, as esposas sentiram necessidade de entrar no mercado de trabalho para sobreviver. Após o término das guerras muitos homens não retornaram e alguns que retornaram estavam impossibilitados de trabalhar e com isso, as mulheres se sentiram na responsabilidade de assumir a posição de seus maridos. Com o processo de industrialização e a falta da mão de obra masculina, a figura feminina exclusiva do lar foi se desfazendo em prol da figura feminina trabalhadora. A partir daí as mulheres começaram a lutar pelo espaço e reconhecimento em um âmbito, em que antes, era quase que 100% masculino. Por conta de o mercado de trabalho ter sido por muito tempo um ambiente masculino, foi preciso estratégias para inserir a mulher nesse espaço e para elas conseguirem conquistar igualdade e consequentemente, o empoderamento de seu sexo. A Economia Solidária nasceu logo após a revolução industrial e ela significou uma alternativa aos problemas causados pela difusão das máquinas, foi nesse evento que vários postos de trabalhos foram perdidos frente às máquinas. Com o início da expansão da tecnologia de maquinaria da década de 70/80 no Brasil, houve uma exigência de mão de obra qualificada para manuseio das mesmas, portanto a mão de obra usada no antigo processo de produção não se fez mais necessária e dessa forma as pessoas que não possuíam qualificação ficaram à mercê do mercado de trabalho. A Economia Solidária surgiu com o objetivo de criar atividades econômicas, geridas na base da cooperação entre os seus trabalhadores, numa perspectiva de desenvolvimento local, que deve ser emancipadora e igualitária. Possui uma visão multidimensional que vai para além do econômico, e integra fortemente a transformação social. Essa economia é praticada por milhões de trabalhadores, que inclui principalmente a população mais excluída e vulnerável, organizados de forma coletiva gerindo seu próprio trabalho. As atividades da Economia Solidária primam pela solidariedade acima do interesse individual e o ganho material, afirmando-se pela socialização dos recursos produtivos e adoção de critérios igualitários, compostas, principalmente, por organizações de produtores, consumidores, poupadores, entre outros (LAVILLE; GAIGER, 2009).

Segundo o livro de Paul Singer Introdução à Economia Solidária, publicado pela Fundação Perseu Abramo em 2002: A economia solidária é outro modo de produção, cujos princípios básicos são a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade individual. (SINGER: 2002a, p. 10). Esta economia segundo o mesmo, se aproxima das origens do socialismo, pois além de ser uma alternativa de gerar economia, tornou-se modelo de inclusão social, dessa forma as mulheres têm um meio de se inserirem no mercado de trabalho. A economia solidária possibilita um protagonismo das mulheres, conforme o mapeamento feito em 2013 pelo SIES (Sistema de Informações em Economia Solidária), as mulheres ocupam cerca de 43,56% de 19.000 empreendimentos solidários. Mulheres que antes eram excluídas do mercado de trabalho, agora possuem participação destacada nesses espaços. Ampliando o olhar sobre o trabalho associado e considerando as relações sociais de gênero, percebe-se não apenas a grande participação das mulheres nesses espaços, mas também a expressiva presença delas como gestoras. Guérin (2005) afirma que a inserção das mulheres na Economia Solidária pode representar possibilidades para a conquista da igualdade de gênero. Tais experiências consistem em espaços intermediários entre público e privado e contribuem para o rompimento de algumas dificuldades impostas às mulheres. A partir disso, foi desconstruindo-se a ideia que somente o homem detém a função nas atividades geradoras de renda para a família e que a mulher era responsável pela criação dos filhos e pelas obrigações de casa, sendo impossível trabalhar fora de casa. Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, os que possuem melhor aptidão e formação, seja técnica ou intelectual, se inserem no mesmo com uma maior facilidade, porém os que ficam às margens destas formações são excluídos da vida social, fato que faz com a que, cada vez mais, a desigualdade social aumente. Dessa forma, aponta Gallo, Dakuzaku et al. (2002, p. 41): A parcela da população que mais sofre com estas consequências é a mais carente. São pessoas que perderam seus empregos dentro da reestruturação produtiva que precária cada vez mais as condições de trabalho, não gerando novos postos de ocupação, não tendo chances de desenvolvimento social e cultural dentro de uma sociedade desigual. Para amenizar a questão da exclusão de pessoas e grupos, foi criado vários empreendimentos sociais com capital coletivo como forma de incluir esse grupo em um tipo de economia, porém não se trata de uma modalidade tradicional, a economia social vai de encontro com a forma habitual de hierarquia nos espaços de trabalho, pois nela o grau de importância para o funcionamento do empreendimento, de todas as pessoas, seja homem ou mulher, é igual e não há um chefe ou empresário desse empreendimento. A partir do momento em que as mulheres obtiveram a primeira oportunidade de trabalho em

consequência das guerras mundiais, até o chegar a possibilidade de conseguir uma renda por meio de economia solidária, importantes transformações sociais ocorreram. Essas foram conquistadas através de ações coletivas, que visavam fortalecer as mulheres e também o desenvolvimento de equidade de gênero, assim surgiu a palavra EMPODERAMENTO, que tem origem do termo "empowerment", criada pelo professor Paulo Freire, que significa delegação de poder, emancipação e fortalecimento. Essas mulheres participam de projetos coletivos, cooperativas populares, cooperativas de coleta e reciclagem de materiais recicláveis, comercialização e consumo, cooperativas de agricultura familiar, cooperativas de prestação de serviços, entre outras, que dinamizam as economias locais, garantindo trabalho digno e renda às famílias envolvidas, além de auxiliar em seu empoderamento via inserção no mercado de trabalho. Para o empoderamento das mulheres ser colocado em prática, há alguns princípios que norteiam esse objetivo a ser alcançado e estes consistem basicamente na conquista da igualdade e acesso às mesmas oportunidades que os homens já têm. Sendo eles: Liderança: as mulheres têm grande participação nas associações como líderes de trabalho, pois a economia solidária abre as portas para as mulheres coordenarem e organizarem; Inclusão: tratar todas as pessoas de forma igualitária no ambiente de trabalho, independente do gênero, com apoio dos direitos humanos e não a discriminação; Capacitação: desenvolvimento profissional e capacitação para todas as mulheres; Estabilidade financeira: sendo possível se manter financeira as mulheres têm a possibilidade de sustentar suas, garantindo saúde e bem-estar. Ao colocar tais princípios na prática, é possível perceber Considerações finais Para que a mulher consiga conquistar de forma plena seu espaço no mercado de trabalho, é imprescritível o papel da economia solidária. A Economia Social Solidária, com suas singularidades, seus modelos de gestão com lógicas próprias, que se preocupa em valorizar o social dentro da atividade econômica, apresenta-se como um local adequado para as mulheres, que participam de empreendimentos sociais, a fim de que estas mudem a lógica da dominância masculina e a questão da divisão sexual do trabalho que a sociedade tem como normal. Através de projetos coletivos, cooperativas populares, cooperativas de coleta e reciclagem de materiais recicláveis, comercialização e consumo, cooperativas de agricultura familiar, cooperativas de prestação de serviços, entre outros campos da economia solidária, as mulheres conseguem conquistar seu espaço no mercado de trabalho e atingir a equidade de gênero. O trabalho gerado pela economia solidária tem grande importância quando se refere ao

empoderamento, pois uma vez que a mulher é reconhecida no ambiente de trabalho por suas competências, que não estão relacionadas ao gênero, ela vai conquistar não só mudanças em sua vida, e sim na vida de muitas outras mulheres que percebem que suas obrigações vão além de trabalhas domésticos. Esse processo engloba a desconstrução de conceitos que eram tidos como correto. Nessa linha de pensamentos, percebemos que a economia solidária auxilia muito na inserção da mulher no mercado de trabalho o que consequentemente gera empoderamento feminino, além de que, essa situação tem como segunda consequência, a diminuição dos índices elevados de desigualdade de gênero, um problema ainda preocupante na atualidade, visto que o início da inserção da mulher nesse meio se deu de forma tardia. Porém de forma lenta e gradual as mulheres irão conseguir conquistar uma igualdade. Referências EMPODERAMENTO FEMININO NA ECONOMIA SOCIAL E SOLIDÁRIA, Disponível em +> Acesso em: 03 de julho de 2018. MULHERES NA ECONOMIA SOLIDÁRIA: POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO E EMANCIPAÇÃO SOCIAL, Disponível em Acesso em: 05 de julho de 2018. EMPODERAMENTO FEMININO NA ECONOMIA SOLIDÁRIA, Disponível em Acesso em: 10 de junho de 2018. HISTÓRICO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL, Disponível em Acesso em: 05 de julho de 2018. A EVOLUÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO, Disponível em Acesso em: 08 de julho de 2018. A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO: CONQUISTA OU IMPOSIÇÃO SOCIAL?, Disponível em Acesso em: 09 de julho de 2018. HISTÓRICO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL, Disponível em ECONOMIA SOLIDÁRIA POR PAULO SINGER,, Disponível em FÓRUM BRASILEIRO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA, Disponível em protagonismo-na-unisol-brasile-na-economia-solidararia/s/o-que-e-economia-solidaria> A ORGANIZAÇÃO FEMININA EM EMPREENDIMENTO SOCIAL, Disponivel em AS MULHERES E A ECONOMIA SOLIDÁRIA: A RESISTÊNCIA NO COTIDIANO TECENDO UMA VIDA MELHOR, Disponível em