DISCURSO SOBRE DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE DEPUTADO MARCELO SERAFIM (PSB-AM) Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, Povo do Estado do Amazonas, No dia Mundial do Meio Ambiente o Planeta Terra se volta para a questão do aquecimento global. Os brasileiros têm dado especial atenção à data. Já mostrei aqui nesta tribuna que somos os que mais nos preocupamos com essas questões climáticas. Hoje, os governos dos estados, municípios, as escolas, empresas e as comunidades têm se irmanado organizando palestras, seminários, oficinas e outros tipos de comemorações que vão além deste dia mundial do meio ambiente. Todos os governos fazem uma agenda especial para comemorar a Semana do Meio Ambiente. E é muito importante que as cidades todas participem desse momento de reflexão. São justamente as cidades que utilizam quantidades enormes de recursos naturais como água, comida, madeira,
metal e insumos dos mais diversos. E também são as cidades que exportam grandes quantidades de dejetos, incluindo domésticos e industriais, e gases ligados ao aquecimento global. Os impactos dos centros urbanos, ultrapassam suas fronteiras físicas, afetando países, regiões e o planeta como um todo. A importância das cidades e a participação dos cidadãos urbanos são fundamentais nesta cruzada. Parafraseando o ambientalista Klaus Toepfer, acredito que a batalha pelo desenvolvimento sustentável para tornar o mundo ambientalmente mais estável, justo e saudável será largamente vencida ou perdida em nossas cidades. Nossos municípios serão cruciais nessas questões. Num mundo globalizado, tudo se volta para o local. Não adianta achar que é diferente. O mundo passa, com todas as suas nuances pelo local. Assim tem sido nesta era moderna, pós-moderna. Nestes tempos tecnológicos. Por isso, nas comunidades as pequenas ações darão o resultado de um todo. Se cada cidade, aldeia, comunidade gerir seus próprios meios de desenvolvimento
sustentável logo teremos um modelo unificado e, sobretudo, eficiente. Algo que emana de dentro pra fora. As ações são simples, porém vai requerer empenho de todos os homens públicos e de todos os cidadãos do mundo. Quanto o assunto for reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, por exemplo, deverá, necessariamente, passar por uma série de alterações nos padrões e condutas da sociedade atual. Precisamos buscar a melhor eficiência energética nos edifícios, nos transportes e na produção industrial, privilegiar automóveis com motores de combustíveis renováveis álcool e biodiesel novas fontes alternativas de energia limpa solar e eólica, entre outras. Tudo isso deve ser procurado para a obtenção de um resultado duradouro e, como disse, eficaz. Quero novamente repetir o que já disse no começo dessa fala: para que essa mudança aconteça não basta apenas uma ação governamental. É necessário que os indivíduos, que as empresas desempenhem cada um seu papel nesse processo. Isso passa por uma mudança no estilo de vida e
nos comportamentos de utilização de meios de transporte e equipamentos elétricos de maior eficiência. Uma importante ação para conter as drásticas mudanças climáticas é o plantio de árvores. Plantar árvores com a finalidade de diminuir os níveis de concentração de carbono na atmosfera é uma das possibilidades que são consideradas hoje em dia como um ponto fundamental para a questão, tudo isso com um sério apoio a um programa nesse sentido. Para as atividades produtivas será preciso incentivar a utilização de energias renováveis no mundo, com ênfase especial para a energia eólica, solar, hídrica e biomassa. Quanto ao setor residencial e de serviços é preciso adotar tecnologias eficientes e alternativas, tais como utilização de energia solar, arquitetura integrada sustentável e sistemas de climatização eficientes. Uma revolução, deverá acontecer na indústria automobilística e as propostas para os meios de transporte são novos designers e novos materiais para o desenvolvimento de automóveis; expansão da utilização de automóveis movidos a combustíveis renováveis já disponíveis no mercado; aumento da utilização de transportes coletivos,
que reduzem drasticamente a energia gasta na relação passageiroquilômetro. É uma revolução de costumes, e nesse sentido, ainda para os meios de transportes deverão ser propostas novas modalidades de deslocamento pessoal nas grandes cidades. Cito como exemplo as ciclovias, os caminhos para pedestres e o compartilhamento de veículos. Quero agora destacar as ações para as florestas, sobretudo, a Floresta Amazônica. As ações são essas: aumentar a capacidade de armazenamento de carbono nos produtos originários da madeira das florestas; promover a gestão sustentável da floresta de modo a gerar biomassa como recurso energético renovável. São diversas as ações que deverão ser implantadas ou que deveria já estar em pleno funcionamento. Tudo isso já deveria estar em caminho, pois a Conferência da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a ECO 92, já estabelecia como objetivo a estabilização da emissão e concentração na atmosfera de gases de efeito estufa em níveis que tentassem impedir a perigosa interferência do resultado das atividades humanas no clima da Terra.
Passados dezessete anos, avançamos pouco ou quase nada. Andamos, nessas questões, a passos de tartaruga. Naquela época o alerta fora dado. Em1997 foi adotado o Protocolo de Kyoto, um instrumento operacional que instituiu uma série de regras para regular e controlar a emissão de gases de efeito estufa. As regras passaram a vigorar em fevereiro de 2005, estabelecendo limites legais para as emissões dos países industrializados, definindo limites específicos e prevendo uma redução global de 5% no período de 2008 a 2012 em relação aos níveis verificados em 1990. O Protocolo de Kyoto instituiu três instrumentos econômicos, denominados mecanismos de flexibilidade: o comércio internacional de emissões, a implementação conjunta e o mecanismo de desenvolvimento limpo. O objetivo destes mecanismos de flexibilidade é permitir que os países que têm as maiores emissões e onde os custos de redução são altos, possam cumprir suas responsabilidades investindo em projetos de redução em outros países, onde o custo dessa redução é mais baixo.
Esse é o caminho. Parece-me que o mundo acordou e se atentou para a problemática. Não dá mais pra discutir com um novo grande encontro voltado para as questões ambientais. Agora é agir, agir e agir. Os meios e os caminhos estão aí, as idéias e a criatividade humana, por igual, estão aí. As soluções e os desejos, também, estão aí. Juntemos, pois a fome com a vontade de comer e coloquemos esses modelos de geração de energia limpa e de desenvolvimento sustentável em prática em nossas comunidades, cidades e estados. O velho princípio a união faz a força, faz sentido e se colocado em prática garantirá vida plena e abundante por muitos e muitos séculos. Termino essa fala convocando todos os homens de bem para ver com otimismo esse dia mundial dedicado às questões ambientais, porque ainda há chance e não devemos desperdiçá-la, como temos feito. Conclamo os nobres pares a voltarmos nossa atenção ao problema do aquecimento global. Nossas gerações futuras agradecerão imensamente por nos preocuparmos hoje e, sobretudo, por agirmos por nós e por eles. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado!