Documentos relacionados
IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

AVALIAÇÃO DE UM EQUIPAMENTO MANUAL PARA A SEMEADURA DA MAMONEIRA.

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1670

GENÓTIPOS DE PORTE MÉDIO DE MAMONA AVALIADOS EM IRECÊ (BA) PARA TEOR DE ÓLEO E PRODUTIVIDADE*

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1213

ESTUDO DO PROCESSO DE MATURAÇÃO DA MAMONEIRA II: UMIDADE E FITOMASSA DOS FRUTOS E SEMENTES

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

DESEMPENHO VEGETATIVO DE CULTIVARES DE MAMONA EM REGIME DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE ANGICAL BA

Reação de acessos de mamoneira a Amphobotrys ricini, agente causal do mofo cinzento INTRODUÇÃO

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO PARA O ESTADO DO PARANÁ*

PERFORMANCE DE GENÓTIPOS DE MAMONA AVALIADOS EM CERRADO DE RORAIMA 2008

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NA CHAPADA DO ARARIPE, PERNAMBUCO

Documentos ISSN Outubro,

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

DESBASTE CONTROLADO DOS RAMOS LATERAIS E POPULAÇÃO DE PLANTAS NA CULTURA DA MAMONEIRA

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ. Nelson da Silva Fonseca Júnior 1 e Máira Milani 2

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1047

Variabilidade de Alternaria helianthi e avaliação da resistência de girassol à mancha de Alternaria ( )

CONTROLE DE DOENÇAS POR MEIO DE VARIEDADES RESISTENTES E MANEJO CULTURAL. Nelson Dias Suassuna EMBRAPA - Algodão

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA COM E SEM CASCA

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA SOB DIFERENTES DENSIDADE DE PLANTAS NO TOCANTINS UNITINS-AGRO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2101

VARIAÇÃO NO PERCENTUAL DE TEGUMENTO EM RELAÇÃO AO PESO DA SEMENTE DE DEZ GENÓTIPOS DE MAMONEIRA

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

FITOMASSA DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA III: FITOMASSA DA MAMONEIRA

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

TOLERÂNCIA À SECA EM GENÓTIPOS DE MAMONA*

PRODUÇÃO DE MUDA DE MAMONEIRA EM SUSTRATOS CONTENDO DIFERENTES RESÍDUOS ORGÂNICOS E FERTILIZANTE MINERAL

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO AVALIADOS EM RORAIMA 2008

QUALIDADE SANITÁRIA DE SEMENTES DE MAMONA, CULTIVARES NORDESTINA E PARAGUAÇU.

Missão da Embrapa Semiárido

Comunicado Técnico. Caracterização Preliminar de Acessos do Banco Ativo de Germoplasma de Mamona

FONTES ORGÂNICAS DE NUTRIENTES E SEUS EFEITOS NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA*

SUSCETIBILIDADE DE CULTIVARES DE MAMONA AO MOFO CINZENTO

CARACTERES MORFOLÓGICOS PARA AVALIAÇÃO DA SEVERIDADE DA MURCHA-DE-FUSARIUM EM FEIJÃO-CAUPI

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

MANEJO DE PLANTIO E ORDEM DO RACEMO NO TEOR DE ÓLEO E MASSA DE SEMENTES DA MAMONEIRA

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE MAMONEIRA NAS CONDIÇÕES AGROECOLÓGICAS DO RECÔNCAVO DA BAHIA

Alternativas de Controle para Redução de Grãos Ardidos na Cultura do Milho

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

EFEITO DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis L.) DE PORTE MÉDIO PARA O ESTADO DE SÃO PAULO SAFRA 2003/2004

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

DESEMPENHO DE LINHAGENS DE MAMONA EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

TAXAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO- SALINO(*)

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

Seletividade de herbicidas pré e pós-emergentes à mamoneira

COMBINAÇÃO DE CASCA E TORTA DE MAMONA COMO ADUBO ORGÂNICO PARA A MAMONEIRA

EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO NO DESENVOLVIMENTO in vitro E in vivo DE Aspergillus niger EM CEBOLA

AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA TRATAMENTO DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.)

SELETIVIDADE DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MAMONEIRA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1693

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CV. BRS 149 NORDESTINA ATRAVÉS DA PODA EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS

Desempenho reprodutivo de genótipos de mamoneira no município de Patos de Minas

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

EFEITOS ISOLADOS E CONJUNTOS DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.), EM FUNÇÃO DE NITROGÊNIO E TEMPERATURA NOTURNA EM AMBIENTES DIFERENTES

ESTABILIDADE DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS PARA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS, CICLO 2005/2006 1

Avaliação da Severidade da Ferrugem Asiática em Diferentes Arranjos da População de Plantas de Soja

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

ENSAIO DE ALGODÃO COLORIDO NO NORDESTE. Aldo Arnaldo de Medeiros¹; José Expedito Pereira Filho²; Marcelo Gurgel Medeiros³

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONA SUBMETIDOS A DIFERENTES TEMPERATURAS NOTURNAS: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO*

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

OCORRÊNCIA DE MURCHA DE FUSARIUM EM MAMONA, LAGES SC* Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC, 2 EMBRAPA CPACT


Uso de fertilizante na semente do trigo

EFEITO DA TORTA DE MAMONA SOBRE O CRESCIMENTO DA MAMONEIRA BRS 149 NORDESTINA.

ESTUDO DO PROCESSO DE MATURAÇÃO DA MAMONEIRA I: LANÇAMENTO DA INFLORESCÊNCIA

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, REGIÃO NORTE FLUMINENSE*

CONTROLE QUÍMICO DA MANCHA DE RAMULÁRIA (Ramularia areola) NO ALGODOEIRO EM CAMPO VERDE- MT

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 300

EFEITO DE TEMPERATURAS E HORAS DE MOLHAMENTO FOLIAR NA SEVERIDADE DA CERCOSPORIOSE (Cercospora beticola) DA BETERRABA

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DE SEMENTES DE MAMONA CV. AL GUARANY 2002 COLHIDOS EM DIFERENTES ALTURAS DE RACEMO

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA COM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NPK E ÉPOCAS DE PLANTIO.

EFEITO DO GRAU DE UMIDADE DOS FRUTOS DE MAMONEIRA SOBRE A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE DESCASCAMENTO MECÂNICO

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

RENDIMENTO DE SUCO E TEOR DE SÓLIDOS SOLÚVEIS TOTAIS EM GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO AMARELO

Transcrição:

ESPORULAÇÃO DE Amphobotrys ricini EM FRUTOS DE MAMONEIRA COMO COMPONENTE DE RESISTÊNCIA AO MOFO CINZENTO Jeferson Araújo Silva 1, Nelson Dias Suassuna 2, Wirton Macedo Coutinho 2 e Máira Milani 2 1UEPB, jefersonlogia@hotmail.com, 2 Embrapa Algodão, suassuna@cnpa.embrapa.br, wirton@cnpa.com.br, maira@cnpa.com.br RESUMO - Uma das principais doenças da mamoneira (Ricinus communis L.) é o mofo cinzento, (Amphobotrys ricini), cujo controle mais eficaz é por meio do uso de cultivares resistentes. Assim, objetivou-se avaliar genótipos de mamoneira para resistência ao mofo-cinzento, com base na esporulação do patógeno em frutos imaturos. Avaliaram-se 12 genótipos de porte alto (CNPAM 2000-9, CNPAM 2000-48, CNPAM 2001-5, CNPAM 2001-9, CNPAM 2001-16, CNPAM 2001-63, CNPAM 2001-70, CNPAM 2001-77, CNPAM 2001-212, BRS Nordestina, BRS Paraguaçu e SM5 Pernambucana) quanto à capacidade de reduzir a esporulação do patógeno. Frutos imaturos foram dispostos em caixas tipo gerbox previamente desinfestadas, contendo folhas de papel umedecido. Para inoculação, foi usado um disco de micélio sobre cada fruto. Os gerboxes permaneceram sob condições controladas (20±2 o C, 12 h de luz). Após sete dias, os frutos foram lavados em suspensão de sulfato de cobre (0,1 M). A quantidade total de esporos foi estimada da suspensão obtida, após a contagem em hemacitômetro. Foi possível diferenciar genótipos de mamoneira quanto à esporulação de Amphobotrys ricini pelo método de inoculação de frutos. Os genótipos BRS Nordestina, BRS Paraguaçu e SM5 Pernambucana expressaram resistência intermediária. A esporulação do patógeno foi menor no genótipo CNPAM 2000-48. Palavras-chave: Ricinus communis, Amphobotrys ricini, resistência genética. INTRODUÇÃO A mamoneira (Ricinus communis L.) é afetada por diversas doenças, dentre as quais destacase o mofo-cinzento. Essa doença é causada pelo fungo Amphobotrys ricini (Buchw.) Hennebert (sin. Botrytis ricini Godfrey), forma anamórfica de Botryotinia ricini (Godfrey) Wetzel da classe dos Ascomycetes, ordem Helotiales e família Sclerotiniaceae (ARAÚJO et al., 2007). O fungo afeta principalmente inflorescências e racemos, comprometendo a produtividade. O uso de cultivares resistentes é a tática de manejo mais eficaz e desejável, porém cultivares com níveis elevados de resistência ao mofo cinzento ainda estão sendo desenvolvidas. Há poucos trabalhos sobre a resistência de genótipos de mamoneira ao mofo cinzento no Brasil; entretanto, nos últimos anos, com o aumento do interesse no cultivo da mamoneira em regiões com condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da doença, sua importância aumentou, induzindo a necessidade da realização de experimentos nessa área, tanto para identificação de

genótipos resistentes a essa doença quanto para a adaptação de novas cultivares a essas regiões (MILANI et al., 2005). Dos trabalhos existentes no Brasil, todos foram realizados em condições de campo; portanto, com alta influência ambiental (BATISTA et al. 1998; COSTA et al. 2004; LIMA; SOARES, 1990). Outra fonte de variação em ensaios realizados nessas condições é o método de avaliação da resistência, no qual são usadas variáveis baseadas em escala de notas, incidência de cachos doentes ou severidade (proporção) de doença no racemo. Uma forma de minimizar esses problemas é a utilização de métodos de avaliação de resistência da mamoneira ao mofo cinzento em condições de ambiente controladas, que sejam rápidos e acurados. Com esse intuito, objetivou-se, neste trabalho, avaliar genótipos de mamoneira para resistência ao mofo-cinzento, com base na esporulação do patógeno em frutos imaturos, em condições controladas de umidade e temperatura. MATERIAL E MÉTODOS Foram empregados 12 genótipos de mamoneira de porte alto:cnpam 2000-9, CNPAM 2000-48, CNPAM 2001-5, CNPAM 2001-9, CNPAM 2001-16, CNPAM 2001-63, CNPAM 2001-70, CNPAM 2001-77, CNPAM 2001-212, BRS Nordestina, BRS Paraguaçu e SM5 Pernambucana). Em vasos contendo sete litros de solo esterilizado, foram plantadas quatro sementes de cada genótipo; 15 dias após a germinação, realizou-se o desbaste mantendo-se duas plantas por vaso. Aos 145 dias após o plantio, foram coletados 16 frutos imaturos de cada genótipo, os quais foram dispostos em caixas tipo gerbox, previamente desinfestadas, contendo folhas de papel umedecido - quatro frutos por gerbox (Figura 1). As variáveis temperatura, umidade relativa do ar e luminosidade foram mensuradas dentro do gerbox com um sensor Hobo. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições e 12 tratamentos (genótipos), sendo a parcela representada por um gerbox com quatro frutos. Para inoculação foi utilizado um disco de micélio com 0,5 cm de diâmetro do isolado L3, o qual foi cultivado durante 23 dias em placas de Petri contendo meio de cultura V8 (10%), sobre cada um dos frutos. Os frutos foram avaliados em intervalos de 12 horas, visando a quantificação do período de incubação (espaço de tempo decorrido entre a inoculação e o surgimento dos sintomas). Os gerboxes permaneceram sob condições controladas (temperatura de 20±2 o C e fotoperíodo de 12 horas) durante sete dias. Após esse período, os frutos foram lavados em suspensão de sulfato de cobre (0,1 M). A quantidade total de esporos foi estimada da suspensão obtida, após contagem em hemacitômetro. Os

dados de esporulação foram transformados para variância (ANOVA) e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey. para atender as pressuposições da análise de RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi verificado micélio abundante sobre os frutos de mamoneira a partir do disco inoculado, doze horas após a inoculação (Figura 2). O período de incubação foi de apenas 48 horas, em todos os genótipos, sendo, portanto, esta variável pouco relacionada com a possível resistência (Figura 3). Houve diferenças estatísticas significativas (P=0,01)) entres os genótipos avaliados quanto à esporulação do A. ricini sobre os frutos imaturos (Tabela 1). O genótipo CNPAM 2000-48, com menor valor de esporulação do patógeno sobre os frutos, diferiu estatisticamente dos genótipos CNPAM 2001-212, CNPAM 2001-70, CNPAM 2001-16 e BRS Nordestina. Além do genótipo CNPAM 2001-48, as cultivares BRS Paraguaçu e SM5 Pernambucana também foram mais resistentes que o genótipo CNPAM 2001-212. Os resultados obtidos neste estudo corroboram os obtidos por Costa et al. (2004), com inoculação artificial em condições de campo. As cultivares BRS Paraguaçu e SM5 Pernambucana não diferiram estatisticamente entre si quanto à resistência ao mofo cinzento, ambas com reação intermediária à doença. Neste trabalho, identificou-se o genótipo CNPAM 2000-48 com pouca esporulação de A. ricini em seus frutos como aquele com maior nível de resistência, considerando-se esta variável. O período latente e a capacidade de esporulação são os principais componentes de resistência em patossistemas em que a dispersão do patógeno é predominantemente aérea. Genótipos que têm menor taxa de esporulação do patógeno reduzem a taxa de progresso da doença e, portanto, são mais adequados para o manejo integrado do mofo cinzento. Considerando a produção de esporos como um importante componente epidemiológico da doença, a avaliação com base na esporulação do patógeno em frutos de mamoneira imaturos pode ser adequada para a seleção de genótipos resistentes ao mofo cinzento. Os resultados aqui obtidos, entretanto, devem ser confrontados com ensaios em campo. CONCLUSÕES Foi possível diferenciar genótipos de mamoneira quanto a produção de esporos de Amphobotrys ricini pelo método de inoculação de frutos; Amphobotrys ricini produziu menos esporos no genótipo de mamoneira CNPAM 2000-48;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, A. E. de; SUASSUNA, N. D.; COUTINHO, W. M. Doenças e seu manejo. In: AZEVEDO, D. M. P. de; BELTRÃO, N. E. de M (Ed.). O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica. 2007. p. 281-303. BATISTA, F. A. S.; LIMA, E. F.; MOREIRA, J. A. N. de; AZEVEDO, D. M. P. de; PIRES, V. A.; VIEIRA, R. M.; SANTOS, J. W. dos Avaliação da resistência de genótipos de mamoneira Ricinus communis L. ao mofo cinzento causado por Botrytis ricini Godfrey. Campina Grande: Embrapa Algodão, 1998. 5 p. (Embrapa Algodão. Comunicado Técnico, 73). COSTA, R. S.; SUASSUNA, T. M. F.; MILANI, M.; COSTA, M. N.; SUASSUNA, N. D. Avaliação de resistência de genótipos de mamoneira ao mofo cinzento (Amphobotrys ricini). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 1., 2004, Campina Grande. Energia e Sustentabilidade. Anais...Campina Grande: Embrapa Algodão, 2004. 1 CD-ROM. LIMA, E. F.; SOARES, J. J. Resistência de cultivares de mamoneira ao mofo cinzento, causado por Botrytis ricini. Fitopatologia Brasileira, v. 15, n. 1, p. 96-98, 1990. MILANI, M.; NÓBREGA, M. B. M.; SUASSUNA, N. D.; COUTINHO, W. M., Resistência da mamoneira (Ricinus communis L.) ao mofo cinzento causado por Amphobotrys ricini, Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005. 22 p. (Embrapa Algodão. Documentos 137).

Tabela 1. Esporulação (número de esporos x10 4 ) de Amphobotrys ricini em frutos de diferentes genótipos de mamoneira. Tratamentos Média* CNPAM 2000-9 288,75 abc CNPAM 2001-212 587,50 a BRS - Paraguaçu 173,44 bc CNPAM 2000-48 82,50 c CNPAM 2001-5 388,44 abc CNPAM 2001-63 239,06 abc CNPAM 2001-77 322,81 abc CNPAM 2001-9 331,88 abc CNPAM 2001-70 512,50 ab CNPAM 2001-16 405,62 ab Pernambucana 165,00 bc BRS Nordestina 501,25 ab Média 333,23 CV 24,405 P 0,0006 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Figura 1. a) Frutos dispostos em gerbox; b) Micélio de Amphobotrys ricini em desenvolvimento sobre frutos de mamoneira 12 horas após a inoculação; c) Início dos sintomas; d) Fruto do genótipo CNPAM 2000 48, com pouca esporulação de Amphobotrys ricini; e) Fruto do genótipo CNPAM 2001 212, com abundante esporulação de Amphobotrys ricini.