Efeito da densidade de plantas no rendimento de bulbos com diferentes cultivares de cebola.



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Transcrição:

Efeito da densidade de plantas no rendimento de bulbos com diferentes cultivares de cebola. Marie Yamamoto Reghin; Rosana Fernandes Otto; Carlos Felipe Stülp Jacoby; Jean Ricardo Olinik; Rafael Pagano de Oliveira. UEPG. Dept o de Fitotecnia e Fitossanidade, Praça Santos Andrade s/n, 84030-330 Ponta Grossa PR. e-mail:freghin@convoy.com.br RESUMO O experimento foi realizado em Ponta Grossa (PR) com o objetivo de avaliar o efeito de densidades de plantas no rendimento de bulbos de diferentes cultivares de cebola, no sistema de muda transplantada. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com quatro repetições; os tratamentos foram distribuídos segundo esquema fatorial 4 x 2, sendo D1(500.000 plantas/ha), D2 (312.000), D3 (227.000) e D4 (178.571) em duas cultivares de cebola (Bola Precoce e Crioula). Entre cultivares, tanto no rendimento total quanto na de bulbos comercializáveis, somente na D1, a cv. Crioula apresentou menor rendimento que Bola Precoce. As melhores alternativas, em termos de qualidade do produto foram as densidades D3 (227.272 plantas/ha) e D4 (178.571 plantas/ha), para as duas cultivares, com rendimento acima de 50% de bulbos da classe 3C que são as de maior preferência no mercado. Palavras-chave: Allium cepa L., população de plantas, espaçamento entre plantas, produção. ABSTRACT Effect of plants density with different cultivars on onion yield The experiment was realized in Ponta Grossa (PR) with the aim to avaluate plants density on bulbs yield of different cultivars on transplanted onion. The experimental design was a randomized blocks with four replications; the treatments followed a factorial scheme 4x2, being D1 (500.000 plants/ha), D2 (312.000), D3 (227.000) and D4 (178.571), and two onion cultivars (Bola Precoce and Crioula). Between cultivars even on total bulbs yield or on marketable bulbs only D1 the cv. Crioula showed lower yield than Bola Precoce. Considering the bulbs quality the best alternatives were the density D3 and D4 to both cultivars with bulbs yield above 50% from class 3C, being those on the preference at the market. Keywords: Allium cepa L., plants population, plants spacing, bulbs yield. Dentre os fatores de manejo que afetam diretamente a produtividade e a qualidade dos bulbos na cultura da cebola encontra-se a densidade de plantas. O rendimento total de bulbos resulta da densidade de plantas e da média do tamanho do bulbo. De modo geral, com o aumento da densidade de plantas, o

rendimento se aproxima de um máximo (Stofella, 1996). No entanto, com o aumento da densidade de plantas, a proporção de bulbos pequenos aumenta (Hatridge-Esh & Bennett, 1980) ocorrendo em baixas densidades uma maior proporção de bulbos graúdos, com uma produção total menor. Isso implica que o rendimento de bulbos comercializáveis (> 35mm) aumenta de acordo com o aumento da densidade até um certo ótimo e posteriormente decresce. A densidade de plantas é bastante variável de acordo com as características do local. Na cultivo convencional da Flórida, usa-se população de plantas menor que 197.000 (Stofella, 1996); na Itália, 800.000 plantas propiciaram produtividade de 31,0 t/ha (Dellacecca et al., 2000) e na Argentina, se obteve um rendimento máximo de 60 t/ha com 500.000 plantas/ha (Lipinski et al.,2002). No Paraná, a cebola se constitui numa das principais culturas de subsistência de grande número de pequenos produtores das regiões de Imbituva e de Irati, tendo apresentado na safra 2001/2002, o correspondente a área cultivada de 1.040 ha em Irati (Seab/Deral, 2002). Não foram encontradas recomendações oficiais sobre densidade populacional de cebola no Estado. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o rendimento de cebola em diferentes densidades de plantas, nas cultivares Bola Precoce e Crioula. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em Ponta Grossa (PR) em altitude aproximada de 880 m, em solo do tipo CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, de textura argilosa. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com quatro repetições; os tratamentos foram distribuídos conforme fatorial 4x2, sendo D1 (500.000 plantas/ha), D2 (312.000), D3 (227.272) e D4 (178.571), e cultivares Bola Precoce e Crioula. A semeadura foi realizada em sementeira em 17/04/2003 e o transplante no dia 20/06, em parcelas adubadas com 5-25-25 (100 g/m 2 ). Cada parcela tinha 4 linhas de plantas, cada uma com 30 plantas e espaçadas entre si de 0,40 m. Na linha, usou-se espaçamentos de 5, 8, 11, e 14 cm para compor as densidades D1,D2, D3 e D4, respectivamente. Realizou-se adubação nitrogenada em cobertura com uréia (10 g/m) aos 28 e 60 dias do transplante. A área foi mantida com irrigação por aspersão. As colheitas foram realizadas em duas linhas centrais (0,42 m 2 ), quando as plantas apresentaram estalo acima de 80%, nos dias 22/10 para Bola Precoce e 12/11 para Crioula. Após a cura e a toilete,os bulbos foram separados, contados e pesados nas diferentes classes, de acordo com a classificação do M. A. n o 529/18.03.95, em classes 1 (> 15 <35mm), 2 (>35 <50mm), 3 (>50 <60mm), 3C (>60 <70mm), 4(>70 <90mm) e 5 (>90 mm). Considerou-se como não comercializável a classe 1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A precocidade de colheita vaiou em função das cultivares, sendo Bola Precoce colhida aos 187 dias da semeadura, e Crioula aos 208 dias. As plantas se desenvolveram em condições climáticas de comprimento de dia e de temperatura decrescentes, o que favoreceu o crescimento vegetativo da planta. Essa duração do ciclo relativamente longa promoveu benefícios pois a Tabela 1 mostra um rendimento total alto de bulbos, sendo acima de 49,0 t/ha, se compararmos com o rendimento nacional de cebola de 15,7 t/ha (Resende et al., 2002). Entre cultivares, tanto no rendimento total quanto na de bulbos comercializáveis, somente na D1, a cultivar Crioula apresentou menor rendimento que Bola Precoce. Nos tratamentos D2 e na D3, houve superioridade de Crioula e na D4, não foi observada diferença significativa. A característica de bulbos comercializáveis demonstra a qualidade dos bulbos obtidos, apresentando somente na maior densidade, D1, valor diferente do rendimento total. Nas demais densidades, D2, D3 e D4 a totalidade dos bulbos produzidos foram comercializáveis (Tabela 1). Tanto para a cultivar Bola Precoce quanto para Crioula houve um pequeno percentual de bulbos não comercializáveis (classe 1), conforme a Tabela 2, observados na D1. Este resultado demonstra que a medida que ocorre um aumento da densidade de plantas, ocorre diminuição do tamanho do bulbo, estando de acordo com os relatos de Hatridge-Esh & Bennett (1980), Stofella (1996). Os dados de peso médio ratificam essa consideração (Tabela 1). O rendimento total é aumentado de acordo com o incremento da densidade de plantas. No entanto, se perde em tamanho do bulbo ou peso médio, o que é uma característica de grande importância pois é um dos atributos que imprime a qualidade comercial e a cotação do produto. Um maior percentual da produção na classe acima de 3,5 cm de diâmetro transversal é altamente favorável porque atende a preferência do mercado consumidor nacional (Silva et al., 1991). Na classe 3C (>60 <70mm), a cv. Bola Precoce apresentou em percentual de peso na D1 (12,18%), na D2 (34,28%), na D3 (52,99%) e na D4 (53,09%). A cv. Crioula na D1 apresentou (12,0%), na D2 (47,98%), na D3 (57,4%) e na D4 (43,21%). Dessa forma, as melhores alternativas, em termos de qualidade do produto foram as densidades D3 (227.272 plantas/ha) e D4 (178.571 plantas/ha), para as duas cultivares. LITERATURA CITADA DELLACECCA, V.; LOVATO, A.F.S.; STOFELLA, P.J.; CANTLIFFE,D.J.; DAMATO, G. Effects of different plant densities and planting systems on onion (Allium cepa L.) bulb quality and yield. Acta Horticulturae, n.533, p. 197-203, 2000.

HATRIDGE-ESH, K.A.; BENNETT, J.P. Effects of seed weight, plant density and spacing on yield responses of onion. Journal of Horticultural Science, v.55, n.3, p. 247-252, 1980. LIPINSKI, V.M.; GAVIOLA, S.; GAVIOLA, J.C. Effect of plant density on yield of onions cv. Cobriza INTA. Agricultura Técnica, v. 62, n. 4, p. 1-9, 2002. RESENDE, L.M.de A.; MASCARENHAS, M.H.T.; SIMÃO, M.L.R. Panorama da produção e comercialização da cebola em Minas Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 23, n. 218, p. 7 19, 2002. SEAB/DERAL. Valor Bruto da Agropecuária Paranaense. Disponível: site do Governo do Estado do Paraná, 2002. URL:http:/www.pr.govbr/seab/deral. Consultado em 03/01/2004. SILVA, E.; TEIXEIRA, L.A.J.; AMADO, T.J.C. The increase in onion production in Santa Catarina, State, South, Brazil. Onion Newsletter for the Tropics. n.3, p. 7-9, 1991. STOFELLA, P.J. Planting arrangement and density of transplants influence sweet spanish onion yields and bulb size. HortScience, v. 31, n. 7, p. 1129 1130, 1996. Tabela 1. Produção total e de bulbos comercializáveis (t/ha), peso médio dos bulbos (g) das cultivares Bola Precoce e Crioula nas densidades D1(500.000 ptas/ha), D2 (312.000), D3 (227.272) e D4 (178.571). Ponta Grossa (PR). 2003 Prod. total (t/ha) Prod. com. (t/ha) Peso Médio (g) Densidades Bola Precoce Crioula Bola Precoce Crioula Bola Precoce Crioula D1 76,92 A* a* 64,90 B* a* 76,04 A* a* 63,34 B* a* 76,04 A* c* 63,34 A* c* D2 54,92 B b 71,55 A a 54,92 B b 71,55 A a 88,72 B b c 115,57 A b D3 51,50 B b 65,47 A a 51,50 B b 65,47 A a 108,14 B a b 137,49 A a b D4 49,08 A b 60,26 A a 49,08 A b 60,26 A a 128,83 B a 158,19 A a C.V (%) 12,69% 13,26% 10,92% * Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si no nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Tabela 2. Rendimento de bulbos em porcentagem de peso nas classes 1, 2, 3, 3C e 4 das cultivares Bola Precoce e Crioula nas densidades D1(500.000 ptas/ha), D2 (312.000), D3 (227.272) e D4 (178.571). Ponta Grossa (PR). 2003 Rendimento em porcentagem de peso nas classes

Bola Precoce Crioula Densidades 1 2 3 3C 4 1 2 3 3C 4 D1 1,39 29,37 55,21 12,18 1,85 2,50 39,20 46,31 12,00 0,00 D2 0,00 17,41 48,31 34,28 0,00 0,00 0,00 36,05 47,98 15,96 D3 0,00 3,14 39,83 52,99 4,04 0,00 0,00 5,17 57,40 37,44 D4 0,00 0,00 22,56 53,09 24,35 0,00 0,00 5,49 43,21 51,30