RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PARTICIPAÇÃO EM EVENTO Projeto Agrisus No: 1948/16 Nome do Evento: XX Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água Interessado: Claudia Maria do Prado Furquim Instituição: Universidade Estadual de Londrina Local do Evento: Foz do Iguaçu-PR-Brasil Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 1260,00 Vigência: 08/09/16 a 24/12/16 RESUMO DA PARTICIPAÇÃO: A XX Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo realizada em Foz do Iguaçu-PR nos dias 20 a 24 de novembro de 2016 teve como tema O Solo sob ameaça: conexões necessárias ao manejo e conservação do solo e da água!. Esta edição do evento contou com 37 palestras e 430 trabalhos científicos aceitos para publicação apresentados na forma de pôster ou apresentação oral nas subcomissões: Fertilidade do solo e nutrição de plantas, Corretivos e Fertilizantes, Manejo e Conservação do Solo e da Água, planejamento do uso da terra e poluição, remediação do solo e Recuperação de áreas degradadas. Ainda sobre os trabalhos científicos apresentados, sob minha autoria e juntamente a do coautor, foi apresentado um resumo científico com o título Percepção dos produtores rurais em relação à conservação do solo e da água em três municípios paranaenses, o qual abrange o tema do evento e contribuiu para com este. O evento teve por objetivo ligar pessoas, instituições e iniciativas públicas e privadas para abrir perspectivas para o manejo e conservação do solo e da água, a fim de originar ações efetivas de manejo conservacionista nos diversos biomas brasileiros. RELATÓRIO: 1. INTRODUÇÃO O solo e a água são recursos de grande importância na agricultura para alcançar produção. Nesse sentido, é essencial que seja promovida a conservação destes recursos e que se adotem tecnologias e práticas conservacionistas nas propriedades agrícolas a fim de minimizar a degradação do solo e da água. No Brasil e no mundo, é constante a realização de eventos onde se discutem tecnologias e práticas de conservação dos recursos naturais e a participação nestes eventos acrescenta muito ao conhecimento de profissionais da agricultura, alunos e agricultores. Desta forma, a XX Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do solo e da água teve por objetivo ampliar os conhecimentos de profissionais da agricultura, alunos e agricultores sobre novas tecnologias e informações sobre manejo e conservação do solo e da água. 2. PROGRAMA DO EVENTO A programação do evento constou de 37 palestras e 430 trabalhos científicos aceitos para publicação apresentados na forma de pôster ou apresentação oral nas subcomissões: Fertilidade do solo e nutrição de plantas; Corretivos e Fertilizantes; Manejo e Conservação do Solo e da Água; planejamento do uso da terra; poluição, remediação 0
do solo e Recuperação de áreas degradadas. Os assuntos tratados nas palestras, sessões e mesas redondas eram basicamente sobre conciliação da conservação do solo e da água com o agronegócio, controle da erosão no século XXI, uso e degradação do solo em biomas brasileiros, formação e informação para conservação do solo e da água, ações públicas para conectadas à conservação do solo e da água, como estimular a prática da csa, sistemas de manejo conservacionista. O evento também contou com Visitas técnicas e minicursos para aperfeiçoamento profissional. 3. RESUMO DO TRABALHO APRESENTADO O seguinte resumo foi apresentado na forma de pôster e de acordo com o contexto do evento (Conservação do solo e da água) contribuiu para a observação da situação atual das práticas de conservação do solo e da água nas três cidades do norte do Paraná estudadas e para a conscientização de profissionais, alunos e agricultores sobre a situação da conservação destes recursos. VISÃO DOS PRODUTORES RURAIS EM RELAÇÃO À CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA EM TRÊS MUNICÍPIOS DO PARANÁ. Claudia Maria do Prado Furquim 1* João Tavares Filho 2 1 Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Agronomia, Programa de Pósgraduação em Agronomia, Londrina, Paraná, Brasil. E-mail: claudiampfurquim@hotmail.com 2* Universidade Estadual de Londrina, Professor Associado C do Departamento de Agronomia - Londrina, Paraná, Brasil. E-mail: tavares@uel.br * Autor para correspondência Palavras-chave: Código florestal, Práticas Conservacionistas, Degradação ambiental. A preservação do ambiente é um tema atual muito abordado. Grande parte da população mundial está ciente da importância de manter os recursos ar e água limpos para a manutenção da qualidade de vida. No entanto, poucos são aqueles que entendem a importância de conservar o solo para atender às necessidades da população (SINCLAIR, 2001). A agricultura é uma atividade que pode influir na degradação do ambiente, devido ao suposto "mau uso dos recursos naturais" e de "técnicas de produção inadequadas" para alcançar altas produções. Acredita-se que o modelo de produção tem se tornado cada vez mais custoso e poluidor, sendo um desafio conciliar aumentos de produção com a sustentabilidade dos recursos utilizados (MAALOUF, 2000). Neste sentido, as práticas de conservação do solo e da água tem sido uma opção no meio agrícola como forma de promover a diminuição da degradação dos recursos naturais. Existe a necessidade de integração entre agricultores, entidades extensionistas, de pesquisas, universidades e governos na criação de políticas públicas que resultem em resultados satisfatórios de conservação dos recursos naturais e de produtividades agrícolas. Entretanto, é fundamental observar a forma mais adequada de conscientização do produtor rural, levando em conta seu grau de abrangência sobre o assunto e qual o melhor meio de comunicação para despertar e motivar o interesse para conservação ambiental. Desta forma, o objetivo do trabalho foi analisar a percepção de Produtores Rurais em relação à conservação do solo e da água em três municípios paranaense. 1
O estudo foi realizado nos municípios de Tamarana, Londrina e Ortigueira-PR, que formam uma região agrícola representativa do norte paranaense, com relevo ondulado nas propriedades. Foi elaborado um questionário com perguntas objetivas e dissertativas sobre a percepção dos produtores rurais quanto à conservação do solo e água, os quais foram distribuídos em revendas de produtos agropecuários e cooperativas agrícolas. Com o referido questionário, buscou-se avaliar o interesse dos produtores pela Conservação do Solo e da Água e o cumprimento das normas do novo código florestal. Os dados foram analisados a partir do programa estatístico R. Foram respondidos setenta e dois questionários. Os resultados mostraram que todos os participantes consideram necessário o uso de práticas conservacionistas na propriedade. Alegaram necessidade de conservar os recursos naturais com qualidade para o futuro e a fim de minimizar problemas com erosão. Constatou-se que a maior parte dos produtores (94,44%) utiliza o sistema de plantio direto, o qual contribui para a sustentabilidade na produção agrícola e, segundo Resck (1999) é comprovadamente eficiente no controle de erosão. A maioria dos entrevistados (93,06%) seguem as normas do Código Florestal, sendo que 65,28% das áreas apresentam Área de Preservação Permanente e Área de Reserva Legal. A visão da categoria sobre o Novo Código Florestal aponta que 40,28% dos que responderam consideram boas as mudanças ocorridas como a redução no tamanho da APP (nas matas ciliares), redução da recomposição da mata desmatada da Reservas Legais e não punição para imóveis rurais referente a autuação de desmatamento sem autorização (FAEP, 2012), contra 31,94% que as consideram ruins. Alegou-se a opinião negativa às mudanças, devido à visão sobre a necessidade em reflorestar áreas que não são mais consideradas de preservação permanente e por considerarem que é necessário recompor a vegetação para conservação dos recursos naturais para o futuro. Em relação à necessidade de utilização de terraço agrícola em área com plantio direto, 63,89% dos participantes consideram que há necessidade de uso, argumentando que a região tem chuvas intensas e o terreno é declivoso, o que justificaria o uso para evitar a erosão do solo, assoreamento de rios e reduzir gastos com recuperação da qualidade do solo e da água. Este fato pode estar relacionado com o reaparecimento de processos erosivos em áreas agrícolas onde o terraço agrícola foi eliminado, pois, em um primeiro momento, com a difusão da semeadura direta houve a redução das perdas de solo por erosão, o que motivou os agricultores a retirarem os terraços. Essa atitude apoiou-se, não só pela redução perda de solo e água, mas também no suposto aumento da capacidade operativa das máquinas agrícolas. Porém, considerando longas pendentes, a retirada dos terraços aumenta o fluxo de água na superfície do solo (GARCIA, 2008). Em contrapartida, 36,11% dos participantes acreditam que, se for realizado o plantio direto em nível com correto manejo da palhada e fizerem a construção de caixas de contenção de água, não haverá necessidade de utilizarem os terraços. Na região onde foi realizada a pesquisa, a maioria (93,06%) das propriedades possuem fontes naturais de água, sendo 92,54% destas conservadas conforme a legislação. A partir desses resultados, foi observado que nesta região os produtores rurais participantes da pesquisa compreendem a importância de conservar o solo e a água e a maior parte destes utilizam práticas conservacionistas nas propriedades. Foi relatado por estes que a forma mais abrangente de conhecimento das técnicas foi através de cursos, palestras, revistas e também da própria experiência prática cotidiana e por notificações recebidas. Notou-se que os produtores rurais estão mais dispostos a seguir as regras do código florestal. Analisando o trabalho de Tavares Filho (2009) e relacionando com este trabalho, é possível aferir que com o passar dos anos os produtores rurais têm utilizado práticas de conservação de forma mais frequente, o que pode estar associado à preocupação destes com o esgotamento e degradação dos recursos naturais. 2
Referências bibliográficas FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DO PARANÁ FAEP. Novo código florestal. 2012. Disponível em: <https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/comunicacao/novocodigo-florestal-principais-mudancas.pdf> Acesso em: 10 de maio de 2016. GARCIA, S. M., RIGUES, A. A. Vertical Mulching e manejo da água em semeadura direta. Rev. Bras. Ciênc. Solo, Viçosa, 2008. 32:833-842, vol.32 n. 2. MAALOUF, W. D. Recursos humanos e desenvolvimento agrícola sustentado. São Paulo: Fundação Salim Farah Maluf, 2000. 47p. RESCK, D.V.S. O plantio direto como alternativa de sistema de manejo e conservação do solo e da água na região dos cerrados. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 27., Brasília, 1999. Resumo expandido. Brasília, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1999. TAVARES FILHO, J.; RINSCHEDE, M. Visão dos produtores rurais, profissionais e estudantes da área agronômica, em relação à conservação do solo e da água na região de Londrina, Pr. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, suplemento 1, p. 1195-1202, 2009. SINCLAIR, F. L. Process-based research in sustainable agricultural development integrating social, economic ans ecological perspectives. Agricultural Systems, v 69, issues 1-2, 1-3, 2001. Disponível em: <http://www.elsevier.com>. Acesso em: 11 de maio de 2016. 4. CONCLUSÕES Programação Científica: foi possível concluir que houve um grande acréscimo de conhecimento acadêmico e profissional através dos assuntos tratados nas palestras e apresentações de trabalhos; Cidade escolhida: concluí que foi uma boa escolha, pois Foz do Iguaçu é situada em uma região de solos dos mais férteis do Brasil, que abrigam uma agricultura extremamente moderna e produtiva, onde se desenvolve projetos conservacionistas de grande impacto regional e com reconhecimento mundial; Apresentação de trabalho científico: contribuiu muito para o aprofundamento no tema e para adquirir didática em debates e apresentações; 5. DEMOSTRAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS DA FUNDAÇÃO AGRISUS DESPESAS R$ Material de Consumo pôster com o resumo 50,00 Despesas com Hospedagem 319,67 Despesas de Alimentação 396,78 Despesas de Transporte 148,03 Outros (inscrição) 360,00 TOTAL 1274,48 3
6. DATA E NOME DO PARTICIPANTE. 30/11/2016, Claudia Maria do Prado Furquim. 4