RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PARTICIPAÇÃO EM EVENTO

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1 RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PARTICIPAÇÃO EM EVENTO Projeto Agrisus No: PA 1951/16 Nome do Evento: XX Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água Interessado: Diego Antonio França de Freitas Instituição: Universidade Federal de Viçosa Local do Evento: Foz do Iguaçu - Paraná Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 2000,00 Vigência: até 24 de Dezembro de Resumo do Evento A XX Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água (RBMCSA) ocorreu entre os dias 20 a 24 de novembro de 2016, nas dependências do Golden Park, em Foz do Iguaçu PR. O tema central apresentado na XX RBMCSA foi O solo sob ameaça: conexões necessárias ao manejo e conservação do solo e da água!. A RBMCSA é um evento técnico científico e de inovação tecnológica, promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo em parceria com os núcleos regionais e instituições parceiras, que tem por objetivo promover sistemas sustentáveis de uso dos recursos solo e água para todos os biomas brasileiros. Esta edição do evento contou com 37 palestras e 430 trabalhos científicos aceitos para publicação apresentados na forma de pôster ou apresentação oral nas subcomissões: Fertilidade do solo e nutrição de plantas, Corretivos e Fertilizantes, Manejo e Conservação do Solo e da Água, planejamento do uso da terra e poluição, remediação do solo e Recuperação de áreas degradadas O público-alvo do evento foram professores, pesquisadores, empresas e representantes da administração pública que tem ação interfacial com o tema, além de estudantes de graduação e pós-graduação.

2 Relatório 1. Introdução A XX RBMCSA ocorreu após um intervalo de quatro anos sem a realização deste importante evento. Desta forma, muitas informações importantes sobre a conservação do solo e da água haviam sido produzidas nas diferentes instituições brasileiras e internacionais, mas necessitavam de um amplo compartilhamento. Desta forma, a participação neste, que é o principal evento ligado a conservação do solo e da água no Brasil, enriquece tecnicamente os envolvidos e contribui fortemente para a atualização e compartilhamento de informações. No ano de 2016 o evento contou com profissões de todas as regiões brasileiras, sendo grande parte pesquisadores e professores atuantes diretos na conservação do solo e da água. Desta forma, as 37 palestras e eventos científicos que ocorreram foram de elevada qualidade técnica e proporcionaram ampla integração entre os profissionais envolvidos nesta temática. O evento contou com diversos apoios, com destaque para a Fundação Agrisus, que foi representada na abertura do evento por seu presidente, senhor Antonio Roque Dechen, conforme figura 1. Figura 1. Abertura da XX RBMCSA.

3 2. Programa do evento A programação da XX RBMCSA foi variada, contando com 37 palestras e conferências, mesas redondas, apresentações orais e 430 trabalhos científicos aceitos para publicação apresentados na forma de pôster. Todo o programa do evento considerou pesquisas e trabalhos desenvolvidos para as diversas regiões brasileiras, não se atendo a itens locais. A diversidade e qualidade da programação proporcionaram clara integração entre os envolvidos e possibilidades de trabalhos em conjunto em prol da melhoria da qualidade dos solos do Brasil. A programação completa pode ser obtida através do link: Os anais da XX RBMCSA podem ser obtidos no link: 3. Resumo do trabalho apresentado Segue abaixo o resumo apresentado na XX RBMCSA e aprovado para os anais do evento. A Figura 2 mostra uma foto do autor diante do pôster apresentado. Atributos indicadores da qualidade do solo na região central de Minas Gerais Diego Antonio França de Freitas (1) ; Letícia Lopes de Andrade (2) ; Wander Araujo Martins (3) (1) Professor; Universidade Federal de Viçosa - campus Florestal; Florestal, MG; Campus UFV-Florestal, CEP: Florestal - MG (diegofranca@ufv.br); (2) Estudante de agronomia, bolsista Fapemig; Universidade Federal de Viçosa; (3) Estudante de agronomia, bolsista CNPq; Universidade Federal de Viçosa. Palavras-chave: conservação do solo, manejo do solo, atributos químicos e físicos do solo. A intensificação do uso do solo nas atividades agropecuárias vem aumentando nos últimos anos com o crescimento da demanda por produtos agrícolas. Essa situação, aliada à ausência de práticas de conservação do solo e da água resultam em perda da qualidade dos solos, sendo ela química, física e biológica. Os atributos biológicos são indicativos do estado de conservação do solo, pois um solo que apresenta altos teores de matéria orgânica expressa o equilíbrio existente entre a microbiota e o manejo agrícola exercido no mesmo. Assim, o estudo desses atributos apresenta fundamental importância na atualidade, tendo em vista a intensa utilização do solo no pós- Revolução Verde, onde havia o uso extremo do mesmo sem a preocupação com a minimização dos impactos ao meio ambiente, ocasionando sérias consequências, principalmente, ao solo. Dessa forma, a continuidade de práticas antigas e irracionais no uso do solo pode contribuir para um empobrecimento e limitação da agricultura brasileira, uma vez que esse recurso natural ficará cada vez mais escasso e com menor qualidade. Os estudos relacionados a matéria orgânica do solo podem ser utilizados como indicadores de qualidade do ecossistema, permitindo inferir sobre o estoque de carbono do solo, principalmente quando relacionado às mudanças climáticas globais (Costa et al., 2008).

4 O objetivo do presente trabalho foi avaliar alguns atributos indicadores de qualidade do solo, sendo eles: densidade do solo, resistência do solo à penetração, matéria orgânica e estoque de carbono do solo em diferentes sistemas de manejo do Campus- Florestal. Realizou-se o experimento na Universidade Federal de Viçosa- Campus Florestal, onde foram analisadas cinco áreas, sendo elas: área 1: eucalipto (Eucalyptus spp.) espaçados em torno de 1,70 m entre si, apresentando aproximadamente 6 anos de idade, 20 metros de altura e 2,5m 3 de madeira por árvore. A floresta de eucalipto é utilizada pela Universidade com fins didáticos e a madeira será utilizada para o consumo interno, sendo o plantio não comercial. Área 2: pasto degradado, com presença de gramíneas distribuídas desuniformemente na área, apresentando falhas de cobertura com consequente exposição do solo em toda a área, e sem a presença de terraços. Anteriormente às coletas de solo, houve plantio e colheita de milho (Zea mays) na área, resultando em caracterização de um sistema de integração lavoura-pecuária, naquele momento. Área 3: pasto conservado e bem formado, conferindo boa cobertura ao solo (com aproximadamente 0,30 m de altura), ainda nessa área há a presença de fragmentos de mata nativa. Área 4: plantio de sorgo, área com histórico de sucessivos plantios de milho safra e safrinha no sistema convencional por aproximadamente 10 anos, em 2016 foi realizado o plantio convencional de sorgo (Sorghum bicolor), o solo encontra-se descoberto nas entrelinhas e entre plantas; Área 5: mata nativa, presença de mata bem conservada sem nenhuma interferência e atividade antrópica, apresentando espécies arbóreas de diâmetros variáveis e sub bosque pouco desenvolvido. Camada espessa de serapilheira e pouca declividade, podendo ser considerada relativamente plana nos locais das coletas. Nas camadas coletadas apresentam grande quantidade de raízes, devido à característica de mata, ou seja, população adensada. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com três repetições para a análise de todos os atributos em estudo. Para a avaliação da resistência do solo à penetração foi utilizado o penetrômetro de impacto (modelo IAA/Planalsucar-Stolf). Os resultados foram calculados de acordo com Stolf (1991), segundo a fórmula: RP (Kgf cm -2 ) = 5,6 + 6,89 N (impacto dm -1 ), para a conversão de Kgf cm -2 para MPa, o resultado obtido na equação foi multiplicado pela constante 0,0981. Analisou-se a profundidade de 0 60 cm. A densidade do solo foi determinada pelo método do anel volumétrico, utilizando-se o amostrador de solos tipo trado Uhland e cilindros com bordas cortantes de volume conhecido. Coletou-se amostras de solos indeformadas nas camadas 0-10, e cm de profundidade. As amostras foram pesadas para a determinação da massa de solo úmido, após colocadas em estufa de circulação forçada de ar à 105ºC por 48 horas, em seguida foram pesadas novamente para a determinação da massa de solo seco (Embrapa, 1997). A densidade do solo foi determinada a partir da seguinte equação: Ds= massa do solo seco/ volume do solo. A matéria orgânica do solo foi determinada segundo a metodologia de Embrapa (1997), coletaram-se amostras de solo deformadas nas camadas de 0-10, 0-20 e cm de profundidade. A determinação do estoque de carbono baseou-se na equação, Est C = (CO x Dap x e)/10), onde: Est C = estoque de C orgânico em determinada profundidade (Mg.ha -1 ) CO = teor de C orgânico total na profundidade amostrada (g.kg -1 ) Dap = densidade aparente do solo da profundidade (kg.dm -3 ) e = espessura da camada considerada (cm), segundo Embrapa 1997). Para a comparação múltipla entre médias utilizou-se o teste de Scott-Knott p<0,05. Não foram constatadas diferenças significativas nos valores de densidade do solo em relação às diferentes profundidades analisadas para todas as áreas em questão, sendo estes resultados compatíveis com aqueles apresentados por Wendling et al. (2012). Nas profundidades de e cm, ocorreram diferenças significativas na comparação entre as áreas, tendo a área de eucalipto apresentado a menor média de densidade. A resistência do solo à penetração apresentou diferença significativa ao longo do perfil analisado em todas as áreas em estudo. Observou-se valores restritivos ao desenvolvimento radicular na profundidade de 0-6 cm nas áreas de pasto degradado, pasto conservado e plantio de sorgo. Os trabalhos de Torres et al. (2012) também mostraram que a resistência do solo a penetração pode pode ser restritiva na cada superficial do solo. Os teores de matéria orgânica nas áreas analisadas não diferiram estatisticamente entre si. Observou-se diferença significativa apenas na área de pasto degradado ao longo do perfil analisado, havendo menor teor de matéria orgânica na camada de cm de profundidade.

5 Em relação ao estoque de carbono, houve diferenças significativas entre as cinco áreas analisadas apenas pra a camada de 0-10 cm de profundidade. Quando analisado este atributo ao longo do perfil, ocorreram maiores valores nas áreas de pasto degradado, pasto conservado e plantio de sorgo, na profundidade de cm o que pode ser explicado devido a maior espessura da camada analisada. Nas demais áreas não houveram diferenças significativas ao longo do perfil. Conclui-se que, tais atributos indicam de forma direta algumas consequências da utilização do solo sem o uso de práticas conservacionistas, sendo necessária a difusão e implantação dessas práticas no meio agrícola para o manejo sustentável do solo. Contudo, o incremento em matéria orgânica nos solos cultivados, além de proporcionar melhorias químicas, contribui para a estruturação desse recurso, propiciando um melhor desenvolvimento do sistema radicular, melhoria da aeração, aumento da atividade microbiana entre outros, acarretando em maiores valores de produtividade e melhoria na qualidade do solo. Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo apoio financeiro ao projeto. REFERÊNCIAS EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura - EMBRAPA-CNPS, p. COSTA, F.S.; GOMES, J.; BAYER, C.; MIELNICZUK, J. Métodos para avaliação das emissões de gases de efeito estufa no sistema solo-atmosfera. Rer. Ciência Rural, n. 36, p , STOLF, R. Teoria e teste experimental de fórmulas de transformação dos dados de penetrômetro de impacto em resistência à penetração. Rev. Bras. Ci. Solo, n. 15, p , TORRES, J. L. R.; RODRIGUES JUNIOR, D. J.; SENE, G. A.; JAIME, D. G.; VIEIRA, D. M. S. Resistência à penetração em área de pastagem de capim tifton influenciada pelo pisoteio e irrigação. Bios. J., n. 28, p , WENDLING, B.; Vinhal-Freitas, I. C.; OLIVEIRA, R. C.; BABATA, M. M.; BORGES, E. N. Densidade, agregação e porosidade do solo em áreas de conversão do cerrado floresta de pinus em, pastagem e plantio direto. Bios.J., n. 28, p , Figura 2. Autor diante do pôster apresentado.

6 4. Conclusões sobre o evento A RBMCSA novamente se confirma como o principal evento brasileiro para se discutir itens relativos a conservação do solo e da água. A sua realização a cada dois anos se torna-se fundamental, de maneira a organizar informações, compartilhar conhecimentos, integrar a comunidade acadêmica e profissões que trabalham nesta importante temática. A escolha da cidade de Foz do Iguaçu para a realização do evento foi acertada, pois grande parte dos envolvidos tiveram este primeiro contato com o estado do Paraná, estado reconhecido pelos seus trabalhos conservacionistas. Além disto, a cidade oferece estrutura completa de recepção e instituições reconhecidas, como a Hidrelétrica Binacional de Itaipu. Pessoalmente, a participação no evento foi extremamente positiva, pois foi possível uma atualização do conhecimento, formação de parcerias e análise crítica da situação brasileira perante o caráter de conservação do solo e da água. 5. Demonstração financeira dos recursos da Fundação AGRISUS A Tabela 1 mostra a descrição das despesas referentes a participação na XX RBMCSA. Tabela 1. Descrição das despesas referente a participação na XX RBMCSA. Descrição da despesa Valor Alimentação R$ 286,13 Inscrição R$ 470,00 Hospedagem R$ 1.183,00 Transporte R$ 200,00 Passagem aérea Não incluída nesta solicitação Total R$ 2.139,13 6. Data e nome do participante. Nome: Diego Antonio França de Freitas Instituição: Universidade Federal de Viçosa, campus Florestal Fone: (31) diegofranca@ufv.br Florestal, 01 de dezembro de Diego Antonio França de Freitas Coordenador do Projeto