UNIDADE I: CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA



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Transcrição:

UNIDADE I: CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA ZOOLÓGICA Profª Raimunda Fortes Bióloga, MSc. Sustentabilidade de Ecossistemas, Doutora em Biotecnologia 2 FUNDAMENTOS Descrição e denominação dos animais: * facilita estudo dos diversos grupos zoológicos. 2 FUNDAMENTOS Taxionomia ou zoologia sistemática: busca organizar e classificar os animais, identificando as espécies e distribuindo-as pelos táxons superiores. 1

2 FUNDAMENTOS Taxionomia ou zoologia sistemática Divisões: a) classificação - arranjo dos tipos de animais em uma hierarquia; b) nomenclatura - procedimento de dar nomes aos tipos e grupos de animais a serem classificados. 2 FUNDAMENTOS 2.1 CLASSIFICAÇÃO - Métodos: * separar similaridades e diferenças significativas entre os organismos; * elaborar um esquema de classificação a partir desses aspectos (estruturas, fisiologia, coloração, embriologia). FUNDAMENTOS CLASSIFICAÇÃO Finalidades: * conveniência (divisões acima do nível espécie são construções humanas/ não existem na natureza); * mostrar parentescos baseados na filogenia (história evolutiva de um grupo). 2

FUNDAMENTOS - Regida pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (1985). - Sistema de regras (nomes zoológicos). - Código possui regras próprias. - Adotado pela comunidade zoológica internacional. Objetivo do Código Promover a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos dos animais, e assegurar que o nome de cada táxon seja único e distinto. Táxons e Categorias Táxon: determinado grupo de organismos (escargot). Categoria: determinado nível hierárquico em que certos táxons são classificados (classe, filo). Helix aspersa (Escargot - caracol terrestre comestível) 3

Código só se preocupa com: 1) Família (superfamília, família, subfamília, tribo); 2) Grupo de gênero (gênero e subgênero); 3) Grupo de espécie (espécie e subespécie). Os nomes dos táxons - São palavras latinas ou latinizadas. - Os nomes podem ser uninominais, binominais e trinominais. * Nomes de espécies: binominais * Nomes de subespécies: trinominais * Demais: uninominais Homonímia, sinonímia, prioridade - Homonímia: mesmo nome aplicado a dois ou mais táxons (proibido para família e gênero). Homonímia, sinonímia, prioridade - Sinonímia: dois ou mais nomes distintos dados a um mesmo táxon. Ucides cordatus Ucides maracoani (sinônimo) 4

Homonímia, sinonímia, prioridade - Princípio da prioridade: De dois ou mais sinônimos ou homônimos, vale o mais antigo. * Data inicial para aplicação do princípio da prioridade: 1º de janeiro de 1758. Publicação, autoria e data - Nome zoológico, para ser válido, deve ser publicado. - Trabalho de nomenclatura deve ser impresso. - Todo nome publicado tem autor e data de publicação. - Autoria e data não fazem parte do nome de um táxon, mas podem ser citados em conjunto. Ex.: Dasyatis americana Hildebrand & Schroeder, 1928 - Quando espécie ou subespécie são transferidas de gênero, cita-se o nome do autor e data entre parênteses. Ex.: Limnodrillus kleerekoperi Marcus, 1944 passou a ser Tubifex tubifex kleerekoperi (Marcus, 1944). 5

- Princípio da tipificação: qualquer nome dos três grupos (família, gênero e espécie) possui um tipo (objeto/espécime que fixa um nome aplicado a um táxon). - Espécime: animal ou qualquer parte de um animal; uma colônia ou parte dela; um molde; ilustração... Octopus vulgaris * holótipo: exemplar único indicado como espécime-tipo de um táxon nominal da espécie na ocasião da publicação original. HOLÓTIPO Uca rapax 6

* parátipo: todo espécime de uma sérietipo além do holótipo. * síntipo: cada espécime de uma série-tipo de que não se designou holótipo. Uca rapax SÍNTIPO LECTÓTIPO * lectótipo: um dentre vários síntipos, designado, após a publicação de um nome do grupo da espécie, como o espécime-tipo do táxon portador daquele nome. Uca rapax 7

* paralectótipo: um dos síntipos originais remanescentes após a seleção de um lectótipo. * neótipo: exemplar que substitui um holótipo/lectótipo perdidos. É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo. (Sêneca) 8