NARRATIVA HISTÓRICA DO PARANÁ: A PRODUÇÃO DOS ALUNOS EM AULAS DE HISTÓRIA



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Transcrição:

NARRATIVA HISTÓRICA DO PARANÁ: A PRODUÇÃO DOS ALUNOS EM AULAS DE HISTÓRIA GEVAERD, Rosi Terezinha Ferrarini SME; UFPR rosifgevaerd@curitiba.org.br Resumo O interesse por esse estudo surgiu a partir da pesquisa realizada durante o mestrado. Minha preocupação foi investigar a presença do ensino de História do Paraná em escolas da Rede Municipal de Ensino de Curitiba. No processo de pesquisa, ficou evidenciado que existe um ensino de conteúdos de História do Paraná, no Ciclo II, especialmente, na 4 a série. Diante disso, pretende-se dar continuidade a esse estudo, pautando-se em pesquisas desenvolvidas na área da Educação Histórica, mais especialmente, na linha de investigação da cognição histórica, a qual engloba estudos que têm como perspectiva a compreensão das idéias dos alunos em contexto de ensino aulas de História, tomando como referência conteúdos históricos concretos. À luz de investigações desenvolvidas por Peter Lee (2001), busca-se fazer uma relação entre os conceitos substantivos, nesse estudo, os conteúdos da História do Paraná, e o conceito de segunda ordem narrativa. Tomando como referencial teórico as reflexões delineadas por James Wertsch (2004), Jeretz Topolski (2004), Mario Carretero (1997), investigadores que têm discutido questões sobre narrativas históricas e suas estruturas, pretende-se analisar as narrativas históricas do Paraná. Nesse estágio do estudo Observação Piloto, definiu-se algumas questões a serem observadas, a saber: quais os conteúdos de História do Paraná ensinados pela professora; a forma como a professora expõe essas narrativas histórias; se a professora utiliza o manual didático ou não; quais as metodologias adotadas no decorrer de suas aulas de história; como o aluno produz a sua narrativa, ou seja, a sua explicação. No processo atual de pesquisa busca-se elementos para que se possa compreender qual a relação que existe entre a narrativa da professora e a narrativa produzida pelo aluno, bem como buscar ver qual o significado dos conteúdos da História do Paraná no contexto escolar. Palavras-chave: Ensino de História; Educação Histórica; História do Paraná.

408 Introdução O interesse por esse estudo surgiu a partir de minha pesquisa desenvolvida no mestrado. A minha preocupação naquele momento foi investigar a presença do ensino de História do Paraná em escolas da Rede Municipal de Ensino de Curitiba (RME). Tendo como categoria de análise o conceito de código disciplinar, proposto por Raimundo Cuesta Fernandes (1997; 1998), procurou-se reconstruir como foi se constituindo o ensino de História do Paraná, procurando identificar as permanências, as mudanças e as descontinuidades que se efetivaram desde as primeiras indicações desses conteúdos, enquanto saber escolar, até a proposta curricular da RME, de 1997-2000. As análises encetadas na pesquisa apontaram para a existência da História do Paraná enquanto saber escolar, a qual começou a se constituir no final do século XIX, quando apareceram as primeiras manifestações de um ensino voltado para o estudo de conteúdos sobre a história do Estado. Este conteúdo pode ser encontrado a partir da legislação de 1895, Regulamento para a Instrução Pública: noções gerais de geographia e história pátrias, especialmente do Estado (PARANÁ, 1897). Esta seria a primeira manifestação de uma história regional indicada pela legislação. A partir deste Regulamento, a indicação de conteúdos da história regional esteve sempre presente nas legislações. Ademais, constatou-se a presença de manuais didáticos 1, que enfocavam a história regional, a partir desse período, no contexto escolar. Discutiu-se, também, em que medida esses conteúdos estão presentes na cultura escolar hoje, a partir das falas de professoras da RME por meio de entrevistas 2, bem como de trabalhos produzidos por alunos e alunas dessas professoras 3. No processo de pesquisa, ficou evidenciado que existe um ensino de conteúdos de História do Paraná, no Ciclo II, especialmente, na 4 a série. Diante disso, pretende-se dar continuidade a esse estudo, pautando-se em pesquisas desenvolvidas na área da Educação Histórica, mais especialmente, na linha de investigação da cognição histórica, a qual engloba estudos que têm como perspectiva a compreensão das idéias dos alunos em 1 2 3 Durante o processo de pesquisa constatou-se a presença de manuais didáticos que tratam da história do Estado, a saber: História do Paraná, de autoria de Romario Martins, publicado em 1899; O Brasil e o Paraná, de Sebastião Paraná, publicado em 1903. Foram entrevistadas 22 professoras que atuavam com o ensino de História em escolas de 5a a 8a série, dessas 14 atuavam em 3a e 4a série e que passaram a ser foco do estudo. Foram coletados 84 trabalhos de alunos e alunas ao final do ano de 2002. Desses 73 abordavam conteúdos de História do Paraná, após a categorização obteve-se 22 trabalhos que passaram a compor o material de análise para a pesquisa.

409 contexto de ensino aulas de História, tomando como referência conteúdos históricos concretos. A partir dessas pesquisas pretende-se fazer uma relação entre conceitos substantivos, aqui tomados como os conteúdos da História do Paraná e o conceito de segunda ordem narrativa. Essa seria a parte central dessa investigação, buscar ver as estruturas das narrativas históricas presentes no contexto escolar: as narrativas que a professora seleciona, as presentes no manual didático e as produzidas pelos alunos. Educação Histórica: uma área de investigação Esse estudo está se delineando a partir de pesquisas realizadas na área denominada Educação Histórica. Essas pesquisas começaram a ser produzidas, inicialmente, em países como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá e têm se constituído como referência para que em Portugal, já há algum tempo e, no Brasil, mais recentemente, essa área de investigação comece a se consolidar. Essas pesquisas surgem tendo como foco: princípios, fontes, tipologias e estratégias de aprendizagem em História, e com o pressuposto de que a intervenção do professor na qualidade da aprendizagem requer um conhecimento prévio e sistemático das idéias históricas dos alunos (BARCA, apud. ARIAS NETO, 2005, p. 15). A educação histórica tem se constituído a partir de uma fundamentação teórica específica, sendo que suas áreas basilares são: a Epistemologia da História, a Metodologia de Investigação em Ciências Sociais, a Psicologia Cognitiva e a História. Essas pesquisas, mais especialmente sob o enfoque de cunho qualitativo, têm investigado, por um lado os conceitos substantivos, e, por outro lado, as idéias sobre a natureza da História (BARCA, apud ARIAS NETO, 2005, p. 16). Conceitos substantivos, como agricultor, impostos, datas, eventos, democracia, revolução, são considerados importantes no ensino de História. No entanto, os pesquisadores começaram a perceber que outros conceitos são fundamentais, os que tratam da natureza da História. Esses conceitos chamados de segunda ordem englobam conceitos como, narrativa, relato, explicação, evidência, significância, consciência histórica (LEE, 2001; BARCA, 2005). Os primeiros estudos nesta direção foram sistematizados, em 1978, por Dickinson & Lee (citado por BARCA, apud ARIAS NETO, 2005, p. 16, 17), com alunos de 12 aos 18 anos. Esses pesquisadores preocuparam-se com o quadro teórico que deveria subsidiar pesquisas sobre o

410 pensamento histórico, questionando a teoria que havia servido de base para trabalhos realizados anteriormente, que enfocavam tanto a lógica a histórica, assim como a noção de base piagetiana da invariância dos estágios de desenvolvimento, aplicada ao processo de compreensão histórica. Com esta preocupação, Peter Lee, após uma coleta de dados, construiu um modelo de como ocorre a progressão das idéias relacionadas com a natureza da explicação histórica. Em 1984, outros estudos foram realizados por Dickinson & Lee com alunos de 8 a 18 anos que enfocavam as noções de empatia e imaginação histórica. Noções consideradas imprescindíveis para a explicação histórica. No Brasil, a preocupação com os estudos sobre o ensino de História nessa perspectiva é recente. Maria Auxiliadora Schmidt (2005), indica a possibilidade de que as pesquisas brasileiras que estão sendo produzidas nesta direção possam estar aglutinadas a partir da sistematização proposta por Laville (1999), ou seja, pesquisas que privilegiam a aprendizagem histórica dos alunos e as que enfocam a função social da História. No primeiro grupo estariam concentradas as pesquisas que têm como eixos: o processo de aprendizagem, o produto da aprendizagem e o estudo das representações; no segundo, estariam as pesquisas sobre: currículos, manuais e consciência histórica (SCHMIDT, apud ARIAS NETO, 2005, 115). A partir dessa sistematização, acredita-se que a pesquisa ora em andamento, pode vir a compor o grupo que privilegia a aprendizagem histórica dos alunos, mais especificamente as pesquisas cujo eixo é o produto da aprendizagem do aluno: a produção de narrativas históricas paranaenses. Narrativas históricas e suas estruturas Para delinear esse estudo pretende-se, numa breve reflexão, buscar mostrar as idéias de investigadores que tem discutido sobre narrativas históricas e suas estruturas. Nessa linha de pensamento, encontra-se James Wertsch (2004, p. 49-62) que busca mostrar o papel que as narrativas têm na constituição da memória coletiva, distinguindo entre as narrativas específicas e as narrativas esquemáticas padrões. Segundo o autor, as Narrativas Específicas podem ser vistas como episódica e configuracional. A primeira, a episódica é a narrativa construída numa perspectiva cronológica e de ordenação temporal que caracterizam tanto as narrativas e os eventos. Ao contrário, a segunda dimensão, a configuracional transforma os eventos numa história.

411 Para Wertsch, as narrativas específicas envolvem explicações provisórias que constituem um conjunto de eventos explicitados e diferenciados. Estes eventos são apresentados como tendo limites temporais e espaciais específicos e os atores são grupos típicos ou indivíduos particulares que agem em nome de interesses, ou como líderes de coletividades políticas. As narrativas específicas estão mais articuladas à História política. Protótipos destas narrativas podem ser encontrados em manuais didáticos que focalizam principalmente eventos como guerras, revoluções e outros acontecimentos políticos. Segundo Wertsch, as Narrativas esquemáticas padrões servem, para dar significados para a compreensão de diferenças e semelhanças entre duas gerações. Elas podem ser usadas a partir de várias fontes. Narrativas gerais ou generalizações transformam-se em narrativas específicas na tradição cultural. São chamadas narrativas esquemáticas no sentido de que elas possuem funções abstratas e generalizantes, constituindo espécies de estruturas esquemáticas do pensamento. Elas se constituem como padrões de narrativas que implica que estas estruturas abstratas podem ter prioridade sobre diferentes narrativas específicas, cada uma delas com suas particulares posições, contextos, datas, e força. Este ponto de vista sugere que a memória coletiva constitui não uma longa lista de narrativas específicas sobre o passado, como itens separados, mas um conjunto de ferramentas culturais o qual inclui alguns blocos básicos construídos sobre o passado. As narrativas padrões não são alguma espécie de arquétipos universais, mas elas pertencem a tradições características particulares que podem parecer diferentes de um contexto cultural para outro. Ademais, elas não se dão à ler para uma reflexão consciente, mas são utilizadas de maneira irrefletida, raramente são discutidas. Para o autor, a narrativa padrão usa caracteres, eventos, datas, e circunstâncias, que são básicos e relativamente constantes. Para Jeretz Topolski (2004), as narrativas presentes nos livros didáticos e aquelas produzidas pelos docentes tem uma estrutura (forma) e um conteúdo que são o resultado do funcionamento de distintos mecanismos intelectuais e sociais. O autor propõe uma das interpretações possíveis das narrativas históricas, e que poderia tornar-se interessante para os especialistas em didática do ensino de história. Distingue três estruturas, que também podem denominar-se níveis da narrativa histórica: o nível superficial ou informativo (lógico e gramatical), o nível persuasivo ou retórico, e o nível teóricoideológico ou de controle (timão).

412 Segundo Topolski, o primeiro nível o nível informativo, compõe-se de orações históricas, com seqüências mais curtas ou mais longas e de totalidades narrativas: passagens, parágrafos, capítulos entre outras. As narrativas podem construir-se de seqüências de orações históricas. A oração histórica clássica é declarativa, mas existem outros tipos de orações: as condicionais, as interrogativas e as imperativas que têm um caráter auxiliar na construção da narrativa. As orações históricas são factuais ou explicativas, ou ainda, factuais ou teóricas. A característica da oração histórica é apresentar elementos determinantes de tempo e espaço, os quais podem ser elaborados de forma explícita ou implícita. O segundo nível, persuasivo ou retórico, comunica ao leitor as crenças do historiador. Nesse nível a comunicação se faz pela persuasão, ou, no dizer do autor, com a retórica no sentido aristotélico. As crenças do historiador, que é o autor da narrativa, apresentam dois aspectos: - a convicção, praticamente comum a todos os historiadores, de que em sua narrativa estão transmitindo a verdade, ou, ao menos, de que os elementos factuais e explicativos de sua narrativa estão suficientemente corroborados; - diferentes convicções ideológicas em relação com a realidade atual e a realidade passada, e, ao mesmo tempo, com a atividade científica. Assim, nesta perspectiva, as estruturas lógicas e gramaticais só têm um significado formal, como ladrilhos que podem utilizar-se para distintas construções. No dizer do autor, todas as narrativas são retóricas e torna-se impossível separar o conteúdo informativo da persuasão. O historiador consegue a persuasão narrativa nos textos históricos por meio de três procedimentos: - tomando em conta o conhecimento e os sistemas de valores que supostamente têm os leitores (educandos); - escrevendo o texto de modo tal que habilite ou facilite a transmissão das crenças do historiador, e. - empregando tropos retóricos (como uma metáfora) e recursos retóricos, além da mera redação do texto. O terceiro nível, teórico e ideológico, é o nível onde, no entender do autor, descobre-se não só o conhecimento ou a ideologia conscientes do historiador, mas também os mecanismos e as pressões menos conscientes que interferem na visão de mundo que o historiador tem e o modelo para construir a narrativa histórica. Propõe alguns elementos que compõe o segundo e o terceiro nível da narrativa: o conhecimento preliminar (factual e teórico) à luz do qual o historiador está estudando e conceitualizando o passado; as convenções lingüísticas compartilhadas pelo historiador, que englobam um conjunto de palavras, noções, expressões; os mitos fundamentais presentes no entorno cultural do historiador, que influem em seu pensamento e sua imaginação a modo de uma pressão sui generis que orienta seu trabalho; a

413 ideologia representada pelo historiador, entre outros. No entender de Topolski, a existência de tantos elementos no terceiro nível da narrativa histórica faz com que o processo de construir a imagem do passado e de transmitir as crenças do historiador torne-se complexo e cheio de tensões. A tensão entre a tendência em construir novas imagens do passado e a mitologização (dogmatização) permanente do conhecimento adquirido ; e a polêmica entre as ideologias não científicas do historiador e a ética da investigação da comunidade científica. Para o autor essas tensões são as forças impulsionadoras da historiografia, bem como da didática da história. Para Mario Carretero (1997), em torno da questão da narrativa tem ocorrido, nas últimas décadas, um intenso debate tanto entre os historiadores como entre os filósofos da História. Ao pesquisar alunos de diferentes idades e diferentes níveis de escolarização, procurou saber qual o papel que os alunos conferem aos agentes [históricos] dentro da causalidade histórica. Pretendia analisar os tipos de agentes incluídos nas narrativas produzidas pelos alunos de diferentes grupos quando explicam porque se produziu o 'descobrimento' da América. No referido estudo, os relatos produzidos pelos alunos foram analisados considerando dois elementos da narrativa que, segundo o autor, são essenciais na explicação de acontecimentos históricos: os agentes, a cujas ações é atribuída a produção de determinados acontecimentos históricos, e os motivos que permitem explicar essas ações. (CARRETERO, 1997, p. 93) Após as análises dos relatos dos alunos foi estabelecida uma categorização. Inicialmente, em relação aos agentes históricos: agentes pessoais, agentes pessoais-sociais e agentes sociais. Em seguida, em relação aos motivos das ações, foram considerados todos os tipos a que os alunos fizeram referência em seus relatos, sendo que os mesmos foram distribuídos em cinco categorias: de procura, pessoais, científicos, religiosos, econômicos e políticos. (ibid. p. 93) Tendo como referência as pesquisas desses autores delineou-se um mapa conceitual para proceder à análise de narrativas produzidas por alunos de escola da RME. Narrativa histórica produzida em aulas de História: uma análise preliminar Para elaborar uma primeira categorização das idéias dos alunos acerca das narrativas históricas paranaenses procedeu-se a observações em aulas de História em uma escola da RME, mais

414 especificamente, em 4 a série. Nesse estágio do estudo Observação Piloto 4, definiu-se algumas questões a serem observadas, a saber: quais são os conteúdos de História do Paraná ensinados pela professora; a forma como a professora expõe essas narrativas histórias; se a professora utiliza o manual didático ou não; quais as metodologias adotadas pela professora no decorrer de suas aulas de história; como o aluno produz a sua narrativa, ou seja, a sua explicação. No processo atual de pesquisa obteve-se alguns elementos para responder a essas questões, no entanto não serão foco desse trabalho. A opção, nesse momento, foi a de analisar uma narrativa produzida por um aluno por considerar-se relevante nesse processo da investigação. Durante as observações constatou-se que a professora Ana 5 já abordou alguns conteúdos da História do Paraná, a saber: Tropeirismo, O ouro no litoral, O Paraná Província. Para realizar essa análise, selecionou-se uma narrativa que trata de um conteúdo histórico concreto: Tropeirismo, que será tomado, no dizer de Peter Lee (2001), como um conceito substantivo da História do Paraná, na medida em que tem sido privilegiado nas narrativas historiográficas que explicam a história do Estado. Ademais, o Tropeirismo pode ser considerado como uma narrativa esquemática padrão, pois segundo Wertsch (2004) a narrativa padrão usa caracteres, eventos, datas, e circunstâncias, que são básicos e relativamente constantes. Esses elementos podem ser identificados na historiografia paranaense em relação a esse conteúdo histórico desde a primeira obra da historiografia regional - História do Paraná, de Romario Martins, publicada em 1899, até os manuais didáticos presentes no contexto de sala de aula atualmente. Romario Martins, em sua obra História do Paraná, no capítulo XI Origens da economia rural, aborda o conteúdo referente ao Tropeirismo. Sua narrativa está estruturada contendo os seguintes itens: Minas, fazendas e invernadas, Arraiais do planalto, Os Currais e o Tropeirismo, Incremento e decadência da criação pastoril, Os três ciclos do povoamento (MARTINS, 1995, p. 263-274). No decorrer da narrativa, o autor, privilegia datas, acontecimentos, bem como faz referência a 4 5 Para a Observação Piloto selecionou-se uma turma de 4 a série de uma escola da RME. O Estudo Principal será efetivado em outra sala de aula a ser definida posteriormente. Essa observação está sendo realizada durante aulas de História - uma vez por semana. Os nomes, tanto da professora como do aluno não correspondem ao original para que se mantenha o sigilo das informações.

415 dados e informações obtidos em fontes escritas relatórios, para compor a sua explicação sobre esse contexto histórico. Pela análise realizada pode-se constatar a permanência de alguns elementos da narrativa de Romario Martins na narrativa da professora, bem como nas narrativas produzidas pelos alunos e alunas em aulas de História. A narrativa produzida pelos alunos e que será foco de análise nesse estudo foi uma atividade proposta pela professora Ana após ter sido trabalhado o conteúdo sob o título: Tropeirismo: a lida com o gado. No decorrer da aula, a professora passou no quadro o texto 6 e os alunos copiaram no caderno de História. Ao mesmo tempo, a professora fazia uma explicação do conteúdo. Os alunos faziam perguntas tirando as dúvidas do assunto trabalhado. Além disso, como material complementar a professora distribuiu aos alunos: a) um mapa com o título: Caminho das Tropas, que corresponde aos Estados da região sul: RGS, SC, PR, indicando as cidades surgidas com o Tropeirismo; b) um desenho que representa as tropas, as mulas, o tropeiro, a pousada; c) um desenho que representa o tropeiro em seu traje típico. Todo o material, mapa e desenhos, foram entregues aos alunos acompanhados de uma explicação e descrição por parte professora. Em seguida, foi solicitado aos alunos que pintassem o material entregue. Em outro dia de aula de História, a professora passou no quadro as atividades a serem respondidas pelos alunos: questões de perguntas e respostas e, no final, uma atividade a ser realizada em folha separada, que consistia em que os alunos escrevessem um texto sobre: A importância do tropeiro para o Paraná. A atividade deveria ser realizada sem a consulta ao texto original. Alguns alunos consultaram o material original, outros alunos, o mapa distribuído pela professora. Das 32 narrativas produzidas pelos alunos e alunas em sala de aula, considerou-se alguns critérios para a seleção da narrativa a ser analisada nesse estudo: a narrativa que apresentasse o maior número de informações em relação à narrativa original; a narrativa que demonstrasse não ter sido feito cópia a partir da narrativa apresentada pela 6 O texto apresentado pela professora é um resumo do texto original do manual adotado pela escola, a saber: SILVA, S. A; et. al. O Paraná de todas as cores: história do Estado do Paraná para o Ensino Fundamental.Curitiba: Base, 2001.

416 professora, ou seja, em que se percebesse uma explicação própria da criança. A narrativa selecionada foi a produzida pelo aluno Paulo, 10 anos, A importância do tropeiro para o Paraná Os tropeiros faziam um longo caminho com o gado, saiam de Viamão e passavam por: Palmeiras, Curitiba, Ponta Grossa, Castro, Jaguariaiva, Lapa e Itararé Uma pessoa importante era o cozinheiro e fazia milagres com o que carregava, farinha de mandioca, feijão, arroz, toucinho e carne seca. Onde os tropeiros passavam viravam vilas, pousadas e grandes cidades. O tropeiro era uma pessoa solitária que levava a tropa até a feira em Sorocaba. As mulas eram muito importante porque só elas conseguiam passar pelos caminhos precários. No caminho do Viamão os fazendeiros alugavam seus pastos para a alimentação dos animais, o tropeiro é muito importante porque se não fosse ele passar pelas cidades não iria ter o nome da cidade. (Paulo, 2006) Ao analisar a narrativa do aluno - NA 7 pode-se perceber que essa não está organizada na mesma seqüência da narrativa apresentada pela professora - NP. O aluno utiliza muitas informações da NP, no entanto, percebe-se que tentou fazer sua explicação a partir do que conseguiu compreender. Ao estruturar a narrativa o aluno organizou as orações históricas privilegiando: marcos temporais, marcos espaciais, os agentes históricos e as ações desses agentes. O marco temporal fica evidenciado pelo tempo do verbo utilizado passado, o aluno não fez referência ao século apresentado na NP século XVIII. O nome das cidades que o aluno cita em sua narrativa não constam da NP, esses nomes estão registrados no mapa que a professora entregou para os alunos. Portanto, pode-se pensar que esse aluno foi um dos que consultou o mapa para elaborar sua narrativa. A seguir, destaca-se alguns elementos presentes nas orações históricas da narrativa: 7 Doravante passa-se a utilizar a sigla NA quando se fizer referência à narrativa produzida pelo aluno; NP à narrativa apresentada pela professora.

417 Quadro 1 Análise da estrutura da NA: Estrutura da narrativa Marcos temporais Uso do verbo no passado Orações históricas faziam um longo caminho; saiam de Viamão e passavam por...; Relações causais/ Mudanças Onde os tropeiros passavam viravam vilas...; o tropeiro é muito importante porque se não fosse ele passar pelas cidades não iria ter o nome da cidade. Marcos espaciais Localização Viamão; Palmeiras, Curitiba, Ponta Grossa, Castro, Jaguariaiva, Lapa e Itararé; Sorocaba. Agentes históricos/ações Sociais Tropeiros; os fazendeiros; o cozinheiro. Pode-se observar que, a NA, assim como a NP, são constituídas por orações históricas curtas e declarativas, podendo ser considerada de acordo com Topolski (2004) narrativas no nível informativo. A partir dessa análise, fica evidenciada a necessidade de entrevista com os alunos como estratégia metodológica, para buscar compreender quais as idéias dos mesmos quando constroem suas narrativas. Como por exemplo, quando o aluno Paulo expressa em sua narrativa a relação entre o tropeirismo e o surgimento de algumas cidades, ele o faz em dois momentos distintos e com enfoques diferentes: Onde os tropeiros passavam viravam vilas, pousadas e grandes cidades e, mais adiante, o tropeiro é muito importante porque se não fosse ele passar pelas cidades não iria ter o nome da cidade. Para saber o que o aluno tentou expressar, só uma entrevista poderia clarear o que realmente o aluno compreendeu desse contexto histórico. Portanto, a análise preliminar dessa narrativa tem como objetivo principal testar o instrumento de pesquisa para que se possa proceder às alterações que se fizerem necessárias, existindo a possibilidade de que o processo de pesquisa leve a delimitações e novas estratégias metodológicas. Ademais, o foco central desse estágio da investigação, Observação Piloto, tem sido buscar elementos para que eu possa entender qual a relação que existe entre a narrativa da professora, do manual didático e a narrativa produzida pelo aluno, bem como buscar ver qual o significado do ensino da História do Paraná no contexto escolar.

418 Referências BARCA, I. Educação histórica: uma nova área de investigação. In: ARIAS NETO, J. M. (org.) Dez anos de pesquisas em ensino de História. Londrina: AtritoArt, 2005. CARRETERO, M. Construir e ensinar as ciências sociais e a história. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. CUESTA, R. Sociogénesis de una disciplina escolar: la Historia. Barcelona: Ediciones Pomares- Corredor, S.A., 1997.. Clío en las aulas: La enseñanza de la Historia en España entre reformas, ilusiones y rutinas. Madrid: Ediciones Akal, S. A., 1998. LEE, P. Progressão da compreensão dos alunos em História. In: BARCA, I. Perspectivas em educação histórica. Actas das Primeiras Jornadas Internacionais de Educação Histórica. Centro de Estudos em Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2001. MARTINS, R. História do Paraná. Curitiba: Travessa dos Editores, 1995. (Farol do Saber). PARANÁ. Leis e Regulamentos do Estado do Paraná de 1895 1896, Curityba, Atelier Novo- Mundo, 1897. SCHMIDT, M. A. Itinerários de pesquisa em ensino de história. In: ARIAS NETO, J. M. (org.) Dez anos de pesquisas em ensino de História. Londrina: AtritoArt, 2005. TOPOLSKI, J. La estructura de las narrativas históricas y la enseñanza de la historia. In: CARRETERO, M.; VOSS, J. F. (comps.). Aprender y pensar la historia. Buenos Aires: Amorrortu, 2004. WERTSCH, J. V. Specific narratives and schematic narrative templates. In: Theorizing historical consciousness. Edited by Peter Seixas. Toronto Buffalo London: University of Toronto Press Incorporated, 2004.