Frei Liberdade Luiz Antonio Aguiar PROJETO DE LEITURA 1 O autor Luiz Antonio Aguiar nasceu em 1955, no Rio de Janeiro. Mestre em Literatura Brasileira, pela PUC-RJ, com tese sobre leitura na cultura de massas, é resenhista em cadernos literários, tradutor, redator, sócio da Veio Libri Consultoria Editorial e animador de oficinas de redação e de criação literária. Trabalhou durante muito tempo como roteirista de histórias em quadrinhos e atuou na área de publicidade e marketing. Tem setenta títulos publicados e ganhou diversos prêmios com seus livros, inclusive o Jabuti de Melhor Título Infantil e Juvenil, em 1994, com Confidências de um Pai Pedindo Arrego. Visite o site do escritor em www.docedeletra.com.br/laa Romance histórico A leitura de uma ficção histórica é, tradicionalmente, uma forma lúdica de compreender o passado de um povo, de uma nação, pois aproxima do leitor os fatos que, em geral, estão em um livro didático ou são abordados em aulas de História. Como a linguagem de um livro de ficção pode ser mais leve e agradável que a dos livros didáticos, o leitor se distrai enquanto conhece a dimensão humana e cotidiana dos personagens ilustres e de pessoas comuns de uma época histórica. Além disso, do ponto de vista didático, o romance histórico permite o aprofundamento de temas históricos tratados em sala de aula, bem como a reflexão sobre a história, o que fortalece a cidadania. O grande desafio do romance histórico juvenil é colocar em prática a interdisciplinaridade e envolver professores de História, Geografia, Português, Artes etc. num trabalho conjunto e proveitoso para o aluno. A proposta deste suplemento de trabalho é proporcionar subsídios aos professores para que se sintam confortáveis com a adoção de um romance histórico desta coleção. Ficha Autor: Luiz Antonio Aguiar Título: Frei Liberdade Sonhos e lutas da Independência Ilustrador: Renato Zechetto Formato: 13,5 x 20,5 cm N o de páginas: 72 Elaboração: Cândida Vilares e Vera Vilhena Quadro sinóptico Gênero: romance histórico Temas transversais: liberdade, a figura do herói, liberalismo, ideais revolucionários Interdisciplinaridade:Português, História, Geografia e Artes INDICAÇÃO: leitor crítico: a partir de 12 anos ensino fundamental
Linha do tempo 1500 1763 1808 1815/17 1821 1822 Descobrimento do Brasil Transferência da capital, da Bahia para o Rio de Janeiro Vinda da Família Real Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves/ Revolução Pernambucana Volta da Corte para Portugal Independência do Brasil Primeiro Reinado: 1822 a 1831 1823 1824 1825 Reunião da Assembleia Constituinte Carta Outorgada Condenação e execução de Frei Caneca Confederação do Equador Mapa: localização ação geográfica Anexo, mapa do Brasil, destacando as províncias da Paraíba, Pernambuco (Recife), Ceará e Rio Grande do Norte. 2
Comentários sobre a obra Na narrativa, o personagem histórico Frei Caneca é apresentado como um ativista político, cuja trajetória é marcada pelo idealismo e pelo sofrimento. Entre a prisão inicial e a final, seguida da execução, Frei Caneca publica suas ideias no jornal, convive com personagens políticos da época (começo do século XIX), anda pelas ruas e estradas divulgando as ideias liberais. Em cada capítulo, há elementos poéticos ou simbólicos (anjos, dragões, demônio...) que se contrapõem à dura realidade política em que está inserido o protagonista. O principal conflito da narrativa é o desejo de liberdade política (que se distancia da Independência do Brasil) e o absolutismo de D. Pedro I. O Brasil tornou-se independente de Portugal em 1822. D. Pedro I, o primeiro imperador do Brasil, convocou uma Assembleia Constituinte para elaborar uma Constituição para o país que nascia. Os choques entre a Assembleia e o imperador, principalmente pelo poder, prolongaram-se por todo o ano de 1823 e terminaram por um golpe de força do imperador, que dissolveu a Assembleia Constituinte e impôs uma Constituição. As atitudes absolutistas de D. Pedro I despertaram forte oposição da parte dos brasileiros defensores das ideias liberais em várias províncias (estados). Assim, no Nordeste, eclodiu uma revolta liderada pela Província de Pernambuco, que pretendia criar um novo Estado, reunindo províncias do Nordeste sob o regime republicano e federalista, que foi a chamada Confederação do Equador. Confederação do Equador foi o nome escolhido pelos revoltosos para a República que pretendiam estabelecer. Adotaram o lema Religião, Independência, União e Liberdade e a Constituição da Colômbia para reger os destinos da Confederação até mesmo uma bandeira foi escolhida. Frei Caneca, carmelita, de origem humilde, teve importante atuação como líder popular na revolta de 1817 e na da Confederação do Equador (1824). Sugestões de trabalho Converse com os alunos sobre aspectos importantes para a compreensão geral do texto: O idealismo e a coragem de Frei Caneca, que, apesar de seu sofrimento na prisão, persistem e definem um herói político. O título Frei Liberdade como expressão do maior ideal de Frei Caneca; na narrativa fica evidente o que os revoltosos desejavam: liberdade política e econômica e relativa igualdade social. A Independência do Brasil, cheia de limitações, por causa das imposições do imperador português, D. Pedro I. Fale sobre os heróis modernos com seus alunos: quais seus ideais e suas propostas para melhorar o Brasil. Peça aos alunos que elejam um personagem da História que possa ser definido como herói. Que características heroicas ele apresenta? 3 >>
TRABALHO INTERDISCIPLINAR Teatro Criar uma peça sobre o momento da execução de Frei Caneca, colocando na encenação um monólogo no qual o personagem defenda seus ideais e critique o absolutismo. Redação Proposta 1: Os alunos podem criar um boletim de notícias sobre a morte de Frei Caneca. Além da notícia, inclua depoimentos controvertidos sobre possíveis testemunhas. Aprofundando o tema Pesquisa Nos livros de história do Brasil, os alunos podem pesquisar a figura de D. Pedro I nesta narrativa, visto como vilão. O produto final cartaz, seminário, apresentação em Power Point deve dar conta dos aspectos positivos e negativos dessa figura controvertida. Independência, Edgar Luiz de Bar- ros. São Paulo: Ática, coleção Coti- diano da História. A independência do Brasil, Márcia Ber- bel. São Paulo: Saraiva, coleção Que História É Essa? Viagem ao Nascimento de uma Nação O diário de Maria Grahan, Raymundo Campos. São Paulo: Atual. Frei Caneca, Francisco Teixeira. São Paulo: Ática coleção Cotidiano o da História. O Menino das Canecas, Carlos Queiroz Telles. São Paulo: Moderna. Sugestões de leitura para auxiliar na pesquisa Este projeto de leitura está com a Nova Ortografia conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa 4
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