EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO TRABALHO DA VARA TRABALHISTA DO RIO DE JANEIRO. FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade RG Nº, inscrito no CPF sob o nº, com Carteira de Trabalho e previdência Social nº 0001 serie 0002RJ e PIS nº, residente e domiciliado na Rua dos Desesperados, nº 07, Bairro da Felicidade, Estado/UF - CEP 123456-000, endereço eletrônico: fulanodetal@yahoo.com.br, sendo sua genitora, Dna Ciclana, vem, por sua Advogada abaixo subscrito, inscrita na OAB/RJ sob nº, devidamente constituído pelo instrumento de mandato anexo, com escritório profissional situado à Rua Tal, nº xx, centro, Nova Iguaçu/RJ, endereço eletrônico: advogado@gmail.com.br, onde receberá as comunicações de atos processuais, mui respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ pelo rito ordinário, em face da Empresa, pessoa jurídica de direito privado, com sede na cidade, sito à Rua, Estado/UF CEP. 123000-000, inscrita no CNPJ nº, neste ato representada por seu administrador, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: DO CONTRATO DE TRABALHO
O RECLAMANTE laborou na empresa RÉ, no período de 01 de dezembro de 2000 à 02 de outubro de 2006, período no qual foi demitido sem justa causa. Contudo de maneira protelatória, a RECLAMADA, até a presente data não efetuou a baixa na CTPS do obreiro, não forneceu a TRCT PARA RETIRADA DO FGTS, nem tão pouco liberou as GUIAS para dar entrada nas parcelas do Seguro-Desemprego. Após a demissão, o RECLAMANTE já laborou para outras empresas, e não tinha noção da importância da baixa em sua CTPS, até o momento em que se viu desempregado e tentou usufruir do benefício do auxílio-desemprego, neste momento, foi impedido de receber, uma vez que constavam em seu cadastro um vínculo trabalhista em aberto. Cabe ressaltar, que em consulta feita no sistema da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL foram constatadas irregularidades nos depósitos referentes ao seu FGTS. DA CONCILIAÇÃO PREVIA Cumpre inicialmente informar que o reclamante não submeteu à presente demanda à Comissão de Conciliação Prévia, na forma do art. 625 D da CLT, por ser facultativa a teor da decisão em medida cautelar proferida pelo STF no julgamento das ADI s 2139-7 e 2160-5, que conferiu interpretação conforme art. 5º, XXXV, da Carta Magna de 1988. Portanto, correto afirmar que o Estado deve garantir a tutela jurisdicional a qualquer cidadão, preservando o direito de acesso à Justiça, assegurado na Constituição Federal. DA COMPETÊNCIA O art. 651 da Consolidação das Leis Trabalhistas traz a regra geral a ser aplicada para definir a competência territorial, de acordo com esse dispositivo a reclamação trabalhista deve ser proposta no último local de prestação de serviços, mesmo que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no exterior. O principal intuito da norma é impedir que o empregado tenha gastos desnecessários com a demanda, bem como tenha condições de colher as melhores provas no local onde por último trabalhou. Nesse ínterim, as empresas que promovem atividades fora do lugar do contrato estão sujeitas ao ajuizamento, pelos empregados, de reclamações trabalhistas no foro da
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços, conforme norma prevista no Art. 651, e 3º, da CLT, senão vejamos: Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (...) 3º- Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. Salienta-se, que este Juízo é competente para conhecer da lide e solvê-la, uma vez que o RECLAMANTE prestava serviços no seguinte endereço: DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA O RECLAMANTE, não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais, sem que tal gasto cause prejuízo a sua própria subsistência e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Conforme previsto no art. 98 da Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 (Novo CPC) o RECLAMANTE faz jus ao benefício da Gratuidade de Justiça, e portanto, requer a Vossa Excelência, que se digne a conceder os benefícios ora pleiteados. DO DIREITO O RECLAMANTE fora demitido sem justa causa no mês de 02 de outubro de 2006, sendo que até a presente data, a RECLAMADA não lhe forneceu o TRCT para saque do FGTS, nem as guias para habilitação no programa do Seguro-Desemprego, nem tão pouco procedeu a baixa na CTPS do RECLAMANTE, ferindo artigos previstos na Lei 8036/90 (Lei que regula o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), a Lei nº 7998/90 (regula o Programa Seguro Desemprego) e a Consolidação das Leis Trabalhistas. Nos termos do art. 20, I, da Lei n 8.036/90, a conta vinculada do trabalhador poderá ser movimentada na despedida sem justa causa. Da mesma forma, nos termos da Lei n 7.998/90 e Resolução Codefat 467/2005, o empregado dispensado sem justa causa após mais 6 meses de contrato, tem direito de se habilitar ao programa do seguro-desemprego.
Por todo exposto, REQUER seja realizada a Baixa na CTPS do RECLAMANTE, seja expedido alvará judicial, para o devido saque no seu FGTS, bem como para habilitar-se no programa do Seguro-Desemprego. DAS RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS O reclamante requer que as retenções fiscais e previdenciárias sejam realizadas na forma da lei. FGTS Com a demissão sem justa causa, faz juz ao Reclamante, o saque do FGTS nos termos do art. 7º, III, da Constituição Federal. No caso concreto, o valor a título de FGTS é de R$5.068,80 (cinco mil e sessenta e oito reais e oitenta centavos) devidamente corrigidos, que se refere ao período de 2000 a 2006 em que o RECLAMANTE manteve vínculo empregatício com a RECLAMADA. SEGURO DESEMPREGO Para a proteção dos empregados, que são demitidos sem justa causa enquanto procuram um novo emprego, a Lei nº 7.998/90, posteriormente alterada pela Lei nº 8.900/94 criou o benefício do seguro-desemprego, que consiste em pagamentos de salário por tempo determinado a todo aquele que preenche os requisitos da lei. Ele contribui para suprir de forma básica, o empregado e seus dependentes durante período de busca do novo emprego. O Reclamante manteve vínculo empregatício com a Reclamada por seis anos consecutivos, quando então sem justa causa teve seu contrato de trabalho rescindido. Esse modelo de demissão, gera o direito ao reclamante de requerer seguro-desemprego, nos termos do art. 7º, II, da Constituição Federal. Como houve uma rescisão involuntária do contrato de trabalho por parte da reclamada, a verba assecuratória deverá ser paga à reclamante como verba indenizatória. Entendimento esse já pacificado em nossos Tribunais. Senão vejamos: Súmula 389/TST - 08/03/2017. Seguro-desemprego.
Competência da Justiça do Trabalho. Direito à indenização por não liberação de guias. CF/88, art. 114. Lei 7.998/90, art. 3º. «I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-oj 210/TST-SDI-I - Inserida em 08/11/2000) II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-oj 211/TST-DI-I - Inserida em 08/11/2000).» Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25/04/2005. Nesse sentido, a Súmula 389 do TST em seu inciso II disciplina que o empregador deve fornecer a guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego, e como no caso em questão não foi fornecida, ensejou o pagamento da referida verba assecuratória a título de indenização. DOS PEDIDOS Face ao exposto, requer o Reclamante: 1) a concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos do art. 98 do NCPC, vez que não tem condições de arcar com despesas processuais, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família; 2) A notificação da Reclamada, no endereço constante no preâmbulo desta, para que querendo, conteste os pedidos supra-arguidos, sob pena de serem considerados por verdadeiros e consequente cominação dos efeitos da revelia; 3) A procedência dos pedidos constantes na presente Ação, 4) O pagamento de Honorários advocatícios no importe de 20% sobre o valor da causa. 5) Seja determinada a baixa da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e fornecimento de guia para o recebimento do seguro-desemprego; 6) Seja expedido Alvará Judicial para retirada do saldo de FGTS. 7) Requer, ainda, que as retenções fiscais e previdenciárias sejam realizadas na forma da lei.
DAS PROVAS Protesta ainda, por todos os meios de prova em direito admitidos, tais como: testemunhas que serão arroladas em tempo hábil ou comparecerão independente de intimação; juntada de novos documentos e em especial o depoimento pessoal da Reclamada, através de seu representante legal, que desde logo fica requerido, sob pena de confesso, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis. VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$7096,32 (sete mil e noventa e seis reais e trinta e dois centavos) Termos em que, Pede e espera deferimento. Rio de Janeiro, xx de mês de 2017. ADVOGADA OAB/RJ