MATERIAL DE APOIO PROJETO PROGRAMA SENTINELAS DA SERRA Patrocínio: Apoio:
A SERRA DA BODOQUENA SURGIMENTO Entre 580 e 540 milhões de anos, havia um supercontinente na Terra chamado de Rodínia. Nos oceanos presentes ali existiam pequenas formas primitivas de vida que, quando morreram, deixaram seus sedimentos de carbonato de cálcio no fundo. Aproximadamente 20 milhões de anos depois, as massas continentais foram se reaproximando expondo o fundo na superfície e originando uma alta cadeia de montanhas. Essa cadeia de montanhas tem ficado exposta à erosão ao longo do tempo e a Serra da Bodoquena seria então uma porção que sobrou desta erosão. Assim formou-se um planalto, com a escarpa voltada para o Pantanal (oeste) de relevo Cárstico por conta das rochas. Relevo: conjunto de formas da crosta terrestre, desde as profundezas do oceano até o topo das montanhas. O Relevo do Brasil é composto por Planaltos (Serras), superfecície elevada áreas com pouca variedade de altitude. Planícies (Amazônica, Pantanal e Litorânea), áreas com pouca variedade de altitude; Depressão, altitudes muito mais baixas do que as áreas ao seu redor e pode ser Absoluta, localizado em planície ou Relativa, localizada em um planalto; Montanhas, elevação muito alta em relação as demais áreas. Relevo Cárstico: tipo de relevo caracterizado pela dissolução química (corrosão das rochas). Escarpa: marcada por uma parede rochosa, possui uma diferença grande de altitude relacionado com as áreas ao redor. HISTÓRIA E LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO Habitada por indígenas, funcionava como um ponto de contato entre guaranis, chacos e guaicurus e a colonização ocorreu após o tratado de Tordesilhas com a chegada dos europeus. Em 1631 chegada dos Padres Jesuítas e em seguida a região foi dominada por 2 etnias do Guaicurus: Mbais que deram origem aos atuais Kadiwéu e
os Paiaguás (extintos). A Guerra do Paraguai (1864 a 1870) teve a participação dos índios Mbaiá-Guaicurus que receberam terras onde hoje se encontra a reserva indígena dos Kadiwéus. Ao longo do tempo, após a guerra foram surgindo os municípios que abrangem a Serra da Bodoquena: Bodoquena, Bonito, Jardim e Porto Murtinho. A região da atual cidade de Bodoquena foi reconhecida em 1980 e surgiu inicialmente como colônia agrícola de café. Em 1927, a cidade de Bonito é estabelecida a partir da fazenda Bonito. A cidade de Jardim era inicialmente ocupada por fazendas de gado, mas um povoado se estabeleceu na região com as obras para a construção da rodovia Porto Murtinho Aquidauana (atual BR-267) e em 1953, a cidade é reconhecida. A região onde hoje é o Porto Murtinho surgiu inicialmente como região de produção e exploração de erva-mate, quebracho (para a extração de tanino), pesca e pecuária, tornando-se cidade de Porto Murtinho em 1926. Figura 1: Localização da Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul. Fonte: Sabino, José. No domínio das águas claras. Revista Terra da Gente, nº 9, janeiro de 2005.
CARACTÍSTICAS DA SERRA DA BODOQUENA ROCHAS As rochas encontradas na Serra da Bodoquena são facilmente diluídas pela água da chuva através de um processo químico (ácido carbônico, gerado pela mistura da água da chuva mais gás carbônico e o carbonato de cálcio, material que compõe a rocha da Serra da Bodoquena). Essa facilidade de diluição da rocha promove o surgimento dos rios subterrâneos, grutas, cavernas e dolinas. DOLINAS Dolinas são depressões do terreno que desmoronou em função da diluição da rocha subterrânea. O teto dessas depressões desaba, abrindo uma abertura para a superfície. Exemplos de Dolinas: Buraco das Araras e Lagoa Misteriosa, ambas em Jardim/MS GRUTAS E CAVERNAS As Grutas ou Cavernas são formadas quando a água da chuva se infiltra em rachaduras no solo. Alargando essas rachaduras e formando espaços vazios. Com o tempo, esses espaços vazios aumentam. Na Serra da Bodoquena, são conhecidas cerca de 180 cavernas, sendo 8 delas dentro do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. ESPELEOTEMAS Formadas pelo acúmulo de minerais que estavam dissolvidos na água.
ESTALACTITES Estruturas penduradas no teto das cavernas, crescendo para baixo, formadas pelo acúmulo de minerais que a gota d água deixa no teto da caverna quando se desprende. Estruturas que saem do chão da caverna, crescendo para cima, formadas pelo acúmulo de minerais que a gota d água traz quando cai no solo. ESTALAGMITES Estruturas que saem do chão da caverna, crescendo para cima, formadas pelo acúmulo de minerais que a gota d água traz quando cai no solo. CORTINAS Estururas formadas pelo acúmulo de minerais deixados pela água que escorre pelas paredes da caverna. TUFAS CALCÁRIAS A incrustação do carbonato de cálcio proporciona também a formação de estruturas interessantes e raras no Brasil. BACIA HIDROGRÁFICA RIOS A Serra da Bodoquena se encontra na Região hidrográfica do Rio Paraguai. A região da Serra da Bodoquena funciona como uma grande superfície de captação e
armazenamento de água das chuvas, alimentando muitos rios que nela nascem e funcionando como um divisor de água. Salobra ao norte, Perdido ao sul, Formoso a leste, Prata a sudeste e Branco e Aquidabã a oeste. Os rios Salobra, Formoso e Prata desaguam na Bacia Hidrográfica do Rio Miranda. Os rios Branco e Aquidabã deságuam diretamente no Paraguai, sendo o rio Aquidabã é o limite sul da Terra Indígena Kadiwéu. O rio Perdido deságua no Apa, um rio fronteiriço. ÁGUA O sabor e a transparência da água dos rios chamam atenção e está relacionado com a composição das rochas da Serra da Bodoquena. A ação corrosiva das águas da chuva sobre as rochas libera o carbonato de cálcio na água dos rios superficiais e subterrâneos, provocando o gosto salobro e limpidez da água. Parte da beleza cênica observada na Serra da Bodoquena é divido às suas cachoeiras e piscinas formadas pelo barramento natural dos córregos é causado por incrustações dos minerais dissolvidos na água, como o carbonato de cálcio, que possui a capacidade de precipitar e se fixar sobre troncos de árvores, folhas e tudo que estiver sob a água. É também por isso que nas cidades de Bonito e Bodoquena existem problemas como obstrução nos encanamentos que conduzem a água nas residências. BIOMAS A Serra da Bodoquena está inserida no Bioma Cerrado mas a região possui proximidades com: Pantanal, Chaco e Mata Atlântica. É uma região com encontros de formações vegetais, com faixas de transição entre elas. CERRADO Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira, este bioma também se caracteriza por suas diferentes paisagens, que vão desde o cerradão, até o campo
cerrado, campo sujo e campo limpo e com forte presença de mata ciliar. O contato com três biomas faz com que tenha grande importância biológica. MATA CILIAR: São florestas, ou outros tipos de cobertura vegetal nativa, que ficam às margens de rios, igarapés, lagos, olhos d água e represas. O nome mata ciliar vem do fato de serem tão importantes para a proteção PANTANAL de rios e lagos como são os cílios para nossos olhos. O Pantanal é uma planície inundável peculiar e sensível com recursos hidrológicos importantes para o abastecimento das cidades, onde vivem aproximadamente três milhões de pessoas. É uma depressão geográfica circundada pelos planaltos da bacia. CHACO Formado por plantas lenhosas, baixas e espinhosas, de folhas pequenas e que caem na estação seca, associadas a um campo com vegetação rasteira, cactos e ervas. Se parece um pouco com a caatinga. MATA ATLÂNTICA Originalmente estendia-se por toda a costa nordeste, sudeste e sul do país, com faixa de largura variável. Seu domínio é constituído por diversas formações vegetais de floresta ombrófila e ecossistemas associados como manguezais, restinga, brejos, ilhas oceânicas e mata seca, sendo a ultima predominante na Serra da Bodoquena. CLIMA TROPICAL QUENTE E ÚMIDO Estações seca e chuvosa bem definidas e os verões são quentes e chuvosos e os invernos secos. A alternância das estações seca e chuvosa influencia intensamente
a dinâmica da Serra da Bodoquena. A reprodução dos animais, a floração das plantas, o aparecimento dos frutos estão intimamente relacionados com as estações do ano. BIODIVERSIDADE A biodiversidade reúne toda a variedade de vida, onde cada organismo tem uma função e todos estabelecem uma inter-relação. É a diversidade de organismos vivos. De modo geral, a biodiversidade é maior nas regiões tropicais do que perto dos polos do planeta. Biodiversidade também ocorre através de diversidade genética. Quando sobram poucos indivíduos de uma espécie, nem sempre ela consegue se recuperar e é extinta. A ausência de uma espécie possui resultado negativo porque todo o ecossistema sofre. Fauna regional: 264 de peixes, 652 de aves, 102 de mamíferos, 177 de répteis, 40 de anfíbios, 1.100 espécies de borboletas. Flora regional: As principais formações vegetais são: Florestas Estacionais Semideciduais, Florestas estacionais Deciduais, Savana Florestada, Bambuzal e vegetação nas áreas úmidas.