BITTENCOURT, Carlos Machado *militar; gov. RS. 1890; min. STM 1896-1897; min. Guerra 1897.



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Transcrição:

BITTENCOURT, Carlos Machado *militar; gov. RS. 1890; min. STM 1896-1897; min. Guerra 1897. Carlos Machado Bittencourt nasceu em Porto Alegre, na então província do Rio Grande do Sul, no dia 12 de abril de 1840, filho do brigadeiro Jacinto Machado Bittencourt e de Ana Maurícia da Silva Bittencourt. Seu avô, major Camilo Machado de Bittencourt, e seu pai morreram ambos na guerra: o primeiro, em 1818, durante a campanha contra José Gervasio Artigas (1816-1820), caudilho uruguaio, em San Carlos, na Argentina, e o segundo, em 1869, em Assunção, durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), quando exercia o comando do 2º Corpo de Exército. Em 1º de janeiro de 1857 ingressou voluntariamente nas fileiras do Exército brasileiro assentando praça no 13º Batalhão de Infantaria, em Porto Alegre, com destino ao 1º Regimento de Artilharia a Cavalo. Em 4 de maio de 1858 matriculou-se na Escola Militar de Porto Alegre, onde concluiu os cursos de infantaria e cavalaria, e no ano seguinte passou a frequentar a Escola Central, no Rio de Janeiro, então capital do Império. Chegou a alferes em 2 de dezembro de 1860, e a 26 de abril de 1863 transferiu-se, a pedido, da infantaria para a cavalaria. Em 6 de outubro de 1865 seguiu para o campo de operações da Guerra do Paraguai (1864-1870), onde serviu inicialmente junto à 7ª Brigada de Infantaria, comandada por seu pai. Participou da operação que deu início à invasão do território paraguaio em abril de 1866, em seguida entrou nos combates de Estero Belaco, e no dia 24 de maio tomou parte na primeira batalha de Tuiuti, na qual foi ferido. De janeiro a abril de 1867 esteve no Rio Grande do Sul em tratamento de saúde. Em 1º de junho foi promovido a tenente, e no ano seguinte, pelos serviços prestados em batalhas, foi agraciado com o hábito da Imperial Ordem do Cruzeiro. Em 31 de agosto de 1868 foi nomeado ajudante de campo do comando do 1º Corpo do Exército e em seguida partiu para o Chaco, onde participou das batalhas que ficaram conhecidas como a dezembrada. Entrou com sua unidade na capital paraguaia no dia 5 de janeiro de 1869, e no dia 20 de fevereiro foi promovido a capitão por atos de bravura na batalha de Avaí, com antiguidade de 11 de dezembro de 1868. A 28 de junho do mesmo ano, também por atos de bravura durante a dezembrada, foi-lhe conferida a medalha de Mérito Militar. Assinado o acordo preliminar de paz entre Brasil e Paraguai em 20 de junho de 1870, permaneceu no país vizinho com a tropa de ocupação até o mês seguinte. Transferido para Porto Alegre, ali se casou, a 25 de maio de 1872, com Maria José Lobo. Em 1873 foi-lhe concedida a medalha geral da campanha do Paraguai, em 1874 foi

agraciado com o hábito de São Bento de Aviz, e em 1875 com os graus de cavaleiro da Ordem de Cristo e de cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. Em 1876 foi promovido a major, em 1881 a tenente-coronel e em 1885 a coronel, todas promoções por merecimento. Em 30 de janeiro de 1890, logo após o fim do Império e a implantação do regime republicano, foi promovido a general. Comandante das armas do Rio Grande do Sul, então 6º Distrito Militar, quando da renúncia de Francisco da Silva Tavares ao governo do estado em 13 de maio de 1890, substituiu-o interinamente até 24 do mesmo mês, quando passou o governo ao general Cândido José da Costa. Em 4 de junho de 1891 foi nomeado comandante do 4º Distrito Militar, e em 7 de abril do ano seguinte foi promovido a general de divisão. Por decreto de 19 de setembro de 1894, assumiu o comando superior da Guarda Nacional. No dia 23 de maio de 1895 deixou tal função para exercer a de ajudante-general do Exército. No dia 12 de julho do mesmo ano foi promovido a marechal. Em 15 de junho de 1896 foi nomeado ministro do Supremo (depois Superior) Tribunal Militar. NO MINISTÉRIO DA GUERRA Em 17 de maio de 1897, em meio a uma crise de relacionamento entre o presidente da República, Prudente de Morais, e o ministro da Guerra, general Francisco de Paula Argolo, foi designado para assumir a pasta. Na época, quatro expedições militares já haviam sido enviadas contra o arraial de Canudos, no sertão baiano. Os moradores da localidade haviam repelido as duas primeiras, enviadas em novembro de 1896 e janeiro de 1897. Diante das perdas e da pressão de políticos, o governo republicano preparou uma nova expedição, de 1.300 homens, sob o comando do coronel Antônio Moreira César. No dia 2 de março de 1897, depois de ter sofrido pesadas baixas causadas pela guerra de guerrilhas a caminho de Canudos, Moreira César foi morto em combate, e a expedição bateu em retirada. Carlos Machado Bittencourt recebeu então ordem do governo federal de enviar uma quarta e definitiva expedição ao arraial de Canudos. Sob o comando do general de brigada Artur Oscar, foram organizadas duas colunas comandadas pelos generais João da Silva Barbosa e Cláudio do Amaral Savaget, ambas com mais de quatro mil soldados fortemente armados, compostas de mais de 30 unidades militares vindas das mais longínquas regiões do país. Contudo, a quarta expedição também enfrentou sérias dificuldades, e o fracasso era iminente. Diante dessa situação, o presidente da República delegou a seu ministro da Guerra plenos poderes para dar desfecho ao conflito. O marechal Carlos Machado Bittencourt seguiu então para o sertão baiano em 3 de agosto de 1897 e, lá chegando no dia 7 de setembro seguinte, instalou sua base de operações militares na localidade de Monte Santo. Analisando as derrotas das três expedições

anteriores, e baseado em sua experiência na Guerra do Paraguai, logo percebeu que o grande inimigo da expedição não eram os jagunços, mas uma estrutura de apoio logístico inadequada ao sertão. Durante os combates os homens carregavam todo o seu suprimento, mas mesmo assim, no desenvolver da luta, viam-se sem mantimentos e sem ter como cuidar dos feridos. Diante dessa situação, antes de partir para o ataque, tomou várias medidas visando à reorganização da logística nas operações: destituiu fornecedores, adquiriu diretamente os produtos de que necessitava, organizou comboios, estabeleceu postos de suprimento, comprou muares, organizou e sistematizou o transporte de pessoal e material, tornando efetivo e contínuo o fluxo de reabastecimento das tropas. A implantação do adequado apoio logístico foi essencial para o resultado do conflito. Em 5 de outubro, terminava a campanha com a vitória das forças federais. Durante a Guerra de Canudos (1896-1897), cerca de 20 mil moradores do arraial morreram. Centenas de prisioneiros de guerra, entre homens, mulheres e crianças, inclusive pessoas que se haviam rendido com bandeira branca e recebido promessas de proteção em nome da República, foram executados sumariamente. As ações do Exército, em particular as da fase final do conflito, comandadas por Carlos Machado Bittencourt, tiveram grande repercussão e foram fortemente repudiadas por estudantes, como os da Faculdade de Direito da Bahia, políticos, como Rui Barbosa, e intelectuais, como Euclides da Cunha, que dedicou sua grande obra, Os sertões, à análise dos acontecimentos em Canudos. Carlos Machado Bittencourt regressou à capital federal e, no dia 26 de outubro, reassumiu sua pasta. No dia 5 de novembro, quando foi aguardar no cais do Arsenal de Guerra, com Prudente de Morais e outras autoridades, a chegada do navio Espírito Santo, no qual regressava o general João da Silva Barbosa, junto com outras autoridades e com as tropas que haviam lutado no sertão baiano, morreu vítima de um atentado político contra o presidente da República. O governo de Prudente de Morais (1894-1898) foi marcado pela imposição de rígida disciplina aos militares. Malvisto pelo Exército, que nutria por ele antipatia e desconfiança, com a Guerra de Canudos e a consequente morte de milhares de militares em combate, Prudente de Morais viu os ânimos contrários ao seu governo tornaram-se ainda mais evidentes. Foi em meio a esse clima que, no dia 5 de novembro, por volta das 13 horas, o anspeçada (na ocasião, graduação entre soldado e cabo) Marcelino Bispo de Melo, da 3ª Companhia do 10º Batalhão de Infantaria, que se encontrava formada no cais, se adiantou armado com uma garrucha, com a intenção de assassinar o presidente. A arma falhou, e o ministro da Guerra e o chefe da Casa Militar, coronel Luís Mendes de Morais, intervieram em defesa de Prudente de Morais. Desarmaram o agressor, mas este conseguiu, ainda, puxar de um punhal, com o qual feriu o chefe da Casa Militar e o ministro da Guerra. Luís

Mendes de Morais teve ferimentos menos graves, mas o marechal Carlos Machado Bittencourt, atingido por vários golpes, um deles junto ao coração, teve morte quase imediata. Marcelino Bispo, feito prisioneiro e encontrado enforcado na cadeia, foi considerado mero instrumento de conspiração política. Embora sua morte tenha comprometido as investigações, foram apontados os capitães Deocleciano Mártir e José de Sousa Veloso como mentores intelectuais do crime. De resto, o atentado findou por favorecer o presidente da República, pois minou o apoio civil e militar aos militares jacobinos. Carlos Machado Bittencourt foi, ainda, instrutor do curso de cavalaria e infantaria da Escola Militar do Rio Grande do Sul, comandante da guarnição de fronteira em Jaguarão, no mesmo estado, e inspetor do Arsenal de Guerra, no Rio de Janeiro. Recebeu também as medalhas da campanha do Paraguai concedidas pelos governos da Argentina e do Uruguai. Cognominado o Marechal de Ouro, Carlos Machado Bittencourt, por haver demonstrado como ministro da Guerra, na expedição a Canudos, a necessidade da existência de um serviço de intendência estruturado, equipado e treinado para garantir o apoio logístico às tropas que lá combatiam, foi consagrado pelo Decreto-Lei n.º 2.112, de 5 de abril de 1940, como patrono do Serviço de Intendência do Exército Brasileiro. Do seu casamento com Maria José Lobo, teve 11 filhos. Cláudio Beserra de Vasconcelos FONTES: COL. MIL. PORTO ALEGRE. Ex-alunos, ex-professores e ex-integrantes da Escola Militar do Rio Grande do Sul, da Escola Preparatória e de Tática, da Escola Preparatória de Porto Alegre e do Colégio Militar de Porto Alegre que se destacaram no cenário municipal, estadual e nacional. Disponível em: "http://www.cmpa.tche.br/ex_integrantes_cmpa.pdf". Acesso em 30 de abril de 2011; CUNHA. Euclides da. Os Sertões. Disponível em: <"http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000153.pdf>. Acesso em: 1/7/2011; DONATO, H. Dicionário; Encic. Delta (v. 9, p. 4951); Encyc. Diccionario Internacional (v. 3, p. 1476); Encic. Mirador Internacional (v. 13, p. 7080); Jornal do Brasil (6/11/1897, p. 1); Jornal do Comércio (6/11/1897, p. 1); LAGO, L. Estado-Maior (p. 31); LOPES T.; TORRES, G. Ministros (p.136-137); MACCANN, F. Soldados; MIN. DEF. Patronos: Marechal Bitencourt. Disponível em: <http://www.exercito.gov.br/web/guest/bitencourt-intendencia" http://www.exercito.gov.br/web/guest/bitencourt-intendencia>. Acesso em:

19/6/2011; MIN. DEF. ESC. APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS. Marechal Bitencourt. Disponível em: <http://www.esao.ensino.eb.br/paginas/cursos/int/patrono/patrono.htm>. Acesso em: 1/7/2011; MIN. GUERRA. Almanaque ; PORTO ALEGRE, A. Homens (p. 128-129); 5.ª REGIÃO MILITAR. Seção de Tiro de Guerra. Disponível em: <http://www.5rm5de.eb.mil.br/secoes/escter/tiro_guerra/paginas/noticias/intendenci a.htm>. Acesso em: 30/4/2011; SUP.TRIB. MIL. Ministros do STM (1808-2011). Disponível em: <http://www.stm.jus.br/institucional/ministros-desde- 1808/minSTM1808_2011.pdf>. Acesso em: 30/4/2011.