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Transcrição:

Libre antare Academia Itabirito, Maio de 2007 - nº04 Entrevista: Página 4 Márcio Lima (Fuim) EDITORIAL C Informa A música na sala de aula [ Página 2 ] Cá entre nós... Página 3 Olá, caros leitores! Com muito entusiasmo, lançamos mais uma edição recheada de idéias, informações e notícias sobre o meio artístico-educacional. E por que não falar de música se é algo vital para nós librecantarianos? Descobrimos a cada dia as façanhas que a musicalização nos oferece. Do Ré Mi Fá Sol Lá Si... A música é uma poderosa aliada da educação e um estímulo para o aprendizado, tem um poder inestimável. Além de disciplinar, ela ativa ainda diversas áreas do cérebro e facilita a compreensão. De acordo com um professor e educador, chamado Paulo Roberto Suzuki, a música atua nos dois hemisférios do cérebro. O lado esquerdo, que é mais lógico e seqüencial e o direito, que é holístico, intuitivo, criativo. No processo musical, os dois lados são trabalhados. Pesquisas realizadas com o intuito de provar essa característica do estímulo cerebral da música apontam que, depois de meses de aula de piano e canto, crianças mostraram melhores resultados na cópia de desenhos geométricos, na percepção espacial e no jogo de quebra-cabeças do que as que não tiveram aulas de música. É procurando inovar e acreditando no casamento perfeito entre a educação e a música, que desejamos a você uma ótima leitura! Abraço e até a próxima edição. Workshop Ritmia Corporal Em Itabirito Página 6 Fique Atento [ Página 3 ] [ Página 5 ] Fotonovela Episódio: Castrati Curiosidades da música [ Página 5 ] Quem sou eu? [ Página 6 ] Tudo isso e muito mais. Confira!

Libre Cantare Informa - Página 02 A música na sala de aula Por Gisele Martins Um grande problema que alguns professores enfrentam é o de não conseguirem conquistar a atenção dos alunos na sala de aula, muitas vezes o motivo é que a matéria é considerada entediante, ou, apesar dos professores possuírem um vasto conhecimento, muitos têm dificuldades com a didática. Com a finalidade de reverter esse quadro, alguns professores já compuseram ou fizeram paródias com músicas famosas para ajudarem os alunos a absorverem um assunto que na opinião destes é chato. A música pode ser usada em TODAS as disciplinas, porém de formas diferentes. Algumas pessoas devem estar se perguntando como fazer isso? Acreditem, é possível! Então, vou dar algumas dicas, nas quais não é necessário virar compositor, e sim, selecionar algumas músicas das quais se pode usar nas disciplinas para explicar determinados assuntos. Em Física: observar as freqüências, intensidades das notas, por exemplo. Quando a nota dó central do piano é tocada, a freqüência é de 262 Hz (isso é um pouquinho complicado, então seria mais para uma aula prática); Em Literatura: analisar aspectos literários, a construção poética; Em Geografia: estudar aspectos físicos, regionais referentes a um país; Em História: analisar questões sociais, fatos históricos, por exemplo, estudar sobre a ditadura utilizando músicas de cantores que sofreram represárias, como Gilberto Gil (música Aquele Abraço ). Em Arte: estudar a expressividade, as formas, trabalhar com temas da cultura brasileira; Em Língua Portuguesa: estudar as letras e as sílabas, a fonética e o auxílio no processo de alfabetização; Existem, é claro, outras dicas, porém seria necessário mais de uma página deste informativo. Mas já existe um guia, inclusive foi dele em que baseei minha pesquisa, é o livro: Como usar a música na sala de aula, do escritor Martins Ferreira, nesse livro o autor fornece exercícios e muitos exemplos práticos, inclusive sugestões de músicas específicas para cada matéria e como desenvolver as aulas em todas as disciplinas. É uma forma diferente e criativa de ensinar. Vale a pena conferir! SOLTANDO A VOZ Na nossa ultima edição falamos da produção da voz humana, o que é a voz, onde e como ela se forma. Neste mês, vamos fazer um teste. Fique tranqüilo! Marque apenas as positivas, ok? Você acha que sua voz é rouca? Alguém já comentou que sua voz é rouca? Você fica rouco por mais de dois dias? Sua voz fica rouca após o uso intensivo? Você tem ou já teve algum problema de voz? Sua voz piorou de algumas semanas pra cá? Ultimamente você tem demorado mais tempo para aquecer sua voz? Durante o canto ou fala sua voz quebra ou some? Você desafina ou perde o controle da emissão? Você sente que sua voz é fraca demais para falar ou cantar? Você sente que sua voz é forte para falar ou cantar? Você tem dificuldade para atingir as notas agudas? Você tem dificuldade para cantar ou falar as notas graves? Quando você canta ou fala sai "ar" na voz? Você tem algum desses sintomas na laringe: coceira, ardor, dor, sensação de garganta seca, sensação de queimação, sensação de aperto ou bola na garganta? Falta ar para você terminar as frases? Ao final do dia sua voz está mais fraca? Você procura cantar ou falar mais forte que os demais? Você simplesmente articula, sem voz, certos trechos da música que não consegue cantar? Quando você fala ou canta suas veias ou músculos do pescoço saltam? Você sente dores na região do pescoço? Você sente dores de cabeça após falar ou cantar? Seu coral costuma interpretar diversos estilos musicais? Além do coral, você canta em outras situações? Você canta durante muitas horas seguidas? Você pigarreia constantemente? Você tem alergia nas vias respiratórias? Você tem resfriados freqüentes? Você tem amidalites, laringites ou faringites freqüentes? Você tem dificuldades digestivas, azia ou refluxo gastroesofágico? Você fuma???? Você se automedica quando tem problemas de voz???? Além da atividade do coral, você usa a voz de modo intensivo em outras situações? Observação: Se você marcou mais do que 4 itens, fique atento(a) e veja o que pode ser feito para modificar esses aspectos e se tais modificações surtem efeito positivo. Se você assinalou acima de 6 itens, procure um especialista, sua saúde vocal pode estar correndo um sério risco. As dúvidas podem ser esclarecidas com o Professor Leandro Dantas no e-mail: saudedavoz@librecantare.mus.br ou pelo telefone - 35610044

CÁ ENTRE NÓS... Por Thalyta Joana de Oliveira Seis anos de existência... Para algumas pessoas, apenas mais alguns anos de algum coral... Para quem já nos ouviu, uma façanha, construir em apenas seis anos, um coro com dimensões musicais de um coro profissional de muitas décadas de música... E para nós cantores, anos maravilhosos que passamos ao lado de nossos amigos; talvez os melhores anos de nossas vidas. 2002 No dia 26 de Julho de 2001, começava na Escola Municipal José Ferreira Bastos um novo projeto: a formação de um coral da escola. Durante um ano, o projeto foi de vento em pompa e as vagas para cantar na Academia Libre Cantare se tornaram cada vez mais disputadas. Porém a continuidade do coral na escola não foi possível, então tivemos que começar a ensaiar em outro lugar e, a partir daquele momento, iniciava-se um coral independente, que levaria saudades dos momentos que passou na escola. Com o apoio do Padre Geraldo, que hoje já não atua mais em nossa cidade, nosso coro tão novinho, foi carinhosamente, recebido no Salão Decolores, pois estava sem lugar para ensaiar. Tantos momentos bons passamos lá, tantas festas, tantos choros, tantos ensaios... Pessoas entraram e saíram e cada vez mais o coral da Academia Libre Cantare ganhava destaque e conhecimento em Itabirito e também fora da cidade. Foi ainda no Salão Decolores que recebemos a ajuda de um maestro suplente: João Carlos Rosoline, que ficou com a gente por mais ou Fique atento! Conte as horas, os minutos, os segundos... Não seja louco de perder... menos um ano, mas não pôde continuar mais, porque morava em Santa Luzia, o que dificultava sua vinda para as atividades do coral. Nesse período o coral teve aulas de musicalização, Inglês, grupo de teatro e de dança. Depois de um tempo, mudamos nossas atividades para o Cine Teatro Pax, que naquele momento, estava funcionando como Casa de Cultura Maestro Dungas, já que a Casa estava passando por reformas. Se a gente olhar pra trás e ver como tudo mudou, vamos perceber que essa nossa trajetória de andarilhos não foi sem justificativa e contribuiu para o nosso desempenho. Hoje, a Academia Libre Cantare tem seu próprio cantinho (que por sinal, é a cara do coral!) equipado com instrumentos que complementam nossas atividades, e podemos até dizer que a nossa Academia está se transformando em uma escola de música!! Além do corpo coral juvenil, contamos com o coral infantil, aulas de piano (essa vêm revelando verdadeiros talentos através da professora Graça, que tem enorme dedicação com aos pianistas librecantarianos), aulas de técnica vocal individuais ou em grupos, além de oficinas de história da Arte. Tempos da escola, tempos do Decolores, tempos do Cine Pax... Como é bom lembrar de cada momento que passamos em cada um desses lugares. Hoje já não continuamos neles, mas com certeza eles fazem parte da nossa história, assim como todos os cantores que hoje já não compõem o coral. Saudades. Saudades enormes das amizades, das músicas, das apresentações... E o passado se mistura com o presente, através dos cantores que cantam no coro desde sua fundação até aqueles que entraram no coral há uma semana; e as histórias jamais serão esquecidas... Ficarão no coração dos componentes que participaram delas e daqueles que as ouvem. E nós, atuais cantores, veteranos ou não, depositamos a nossa esperança de que o Libre Cantare alcance vôos cada vez mais altos e que sua linda trajetória possa atingir outras pessoas, pra que elas possam saber o que é ser um librecantariano. Do erudito ao popular, sinta-se LIBRE (livre) para ouvir e cantar... Em agosto, o grande concerto: Libre Cantare, 6 anos de existência! Fiquem atentos à nossa programação...

1. Márcio, eu queria começar este nosso papo falando sobre a sua formação musical. Você começou a cantar em um coral, não é mesmo? Sim. Iniciei minha vida musical no coral Canarinhos de Itabirito aos 10 anos de idade. Dentro do coral, comecei a estudar flauta doce e aí não parei mais. Em 1984, ganhei uma flauta transversal de presente do meu pai e me matriculei na escola de música Padre Xavier. Em 1986, transferi meus estudos para Belo Horizonte, na Fundação Clóvis Salgado, onde tive aula com o professor Juvenal Dias. Também estudei na FUMA e na Fundação de Educação Artística. Em 1999, prestei vestibular para o curso de Licenciatura em Educação musical da UFOP, onde me graduei em 2003. 2. O que te incentivou a começar a cantar no canto coral? Atualmente sou músico da Orquestra Experimental da UFOP, do grupo Trilos, do grupo Samba na Ladeira, do grupo de seresta Descendo a Ladeira e professor de música em um projeto que iniciei em 3 associações de bairro de nossa cidade. 5. Os cantores dos coros e dos grupos vocais são, em geral, muito disponíveis em testemunhar o prazer que têm em cantar em grupo. Por outro lado, eventualmente, encontramos pessoas que pensam que o cantor de um coral é o caminho para um trabalho solo. Mesmo sabendo que nem todos os coralistas se tornam vocalistas solo, existe algum ponto que se possa considerar pertinente nesse tipo de pensamento? Acredito que o canto coral é de suma importância para quem deseja ser um cantor um dia. Como você mesmo afirmou, nem sempre quem participa de um coral necessariamente vai consegui se firmar numa carreira solo. Mas a bagagem adquirida com a participação em grupo coral, com certeza ajudará. Principalmente se é um coral de vozes mistas (soprano, contralto, tenor e baixo) onde a percepção auditiva é incessantemente trabalhada. A técnica vocal transmitida pelo regente do coro também é de suma importância. 6. A cada dia que passa os estilos musicais estão exigindo menos técnica dos vocalistas, o que acha disso? E o que pode dizer sobre os velhos estilos musicais, levando em consideração que a sua banda busca resgatar um destes, o chorinho, que possui mais de 130 anos de existência? Não vou aqui criticar as produções musicais atuais, até porque não tenho conhecimento de causa. Devemos respeitar os movimentos atuais, como o hip-hop por exemplo, que nos apresenta letras engajadas politicamente. Escutando essas músicas, a sensação que tenho é que o ritmo sufocou a melodia. Daí a sensação que não se necessita de uma boa técnica vocal para cantá-las. Esta pergunta é interessante! Aos 7 anos, fui convidado a participar do coral Canarinhos, mas recusei. Três anos depois, praticamente todos os meus amigos da Boa Viagem (bairro em que nasci) estavam cantando no coral. Não tinha com quem brincar! Aí decidi entrar. Fui influenciado pelos meus colegas e Com relação ao resgate de estilos como o chorinho, a nossa tomei a melhor atitude da minha vida. intenção é reviver essa música para as gerações que a vivenciaram tempos atrás e mostrar às novas gerações, para 3. Quais foram as dificuldades encontradas em sua que elas possam conhecer o primeiro estilo musical vida musical? genuinamente brasileiro. Como toda atividade profissional, a música requer muita dedicação. Tive que enfrentar dificuldades financeiras para poder continuar os meus estudos e, principalmente, lutar contra o preconceito em relação à profissão de músico. Nos dias atuais, ainda existe preconceito, mas quando comecei a estudar e lutar para me tornar um músico profissional, este preconceito era muito maior. O meu pai não queria que eu me dedicasse exclusivamente à atividade musical. Achava que ela deveria ser apenas um lazer em minha vida. Escutei muito não, mas também encontrei muito sim na minha caminhada até os dias de hoje. Acho que ainda temos muito que lutar para que a nossa profissão seja realmente respeitada, principalmente numa sociedade como a nossa, em que ainda existem pessoas que julgam o músico como malandro. Tenho orgulho de levar a vida na flauta, musicalmente. 4. Você é vocalista e flautista da banda Cachaça com Arnica, além deste, com quais outros projetos você trabalha? Libre Cantare Informa - Página 04 Por Gilson Martins Entrevista: MÁRCIO LIMA 7. Quais dicas você pode dar para quem está começando agora? Tive a oportunidade de contribuir para a formação musical de vários músicos que hoje atuam em nossa cidade. Tenho muito orgulho disso. Sempre lhes disse que o mais importante é não desistir do seu sonho. Mesmo que isso, às vezes, possa lhes trazer angústia e desânimo. Talento é importante. Mas sem dúvida a dedicação é o principal caminho para quem quer se tornar músico. 8. Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa? Agradeço a oportunidade que vocês me deram de poder manifestar o meu pensamento a respeito de questões ligadas à musica e quero parabenizar o maestro Leandro Dantas, pelo belíssimo trabalho que vem desenvolvendo com o Libre Cantare, desejando sucesso a todos envolvidos nesse projeto tão importante para a formação de cidadãos de bem em nossa cidade. Muito obrigado!

Libre Cantare Informa - Página 05 FOTONOVELA E aí?! Nó véio, descobri um negócio irado! Negócio irado? Fala logo, cara! Já tem um tempão que o canto coral existe, só que os coros tinham só homens! Eram os meninos mesmo. Hum... Devia ser muito estranho! haha Mas... Quem fazia as vozes agudas? E quando chegava a idade de mudar de voz, castravam os caras! Aaaaaaiii!!!! Aconteceu em Itabirito o Workshop Ritmia Corporal Por Gilson Martins Realizado no último final de semana, 26 e 27 de maio, no Atelier de Artes Integradas, o Workshop Ritmia Corporal foi direcionado a atores, bailarinos e músicos. Teve como objetivo ampliar, com a Ritmia Corporal, as possibilidades cênicas e enriquecer a grade curricular do Atelier. Carlos Renatto, professor do Atelier, disse que no local, o aluno e o professor passam pela questão do ritmo, mas não especificamente, e que as danças típicas e folclóricas dificilmente são abordadas no dia a dia. O professor convidado foi Itamar Bambaia, que apresentou o tema: O corpo do ator como instrumento musical. Itamar é formado pelo Teatro Universitário da UFMG, é bonequeiro e marionetista no grupo Giramundo e em trabalhos próprios. É músico e compositor no Trio Catavento e pesquisador de cultura popular. No Workshop, ele trabalhou com os tempos na música, produziu sons no corpo, com os pés e com a voz. Trabalhou com músicas folclóricas, com ritmos como Maracatu, Coco e Boi da Manta. Pegando esses tempos, que aprendemos isoladamente, nós jogamos dentro desses ritmos e com a dança, que é bem marcada. O legal do workshop que ele é prático, temos a demonstração do professor, e também aprendemos como a gente pode utilizar isso no próprio corpo, completou Renatto. Participaram 17 pessoas e, segundo Renatto, serão realizados outros workshops no decorrer do ano. A questão do ritmo é uma falta que nós temos. Com o passar do tempo acabamos perdendo essa noção que aprendemos quando crianças. Esse tipo de oficina resgata um pouco disso. E também o resgate da nossa raiz cultural, como músicas populares, cantigas, rodinhas, e as danças originárias dos escravos e dos índios. A oficina passou por todos esses caminhos e, como foi muito pouco tempo, ficou aquele gostinho de quero mais, finalizou. Ainda bem que não nasci naquela época!

QUEM SOU EU? EXPEDIENTE Publicação mensal da Academia Libre Cantare. Direção Geral: Gilson Martins Editorial: Joana Toledo Colunista: Thalyta Oliveira e Leandro Dantas Colaboradores: Gisele Martins Fotonovela: Marco Antônio e Lucas Morais Fotos: Gilson, Gisele, Thalyta e Rosane Diagramação: Gilson Martins Impressão: Roma Graphic Tiragem: 500 exemplares www.librecantare.mus.br Novidades da Entidade Se mais pianistas povoassem o planeta, se pudéssemos ouvir com mais freqüência o piano imaginário que toca nossa intuição, se os acordes desse instrumento compusessem nossos sentidos, haveria mais poesia e sensibilidade no ar. A A c a d e m i a L i b re Cantare, visando proporcionar atividades prazerosas e relacionadas à prática musical aos seus alunos, oferece bolsas para aulas de piano. Aqueles alunos que se interessam em aprender a tocar o instrumento, são avaliados quanto à disciplina, à assiduidade e à dedicação para com as atividades da entidade. As aulas são ministradas pela professora Graça Bastos que utiliza métodos dinâmicos para que os alunos desenvolvam a percepção e a leitura musical, o ritmo e a audição. As aulas de piano me proporcionam momentos especiais. Hoje posso dizer que tenho mais facilidade até para cantar. Está sendo muito proveitoso, afirma Daniel Ricardo, cantor do naipe dos baixos. Entre em contato conosco: Endereço: Praça São Sebastião, 167 - Sala 121 Centro - Itabirito - CEP: 35.450-000 Telefones: (31) 3561-0044 / 8812-9643 E-Mails: coral@librecantare.mus.br maestro@librecantare.mus.br Visite nosso website www.librecantare.mus.br Este é o espaço, caros leitores, onde vocês poderão conhecer um pouco sobre os coralistas integrantes do Libre Cantare. A integrante deste mês é Esther Silva Salvador de Oliveira de 16 anos. Ela adora desenhar, principalmente personagens de tirinhas. Ainda não sabe o que vai cursar no futuro, de preferência algo ligado a desenho, pois é o que ela gosta e tem facilidade. Mas ela sabe que não vai cursar Matemática, Física ou Medicina, que são áreas que, sinceramente, não a agradam. Esther conheceu o Libre Cantare através de seu primo Lucas Nascimento, que canta no coral desde sua fundação, atualmente cantor do naipe dos baixos. Ela cantava num coral que fazia parte das atividades da sua escola. Há quatro anos então, Lucas a convidou para ingressar no Libre Cantare, pois o coral no qual ela era integrante tinha acabado no ano anterior. A coralista Esther afirma que sua família, especialmente por parte de pai, sempre foi muito ligada à música. Minha avó Raimunda escrevia muitos poemas e compunha músicas. Além disso, sempre gostei de ouvir músicas, das mais populares às clássicas. Se eu fosse resumir tudo o que eu sinto quando estou cantando em uma palavra, eu diria que sinto muita emoção. Às vezes é indescritível, e eu não posso dizer que me sinto apenas feliz, por cantar ou por ter construído amizades aqui dentro, é algo maior, que eu só consigo dizer cantando. Ela diz que é muito tímida e que isso acaba a atrapalhando um pouco no coral. O Leandro pedia para eu cantar e eu tinha tanta vergonha dele e dos outros coralistas que a minha voz mal saía. Apesar de eu continuar tímida, acho que pelo menos dentro do coral isso melhorou um pouco. Esther fala para os novos coralista serem persistentes. Se na primeira vez que algo desse errado aqui dentro, eu não persistisse e tentasse melhorar, não teria ficado nem um mês. Encarem a música e o canto coral como um aprendizado para a vida. A música, muitas vezes, expressa o que só o coração pode dizer. C M D C A Patrocínio Não jogue fora este informativo, passe adiante.