Existe espaço para os covers mostrarem seus trabalhos? As pessoas dão oportunidades?



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Transcrição:

A Estação Pilh@ também traz uma entrevista com Rodrigo Teaser, cover do Michael Jackson reconhecido pela Sony Music. A seguir, você encontra os ingredientes da longa história marcada por grandes shows, dificuldades e polêmicas. Como tudo começou? Na verdade sou fã do Michael desde os 5 anos de idade. Desde pequeno tentava imitá-lo. Aos 9 participei de um concurso de dublagem e ganhei. Achei legal e resolvi continuar. À medida que eu fui crescendo, fui aprimorando e conhecendo pessoas. Aos 13 passei a integrar um grupo onde fazíamos apresentações cover do Michael com bailarinos. Esse grupo durou até eu fazer 17. Quando o grupo acabou, resolvi profissionalizar mais o trabalho e passei a fazer mais eventos, trabalhar com produtoras, coisa que antes era mais difícil, até pelo visual que era muito infantil. Segui sempre tendo como meta nesse trabalho aprimorar. Em 2003, passei a produzir meus shows com mais elementos, como efeitos e mais figurinos. E desde 2005, tenho um show que é uma reprodução mais fiel do original, com todas as trocas de roupa, com adereços, efeitos especiais, pirotecnia, essas coisas. Eu não me considero parecido com ele. Eu faço uma maquiagem de caracterização para tentar ficar mais parecido com ele. Na realidade, tento reforçar os traços que podem ter mais semelhança e esconder os que podem ter menos (risos). Quantos shows você já fez? Não sei dizer. Tenho alguns pontos que considero importantes, como a participação no show da Ivete Sangalo no carnaval de Salvador. E a apresentação no reveillon do Cassino Hotel Conrad Resort, em Punta Del este, no Uruguai. Dois mil convidados de todo o mundo estavam presentes. Todos os shows são importantes e trazem uma emoção diferente, mas esses pela emoção do momento, pela energia que rolou são muito marcantes. Existe espaço para os covers mostrarem seus trabalhos? As pessoas dão oportunidades?

Na realidade, não. O trabalho do cover em geral é complicado pelo fato de estar ligado à imagem de uma pessoa. E condicionado a tudo que essa pessoa faz. No caso de Elvis Presley, Marilyn Monroe, Charles Chaplin, Beatles, a pressão é menor porque eles todos morreram e são ícones, são imortais. Mas um cover de artista vivo tem que saber lidar com os altos e baixos do artista verdadeiro. Além de ter que mostrar que apesar de ser cover e se apresentar com a arte de outra pessoa, você tem talento. Acredito que a arte é como DNA. Cada um tem a sua. Ninguém nunca consegue reproduzir 100% do que outra pessoa idealizou. Mas com dedicação, disciplina e respeito ao personagem e ao publico é possível construir algo e conquistar um pequeno espaço. Mas não é fácil, é preciso ter o pé no chão. O que te dá forças pra continuar no mundo da música? Pra ser muito honesto. O amor ao palco. Nunca tinha subido num palco até começar a imitar o Michael Jackson. Graças a ele e a ser cover dele, conheci gente legal, gente importante, gente que me fez sentir importante. Pude aprender mais sobre palco, música, som, luz. A história de todas essas coisas. Com utilizar, como aperfeiçoar cada uma delas. E por esse amor ao palco que hoje é maior do que qualquer coisa na minha vida, prossigo. Porque espero um dia conquistar meu próprio espaço, ter meu nome, minhas canções, minhas coreografias e poder tocar de certa forma as pessoas como o Michael me tocou um dia. O que é mais prazeroso nessa vida? Pra mim sem dúvida, é subir no palco. Fazer foto, propaganda, TV, são legais. Você é respeitado, o cachê pode ser bom, você conhece pessoas. Mas quando você sobe no palco, você tem que domar o espaço, tem que mostrar que merece estar ali. Então não tem como camuflar. Ou você tem a arte ou não tem. Trocar a energia com o publico é algo que pode ser maior do que qualquer coisa. E é o único momento em que você se aproxima do seu ídolo, porque dada as devidas proporções, é nessa hora que você e ele se encontram no amor ao show e no prazer em proporcionar prazer ao outros. É algo muito forte mesmo. Como você se sente ganhando a vida representando uma outra pessoa?

No meu caso, como sou fã do Michael e graças a ele descobri um mundo incrível, me sinto honrado. Cada vez que me caracterizo e subo num palco agradeço pela oportunidade. Na verdade, ter uma carreira própria sempre foi a grande razão. Acredito que me realizo através dos shows que faço. Eu penso em ter uma carreira própria, fiz anos de aula de canto, já tive experiências no ramo, graças ao Michael. Hoje, paralelo ao meu trabalho de cover, produzo minhas próprias canções, preparo meu próprio trabalho, que na realidade não foge muito desse universo. Afinal, desde que me conheço por gente o meu ideal de artista é o Michael. Embora minhas canções sejam em português, procuro fazer algo com uma carga pop legal, preparo algo que seja simples, mas bacana, em termos de arranjo, vocais, visual. É algo que ainda não está completo. Pelo dinheiro que isso demanda é um processo lento, mas desfruto de cada momento dele. Existe algum tipo de preconceito por ele ser uma figura polêmica? Na verdade, existe preconceito quando estou caracterizado num ambiente que não seja o de show. Quando faço presença em algum lugar, sempre tem alguém que pode passar dos limites. O Michael é polemico mesmo, e isso é indiscutível. Mas no momento que o foco passa a ser a arte dele, a música, a dança e tudo que ele já fez até hoje artisticamente, a mesma pessoa que zombou ou até xingou se rende e passa a curtir o momento. E depois do show, pede desculpa, diz que o Michael é o cara, e tudo mais. Qual é o seu maio sonho? Meu maior sonho é ter minha própria carreira, ser eu mesmo, sem maquiagem. Não que "ser" Michael Jackson não seja legal, mas quanto mais se aprende mais se quer usar. E como cover a gente precisa respeitar o original. Às vezes você quer fazer do seu jeito, porque ninguém é igual a ninguém. Então meu maior sonho é esse, ter a minha carreira. Mas logo junto disso está o sonho de ter certeza que o Michael sabe da minha existência. Conhecê-lo seria algo inimaginável, não sei se conseguiria suportar. Então só o fato dele saber que existo e do que eu faço, já estaria feliz. O que você falaria para o Michael Jackson?

(Risos) Já me perguntaram antes. É difícil saber, acho que eu não teria muito o que falar. Eu repetiria exatamente o que ele fala aos fãs nos shows que faz. "Thank You, I Love You". Eu realmente sinto muito amor e muita gratidão por ele. Quais foram as maiores dificuldades da sua carreira? Na verdade, a carreira de um cover tem muitos altos e baixos. Não tem um momento que tenha sido pior. O episódio do processo do Michael foi um momento chato, mas nunca tive dúvidas da inocência dele. Os obstáculos estão em todo lugar. Viver de arte num país como o nosso não é fácil, ainda mais quando o que se faz não é visto como arte por muitas pessoas. Eu acho que isso é o pior porque ele pode fechar portas, dificultar entradas, dificultar visibilidade de material. Quando se tem preconceito a pessoa já olha seu material com outros olhos. Então o maior obstáculo é se manter fiel a suas idéias e transpor essa barreira. Qual o seu diferencial em comparação com os outros covers do Michael Jackson? Não sei. Eu sei a diferença do cover bom pro cover ruim. (risos) O cover bom procura fazer tudo o mais fiel possível. Figurinos, caracterização, maquiagem, coreografia, apresentação. Procura saber e antecipar a reação da platéia. O cover ruim normalmente peca em alguns desses itens. Eu me considero um bom cover, como muitos por aí. Mas também existem covers ruins, como toda profissão. Qual a música que marcou sua carreira? Man In The Mirror. É muito forte a interpretação dela. Não é a mais primorosa dele, mas sempre que ouço me emociono. Mas sem dúvida a que mais fiz na vida, e mesmo nos momentos mais importantes, até porque o público sempre pede, é Billie Jean. Você tem outra profissão? Não. Tudo que faço é ligado a isso. Infelizmente ainda não posso viver disso, então também faço produção de eventos. Mas sempre na área, sempre no ramo. Já pensei em ter outra profissão, outro ramo. Mas não consegui. Minha meta é viver da minha arte, por enquanto não dá, mas um dia chego lá

Qual foi o momento mais marcante da carreira? A participação no show da Ivete, ela é a pessoa mais importante e mais adorada que conheci. No entanto, ela é de uma humildade e generosidade que não tem como explicar. Ela é o melhor exemplo que tive pessoalmente de como um artista deve ser. Foi muito emocionante fazer parte do show e me apresentar ao lado dela pra milhões de pessoas ao vivo e pela TV. Me lembro de não conseguir falar nada, só agradecer. Naquele dia, durante as 6 horas de trajeto dividi o palco com ela mais de uma vez e pude ter uma aula de como ser um artista. As coisas boas acontecem com ela porque ela passa coisas boas. Foi o momento mais importante até aqui.