Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo I-RELATÓRIO

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Acordam nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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Acordam nesta Secção do Contencioso

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FORMALIDADE AVISO DE RECEPÇÃO ASSINATURA DO AVISO POR PESSOA DIVERSA DO DESTINATÁRIO

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Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

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Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: - Relatório -

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2 Não foram apresentadas contra alegações. 4 - Colhidos os vistos legais, cabe decidir.

Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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PORTAGEM COIMA NOTIFICAÇÃO ADMINISTRADOR DA INSOLVENCIA

IMPUGNAÇÃO JUDICIAL LIQUIDAÇÃO IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO

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1.1. Terminou a alegação de recurso com as seguintes conclusões:

ECLI:PT:TRE:2006:

DO ACTO TRIBUTÁRIO DECLARAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO LIQUIDAÇÃO CORRECTIVA PRAZO

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IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE TRANSMISSÃO ONEROSA DE IMOVEIS ISENÇÃO FISCAL PRÉDIO URBANO PARTE INDIVISA

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NOTIFICAÇÃO DO ACTO DE LIQUIDAÇÃO NOTIFICACÃO POR CARTA REGISTADA COM AVISO DE RECEPÇÃO PRESUNÇÃO OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL

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Acordam, em conferência, nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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Supremo Tribunal Administrativo:

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Acordam nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acórdãos STA Processo: 0247/08. Data do Acordão: Descritores:

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Nas alegações, conclui o seguinte:

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: I-RELATÓRIO

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Transcrição:

Acórdãos STA Processo: 0473/09 Data do Acordão: 16-09-2009 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ALFREDO MADUREIRA IRC CADUCIDADE DO DIREITO DE LIQUIDAÇÃO SUSPENSÃO DE PRAZO LUCRO TRIBUTÁVEL I O prazo de caducidade do direito de liquidar impostos periódicos, que é de quatro anos e se conta a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário artigo 45º da LGT, suspende-se com a notificação ao contribuinte de inicio de acção inspectiva externa, cessando este efeito suspensivo, contando-se aquele prazo de caducidade desde o início, caso a inspecção ultrapasse seis meses contados a partir daquela notificação; II - Nos demais casos, isto é, quando a acção inspectiva se conclua antes de decorridos aqueles seis meses, o efeito suspensivo do prazo de caducidade mantém-se até à notificação ao contribuinte da conclusão do procedimento inspectivo, pela elaboração do relatório final, notificação que, assim, o legislador elegeu como termo do prazo de suspensão do prazo de caducidade do direito de liquidar o imposto respectivo, tudo conforme dispõe o artigo 60º n.º 1 e 2 do RCPIT. III O regime simplificado de determinação do lucro tributável previsto no artigo 53º n.º 4 e 5 do CIRC mais não visa do que permitir o cálculo simplificado, mediante aplicação de determinados coeficientes a determinados proveitos, do lucro tributável e a tributar, mas não dispensa o contribuinte de incluir na sua declaração anual de rendimentos qualquer anormal ganho porventura obtido durante o respectivo exercício, nem o isenta da respectiva tributação, nos precisos termos do disposto nos artigos 43º e 44º do CIRC. IV E a tributação deste eventual e anormal ganho, obtido durante determinado exercício, se o

contribuinte se encontrar abrangido pelo regime simplificado de determinação do lucro tributável artigo 53º do CIRC -, há-de ficar condicionada/dependente da determinação do lucro tributável alcançado mediante aplicação do coeficiente correspondente in casu, 0,45, por se tratar de outros ou restantes proveitos. Nº Convencional: JSTA000P10831 Nº do Documento: SA2200909160473 Recorrente: A... Recorrido 1: FAZENDA PÚBLICA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: Texto Integral Texto Integral: Em conferência, acordam os Juízes da Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: Inconformada com a douta sentença proferida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria que lhe julgou improcedente a impugnação judicial que deduzira contra a liquidação de IRC de 2003, no montante de 396.352,88, dela interpôs recurso para esta Secção do Supremo Tribunal Administrativo a impugnante A, nos autos convenientemente identificada. Apresentou tempestivamente as respectivas alegações de recurso, formulando, a final, as seguintes conclusões: 1. A suspensão do prazo de caducidade do direito à liquidação ocorre entre o início e o termo dos actos de inspecção. 2. Os actos de inspecção ficam concluídos com o envio da nota de diligência ou antes da notificação do direito de audição. 3. Com efeito, da conjugação do nº 1 do artigo 46º com o nº 1 dos artigos 60º e 61º do RCPIT concluise que os actos de inspecção abrangem apenas os actos que são praticados fora dos serviços da Administração Fiscal, por contraposição aos actos

internos de inspecção. 4. Deste modo, o período da suspensão da caducidade só abrange os actos externos da inspecção tributária. 5. O âmbito de aplicação do regime simplificado de determinação do lucro tributável abrange a totalidade dos proveitos, quer os da actividade normal quer os outros proveitos, incluindo as mais valias. 6. Ou seja, no regime simplificado a aplicação dos coeficiente referidos no n.º 4 do art.º 53.º do CIRC é feita à totalidade dos proveitos obtidos pelo contribuinte, sejam eles obtidos no exercício normal da actividade, sejam outros proveitos extraordinários. 7. Acresce referir que a lei não prevê um regime misto em que a determinação do lucro tributável (directa ou indirecta) depende da natureza dos proveitos. 8. A douta decisão recorrida fez incorrecta interpretação e aplicação do n.º 1 do artigo 46º da LGT conjugado com o n.º 1 dos artigos 60º e 61º do RCPIT bem como dos n.ºs 3 e 4 do art.º 53º do CIRC. Não foram apresentadas contra-alegações. Foi proferido despacho de sustentação - cfr. fls 168 a 170 - e ordenada a subida dos autos. Neste Supremo Tribunal Administrativo depois, o Ex.mo Magistrado do Ministério Público emitiu douto parecer opinando pela confirmação do julgado, com base no sustentado entendimento de que o recurso jurisdicional não merece provimento em qualquer dos dois fundamentos invocados, a saber, quer quanto à alegada caducidade do direito à liquidação, quer no que se refere à também invocada errónea determinação do lucro tributável. Ali, por entender, com o seu Colega da 1ª Instância e de harmonia com o disposto nos artigos 46º n.º 1 da LGT e 62º n.º 1 e 2 do RCPIT, que a suspensão do prazo de caducidade ocorre entre a notificação ao contribuinte do inicio da acção de inspecção externa e, caso esta se não esgote no prazo legal seis meses -, a data da notificação do relatório final daquela acção inspectiva; e Aqui, quanto à errónea determinação do lucro

tributável, por entender, tal como se sustentou na sindicada sentença, que a venda do terreno não se traduziu na venda de mercadoria comercializada pela recorrente, mas antes venda de um activo imobilizado corpóreo. Colhidos os vistos legais e porque nada obsta cumpre apreciar e decidir. O tribunal recorrido deu como assente, fixando, a seguinte matéria de facto: a) A impugnante é tributada em imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) pelo Serviço de Finanças de Leiria; b) Em 21/05/2003, por escritura lavrada no Cartório Notarial de Marinha Grande, a aqui impugnante adquiriu a B um prédio rústico, inscrito na matriz sob o artigo 772 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Leiria sob o nº 762, por permuta de um prédio urbano, inscrito sob o nº 257, com aquisição registada a favor da impugnante cfr. escritura de permuta e compra e venda de fls 90 a 94 do processo administrativo apenso; c) Aos prédios referidos na alínea b) foi na escritura pública atribuído os seguintes valores: Prédio rústico: seiscentos e vinte e três mil e quinhentos euros. Prédio urbano: Um milhão setenta e dois mil e quinhentos euros (cfr. escritura de permuta e compra e venda); d) A impugnante recebeu, de acordo com a referida escritura, a importância de quatrocentos e nove mil euros, para igualação de valores; e) Ainda na mesma escritura identificada na alínea b) a impugnante vende ¼ indiviso do prédio rústico, inscrito na matriz sob o artigo 772, que tinha adquirido pela permuta efectuada, à Junta de Freguesia da Barosa, pelo preço de cento e cinquenta e cinco mil oitocentos e setenta e cinco euros (cfr. escritura de permuta e compra e venda); f) A impugnante tinha adquirido o prédio urbano referido nas alíneas b) e c) por 3.446,69 através de escritura pública realizada a 21/05/1974, no 1º Cartório Notarial de Leiria (cfr. fls. 72 e 97 a 101 do processo administrativo apenso); g) Em 14/11/2007, foi a agora impugnante notificada para exibição da escrita e de documentos fiscalmente relevantes (cfr. fls. 142 do processo

administrativo); h) Em resultado da acção de inspecção que teve início em 14/11/2007, foram apuradas as transacções referidas nas supras alíneas b), c), d) e e), as quais não foram declaradas pela impugnante à Administração Fiscal (cfr. relatório da inspecção); i) Em 22/11/2007, foi a impugnante notificada para proceder à regularização da escrita no prazo de onze dias (cfr. fls. 143 do processo administrativo); j) Em consequência da referida acção inspectiva, foi em 21/12/2007, a impugnante notificada para exercer o direito de audição sobre o Projecto de Relatório da Inspecção tributária (cfr. fls. 121 a 129); k) O relatório final da Inspecção Tributária de fls. 68 a 75 do PA apenso, cujo teor se dá por integralmente reproduzido, foi concluído em 08/01/2008 e notificado à impugnante, por carta registada com aviso de recepção, em 21/01/2008, através do ofício nº 1316, de 18/01/2008 (cfr. fls 46 e 47 do processo administrativo); l) A Administração Tributária apurou no relatório final da acção inspectiva o lucro tributário para o exercício de 2003 do montante total de 977.991,67; m) Atenta a matéria de facto apurada em sede de acção inspectiva a Administração Tributária procedeu à liquidação de IRC do ano de 2003, no montante total de 369.352,88, sendo 46.615,63 de juros compensatórios (cfr. fls. 31); n) Em 11/02/2008, foi a impugnante notificada da liquidação de IRC e juros compensatórios do ano de 2003, referidos na alínea anterior (cfr. fls. 21 do processo administrativo); o) A presente impugnação foi apresentada em 23/05/2008 (cfr. carimbo oposto no rosto da petição inicial a fls. 1 dos autos). E, com base nesta factualidade, julgou improcedente a impugnação judicial que apreciava, considerando: Por um lado, não se verificar ocorrer a alegada caducidade do direito de liquidar o IRC de 2003, uma vez que o respectivo prazo de caducidade daquele direito quatro anos a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário - não tinha ainda decorrido quando, em 14.11.2007, a Impugnante e ora Recorrente foi notificada do inicio

da acção inspectiva externa, E que a suspensão do decurso daquele prazo de caducidade só conheceu termo efectivo com a subsequente notificação do relatório final daquela acção inspectiva, em 21.01.2008, data a partir da qual se reiniciou a contagem do prazo de caducidade entretanto suspenso e que, assim, em 11.02.2007, data da subsequente notificação à impugnante da correspondente liquidação, ainda não conhecera termo final, tudo conforme o disposto nos artigos 45º e 46º da LGT e 62º do RCPIT; e Por outro lado, no que concerne à questão da alegada errónea tributação do lucro tributado, a sindicada sentença considerou antes que a correcção efectuada à matéria colectável teve apenas em consideração o apurado facto de, no decurso do exercício de 2003, a Impugnante e ora Recorrente haver obtido ganho de 977.991,67 correspondente à venda de prédio urbano pelo valor de 1.072.500,00 que antes, em 21/05/74, adquirira por 3.446,69 que, assim e para o questionado efeito, integrava mais valia que importava tributar. É contra o assim decidido e nos termos das transcritas conclusões do seu recurso jurisdicional que se insurge a Impugnante e ora Recorrente, pugnando pela revogação do julgado. Não lhe assiste, porém, qualquer razão. Com efeito e no que respeita à caducidade do direito de liquidar o imposto respectivo e à forma de contagem do prazo de suspensão daquele prazo de caducidade em consequência de acção inspectiva determinada e notificada ainda no decurso daquele primeiro prazo de caducidade do direito de liquidar o imposto, os invocados e aplicáveis preceitos legais os artigos 45º e 46º da LGT e 60º e 61º do RCPIT -, são bem claros na respectiva estatuição e insusceptíveis de albergar o entendimento propugnado pela Impugnante e ora Recorrente, designadamente o levado às conclusões 1 a 4 das sua alegações. Na verdade e como bem se acentua na sindicada sentença e nos pareceres dos Ex.mos Magistrados do Ministério Público junto deste Supremo Tribunal e do Tribunal de 1ª Instância ora recorrido, nada da letra nem do espírito daqueles normativos permite

distinguir, com relevo para a contagem do prazo de suspensão do prazo de caducidade do direito de liquidar, actos internos de inspecção e actos externos de inspecção e muito menos permite se confira apenas a estes últimos a eficácia suspensiva. Da interpretação conjugada dos referidos preceitos legais decorre apenas e só, tal como se acolheu na sindicada sentença, que o prazo de caducidade do direito de liquidar impostos periódicos, que é de quatro anos e se conta a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário artigo 45º da LGT, se suspende com a notificação ao contribuinte de inicio de acção inspectiva externa, cessando este efeito suspensivo, contando-se aquele prazo de caducidade desde o início, caso a inspecção ultrapasse seis meses contados a partir daquela notificação; Nos demais casos, isto é, quando a acção inspectiva se conclua antes daqueles seis meses, o efeito suspensivo do prazo de caducidade mantém-se até à notificação ao contribuinte da conclusão do procedimento inspectivo, pela elaboração do relatório final, notificação que, assim, o legislador elegeu como termo do prazo de suspensão do prazo de caducidade do direito de liquidar o imposto respectivo, tudo conforme dispõe o artigo 60º n.º 1 e 2 do RCPIT. Assim e perante os factos fixados e agora assentes é incontroverso que não se verificou ocorrer a caducidade do direito de liquidar o IRC de 2003. O respectivo prazo de quatro anos não tinha ainda decorrido quando, em 14.11.2007, a Impugnante foi notificada do inicio da acção inspectiva externa, e a suspensão do decurso daquele prazo de caducidade, assim operada, só conheceu termo efectivo com a subsequente notificação do relatório final e termo daquela acção inspectiva, em 21.01.2008, data a partir da qual se reiniciou a contagem do prazo de caducidade até então suspenso, e que, assim, em 11.02.2008, data da subsequente notificação à impugnante da liquidação respectiva, ainda não conhecera termo final, tudo conforme o disposto nos artigos 45º e 46º da LGT e 62º do RCPIT. Vai neste sentido também a jurisprudência desta

Secção do Supremo Tribunal Administrativo - vejamse os acórdãos de 07.12.2005 e 29.11.2006, processos n.º 993/05 e 695/06, respectivamente -. Já quanto à questão da determinação do lucro tributável emergente do apurado e anormal ganho obtido pela Recorrente durante o questionado exercício e decorrente da apurada e não controvertida venda do referido e convenientemente identificado prédio urbano, cremos não poder deixar de concluir que lhe assiste razão. Com efeito e tal como se sustenta nas conclusões 5ª a 7ª das alegações da Recorrente, ao contribuinte que esteja sujeito ao regime simplificado de determinação do lucro tributável cfr. artigo 53º do CIRC -, este lucro tributável haverá de ser sempre determinado mediante aplicação, a todos os proveitos obtidos durante o exercício em causa e, como aqui, mesmo aos ganhos anormalmente conseguidos, mediante aplicação, dizia, do coeficiente respectivo 0,20 para venda de mercadorias e ou produtos e de 0,45 ao valor dos restantes proveitos. Ora, compulsados os presentes autos, designadamente o teor da questionada e impugnada liquidação adicional cfr. fls. 73 demonstração de liquidação importa concluir que ao apurado ganho com a venda do referido imóvel prédio urbano pelo valor de 1.072.500,00, o qual foi adquirido em 21/05/1974, por 3.446,69 (valor actualizado mediante aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda Portaria n.º 267/2003, de 3 de Abril ) ganho que constituiu uma mais-valia de 977.991,67, Quiçá por não oportunamente declarado, na liquidação adicional subsequente, não foi aplicado, como deveria cfr. artigo 53º n.º 4 e 10 do CIRC -, o coeficiente aplicável 0,45 pois de outros ou restantes proveitos se tratava, para, assim, se determinar o lucro tributável respectivo e a tributar adicionalmente, uma vez que a Impugnante estava, ao tempo do exercício, abrangida pelo regime simplificado de determinação do lucro tributável. E mesmo tratando-se de proveito qualificável como mais valia tal, por si só, não demanda alteração nas regras de determinação do lucro tributável e tributação aplicáveis, no regime pelo qual a

Impugnante se encontrava abrangida. É certo que o invocado artigo 53º do CIRC, no seu número 4º, prevê ainda, salvaguardando, para a determinação do lucro tributável neste regime simplificado, a possibilidade de correcção dos valores de base contabilística necessários pela Direcção Geral dos Impostos, nos termos gerais, Mas, ainda assim e como aqui, sem prejuízo do disposto no seu número anterior, isto é, Cessa a aplicação do regime simplificado, caso em que o regime geral de determinação do lucro tributável se aplica a partir do exercício seguinte Quer dizer, porventura corrigidos os valores contabilísticos a atender no apuramento do lucro tributável, ao contribuinte abrangido pelo regime simplificado de determinação daquele lucro não deixam, nesse exercício, de continuar a ser-lhe aplicáveis as regras antes fixadas cfr. artigo 53º n.º 4 do CIRC -, a saber: a aplicação do coeficiente respectivo 0,20 ou 0,45 aos valores corrigidos ou apurados. Não pode pois, face ao que exposto fica, manter-se a impugnada liquidação adicional nem a sindicada sentença que lhe deu acolhimento. Termos em que acordam os Juízes desta secção do Supremo Tribunal Administrativo em, com este fundamento, conceder provimento ao presente recurso jurisdicional, em revogar a sindicada sentença e em anular a impugnada liquidação adicional. Sem custas aqui e na 1ª instância.