Regulamento da CMVM n.º 97/4 Serviços Prestados pela ABDP em Operações de Reporte

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Transcrição:

Não dispensa a consulta do diploma publicado em Diário da República Regulamento da CMVM n.º 97/4 Serviços Prestados pela ABDP em Operações de Reporte Ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 14º do Código do Mercado de Valores Mobiliários e do n.º 9 da Portaria do Ministro das Finanças n.º 291/96 (2ª série), de 10 de Dezembro, e para os efeitos do disposto no n.º 8 do artigo 411º daquele diploma, ouvidos o Banco de Portugal, a Associação da Bolsa de Derivados do Porto (ABDP) e a Associação da Bolsa de Valores de Lisboa (ABVL), o Conselho Directivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aprovou o seguinte regulamento: Capítulo I Disposições Gerais Artigo 1º (Âmbito) O presente regulamento contém as normas gerais relativas aos serviços integrados de registo, compensação e liquidação de operações de reporte prestados pela ABDP, quer esta associação assuma ou não a posição de contraparte nas referidas operações. Artigo 2º (Serviços prestados pela ABDP) 1. Sem prejuízo dos serviços de registo a que se refere o n.º 7 do artigo 411º do Código do Mercado de Valores Mobiliários, o registo de uma operação de reporte na ABDP implica a prestação, por esta entidade, dos correspondentes serviços de compensação e liquidação e é condição de eficácia, face a ela, relativamente aos serviços que se propõe prestar. 2. As partes nas operações de reporte registadas na ABDP são identificadas perante esta entidade, nos termos por ela determinados. 3. Sem prejuízo do disposto no presente regulamento em matéria de incumprimento, a ABDP apenas se relaciona directamente com as entidades a que se refere o artigo seguinte.

4. Não são oponíveis à ABDP quaisquer cláusulas contratuais relativas a uma operação de reporte nela registada que contrariem: a) As regras operativas dos serviços prestados por aquela entidade; b) Os termos em que a mesma entidade assuma a posição de contraparte nas referidas operações. Artigo 3º (Entidades filiadas na ABDP para registar operações de reporte) 1. As operações podem ser apresentadas a registo pelas entidades legalmente susceptíveis de ser associadas da ABDP e pelas sociedades mediadoras dos mercados monetário ou de câmbios desde que autorizadas a realizar operações a prazo e se encontrem, em ambos os casos, filiadas na ABDP. 2. Além do que se dispõe no presente regulamento, as condições de filiação para a prestação de cada um dos serviços a que se refere o artigo 1º são fixadas em regulamento da ABDP. Artigo 4º (Informação a prestar) 1. A ABDP presta às entidades nela filiadas toda a informação necessária sobre os serviços por ela assegurados, nomeadamente quanto às condições em que os mesmos são prestados e aos efeitos que decorrem do seu carácter padronizado. 2. As entidades filiadas na ABDP informam as partes nessas operações quanto aos aspectos relevantes dos serviços prestados pela ABDP e por elas próprias. Artigo 5º (Divulgação das operações) 1. A ABDP publicita diariamente as operações de reporte em relação às quais preste serviços de registo, compensação e liquidação, quer assuma ou não a posição de contraparte, pelos modos que considerar mais adequados, de forma a que tais informações estejam disponíveis para as entidades a que se refere o artigo 3º. 2. As operações de reporte que tenham por objecto valores mobiliários admitidos à negociação em mercado de bolsa ou em outro mercado organizado são publicadas no boletim de cotações desses mercados, cabendo à ABDP o envio atempado dos elementos necessários à publicação. 3. A publicação a que se refere o número anterior explicita, de forma agregada, a quantidade transaccionada por valor mobiliário e a taxa de juro do reporte de acordo com os prazos considerados relevantes. 4. Além do disposto nos números anteriores, a ABDP publica, mensalmente, informações agregadas sobre as operações que junto dela tenham sido registadas. Artigo 6º (Contas de valores mobiliários) 1. A ABDP pode abrir contas de valores mobiliários escriturais ou titulados fungíveis integrados nos sistemas respectivamente de registo e controlo e de depósito e controlo de títulos fungíveis, desde que informe a CMVM.

2. As contas a que se refere o número anterior podem ter como objectivo: a) O registo, controlo e execução extrajudicial de garantias relativas a operações de reporte de que seja contraparte, e sejam constituídas em valores mobiliários integrados na Central de Valores Mobiliários; b) A liquidação física de operações de reporte que tenham por objecto valores mobiliários integrados na Central de Valores Mobiliários. 3. Os intermediários financeiros junto de quem estejam depositados ou registados os valores mobiliários mantêm todas as obrigações para eles resultantes do depósito ou registo dos valores mobiliários em causa. 4. A liquidação das operações de reporte e a constituição de garantias que envolvam valores mobiliários integrados no sistema de registo e controlo ou de depósito e controlo são efectuadas em conexão com a Central de Valores Mobiliários, independentemente do sistema de liquidação adoptado pelos intervenientes. Artigo 7º (Fiscalização pela ABDP) 1. Sem prejuízo das atribuições da CMVM e do Banco de Portugal, a ABDP fiscaliza os filiados com base na relação de filiação, no contrato com eles celebrado e tendo em vista a defesa do mercado de valores mobiliários. 2. A ABDP fiscaliza o cumprimento, pelos filiados, de todas as obrigações decorrentes do processo de filiação, sem prejuízo da responsabilidade que para eles derive de contrato ou regulamento da ABDP. 3. O contrato celebrado entre a ABDP e os filiados prevê obrigatoriamente cláusulas de fiscalização das suas actividades, sendo expresso o consentimento em relação a matérias relativas ao dever de segredo a que estão sujeitos. 4. Os poderes de fiscalização a que se referem os números anteriores são concretizados em regulamento da ABDP. Capítulo II A ABDP como Contraparte em Operações de Reporte Artigo 8º (Requisitos) 1. A assunção da posição de contraparte pela ABDP, em operações de reporte, depende da verificação dos seguintes requisitos: a) A celebração entre as contrapartes da ABDP do contrato-tipo aprovado pelo Banco de Portugal e a assinatura do Anexo a esse contrato do qual resulte o compromisso mútuo de realizar operações de reporte com a referida intervenção da ABDP; b) A prestação das garantias devidas por cada operação; c) A celebração de contrato entre a ABDP e a entidade a que se refere o artigo 3º que intervenha na operação.

2. A ABDP pode recusar-se a assumir a posição de contraparte em operações de reporte, nomeadamente quando, de acordo com os elementos disponíveis por aquela entidade, os interessados não dêem garantias de cumprir os seus deveres legais ou contratuais. 3. A ABDP pode opor às partes as cláusulas do contrato entre elas celebrado, nomeadamente em matéria de incumprimento das obrigações assumidas. Artigo 9º (Responsabilidade da ABDP) 1. A ABDP responde pelo cumprimento das obrigações assumidas face às suas contrapartes nos termos do contrato de contraparte que com elas celebre. 2. A responsabilidade decorrente da globalidade dos contratos a que se refere o número anterior é limitada a 15% do capital próprio da ABDP, devendo tal limite constar de cada contrato. 3. O contrato a que se referem os números anteriores está sujeito às regras fixadas no presente regulamento e nos regulamentos da ABDP. Artigo 10º (Requisitos dos filiados) 1. Só podem intervir em operações em que se pretenda a assunção pela ABDP da posição de contraparte os filiados que possam realizar operações de conta própria, além de outros requisitos operacionais fixados em regulamento da ABDP. 2. Os filiados a que se refere o número anterior não assumem a posição de contraparte da ABDP nas operações de reporte em que intervenham, sem prejuízo da responsabilidade que para eles derive de contrato ou regulamento. 3. São obrigações dos filiados a que se refere o presente artigo, além de outras fixadas em regulamento da ABDP e em contrato: a) Comunicar à ABDP os incumprimentos dos seus clientes que por eles tenham sido detectados; b) Assegurar a constituição ou reforço das garantias e a liquidação das operações. Artigo 11º (Contratos) 1. Do contrato que os filiados celebrem com os seus clientes devem constar cláusulas relativas aos seguintes aspectos: a) Responsabilidade assumida pelos intervenientes no contrato; b) Obrigatoriedade de os clientes colocarem à disposição do filiado todos os meios exigidos para o cumprimento das suas obrigações perante a ABDP, nomeadamente no que respeita à constituição de garantias e eventual reforço decorrente do ajuste diário e à liquidação física e financeira das operações;

c) Consentimento para a ABDP fiscalizar as actividades do filiado em causa, desde que tais actividades se relacionem com os serviços prestados aos clientes, sendo expresso o consentimento em matérias que colidam com os deveres de segredo. 2. As cláusulas do contrato a que se refere o número precedente não podem ser incompatíveis com o contrato que as partes celebrem com a ABDP, devendo este último prevalecer em caso de conflito entre ambos. 3. A ABDP elabora as condições gerais contendo as cláusulas mínimas do contrato a que se refere a al. c) do n.º 1 do artigo 8º. Artigo 12º (Constituição de garantias) 1. As garantias constituídas em operações de reporte de que a ABDP seja contraparte devem ser calculadas de tal forma que esta entidade possa cobrir eventuais prejuízos derivados do incumprimento pelas suas contrapartes, quer respeitantes à liquidação das operações quer decorrentes do ajuste diário das garantias. 2. As garantias devem ser diariamente ajustadas de acordo, nomeadamente, com a evolução do preço de mercado dos valores objecto da operação de reporte ou dados em garantia Artigo 13º (Garantias) 1. As garantias prestadas pela realização de uma operação de reporte são constituídas a favor da ABDP e por esta geridas, nos termos que a mesma venha a determinar, pertencendo à entidade que constitui a garantia os rendimentos gerados pelo numerário ou pelos valores entregues. 2. As garantias constituídas em valores mobiliários integrados no sistema de registo e controlo de valores escriturais e no sistema de depósito e controlo de valores titulados fungíveis, além de outros registos exigíveis por lei ou regulamento, devem ser objecto de anotação específica a favor da ABDP nas contas do intermediário financeiro abertas junto da Central de Valores Mobiliários e no sistema de registo de garantias daquela entidade gestora. 3. A execução das garantias constituídas em valores mobiliários é efectuada extrajudicialmente pela ABDP através de intermediário financeiro devidamente autorizado a executar ordens sobre valores mobiliários em mercado secundário. 4. A execução das garantias dá lugar aos correspondentes movimentos na conta do intermediário financeiro onde estão registados ou depositados os valores dados em garantia. 5. Os movimentos das contas envolvidas na constituição ou execução das garantias constituídas em valores mobiliários constam do Regulamento Geral da Central de Valores Mobiliários.

Artigo 14º (Limites operacionais) 1. A ABDP, relativamente aos riscos inerentes à assunção da posição de contraparte, fica sujeita aos seguintes limites: a) O valor equivalente a 50% das garantias constituídas perante a ABDP não pode exceder o limite estabelecido no n.º 2 do art. 9.º, sem prejuízo do disposto no n.º 2. b) Cada investidor não pode ser parte, isoladamente ou em associação com terceiros, em operações de reporte, que representem mais de um terço da exposição global da ABDP nas operações em curso em que haja assunção da posição de contraparte. 2. A ABDP pode implementar mecanismos adequados a complementar a garantia referida na al. a) do número precedente, sendo obrigatória para a constituição de tais mecanismos, e devendo em qualquer dos casos verificar-se os seguintes requisitos: a) Exclusão da possibilidade de qualquer entidade exercer direitos subrogatórios ou de regresso contra a ABDP; b) Previsão de que aqueles mecanismos são accionados prioritariamente no exercício da referida garantia. 3. Os limites referidos no alínea b) do n.º 1 podem ser ultrapassados desde que a ABDP informe do facto a CMVM e considere, justificadamente, que daí não advêm maiores riscos para o mercado, nomeadamente em situações de pouca liquidez ou no início da prestação de serviços a que se refere o presente artigo. Artigo 15º (Incumprimento) 1. Para os efeitos do disposto no presente regulamento existe incumprimento face à ABDP sempre que a parte num contrato de reporte ou o filiado que tenha apresentado a operação a registo viole as cláusulas de contrato celebrado por cada uma daquelas entidades ou as normas previstas em lei ou regulamento. 2. Perante uma situação de incumprimento, a ABDP pode: a) Executar as garantias prestadas; b) Encerrar, parcial ou totalmente, as posições da parte incumpridora; c) Exigir a compensação dos danos que lhe sejam causados. 3. Em caso de incumprimento pelo filiado a ABDP pode: a) Cancelar o seu registo como filiado; b) Transferir as posições por ele registadas para outros filiados, desde que as partes em causa aceitem essa transferência, sob pena de ser aplicável o disposto no número anterior.

Artigo 16º (Encerramento de posições) O encerramento das posições detidas por uma parte que tenha celebrado contrato com a ABDP e que se encontre numa situação de incumprimento pode implicar o encerramento das posições detidas pela parte com quem contratou antes de a ABDP assumir a posição de contraparte, nos termos do disposto no artigo 8º. Artigo 17º (Defesa do mercado) O administrador-delegado exerce, em relação às operações de reporte de que a ABDP seja contraparte, todos os poderes necessários à defesa do mercado de valores mobiliários. Artigo 18º (Entrada em vigor) O presente regulamento entra em vigor no dia posterior à sua publicação em Diário da República. 20-03-97- O Presidente do Conselho Directivo, José Nunes Pereira