TRANSPLANTE DE CELULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: O processo de comunicação na enfermagem entre cliente e família

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Transcrição:

TRANSPLANTE DE CELULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: O processo de comunicação na enfermagem entre cliente e família Flávia da Costa Sanches Enfermeiro, pós-graduando de Enfermagem Oncológica pela Universidade Veiga de Almeida. E-mail: flavinha.sanches@hotmail.com Janaina Nery Vieira Acadêmica de Enfermagem da Faculdade CNEC de Rio das Ostras. E-mail: jananery84@hotmail.com Rafaela Xavier Silva Acadêmica de Enfermagem da Faculdade CNEC de Rio das Ostras. E-mail: rafaaxavier@gmail.com Valéria Nascimento de Farias Acadêmica de Enfermagem da Faculdade CNEC de Rio das Ostras. E-mail: valeryfarias@hotmail.com Aretuza Cruz da Silva Acadêmica de Enfermagem da Faculdade CNEC de Rio das Ostras. E-mail: are.cruz@yahoo.com.br Antônio Augusto de Freitas Peregrino Enfermeiro e Doutor em Saúde Coletiva / UERJ. Coordenador da Pós-graduação de Enfermagem Oncológica pela Universidade Veiga de Almeida. Docente Adjunto da UERJ. E-mail: peregrino@uva.br Claudemir Santos de Jesus Enfermeiro e Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Duque de Caxias e da Faculdade CNEC de Rio das Ostras. E-mail: udemi34@yahoo.com.br Resumo: O Transplante de Medula Óssea (TMO) apresenta como opção terapêutica uma abordagem ao paciente com doenças onco-hematológicas. O estudo tem como objetivo identificar as contribuições do processo de comunicação no cuidado de enfermagem ao cliente oncológico no transplante de células tronco hematopoiéticas. Trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem qualitativa, que teve como critério de inclusão artigos disponíveis em português publicados no período de 2005 a 2015. A discussão teve como resultado a unidade temática: As contribuições do processo de comunicação no cuidado de enfermagem ao cliente oncológico no transplante de células tronco hematopoiéticas e a categoria 1: A comunicação interpessoal como contribuição do cuidado de enfermagem ao paciente oncológico e a família. Observou-se ser importante a inserção da família durante o processo de descoberta do câncer, perpassando pelo tratamento e a alta, em que o profissional de enfermagem é de grande valia nas orientações ao cliente e à família. Palavras-chave: Enfermagem Oncológica. Cuidados de Enfermagem. Transplante de medula óssea. Abstract: Bone Marrow Transplantation (BMT) presents as a therapeutic option an approach to the patient with onco-hematological diseases. The study aims to identify the contributions of the communication process in the nursing care to the oncologic client in the transplantation of hematopoietic stem cells. It is an integrative review, with a qualitative approach, which had as inclusion criteria articles, available in Portuguese published in the period from 2005 to 2015. The discussion resulted in the thematic unit: The contributions of the communication process in nursing care to the oncologic client in hematopoietic stem cell transplantation and category 1: Interpersonal communication as a contribution of nursing care to cancer patients and the family. It was concluded that it is important to insert the family during the process of cancer discovery, through the treatment, high, in which the nursing professional is of great value in the client and family orientations. Keywords: Oncology nursing. Nursing care. Bone Marrow Transplantation. 102

INTRODUÇÃO Existem diversos serviços que são destinados a atender cada especialidade oncológica, como no transplante de células-tronco hematopoiéticas, em que o profissional atua com autonomia e tomada de decisões acerca dos cuidados de enfermagem necessários ao paciente e família (LACERDA; LIMA; BARBOSA, 2007). O Transplante de Medula Óssea apresenta como opção terapêutica uma abordagem ao paciente com doenças onco-hematológicas, sendo considerado efetivo para o aumento da sobrevida dos pacientes, é um procedimento terapêutico agressivo, que necessita de cuidados especiais (FERREIRA et al., 2011) O Transplante de Medula Óssea pode ser realizado em três tipos distintos: autólogo ou autogênico, singênico e alogênico, que envolve no procedimento situações singulares, que acontece na admissão do cliente em que fará um regime preparatório ou de condicionamento, em que consiste na submissão a um protocolo de quimioterapia em altas doses e/ou radioterápico; a infusão da medula óssea, que é realizada por meio de um cateter venoso central, imunossupressão por ação da quimioterapia; e finaliza-se com o suporte clínico das complicações pós-transplante, em que inclui o acompanhamento ambulatorial após a alta, com possibilidade de complicações decorrentes deste tratamento, com chance do retorno da doença de base (FERREIRA et al., 2011; FONSECA; SECOLI, 2007) O tratamento Transplante de Medula Óssea é complexo, pois pode surgir diferentes complicações, como: Pancitopenia, imunossupressão, predisposições a infecções, alopecia, mucosite, náuseas e vômitos, distúrbios gastrointestinais, toxicidade vesical e renal, comprometimento hepático, neurotoxicidade, cardiotoxicidade, desequilíbrio hidroeletrolitico e pneumonia intersticial (LACERDA; LIMA; BARBOSA, 2007; PIMENTA, 2015). O enfermeiro deve atuar em cada complicação, através do planejamento e implementação de ações que possam reduzir os riscos, e orientar o pacientes e familiares nos cuidados necessários, pois o transplante significa recomeço, mas até atingir a etapa de um pós-transplante saudável há uma longa caminhada (PIMENTA, 2015). Dessa forma, o estudo tem como objetivo identificar as contribuições do processo de comunicação no cuidado de enfermagem ao cliente oncológico no transplante de células tronco hematopoiéticas. 103

METODOLOGIA O estudo faz uma revisão integrativa, com abordagem qualitativa, que consiste na construção de uma análise ampla da literatura, que tem o intuito de verificar as publicações no campo científico (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Na primeira etapa elaborou-se a questão de pesquisa: Quais as contribuições do processo de comunicação no cuidado de enfermagem ao cliente oncológico no transplante de células tronco hematopoiéticas? Na segunda etapa iniciou-se a busca na leitura, sendo definidos os critérios de inclusão: artigo disponível em português, publicados no período de 2000 a 2015 e os descritores Enfermagem Oncológica and Cuidados de Enfermagem and Transplante de medula óssea, através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas seguintes bases de dados: LILACS e BDENF. Ressalto que os critérios de exclusão estabelecidos foram: indisponibilidade de acesso, publicações duplas, resumo, textos na forma de projetos, em outros idiomas, fora do recorte temporal definido nos critérios de inclusão e todos os artigos que não são articulados a temática. Quadro 1: Cruzamento dos descritores DESCRITORES TOTAL FILTRO SELEÇÃO 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Enfermagem Oncológica and Cuidados de Enfermagem and transplante de medula óssea 63 03 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Enfermagem Oncológica and Cuidados de Enfermagem 4.947 149 03 0 0 0 0 0 0 01 01 0 0 01 Enfermagem Oncológica and transplante de medula óssea 83 5 01 0 0 01 0 0 0 0 0 0 0 0 Cuidados de Enfermagem and transplante de medula óssea 488 39 04 0 0 0 01 0 0 01 01 0 0 01 TOTAL 5.581 196 09 0 0 01 01 0 0 02 03 0 0 02 Fonte: Instrumento construído pelos autores, conforme busca na BVS. Ao utilizar Enfermagem Oncológica and Cuidados de Enfermagem and Transplante de medula óssea, foram encontrados 63, dos quais foram filtrados apenas 03, porem nenhum foi 104

selecionado. Já quando se utilizou os dois descritores Enfermagem Oncológica and Cuidados de Enfermagem, foram encontrados 4.947, dos quais foram filtrados 149, sendo selecionados 03. Fazendo uso de Enfermagem Oncológica and Transplante de medula óssea, foram encontrados 83, dos quais foram filtrados 05, sendo selecionado 01. E por fim, utilizando Cuidados de Enfermagem and transplante de medula óssea, foram encontrados 488, dos quais foram filtrados 39, sendo selecionados 04. Dessa forma, encontramos entre todos os descritores o total de Tendo como um total de 5.581, em que filtramos 196, em que captamos 09 artigos, que atenderam aos critérios de inclusão, nos anos de 2007(01), 2008(01), 2011(02), 2012(03), 2015(02). Na terceira etapa utilizamos um instrumento de coleta de dados, que tem como objetivo extrair as informações chaves de cada artigo selecionado. Quadro 2: Instrumento de Coleta de Dados dos s Título Cateter de Hickman no transplante de célulastronco hematopoéticas: implante cirúrgico, retirada e assistência de enfermagem A hospitalização do cliente oncohematológico subsídios para o cuidado de enfermagem Vivências de adultos submetidos ao transplante de medula óssea autólogo Autocuidado após o transplante de medula óssea autólogo no processo de cuidar pelo enfermeiro Transplante de medula óssea e a assistência de Periódico Rev. Enferm. UERJ Rev. pesqui. cuid. fundam Ciênc. Cuid. saúde Rev. RENE Ciênc. Cuid. Base de Dados Ano Local Profissão dos Autores Autores LILACS 2015 SP Enfermeiro RODRIGUES et al. BDENF 2012 RJ Enfermeiro LILACS 2012 MG Enfermeiro e psicólogo BDENF 2012 MG Enfermeiro BDENF 2011 MG Enfermeiro e médico SOUSA et al. ANDRADE et al. CASTRO et al. FRAGUAS et al. Tipo de Documento de Relato de Experiência de relato de 105

enfermagem fundamentada no modelo calgary Tratamento da mucosite em pacientes submetidos a transplante de medula óssea: uma revisão sistemática A prevenção das complicações relacionadas ao cateter venoso central no transplante de medula óssea Prática de enfermagem em transplante de células tronco hematopoéticas saúde Acta. Paul. Enferm. REME Rev. Min. Enferm. Rev. Eletrônica Enferm. LILACS 2011 SP Enfermeiro BDENF 2008 MG Enfermeiro LILACS 2007 PR Enfermeiro Fonte: Instrumento construído pelos autores, conforme seleção na BVS. FERREIRA et. al. SANTOS et. al. LACERDA et al. experiência de de de Ao evidenciar as informações dos artigos selecionados, relacionado ao periódico foram publicados na revista: Acta. Paul. Enferm. (01); Ciênc. Cuid. Saúde (02); REME Rev. Min. Enferm. (01); Rev. Eletrônica Enferm. (01); Rev. Enferm. UERJ (01); Rev. pesqui. cuid. Fundam (01); Rev. RENE (01). Referente a base de dados, foram observadas apenas a utilização de 02 base de dados, contendo 04 artigos utilizando BDENF e 04 artigos utilizando LILACS. Relacionado ao local de publicação, houve uma grande variedade, sendo em grande maioria os artigos publicados em Minas Gerais 04, 02 em São Paulo, 01 no Rio de Janeiro e apenas 01 em Paraná. Pertencente a profissão dos autores, em todos os artigos há presença de enfermeiros, porém em 02 estudos penso ser de abordagem multiprofissional, sendo 01 com médico e o outro tendo 01 psicólogo. Por fim, relacionado ao tipo de documento, identificou-se artigos de: relato de experiência (02); revisão (03); e original (03). Na quarta etapa os artigos que foram selecionados para revisão integrativa foram analisados para a verificação da autenticidade, qualidade metodológica, importância das informações e representatividade, por esta razão construirmos um quadro, conforme a seguir: 106

Quadro 3: Nível de evidência dos estudos TÍTULO Comunicação como instrumento terapêutico para pacientes submetidos ao transplante de medula óssea: revisão Autocuidado após o transplante de medula óssea autólogo no processo de cuidar pelo enfermeiro Transplante de medula óssea e a assistência de enfermagem fundamentada no modelo calgary Vivências de adultos submetidos ao transplante de medula óssea autólogo A hospitalização do cliente oncohematológico subsídios para o cuidado de enfermagem OBJETIVOS Identificar as evidências do uso de intervenções comunicacionais em pacientes submetidos ao TMO Compreender como as orientações fornecidas no momento da alta sobre os cuidados relacionados ao transplante de medula óssea influenciam no autocuidado após a alta. Discutir a experiência de uma família em relação a um transplante de medula óssea e à assistência de enfermagem fundamentada no Modelo Calgary de Avaliação e Intervenção de Família Apresentar as vivências de adultos submetidos ao transplante de medula óssea autólogo Caracterizar os clientes hospitalizados com doenças oncohematológicas; descrever os riscos e benefícios na hospitalização do cliente oncohematológico; TIPO DE PESQUISA sistemática da literatura Qualitativo Relato de experiência, qualitativo Relato de experiência, qualitativo Qualitativo DADOS EVIDENCIADOS A valorização da comunicação interpessoal para obter condições para decidir a realização do TMO e adaptar às condições do tratamento, com melhor qualidade de vida. As necessidades de autocuidado evidenciadas reforçam a importância da sistematização do cuidado de enfermagem para as orientações no momento da alta representem efetiva contribuição à reabilitação. Compreender como a enfermagem encontra soluções para a família cuidar, identifica potencial e dificuldades para partilhar responsabilidades diante da insegurança e sofrimento ante o prognóstico pouco favorável. O cuidado de enfermagem influencia e promove impactos na recuperação do paciente desde o diagnóstico até a alta, sendo relevante que o plano de cuidados para a alta. Os membros da equipe de enfermagem cuidam desses clientes identificando e priorizando as necessidades em um ambiente adequado contribuem para adaptação da situação de NÍVEL DE EVIDÊNCIA 06 04 05 05 04 107

Prática de enfermagem em transplante de células tronco hematopoéticas Cateter de Hickman no transplante de células-tronco hematopoéticas: implante cirúrgico, retirada e assistência de enfermagem Tratamento da mucosite em pacientes submetidos a transplante de medula óssea: uma revisão sistemática A prevenção das complicações relacionadas ao cateter venoso central no transplante de medula óssea discutir as implicações do cuidado de enfermagem a esses clientes. Descrever de forma reflexiva a prática de enfermagem em transplante de célulastronco hematopoéticas. Descrever o implante cirúrgico e a retirada do cateter de Hickman e suas interfaces na assistência de enfermagem a pacientes submetidos ao transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas Identificar as medidas terapêuticas para redução da gravidade da mucosite oral em pacientes adultos submetidos ao Transplante de Medula Óssea (TMO). Descrever as principais complicações relacionadas ao Cateter Venoso Central. Descrever e analisar as ações para prevenção e minimização das complicações relacionadas ao cateter venoso central em transplante de medula óssea. Reflexivo Estudo transversal sistemática da literatura Fonte: Instrumento construído pelos autores, conforme seleção na BVS. hospitalização, favorecendo a recuperação da saúde, a prevenção e controle de complicações. O papel do enfermeiro no TCTH precisa ser melhor discutido e divulgado, sendo um espaço específico da enfermagem que carece de publicações nacionais e maior visibilidade a sociedade Uma equipe de enfermagem capacitada na identificação de complicações é necessária para manejo e manutenção segura do dispositivo. A heterogeneidade dos resultados dessas intervenções e a falta de melhor elucidação para a prática assistencial indicam a necessidade de pesquisas mais precisas para identificar a efetividade de terapias tópicas para a reparação celular das mucosas. Defendem a técnica asséptica para o manuseio deles, o uso de diferentes anti-sépticos, além de um protocolo rígido de enfermagem como o maior diferencial para a diminuição das taxas de infecção relacionadas aos cateteres venosos centrais. 04 03 06 06 108

Correlacionado ao tipo de pesquisa, os estudos encontram-se em estudos: transversal (01); Relato de experiência, qualitativo (02) Qualitativo (02); Reflexivo (01) da literatura (01); sistemática (02). Os estudos evidenciaram que o delineamento da pesquisa, a analise foi baseada no níveis: 3: evidências de estudos quase-experimentais; 4: evidências de estudos descritivos (não-experimentais) ou com abordagem qualitativa; 5: evidências provenientes de relatos de caso ou de experiência; e 6: evidências baseadas em opiniões de especialistas. Na quinta etapa, consistiu na realização da interpretação e discussão dos dados e resultados encontrados que estavam relacionados com o objetivo e questão de pesquisa, que emergiu a unidade temática: As contribuições do processo de comunicação no cuidado de enfermagem ao cliente oncológico no transplante de células tronco hematopoiéticas e a categoria 1: A comunicação interpessoal como contribuição do cuidado de enfermagem ao paciente oncológico e a família. Mediante toda busca, foi necessário buscar artigos fora dos critérios de inclusão e exclusão, para fundamentar a discussão. Quadro 05: s de Suporte para a Discussão dos Dados Título Práticas integrativas e complementares no tratamento oncológico e o papel da enfermagem Vivência da mulher jovem com câncer de mama e mastectomizada Percepções de enfermeiros e manejo da dor de pacientes oncológicos Condutas terapêuticas utilizadas no manejo da dor em oncologia O adolescente frente ao transplante de células tronco-hematopoiéticas: contribuições para as ações do Enfermeiro na equipe multiprofissional Caracterização de teses e dissertações acerca do cuidar em enfermagem na oncologia Comunicação interpessoal: valorização pelo paciente oncológico em uma unidade de alta complexidade em oncologia Padronização das atividades em centro cirúrgico oncológico segundo a Classificação das Intervenções de Enfermagem Ano 2015 2015 2015 2015 Periódico, Editora Rev. pesqui. cuid. fundam Esc. Anna Nery Rev. Enferm. REME rev. min. enferm Rev. pesqui. cuid. fundam Autores ALVES et al. ALMEIDA et al. STUBE et. al PEREIRA et. al. Tipo de Documento de 2015 UERJ PIMENTA Monografia 2015 2014 2013 Rev. pesqui. cuid. fundam REME rev. min. enferm Rev Esc Enferm USP BARROS et al. RENNO et al. POSSARI et. al. de 109

Prática profissional de enfermeiras que cuidam de pacientes com câncer em hospitais gerais 2012 Avaliação da dor em pacientes oncológicos 2011 Medicamentos utilizados em transplante de medula óssea: um estudo sobre combinações dos antimicrobianos potencialmente interativos Câncer na adolescência, um estudo com instrumento projetivo. Fonte: Instrumento construído pelos autores. 2008 Rev Bras Enferm Rev. enferm. UERJ Rev Esc Enferm USP 2004 Revista SBPH SILVA et. al. SILVA et. at. FONSECA et. al. CAPITÃO; ZAMPRON HA original de Nesse quadro podem ser observados 12 artigos, de acordo com o recorte temporal foi identificado na grande maioria 06 artigos no ano de 2015, apenas 01 no ano de 2013, 2013, 2012; 2011; 2008; e 2004. Obteve artigos publicados em variados periódicos, sendo eles Revista pesquisa é fundamenta (02); Escola Anna Nery revista de enfermagem (01); REME, revista mineira (02); Revista escola de enfermagem USP (02); Revista brasileira de enfermagem (01); Revista de enfermagem da UERJ (02); Acta. Paul. Enferm. (01); Revista SBPH (1). Relacionado ao tipo de documento, foi observado 04 artigos no modelo de de revisão e 08 como original. Nesta etapa, foi demonstrada a revisão e síntese do conhecimento que foi visto em artigos analisados sobre a temática. A análise dos dados foi realizada, baseada nos artigos selecionados, em que foi possível observar, contar e somar, descrever e qualificar os dados, para aglomerar o conhecimento produzido através da temática nessa revisão (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). DISCUSSÃO: As contribuições do processo de comunicação no cuidado de enfermagem ao cliente oncológico no transplante de células tronco hematopoiéticas Categoria 1: A comunicação interpessoal como contribuição do cuidado de enfermagem ao paciente oncológico e à família O cuidado de enfermagem com ênfase na família tem sido ampliado no contexto mundial desde a década de 1980, pelo fato da família ter sido reconhecida como uma unidade de cuidado, ainda mais que já foi citado pelos autores que o câncer é uma doença familiar, por causa da vivência em todo processo e tratamento que perdura da descoberta até o produto 110

final do tratamento, que pode ser a cura ou infelizmente o óbito (BARROS; LIMA; SANTOS, 2015, p.02; FRAGUAS et al., 2011, p.01; CAPITÃO; ZAMPRONHA, 2004, p. 03). O tratamento do câncer, especificando aos pacientes sobmetidos ao transplante de medula óssea, deve ser valorizada a comunicação interpessoal como formas de obter condições para decidir a realização da terapêutica e se adaptar às condições que tal tratamento exige, por ser um fator significativo na escolha do tratamento, aumentou a participação no cuidado à saúde e liberdade para compreender a complexidade dos procedimentos (CARDOSO; SILVEIRA; CARAVLHO, 2008). Dessa forma, é importante a orientação da equipe de enfermagem ao cliente e a família, em relação as complicações da doença e do tratamento para o entendimento e adesão da terapêutica, principalmente após a alta pelo suporte na residência, o que atende a direito do paciente, pois de acordo com Sousa; Santo; Costa (2012, p.12) a hospitalização e a própria patologia de base tornam os clientes onco hematológicos suscetíveis a uma série de complicações que podem agravar o quadro clínico deles, e estas devem ser analisadas e explicadas ao paciente. Possari et al. (2012, p.2) reforça que as intervenções de enfermagem incluem cuidados diretos, que são os tratamentos realizados por meio da interação com o usuário, configurando ações de enfermagem de aspecto fisiológico, e psicossociais, que abrangem ações práticas. Tanto, que Castro et al (2012 p.9) revela que desde o pré-transplante e ao longo de todo o processo, as orientações no momento da alta representem efetiva contribuição ao processo de reabilitação dos pacientes e apoio e orientação aos familiares cuidadores. Um dos pontos reforçados é o cateter venoso central, por ser um procedimento que deve ser explicado ao paciente, pois por meio deste é realizado o transplante, que Santos; Rodrigues (2008, p.3) diz que o indivíduo pode fica suscetível as complicações como sangramento, pneumotórax, embolismo aéreo infecção relacionada ao cateter, colonização, infecção no local de inserção, obstrução e perda do posicionamento com prejuízo para o funcionamento. O processo de orientação e envolvimento da equipe multiprofissional repercute no sucesso relacionado ao tratamento e reestruturação da vida pós transplante, no cuidado 111

integral realizado pela enfermagem, para haver qualidade no atendimento, com reflexo na satisfação dos pacientes (ANDRADE; et al., 2012, p.07; LACERDA; LIMA; BARBOSA, 2007). Assim, foi citada a necessidade de identificar o potencial de autocuidado, o tipo de abordagem e de orientações a serem incluídas no planejamento de enfermagem da alta após o transplante, na necessidade de desenvolver o plano de cuidado individualizado, para ajudar a preparar e apoiar o paciente e familiares, a partir do diagnóstico, durante a internação e pelo tempo que houver necessidade (CASTRO et al., 2012, p.9) A qualidade do cuidado depende do aprimoramento contínuo da equipe, para executar ações cada vez mais embasadas em princípios e dados científicos, por lindarem com vidas, em que o cuidar inclui além do cliente o familiar, que está presentes desde o momento da descoberta do diagnóstico até a alta (LACERDA; LIMA; BARBOSA, 2007; SILVA et al., (2012, p. 04). O cuidado de enfermagem, quando envolve paciente oncológico e familiar, deve ser interativo e participativo, com enfoque no componente emocional, principalmente quando vivencia um transplante de medula óssea, em que todos sofrem juntos (BARROS; LIMA; SANTOS, 2015, p.07). A comunicação da equipe com os pacientes, também é algo de extrema importância, deve-se ressaltar as diferentes medidas para alívio da dor oncológica ou outras terapêuticas que promovam o bem-estar físico e psicológico, por isso, o profissional deve estimular o paciente a falar da dor nas diversas formas, para que haja intervenção eficaz, por trazer conforto, acalma, alivia sintomas, diminui angústias e equilibra (SILVA et al., 2011, p.05). Contudo, reforçamos que a contribuição da enfermagem ao paciente acontece através da importância da inserção da família, que será essencial no pré e pós transplante, durante o processo de descoberta do câncer, até o momento em que se define o transplante de medula (RENNO; CAMPOS, 2014). CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo evidenciou como a equipe de enfermagem tem importância quando se trata do paciente oncológico, mas não apenas sobre condutas terapêuticas, mas por lidar com os 112

aspectos emocionais, tendo a necessidade de se obter um olhar diferenciado, pois além de um tratamento adequado, ele precisa de atenção, e é nesse âmbito que vem a necessidade da comunicação. É essencial para a enfermagem traçar a conduta, de acordo com o sentir do ser humano em meio ao tratamento, as dores, em que é importante também procurar a melhor forma da aplicabilidade do cuidado, sendo assim, a relação entre profissional e paciente tende a crescer e melhorar os aspectos emocionais do cliente e familiar. Um fator importante mencionado pelos autores, é a inserção da família durante o processo de descoberta do câncer até o final do tratamento, em que o cliente será submetido a um transplante de medula, e como essa família será essencial no pré e pós transplante, no sentido de apoio e confiança. Pode-se perceber a necessidade das orientações do profissional de enfermagem ao cliente e familiares, primeiramente porque necessita saber sobre diagnóstico, procedimentos, benefícios e complicações para ajudar no tratamento. Reforçando a importância de um plano de cuidado no momento de alta do paciente, já que é nesse momento que terá uma nova vida. Os estudos mostraram que os profissionais de enfermagem devem ser capacitados e atualizados, pois quanto maior é o embasamento científico, melhor será para o paciente e familiares assistidos, em que haja as intervenções e orientações, principalmente para o auto cuidado. No que tange à busca, foram evidenciados poucos estudos sobre a temática, mostrando a necessidade de novos estudos e uma discussão mais aprofundada sobre o tema, por ser um procedimento com vários processos e vital ao cliente que passam pelo transplante de células-tronco hematopoiéticas. REFERÊNCIAS ALMEIDA, T. G. et al. Vivência da mulher jovem com câncer de mama e mastectomizada. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Alagoas, v. 19 n. 3, p.432-438, Jul./Set. 2015. 113

ALVES, K. Y. A. et al. Práticas integrativas e complementares no tratamento oncológico e o papel da enfermagem. Rev. pesqui. cuid. Fundam, Rio Grande do Norte, v. 7, n. 4, p. 3163-3174, out./dez. 2015. BARROS, A. G.; LIMA, K. Y. N.; SANTOS, V. E. P. Caracterização de teses e dissertações acerca do cuidar em enfermagem na oncologia. Rev. pesqui. cuid. Fundam. Pernambuco, v. 7, n. 4, p. 2550-2560, abr./jun. 2015. CAPITÃO, C. G.; ZAMPRONHA, M. A. G. Câncer na adolescência, um estudo com instrumento projetivo. Revista SBPH, Belo Horizonte, v.7, n.1, p.3-16, Jun. 2004. CARDOSO, A. F.; SILVEIRA, R. C. C. P.; CARVALHO, C. C. Comunicação como instrumento terapêutico para pacientes submetidos ao transplante de medula óssea: revisão. Online brazilian journal of nursing. v. 8, n. 2, 2008. CASTRO, E. A. B. et al. Autocuidado após o transplante de medula óssea autólogo no processo de cuidar pelo enfermeiro. Rev. Rene, Minais Gerais, v. 13, n. 5, p. 1152-62, mar./out. 2012. SILVA, T. O. N. et al. Avaliação da dor em pacientes oncológicos. Revista de enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 359-363, jul/set. 2011. FERREIRA, P. et al. Tratamento da mucosite em pacientes submetidos a transplante de medula óssea: uma revisão sistemática. Acta Paul Enferm, São Paulo, v. 24, n. 4, p. 563-570, dez./fev. 2011. FRAGUAS, G. et al. Transplante de medula óssea e a assistência de enfermagem fundamentada no modelo calgary. Cienc. Cuid. De saúde, Minas Gerais, v. 10, n.1, p. 051-057, Jan/Mar. 2011. LACERDA, M. R.; LIMA, J. B. G.; BARBOSA, R. Prática de enfermagem em transplante de células tronco hematopoéticas In: Rev. Eletr. Enf. Goias, v. 9, n.1, p. 242-250, out./ abr. 2007. 114

PEREIRA, D. T. S. et al. Condutas terapêuticas utilizadas no manejo da dor em oncologia. Fundam. Care. Online, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 1883-1890, jan./mar. 2015. FONSECA, R. B.; SECOLI, S. R. Medicamentos utilizados em transplante de medula óssea: um estudo sobre combinações dos antimicrobianos potencialmente interativos. Rev Esc Enferm USP, São Paulo. v. 42, n. 4, p. 706-714, mar./dez. 2008. PIMENTA, S. L. O adolescente frente ao transplante de células tronco-hematopoiéticas: contribuições para a ação do enfermeiro na equipe multiprofissional. 2015. 94 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) Faculdade de enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. POSSARI, J. F. P. et al. Padronização das atividades em centro cirúrgico oncológico segundo a Classificação das Intervenções de Enfermagem. Rev Esc Enferm USP, São Paulo, v. 47, n. 3, p. 600-606, abr./out. 2012. RODRIGUES, H. F. et al. Cateter de Hickman no transplante de células-tronco hematopoéticas: implante cirúrgico, retirada e assistência de enfermagem. Rev. Enfermagem/ UERJ, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p. 304-309, mai/jun. 2015. SANTOS, K. B.; RODRIGUES, A. B. A prevenção das complicações relacionadas ao cateter venoso central no transplante de medula óssea. REME, Minas Gerais, v. 12, n. 1, p. 119-126, jan./mar. 2008. SILVA, J. T. et al. Prática profissional de enfermeiras que cuidam de pacientes com câncer em hospitais gerais. Revista brasileira de enfermagem, São Paulo, v. 65, n. 3, p. 460-4655, mai./jun. 2012. SOUSA, R. M.; SANTO, F. H. E.; COSTA, R. A hospitalização do cliente oncohematológico subsídios para o cuidado de enfermagem. Revista de pesquisa cuidado de enfermagem, Rio de Janeiro,. v. 4, n. 3, p. 2613-2626, jul./set. 2012. 115

SOUZA, M. T.; SILVA, M. D.; CARVALHO, R. integrativa: o que é e como fazer. Einstein. v. 8, n. 1, p. 102-106, 2010. STUBE, M. S. et al. Percepções de enfermeiros e manejo da dor de pacientes oncológicos. REME, Rev Min Enferm, Minas Gerais, v. 19, n. 3, p. 696-703, jul/set. 2015. 116