MULHERES ENCARCERADAS: O QUE DIZEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A REALIDADE DE CASCAVEL, PR Katiuska Glória Simões 1 RESUMO: Este artigo tem como objetivo expor os resultados da pesquisa em andamento sobre o sistema carcerário feminino na cidade de Cascavel, enfatizando o que dizem as políticas públicas voltadas a essa população. A realidade da mulher encarcerada é irrisória tanto do ponto de vista de políticas públicas específicas que são omissas em relação à sua condição humana e às especificidades quanto às questões de gênero, quanto como tema de pesquisa científico. Neste sentido, pretende-se em primeiro lugar, evidenciar o que consta no Pacto Nacional pelo enfrentamento à violência contra as mulheres, e demonstrar alguns resultados da pesquisa de campo realizada na cadeia pública de Cascavel, locada na 15º Subdivisão Policial. Com o intuito de expor as condições de encarceramento e o atendimento a seus direitos segundo as percepções das encarceradas. PALAVRAS-CHAVE: Gênero; Políticas Públicas; Prisão Feminina; Cascavel. INTRODUÇÃO O cárcere feminino surgiu em meados do século XIX e consistia em casas de domínio religioso que abrigavam essas mulheres na tentativa de domesticá-las. Tais instituições, que podemos chamar genericamente casas de depósito, incluíam não só prisões para mulheres julgadas ou sentenciadas, mas também casas correcionais que abrigavam esposas, filhas, irmãs e criadas de homens de classe média e alta que buscavam castigá-las ou admoestá-las. [...] A noção de que o caráter feminino era mais débil que o dos homens, e a ideia de que as mulheres necessitavam de proteção contra as tentações e ameaças mundanas estavam muito arraigadas entre as autoridades estatais e religiosas. (AGUIRRE, 2007, p. 51 e 52). Somente na década de 1920, vagarosamente, o Estado foi se responsabilizando pelas mulheres encarceradas. É fácil perceber o tardio interesse que o poder público teve sob as casas de detenções femininas, pois a maior parte da população carcerária feminina está locada em instituições que não foram construídas para receber tal demanda, estão em locais improvisados. Como a que irei me referi nesse artigo, a Cadeia Pública de Cascavel, onde foi construída para aprisionar homens, mas hoje por falta de outra estrutura adequada também confina mulheres. 1 Acadêmica de Ciências Sociais na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, pesquisadora bolsista do programa de iniciação cientifica PIBIC/CNPQ, orientada pela professora Dra. Yonissa M. Wadi. Email: katyuska_s@hotmail.com, Toledo, Paraná, Brasil. 1
Cabe salientar que a falta de estrutura não é exclusiva da prisão feminina, segundo a última pesquisa realizada pelo InfoPen 2, em Junho de 2013, a população prisional brasileira era de 574.027 presos. Porém as casas de detenção brasileiras possuem vagas para 317.733 presos, ou seja, é expressa a superlotação. Dentre a população prisional relatada as mulheres totalizaram 36.135 encarceradas, apesar de ser inferior a totalidade de presos masculinos, o encarceramento feminino é o que mais cresce no país. Nos últimos anos, houve um crescimento de 32% da população carcerária feminina, enquanto que a população masculina cresceu 15%. Segundo os dados apresentados pelo InfoPen em dezembro de 2007 havia 24.052 mil mulheres encarceradas, já em 2013 esta população saltou para 34.159 mil, constituindo 6,48% da população total de pessoas detidas. O Paraná é o quinto Estado com maior população carcerária no Brasil, segundo os dados disponibilizados pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, em maio de 2014, havia 28.525 mil 3 presos. Portanto, diante do quadro atual são indispensáveis políticas públicas voltadas para essa parcela da população. No casoirei abordar as questões do encarceramento feminino, na intenção de demonstrar as singularidades da prisãopara mulheres. OBJETIVOS Se na vida livre das grades as mulheres sofrem com as relações de gênero vigentes em nossa sociedade, que são desiguais e discriminatórias em variados aspectos, quando estão em condições de enclausuramento essas questões são agravadas. Isto posto, o encarceramento feminino é cercado por peculiaridades e, para melhor compreendê-las, especialmente em relação à aplicação de políticas públicas voltadas as mulheres encarceradas, objetiva-se analisar o Pacto Nacional pelo enfrentamento à violência contra as mulheres, elaborado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres em 2011, como 2 3 InfoPen- Sistema Integrado de Informações Penitenciárias, consiste em um programa digital de coleta de dados do sistema penitenciário brasileiro. em:http://portal.mj.gov.br/main.asp?view={d574e9ce-3c7d-437a-a5b6-22166ad2e896}&browsertype=nn&langid=pt-br¶ms=itemid%3d%7b28f66113-72a7-4939- B136-20568ADC9773%7D%3B&UIPartUID=%7B2868BA3C-1C72-4347-BE11-A26F70F4CB26%7D, acesso 09/05/2014. O dados estão disponíveis no site da Sec. de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná: http://www.justica.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=67, ultimo acesso em: 02/06/2014. 2
também, verificar a efetivação na prática carcerária da cadeia pública da cidade de Cascavel - PR. PROCEDIMETOS METODOLÓGICOS Será analisado o discurso que é evidenciado no Pacto Nacional pelo enfrentamento à violência contra as mulheres, focando as políticas direcionadas as mulheres em situação de prisão. A análise será pautada nas afirmações de Foucault, que segundo ele O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por que, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar (FOUCAULT, 2008, p. 10), ou seja, o discurso é constituído da realidade, o próprio processo de construção do discurso é uma prática. Nesse sentido, o discurso possui uma função reguladora concedendo funcionalidade aos mecanismos de ordem real através da produção de saberes, de estratégias e de práticas (REVEL, 2005, p. 37). Portanto o discurso produzido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres evidenciam a real objetividade das práticas. Para aprofundar a investigação da efetivação desses discursos no cárcere feminino serão expostos os dados coletados na pesquisa de campo realizada na cadeia pública de Cascavel. Através da observação participante, método idealizado por Malinowski (1986), podê-se compreender a realidade do cárcere segundo as percepções das encarceradas. As narrativas ouvidas foram exclusivamente das encarceradas, essa é apenas uma das formas para conhecer o sistema penitenciário. Portanto está pesquisa pretende compreender a prisão a partir da ótica daquelas que sofrem com o enclausuramento sem desqualificar outras expressões dispostas nas redes discursivas. RESULTADOS A Política Nacional de Enfrentamento às Violências Contra Mulheres em 2008 insere nos seus objetivos O Pacto Nacional Pelo Enfrentamento À Violência Contra a Mulher. Portanto, deve ser observado com cautela o pacto que consiste em um acordo federativo firmado entre a União, os Estados e os municípios. 3
Com o objetivo de prevenir e enfrentar as diversas violências contra as mulheres sejam elas físicas, morais, sexuais, patrimoniais, psicológicas e institucionais. Afirma atender de forma especial às mulheres rurais, negras e indígenas, pois estão expostas as mais discriminações e possuem maior vulnerabilidade social (CPMIVCM, 2013, p. 43-44). Nesse sentido, os objetivos não se referem às mulheres encarceradas que também estão expostas as diversas discriminações. Inicialmente o pacto previa suas ações distribuídas em quatro eixos: Na primeira edição do Pacto, as ações previstas foram organizadas em quatro áreas estruturantes: (1) implementação da Lei Maria da Penha e fortalecimento da rede de serviços para atendimento a mulheres em situação de violência; (2) garantia dos direitos sexuais e reprodutivos e enfrentamento da feminização da AIDS; (3) combate à exploração sexual de meninas e adolescentes e do tráfico de mulheres; (4) garantia de direitos para mulheres em situação de prisão(cpmivcm, 2013, p.44). O quarto eixo explicitava a intenção de garantir os direitos das mulheres encarceradas. Porém, o pacto que está vigente sofreu alterações constituindo cinco eixos e nenhum evidencia devidamente políticas voltadas às mulheres em situação de prisão. O Pacto foi assinado pelos 27 estados da federação e desde 2011 iniciou-se o processo de repactuação, conforme depoimento da Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, para abranger os demais poderes (Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública). A repactuação foi precedida de uma revisão do próprio Pacto e de seus eixos estruturantes, abrangendo, na nova versão: (1) garantia da aplicabilidade da Lei Maria da Penha; (2) ampliação e fortalecimento da rede de serviços para mulheres em situação de violência; (3) garantia de segurança à cidadã e acesso à Justiça; (4) garantia dos direitos sexuais e reprodutivos; enfrentamento da exploração sexual e do tráfico de mulheres; (5) garantia da autonomia das mulheres em situação de violência e ampliação de seus direitos (CPMIVCM, 2013, p.44). As preocupações com as mulheres encarceradas deixaram de ser um eixo estruturante e tornaram-se umas das ações, pois cada um desses eixos se desdobra em várias ações que têm por objetivo afirmar e efetivar cada eixo estruturante (CPMIVCM, 2013, p. 44). Ou seja, a garantia dos direitos das presas não foi retirada do texto, mas foi deixada para segundo plano. As políticas voltadas a essas mulheres atualmente está inserida no terceiro eixo titulado Garantia de segurança à cidadã e acesso à Justiça, essa alteração tornou o eixo mais abrangente, pois a parte que se refere às apenadas é a questão de acesso à justiça e nessa 4
questão também cabe garantir a promoção de direitos das mulheres em situação de violência de forma geral. No entanto, nesse eixo, as ações previstas às presas estão ligadas a ampliação do acesso à justiça, promovendo assistência jurídica gratuita, contribuindo para a humanização das prisões, garantindo espaços físicos adequados, capacitando para o trabalho, garantindo o exercício da sexualidade, garantindo os direitos reprodutivos, implantando o serviço de saúde integral, implantandoum sistema educacional, auxiliando na investigação dos casos de omissão institucional diante dos casos de violência contra as mulheres, garantindo a proteção à maternidade, garantindo atendimento adequado aos filhos das presas, garantindo a cultura e o lazer e promovendo mutirões de revisão penal. Antes de expor a situação do cárcere feminino na cadeia pública de Cascavel, será referenciado o relatório final publicado em Julho de 2013 elaborado pela Comissão Parlamentar Mistas de Inquérito da Violência Contra Mulher CPMIVCM com a finalidade de elucidar a situação da violência contra a mulher no Brasil e apurar denúncias que afirmam a negligência do Estado perante as políticas de enfrentamento que visam proteger as mulheres em situação de violência.a comissão visitou dezessete estados brasileiros e solicitou aos diversos órgãos do Estado esclarecimento sobre a situação da violência contra a mulher. O estado do Paraná, diferente de outros estados, não abordou as condições das mulheres em situação de prisão. Os diversos órgãos públicos e a sociedade civil não abordaram as questões das mulheres presas. Contudo,é referenciado a falta de estrutura das prisões paranaense nas recomendações que a comissão parlamentar sugeriu aos poderes públicos: A adequação dos Centros de Detenção e Ressocialização (CDRs) para receber as mulheres já condenadas que se encontram em delegacias, conforme recomendação do CNJ, até que sejam criadas novas unidades prisionais femininas com sistemática de internação definida segundo o grau de periculosidade da presidiária, a gravidade do delito cometido e o tipo da pena que lhe foi imposta (CPMIVCM, 2013, p. 549). Esse discurso de promover, garantir e implantar os direitos das mulheres presas legitima a prática, pois é produzido como expressão da realidade. Isto posto, deve ser investigado a aplicação dessas propostas. Para isso, será explicitada a situação da cadeia pública locada na 15º Subdivisão Policial de Cascavel. 5
A cadeia pública de Cascavel foi inaugurada em julho de 1981, com capacidade para 132 reclusos, porém atualmente possui cerca de 430 reclusos, dos quais 84 são mulheres. A administração do sistema penitenciário do Estado do Paraná é administrado pelo Departamento de Execução Penal DEPEN, que está integrado na Secretaria de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Recentemente, em 2013, o DEPEN-PR assumiu a administração das cadeias públicas do Estado,quando essas instituições deixaram de ser de responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública, no qual a Polícia Civil era responsável pela carceragem. A transferência é recente e ainda está em fase de adaptação. Não será possível abordar todas as questões que o pacto nacional se compromete para promover melhorias nas questões das mulheres encarceradas. Será feito um recorte sobre os aspectos da implantação da saúde, garantia do exercício da sexualidade e a garantia da proteção a maternidade. O objetivo de Implantação do serviço de saúde integral a mulher encarcerada. (PNEVCM, 2011, p. 36) que o Pacto Nacional prevê ainda não foi executado na cadeia pública de Cascavel. Quando as presas necessitam de algum atendimento são as próprias colegas que oferecem assistência. Por exemplo, o caso da Carolina 4, presa por tráfico de drogas e aguarda condenação, que feriu sua mão e foi atendida pelas colegas da cela, com afirma em seu depoimento: Foram as minhas amigas do Xis, elas deram esse pedaço de pregador pra sustentar o dedo e enfaixaram. Além desse caso, foram ouvidos diversos relatos de mulheres que estão em condição de encarceramento a mais de quatro anos e nunca tiveram um acompanhamento médico. Somente são atendidas em caso de urgência, elas são expostas a várias doenças e não há a possibilidade de serem diagnosticadas com brevidade. Assim, a única alternativa é esperar o quadro clínico piorar para poder procurar ajuda. São expostas a doenças contagiosas, como no caso que Rita 5, presa por tráfico de drogas e condenada a 5 anos e 3 meses de prisão,mencionou sobre o caso em que uma presa dizia estar com tuberculose e necessitava de acompanhamento médico, porém nenhuma assistência foi concedida, então foram obrigadas a levara mulher até a grade e mostrar a terrível condição da presa. Só assim, os carcereiros juntamente com a Polícia Militar levaram- 4 5 Nome fictício para melhor preservação dos informantes. Nome fictício para melhor preservação dos informantes. 6
na para o hospital público e no outro dia as presas ficaram sabendo que aquela mulher era portadora do vírus HIV. Rita falou com tom de revolta, pois como não sabiam do diagnóstico da mulher, várias presas entraram em contato com o escarro de sangue que ela expelia. Portanto outras presas poderiam ter sido contaminadas pelo vírus, mas era mais uma incerteza, já que a medicina preventiva não está disponibilizada na cadeia pública de Cascavel. No entanto, é disponível tratamento odontológico que acontece uma vez por semana e atende três pacientes por dia. Sobre o atendimento, prefiro descrever a fala da Aurora, condenada a 6 anos e 5 meses por tráfico de drogas, sussurrando disse: Eu não vou no dentista não, ele só arranca o dente da gente, se for para ficar com menos do que tenho, prefiro não ir. Apesar da incerteza da qualidade do serviço prestado e a resistência de algumas presas em aceitar o tratamento disposto no interior da cadeia pública, várias mulheres se beneficiam do atendimento. Quanto a Garantia do exercício da sexualidade e dos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres em situação de prisão (PNEVCM, 2011, p.36) na cadeia pública de Cascavel essa política não foi efetivada. Dificilmente as visitas íntimas são efetivadas, pois segundo as depoentes, há muita resistência da administração em conceder liberdade para que as presas satisfaçam suas vontades sexuais. Tal resistência por parte dos poderes instituídos deve ser investigada, porém a hipótese é que se respalde nos discursos da sociedade patriarcal e machista. O Doutor em Direito Penal Cezar Roberto Bitencourt, no seu livro Falência da pena de prisão: causas e alternativas alerta que: A imposição da abstinência sexual contraria a finalidade ressocializadora da pena privativa de liberdade, já que é impossível pretender a readaptação social da pessoa e, ao mesmo tempo, reprimir uma de suas expressões mais valiosas. Por outro lado, viola-se um princípio fundamental do direito penal: a personalidade da pena, visto que, quando se priva o recluso de suas relações sexuais normais, castiga-se também o cônjuge inocente (BITENCOURT, 2004, p. 220). Na cadeia pública de Cascavel as visitas íntimas, que acontecem esporadicamente, são efetuadas na própria cela. Quando há a liberação um lençol é colocado em frente à cama de concreto locada na cela, e não há impedimento para que as outras detentas fiquem nesta, 7
durante o ato sexual. Segundo as depoentes, os presos da ala masculina recebem com mais frequências liberação para tais visitas. Por fim, quanto à ação de Garantia de proteção à maternidade e de atendimento adequado aos filhos/as das mulheres em situação de prisão dentro e fora da instituição na cadeia pública de Cascavel é precário. As mães encarceradas que estão amamentando, segundo o subchefe da carceragem, amamentam seus filhos uma vez por dia durante vinte minutos, mas para isso a presa depende de terceiros para levar a criança até a 15º Subdivisão Policial. Nesse caso pode-se citar o exemplo da detenta Carla 6, que aguarda condenação por tráfico de drogas, e que ao ser detida tinha um filho com apenas 19 dias de vida. Depois de presa Carla não pode amamentar e não teve mais nenhum contato com o seu filho. Infelizmente esse relato é muito comum entre as presas, que em grande parte perderam contato com seus filhos depois que foram detidas. Essa situação é degradante não apenas para as encarceradas, mas também para seus respectivos filhos, pois a criança acaba sofrendo o enclausuramento com a sua genitora, isto é, a criança cumpre a pena que era destinada unicamente para sua mãe. CONCLUSÕES Os objetivos do pacto são fundamentais para garantir os direitos 7 das mulheres encarceradas, porém como foi demonstrado, até mesmo em sua elaboração a negligência foi perceptível, principalmente quando tratamos do estado do Paraná. No âmbito prático, as ações são inexistentes na cadeia pública pesquisada. Além do mais, tratar do sistema prisional feminino é refletir sobre a discriminação de gênero e a estigmatização que às cercam. Possibilitando perceber que o sistema judiciário e o sistema penitenciário não estão imunes da reprodução hostil de gênero. [...] a situação de exclusão da mulher presa, agravada não só por seu perfil biográfico-social, e também pelo tratamento que o aparelho jurídico-penal lhe confere, acentuando-se sua discriminação no interior do sistema carcerário que desatende continuadamente seu direito à 6 7 Nome fictício para melhor preservação dos informantes. Todos os direitos abordados nesse artigo são previstos em Lei. 8
saúde, seus direitos sexuais e reprodutivos (especialmente à expressão de afetividade e sexualidade), a preservação do seu núcleo familiar, entre outros (MARTINS, s.d). Portanto, as ações devem ser urgentemente executadas, pois essas mulheres atualmente estão condenadas as penas mais rigorosas do que as previstas em Lei. A integridade psicofísica das encarceradas devem ser garantidas pelo Estado através das suas políticas públicas. Por fim, como referenciado no relatório final da CPMIVCM no Paraná há a necessidade do apoio das universidades, por meio de pesquisas acadêmicas (CPMIVCM, 2013, p. 21), iniciando esse trabalho espero que estimule outros pesquisadores a investir neste tema. Pois, no campo acadêmico há poucos trabalhos que dedicam suas pesquisas sobre o sistema penitenciário feminino. REFERÊNCIAS AGUIRRE, Carlos. O cárcere na América Latina, 1800-1940. In: MAIA, Clarissa Nunes et al. História das prisões no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p. 35 a 70, v. 1. BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão:causas e alternativas.3.ed. São Paulo: Saraiva, 2004. BRASIL. Pacto nacional pelo enfrentamento à violência contra as mulheres. Brasília: Secretaria Nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres, Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2011.. Relatório Final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência Contra Mulher CPMIVCM. Brasília: Senado federal; Secretaria Geral da Mesa; Secretaria de Comissões e Coordenação das Comissões Especiais, temporárias e Parlamentares de Inquérito, 2013. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 16.ed. São Paulo: Loyola, 2008. MALINOWSKI, Bronislaw. DURHAM, Eunice Ribeiro. Bronislaw Malinowski: Antropologia. Editora Ática, São Paulo, 1986. MARTINS, Dora. A mulher no sistema carcerário.s.d.disponível em http://portal.mj.gov.br/main.asp?view={57dc54e2-2f79-4121-9a5551c56355c47}& Browser Type=IE&LangID=pt-br, acesso em 16/08/2013. REVEL, Judith. Foucault conceitos essenciais. Editora Claraluz, São Carlos, 2005. 9