CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSO CIVIL. Aula 31-05-2017 Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres 1-) Execução de título Extrajudicial conti.: do NCPC. Reitera-se que os títulos executivos estão previstos no art. 784 Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou 1
aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 1 o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. 2 o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. 3 o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. a) Parcelamento em Execução: No prazo dos embargos à Execução, o Executado reconhecendo o débito e comprovando o depósito de 30% do valor em execução + custas e + honorários de advogado, poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em 6 parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% ao mês. Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. b) Defesa na Execução de Título Executivo Extrajudicial: É o chamado Embargos à Execução. 2
O prazo é de 15 dias para apresentar a defesa. Nos embargos à execução não há necessidade de se garantir o juízo, salvo quando houver pedido de atribuição do efeito suspensivo, pois neste caso haverá necessidade de ser garantido o juízo por meio de depósito, caução ou penhora. Previsão está no art. 919, 1º do NCPC. Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. 1 o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. ATENÇÃO: Os embargos à execução devem ser distribuídos como ação autônoma, mas por dependência à Execução; Devem ser recolhidas custas de distribuição de iniciais; O autor será intimado para apresentar impugnação aos embargos à execução; Nos Embargos à Execução será necessário juntar: 3
1. Petição inicial da execução; 2. Título executivo; 3. Procuração do exequente e 4. Procuração do executado. 2-) Consignação em Pagamento: Lembre-se que a consignação em pagamento encontra-se fundamentada no art. 334 e demais do C.C. Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento. Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente. Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito. 4
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído. Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada. Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor. Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento. Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação. Lembre-se, ainda, que quanto ao negócio jurídico firmado, devem estar presentes as figuras do devedor, credor e objeto, objeto este que divide-se em lugar, tempo e forma de execução/ pagamento. No que tange ao lugar, existem duas formas de pagamento o Portável/ Portable e o quesível ou quérable. No portável o devedor tem que ir até o credor para satisfazer a obrigação ao contrário da obrigação quesível, pois neste o devedor é procurado pelo credor para que aquele cumpra a obrigação. Vale ressaltar que caso a obrigação não possa ser cumprida de forma direta, ou seja, havendo seu cumprimento normal, poderá ser cumprida de forma indireta como por exemplo por meio da consignação 5
em pagamento, remissão, imputação, dação em pagamento, compensação, confusão e subrrogação. c) Cabimento da Consignação em pagamento: Está previsto no art. 335 do C.C, assim sendo cabível: Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; Se pender litígio sobre o objeto do pagamento. BONS ESTUDOS!!! Profa. Cristina Anita Schumann Lereno 6